segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Paulo Skaf e os patos da Fiesp

Por Altamiro Borges

O oportunista Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), deve estar com cara de nádega - ou de pato. Excitado com a conspiração do correntista suíço Eduardo Cunha, que manobrou na Câmara Federal para acelerar o processo do impeachment de Dilma, ele passou a pregar abertamente a derrubada da presidenta. Distribuiu bonecos do "pato" - símbolo da campanha dos sonegadores contra os impostos - na marcha golpista da Avenida Paulista e ainda fez a Fiesp aprovar um documento pelo impeachment que relembra o sombrio período em que os industriais paulistas financiaram o golpe de 1964 e apoiaram os crimes da sanguinária ditadura militar.

Os próximos passos do impeachment

Da revista CartaCapital:

A Câmara dos Deputados terá de refazer a votação que elegeu uma chapa alternativa para a comissão especial do impeachment. A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal entendeu que a candidatura da chapa não é legítima e defendeu que a indicação dos membros da comissão seja feita pelos líderes dos partidos ou blocos. Também decidiu que a nova votação terá de ser aberta.

“A candidatura avulsa é constitucionalmente inaceitável”, disse o ministro Luís Roberto Barroso, que abriu a divergência ao votar contra o relatório do ministro Luiz Edson Fachin. “Essa disputa com candidaturas alternativas deve ser intrapartidária, e não levada ao Plenário”, continuou Barroso.

Governo faz balanço mirando fevereiro

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

No ambiente político desembaçado pela decisão do STF em relação ao ritual do impeachment, o governo encerra o ano parlamentar buscando acertar os ponteiros com os líderes da coalizão com vistas à nova etapa que virá com a reabertura do Congresso, em fevereiro. Hoje à tarde o ministro Ricardo Berzoini reúne-se com os líderes aliados para um balanço do que já passou – e o pior já teria passado, na avaliação palaciana – buscando recompor a base para enfrentar a tramitação do impeachment na Câmara logo que o Congresso reabrir. À noite, a presidente Dilma abre o Alvorada para uma confraternização com os aliados, para a qual está convidando ministros, deputados e senadores.

Dez dicas para não ser um leitor-cobaia

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Dez dicas rápidas para você, leitor de redes sociais, não ser enganado na guerra cotidiana por corações e mentes que esta deflagrada na internet. Porque, em uma guerra, a verdade (se é que ela ainda existe) é sempre a primeira vítima:

1) Olhe sempre a data do texto – Há muita gente que, por inocência ou sacanagem, reposta links antigos como se o fato tivesse acabado de acontecer. Como o momento em que um fato ocorre é importante para a sua compreensão, a impressão que fica é que o problema se repete por incompetência de alguém num eterno Dia da Marmota.

Reorganização na esquerda enfraquece golpe

Por Breno Altman, em seu blog:

O fato mais importante da semana passada, apesar da importante decisão regulatória do STF sobre o processo de impeachment e a queda de Joaquim Levy, foi a forte mobilização em defesa da legalidade democrática.

Movimentos populares, entidades sindicais e partidos políticos do campo progressista conseguiram, pela primeira vez desde 2013, colocar mais gente nas ruas que as forças conservadoras.

O comparecimento à jornada do dia 16 de dezembro bateu, com folga, as falanges que marcaram presença no dia 13. O placar fechou em 250 mil vermelhos contra 65 mil azuis.

2015 e a tempestade perfeita

Por Fabrício Augusto de Oliveira, no site Brasil Debate:

Se faltavam alguns ingredientes para concluir o processo de formação de uma “tempestade perfeita” para a economia brasileira, estes surgiram recentemente com: (i) a aceitação pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do pedido de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff; (ii) a retirada do grau de investimento do país pela Fitch, que se somou, dessa forma, à decisão tomada pela Standard & Poor’s em setembro; e (iii) a elevação da taxa de juros dos Estados Unidos de 0,25% para 0,5% pelo Federal Reserve Bank, o Fed.

