domingo, 15 de março de 2020

Coronavírus avança e governo não se mexe

Jair Bolsonaro cumprimenta manifestantes em Brasília, 15/3/20
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Editorial do site Vermelho:

A pandemia de coronavírus, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), deveria ser uma preocupação central do governo. Não é o que vem acontecendo. O presidente Jair Bolsonaro chegou ao cúmulo de dizer que “a questão do coronavírus” não “é isso tudo que a grande mídia propaga” e o ministro da Economia, Paulo Guedes, receitou como antídoto para os efeitos na economia as suas “reformas”, um cardápio de avestruz.

O Ministério da Saúde, por sua vez, informou que, por enquanto, a estratégia nacional segue inalterada. Nem os alertas de rápido crescimento de casos nas próximas semanas fez o governo tomar medidas além de algumas ações paliativas.

Mídia apoia remédio neoliberal de Guedes

Por Joaquim de Carvalho, no Diário do Centro do Mundo:

O ministro Paulo Guedes quer aproveitar a crise agravada pelo coronavírus para promover mudanças na economia que, em condições normais, ele não conseguiria.

E para isso elegeu um alvo: o Congresso Nacional, a que ataca em entrevista à revista Veja.

“O Congresso tem de desentupir o que está sentado em cima. Agora é a hora de cobrarmos uns aos outros. Temos de transformar a crise em reformas”, afirmou.

A entrevista dele está na capa da revista, sob o título “Precisamos proteger o Brasil”.

Quem não conhece Guedes poderia ver na manifestação dele uma genuína preocupação com o país.

O teto de gastos virou genocídio

Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:

O Brasil já tem a cena definitiva para o covid-19.

Quem pode deixa uma amostra para exame no Albert Einstein.

Quem não pode apanha um número na roleta da rede pública de saúde para ver o que acontece.

Não é difícil adivinhar.

Tanto a tragédia italiana, como o desempenho daqueles países que atingiram um desempenho considerado aceitável até aqui, têm como referência o atendimento da rede pública.

É assim porque não há como enfrentar uma epidemia, que se espalha pelo ar que todos respiram, em ambientes que todos frequentam, independente da conta no banco, cor da pele ou bairro onde moram, com apoio exclusivo na rede privada, por mais sofisticada e ampla que possa ser.

Pandemia e perda de direitos trabalhistas

Por Gilberto Maringoni

Há uma interrelação perversa entre precarização laboral e disseminação de pandemias. O Brasil é exemplo claro disso.

De nada adianta autoridades virem às redes e à mídia aconselhar a população a ficar em casa, a retirar seus filhos da escola e a guardar distância social se a realidade do dia a dia da ampla maioria dos brasileiros impede tais iniciativas.

Só quem pode se afastar do trabalho, mantendo sua remuneração é o funcionário com garantias legais e vínculo estável no emprego. Até mesmo o acionamento da Justiça do Trabalho se tornou proibitivo diante das regras estabelecidas nos últimos anos.

sábado, 14 de março de 2020

Petardo: Regina Duarte está com medo?

Por Altamiro Borges

Cadê Regina Duarte, a namoradinha do “capetão” fascista? Na terça-feira (10), Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares – órgão da Secretaria de Cultura que visa promover valores da cultura negra – baixou portaria extinguindo sete colegiados que tratam da luta contra o racismo.

***

A portaria arbitrária será contestada judicialmente pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Quilombolas (Conaq). “Qualquer cidadão comprometido com a democracia, seja quilombola ou não, deve ser contra esse ataque”, afirma Givania Maria, dirigente da entidade.

***

Sérgio Camargo, um racista notório, foi nomeado para presidir a Fundação Palmares por Roberto Alvim – ex-secretário da Cultura que só foi defecado após plagiar o nazista Joseph Goebbels em um vídeo institucional. Regina Duarte assumiu a vaguinha no laranjal, mas parece "estar com medo" de exonerar o racista.

Ecossocialismo ou barbárie!

Coronavírus chega à Presidência da República

Lava-Jato discutiu repartir multa com os EUA

Bolsonaro começa a perder direita moderada

O teste de Bolsonaro (e do sistema)

A crise e o despreparo do Paulo Guedes

Bolsonaro e a cronologia da barbárie

O discurso que o bolsonarismo vaiou

Bolsonaro cancelou! Mas será que eles vão?

O coronavírus atropelou o mercado

Regina Duarte e a cultura caricaturizada

sexta-feira, 13 de março de 2020

Dallagnol, Moro e as negociações com os EUA

Guedes diante do coronavírus e do pibinho

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O governo anunciou em 11 de março nova projeção de crescimento econômico este ano, de 2,1%, não mais de 2,4%.

Com um PIB mais fraco, a arrecadação de impostos será 7,8 bilhões de reais menor.

No dia da divulgação, o coronavírus foi declarado uma pandemia, sinal de que os cálculos terão de ser refeitos. O PIB será ainda pior, idem a arrecadação. O que não muda é a disposição do governo de tomar dinheiro dos funcionários públicos para tapar buracos.

A tunga foi proposta pelo Ministério da Economia em novembro, e o ministro Paulo Guedes tratou dela na manhã de 11 de março com o relator do projeto no Senado, Oriovisto Guimarães (Podemos-PR).

Bolsonaro adia ato fascista, mas chantageia

Por Jeferson Miola, em seu blog: 

Na transmissão via facebook às 19 horas desta 5ª feira [12/3], Bolsonaro decidiu adiar – mas não cancelar – os protestos de 15 de março convocados para emparedar o Congresso e o STF.

Ele se assumiu, novamente, como capitão e comandante do atentado ao pouco que resta do ordenamento jurídico brasileiro sob a vigência do Estado de exceção [aqui].

Dizendo que “o movimento é espontâneo e popular”, Bolsonaro recomendou “adiar, suspender, adiar” – mas não cancelar – o movimento que viola a Constituição. E então prometeu: “daqui a um mês, dois meses se faz”.

Ele explica que a decisão de adiar o 15 de março vai mais além dos riscos sobrevindos com o coronavírus: “Já foi dado um tremendo recado pro parlamento. Não há dúvida de que o recado ao Parlamento … foi dado”.

Bagunça do governo agrava crise econômica


O índice da Bolsa de Valores brasileira despencou novamente nesta quinta-feira (12), em mais um dia de forte nervosismo nos mercados financeiros globais em razão dos desdobramentos ligados à pandemia do coronavírus. Às 10h, o Ibovespa, o índice de ações em São Paulo, caiu 11,65% e os negócios foram paralisados por meia hora. Às 11h12, o índice recuou para 15,43% (a 72.026 pontos) e foi acionado o segundo circuit brake, sistema que interrompe os negócios automaticamente. Dessa vez, a paralisação foi por uma hora.

Durante a tarde, por volta de 15h30, o Ibovespa tinha queda de 14,16%. A última paralisação por queda de mais de 15% ocorreu em 2008. No ano, a queda de valor das ações é de quase 40%.