Cunha e Gilmar Mendes: almas gêmeas

Da coluna "Notas Vermelhas", no site Vermelho:

O ainda presidente da Câmara dos deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi durante boa parte de 2015 um ídolo dos golpistas que sonhavam em depor a presidenta Dilma Rousseff. Hoje, com a divulgação de milhões em seu nome em contas no exterior, a admiração persiste, mas envergonhada. É uma idolatria que não ousa dizer seu nome e existe até aqueles que se apressam em renegar o antigo amor, como ratos que, com o coração partido, abandonam o navio que os acolheu, quando este está prestes a afundar.

No entanto, outro ídolo está ocupando o posto deixado pelo moribundo Cunha: o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.

Os negócios da Fundação Roberto Marinho

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Na quinta-feira (17), a cidade do Rio de Janeiro ganhou o Museu do Amanhã, construído na zona portuária onde havia um pier abandonado. O museu faz parte da operação urbana Porto Maravilha, de revitalização e desenvolvimento da região, realizada em parceria público-privada.

A prefeitura conduz o processo, as empreiteiras Carioca Engenharia e OAS constroem, parte dos recursos é de financiamentos do FGTS-FI, o fundo de investimento que faz aplicações dos recursos do Fundo de Garantia e, no caso do Museu, quem toma posse da operação depois de pronto é a Fundação Roberto Marinho, ONG ligada aos donos da TV Globo. A Fundação é duplamente beneficiada: ganha prestígio com mais um museu de grande porte em seu portfólio, e cobra da prefeitura o preço para manter o museu funcionando.

2016 em aberto: hora de repactuar o Brasil

Por Joaquim Palhares, no site Carta Maior:

Foi tão intensa a saraivada de revezes sofridos pela aliança entre o golpismo e a vigarice no final de 2015, que seus protagonistas e a mídia embarcada ainda se agarram à batalha do dia anterior, sem perceber que a roda da história girou.

A barragem humana que se ergueu em São Paulo na quarta-feira, 16/12, na longamente esperada união da esquerda, redefiniu os termos da correlação de forças no país.

Retomar o diálogo para o desenvolvimento

Por João Carlos Gonçalves Juruna

Como mudou a conjuntura de classes sociais no Brasil a partir de 2013? E em que medida esta mudança alterou o apoio à coalisão que, desde 2003, estava à frente da presidência da República? Estas talvez sejam as duas perguntas básicas levantadas no artigo: Cutucando onças com varas curtas – O ensaio desenvolvimentista no primeiro mandato de Dilma Rousseff 2011-2014 [1] do sociólogo André Singer.

Em entrevista para o Jornal O Globo, em 27/09/2015, Singer falou que “a ideia do artigo é mostrar a corajosa ofensiva de Dilma no primeiro mandato” no qual “ela explicitou um confronto com o setor financeiro” e mostrar “que ao final do percurso, ao chamar o ministro Joaquim Levy para a pasta da Fazenda, ela entregou todos os pontos para aqueles que procurou confrontar no primeiro mandato” [2].

Golpe de 64 jamais se repetiria em 2015

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Em 1964, o Golpe tinha os Estados Unidos, o embaixador americano, o chefe da CIA no Brasil e a Quinta Frota a caminho.

Em 2015 não tinha.

Em 1964, o Golpe tinha o mensalão do IBAD.

Tinha o IPES do General Golbery com sua plêiade de empresários paulistas e intelectuais de renome.

O Golpe de 2015 não tinha Golbery: seus substitutos e exegetas não chegam perto em esperteza.

Embora sejam igualmente golpistas e americanófilos.

domingo, 20 de dezembro de 2015

FHC será chamado a depor sobre “petrolão”?

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira (17), a Polícia Federal deflagrou a chamada Operação Sangue Negro, que investiga pagamentos de propinas e desvios de recursos da Petrobras desde o triste reinado do grão-tucano FHC (1995-2002). O montante furtado é superior a U$ 42 milhões. O alvo da ação é a multinacional holandesa SBM, que fez repasses para executivos da Petrobras em contas offshore no exterior referentes a oito contratos mantidos com a estatal. Diante desta bombástica revelação fica a pergunta: o ex-presidente, que adora posar de vestal da ética e lidera a conspiração golpista pelo impeachment de Dilma, será chamado a depor pelo midiático juiz Sérgio Moro? Ou, mais uma vez, ficará confirmada a tese de que basta se filiar ao PSDB para não ser investigado, condenado e, muito menos, preso no Brasil?

Ação da ditadura contra dom Helder Câmara

Por Altamiro Borges

A Comissão da Verdade e Memória de Pernambuco lançou nesta sexta-feira (16) um documento de leitura obrigatória neste momento em que alguns grupelhos fascistas pedem o retorno dos militares ao poder. Intitulado "Prêmio Nobel da Paz: A atuação da ditadura militar brasileira contra a indicação de dom Helder Câmara", o dossiê de 229 páginas relata como os generais golpistas tentaram impedir que o arcebispo de Olinda e Recife recebesse a premiação internacional nos sombrios anos de 1970. Ele reúne inúmeros depoimentos, ofícios e telegramas que descrevem a violenta perseguição ao líder religioso, respeitado no mundo inteiro por sua dedicação à luta dos explorados e oprimidos.

Cunha e PSDB conspiram nas barbas do STF

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Brasil tornou-se um país tão anormal que as conspirações nem sequer cuidam de andar pela sombra.

Hoje, na Folha, o título é escancarado: “Cunha e oposição estudam driblar decisão do STF sobre impeachment”.

A primeira burla já está definida:

Finalmente, as ruas tomam a palavra

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A ambição do impedimento da presidente Dilma é mais do que reverter o resultado das eleições de 2014 – um ano que insiste em não terminar –, jogando ao lixo, com a ordem constitucional irremediavelmente corrompida, a soberania do voto, na qual se assenta a legitimidade da democracia representativa.

O argumento forjado em torno das tais ‘pedaladas’ – e outras chicanas – é simples pretexto para justificar uma petição inepta, firmada por um ancião digno, mas manipulado, um advogado cuja importância está no sobrenome herdado, e uma ‘jurista’ sem nome e sem obra, açulados os três pelos holofotes do momento, e lamentavelmente servindo, conscientemente, de biombo a uma alcateia faminta de poder.

O impeachment e o ódio de classe

Por Marilena Chauí, no site Outras Palavras:

Este texto é a transcrição da fala feita em 16/12, no ato público de intelectuais contra o impeachment. Publicado sem revisão da autora.

“Queria, por um segundo, retomar o que disse Paulo Arantes e manifestar a preocupação que tenho desde agosto de 2013 e manifesto em público, em privado e por escrito. Agosto foi o instante no qual se deu a virada em relação ao que se passara no movimento vitorioso do Passe Livre. Quando os meninos tentaram, com seus símbolos e bandeiras, comemorar na avenida Paulista, foram batidos e ensanguentados por pessoas vestidas com a bandeira do Brasil e que diziam: ‘meu partido é o meu país’.

A imbecilidade do antiterrorismo

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Na abertura de um recente – e bizarro – "Seminário Internacional de Enfrentamento ao Terrorismo no Brasil", o Ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, afirmou que "não existem limites para a preocupação com o terrorismo nas Olimpíadas" e defendeu que o país "aceite a cooperação de órgãos de inteligência internacionais" para diminuir o risco nesse sentido.

No momento em que a Câmara recebe, de volta do Senado, uma "lei antiterrorista", cabe discutir com cautela essa questão, sob a ótica da política exterior brasileira e da nossa relação com outras culturas e países no atual contexto geopolítico mundial.

Até quando vamos aturar Gilmar Mendes?

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Até quando nossa paciência vai aguentar o ministro Gilmar Mendes?

A grande sentença de Cícero contra o conspirador Catilina lembrada esta semana na operação da PF que enfim deu um tranco em Eduardo Cunha se aplica a Gilmar.

Até quando vamos aturá-lo?

Para a esquerda, com carinho

Por Tadeu Porto, no blog O Cafezinho:

2016 vai ser um ano quente, “pelando” como a gente costuma dizer aqui na minha querida Minas Gerais. E, aproveitando o mineirês, posso dizer que não há maneira melhor de enfrentar um ano dessa temperatura, com a sensação térmica do Vale do Jequitinhonha, do que comendo pelas beiradas. Aos poucos, com cautela, mas sem perder o foco de chegar ao centro, no momento oportuno quando a quantidade de calor já não machuca.

Ao defender Azeredo, PSDB afunda

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Ora, ora… Quer dizer, então, que toda aquela conversa dos tucanos de que o PT “protege” seus expoentes que foram condenados pela Justiça não passa de hipocrisia, caradurismo, falta de caráter, desrespeito supremo à inteligência alheia?

Por que não me surpreendo? Simples, porque é óbvio que aquele discurso, como 200% de tudo o que esse partido diz, não passa de canalhice.

O tucano mineiro Eduardo Brandão de Azeredo foi um dos fundadores do PSDB (1988). Governou Minas Gerais pelo PSDB de 1995 a 1999. Em 2005, quando foi acusado pelo Ministério Público de desvio de dinheiro público, era presidente nacional do PSDB.

Cunha esconde rádio em Pernambuco

Por Mônica Mourão, na revista CartaCapital:

Esta semana não foi fácil para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para além da derrota sofrida no Supremo, que invalidou a eleição da Comissão do Impeachment, conduzida à força por ele, na terça-feira 15 as residências do deputado no Rio de Janeiro e em Brasília foram cercadas pela Polícia Federal, com um mandado de busca e apreensão.

No mesmo dia, no Planalto Central, o Conselho de Ética conseguiu, depois de muitos subterfúgios de Cunha para que a ação não andasse, aprovar o prosseguimento da investigação por quebra de decoro parlamentar. Na quarta-feira 16, Cunha foi alvo de manifestações em todo o Brasil e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, numa peça mais do que fundamentada, elencou uma longa lista de ilegalidades para justificar o pedido de afastamento de Cunha não apenas da presidência da Câmara, mas de seu próprio mandato parlamentar.

A guerra mundial de Dilma em três meses

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A primeira rodada do golpe paraguaio foi a tentativa de glosar a campanha de Dilma Rousseff no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), uma manobra envolvendo o presidente Dias Toffoli e seu líder Gilmar Mendes. Falhou no último instante graças ao recuo do Ministro Luiz Fux.

A segunda foi a de abrir o ritual do impeachment com base nas pedaladas, obra do presidente da Câmara Eduardo Cunha.

Ex-blogueiro da Veja é “jogado no lixo”

Por Altamiro Borges

O “jornalista e economista” Rodrigo Constantino, o herói dos fascistas mirins que adora posar com o Pateta da Disney, está abatido. Até agora ele não engoliu a sua demissão sumária da revista Veja em outubro passado, após dois anos de serviços sujos prestados à famiglia Civita. Nesta quarta-feira (16), o ex-blogueiro que se jactava de ser o maior inimigo do PT postou vídeo em sua página na internet com um patético desabafo. Ele informa que suas postagens foram suprimidas do site da Editora Abril. “Apagaram o passado. Foram dois anos de troca, milhares de textos escritos, milhões de visualizações. E esse acervo todo, para uma revista que tem apreço pelo acervo histórico, basta ver tudo digitalizado que tem no site, foi jogado no lixo. Foi apagado e usurpado o direito de você leitor pesquisar o que eu, durante dois anos, escrevi para o portal Veja.com”, choraminga o Pateta.

sábado, 19 de dezembro de 2015

A ofensiva contra o direito de resposta

Por Altamiro Borges

Os barões da mídia, que se acham acima das leis e da democracia, estão em sórdida campanha para sabotar a lei do direito de resposta, aprovada no Senado e sancionada pela presidenta Dilma em 11 de novembro. Nesta cruzada, as entidades patronais – Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert), Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e Associação das Editoras de Revistas (Aner) – já ingressaram com ações na Justiça e contam com a ajuda de seus fiéis amigos no Judiciário. Nesta quarta-feira (16), o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu uma liminar que permite ao juiz de primeira instância revisar decisão que obriga o veículo a publicar o direito de resposta de quem se sentir ofendido com a publicação de uma reportagem difamatória.

“Profissão Repórter” é alvo dos fascistas

Por Altamiro Borges

Na última terça-feira (15), o programa “Profissão Repórter”, comandado pelo jornalista Caco Barcelos, exibiu uma excelente reportagem sobre a onda de ódio e preconceito que contagia o país. Entre outras graves denúncias, ele destacou o drama vivido pela blogueira cearense Lola Aronovich, que desde 2011 recebe ameaças de morte por seu ativismo feminista. Também registrou as provocações contra a Marcha Nacional das Mulheres Negras, realizada em novembro, que foi atacada com bombas e disparos de tiros por fanáticos que estavam acampados em Brasília exigindo o impeachment de Dilma. O programa foi exibido na TV Globo, uma das principais culpadas pelo clima de intolerância no país, e gerou ataques na internet aos jornalistas do “Profissão Repórter”.

MBL hostiliza jornalistas. Cadê a reação?

Por Altamiro Borges

No domingo passado (13), jornalistas da Folha e da Globo foram hostilizados na Avenida Paulista durante a marcha do “Fora Dilma” organizada por vários grupelhos golpistas. Talvez frustrados com a vertiginosa queda na presença, alguns desesperados passaram a culpar a própria mídia pelo fiasco da marcha – logo ela que sempre garantiu os holofotes aos fascistas mirins e é a principal responsável por ter chocado o ovo da serpente do ódio no país. O interessante é que até agora os fanáticos do impeachment, aliados do PSDB, DEM, PPS e SD, não sofreram qualquer condenação das entidades dos barões da mídia.

Lava-Jato investigará PSDB de SP?

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

Em 5 de novembro, saiu no Diário Oficial da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo: Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Alesp aprovou as contas do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) referentes ao exercício de 2014.

Na mesma edição, o DO Legislativo publicou, da página 90 a 124, o voto em separado de dois deputados da Comissão, que desaprovaram as contas: João Paulo Rillo e Teonílio Barba (PT-SP).

Eles elencam diversas justificativas para a rejeição, entre as quais 17 ressalvas e 114 recomendações do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).

O povo tirou o país do abismo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O Brasil viveu vários acontecimentos importantes nos últimos dias. Mas é essencial não perder a noção correta sobre cada coisa. Hoje o Planalto respira mais oxigênio e a fase mais aguda da crise pode ter sido vencida, ao menos até o próximo ataque. O STF mostrou-se capaz de tomar uma decisão responsável em defesa das garantias democráticas no encaminhamento de um processo de impeachment que sequer deveria ter sido iniciado. Até a disputa interna do PMDB assume um aspecto menos doentio. A saída do ministro da Fazenda identificado com a pior recessão econômica enfrentada pelo país em 30 anos tornou-se inevitável.

Os juros nos EUA e a estagnação secular

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Após a fase de otimismo econômico do início da globalização financeira e as políticas receitadas pelo Consenso de Washington do final de década de 1980, passou-se a assistir ao desempenho econômico e social decepcionante, sobretudo desde a crise de dimensão global iniciada em 2008. O regime de expansão das forças produtivas segue muito abaixo do verificado até o início deste século.

O contexto atual de baixo dinamismo econômico vem reforçando cada vez mais as interpretações de que o capitalismo encontra-se mais uma vez em direção à estagnação de longa duração. Os saltos tecnológicos, embora importantes, apresentam-se insuficientes para motivar a volta sustentável do crescimento econômico.

O golpismo naufragado no Brasil

Por Jandira Feghali

Os últimos dias de 2015 nos reservaram uma importante decisão a celebrarmos. A luta contra o golpe institucional teve uma enorme vitória com a decisão recente do Supremo Tribunal Federal. A ADPF protocolada pelo Partido Comunista do Brasil teve o desfecho que a democracia merece: impediu um rito do impeachment eivado de ilegalidades patrocinadas por quem deveria conduzi-lo com isenção e imparcialidade. Mesmo que as manobras continuem, ao sabor do revanchismo diário e oportunista, do presidente da Câmara e da oposição, nosso país demonstrou que estamos mais fortes e unidos contra qualquer ato antidemocrático.

Whatsapp caiu e a culpa é do Facebook

Por Pedro Ekman, no site Carta Maior:

O Brasil amanheceu nesta quinta-feira sem trocas de mensagens pelo Whatsapp e a culpa é do Facebook. Para quem está chegando agora, vale avisar que o Grupo Facebook de Mark Zuckerberg é também dono dos aplicativos Whatsapp e Instagram. A justiça determinou a suspensão por 48 horas do Whatsapp no Brasil por descumprimento de ordem judicial que determinava o acesso a dados do aplicativo de pessoas que estavam sendo investigadas.

Dilma riu por último. Duas vezes

Dilma na 15ª Conferência de Saúde
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Raramente uma situação política inverteu-se tão radicalmente em tão poucas horas. A oposição, que festejava na noite de quarta-feira o voto com que o ministro Edson Fachin frustrou o governo, deixou cabisbaixa o plenário do Supremo antes do final da sessão de ontem, em que a maioria divergiu do relator Fachin e recolocou o rito do impeachment nos trilhos. O mesmo haviam feito os governistas anteontem.

Os ricos, os impostos e os patos

Por João Batista Santos Conceição e Róber Iturriet Avila, no site Brasil Debate:

A cobrança de tributos conforma um relevante aspecto da relação do Estado com a sociedade. Ao longo da história, os papéis do Estado foram alterando, absorvendo cada vez mais funções sociais como saúde, educação, previdência, assistência social, políticas de moradia, para além das básicas como segurança, defesa territorial e mediação de conflitos.

Tais transformações não ocorreram por acaso e tampouco espontaneamente. O processo de acumulação extremamente desigual e a oligopolização da economia constituíram o caldo de cultura para que o sindicalismo e os partidos operários e trabalhistas reivindicassem direitos sociais e distribuição da riqueza por meio de ação do Estado. Isso se deu, sobretudo, após a crise de 1929 e a Segunda Guerra Mundial.

Os desafios do novo ministro da Fazenda?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Confirmado o que todos já intuíam: Nelson Barbosa é o novo ministro da Fazenda.

Além das características que marcaram a escolha , das quais já tratei em post anterior, é preciso fixar alguns significados de sua escolha.

A primeira, óbvia, é que decai o peso do mercado financeiro nas prioridades de formulação de política econômica. Nenhuma virada radical, apenas não mais a total liberdade para o aumento da taxa de juros que, francamente, já há mais de ano se mostra incapaz de deter o avanço da inflação, pela simples razão que a inflação não é, aqui, de demanda por produtos ou crédito, mas um “correr atrás” do ganho financeiro que os altos juros proporcionam, na velhíssima ideia de que as taxas de lucro são, afinal, como vasos comunicantes e, portanto, buscam equilíbrio umas com as outras.

Dilma cresce; Temer, Cunha e PSDB derretem

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

De um dia para outro, mudou tudo de novo. Quinta-feira foi um divisor de águas na crise: as decisões do STF sobre o rito do impeachment e uma sequência de vitórias no Congresso Nacional deram um novo fôlego à presidente Dilma Rousseff nesta reta final de 2015.

Os grandes derrotados do dia foram o vice-presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e todos os caciques tucanos que se aliaram a eles para jogar tudo na derrubada do governo com o apoio da velha mídia.

O Brasil rejeita o golpismo!

Editorial do site Vermelho:

A decisão tomada nesta quinta-feira (17) pelo plenário do STF foi uma grande vitória para os democratas e patriotas brasileiros. Ela restabeleceu o primado da lei e da Constituição federal contra a arbitrariedade golpista que ameaçava a normalidade institucional com base, tão somente, na decisão da oligarquia representada pelo PSDB e seus aliados de direita, subordinados ao imperialismo, de interpretar, torcer e retorcer, a ordem constitucional para servir à sua conveniência e criar um atalho para levá-los, contra a vontade popular, de volta ao governo federal.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Paulinho da Força está pendurado no Cunha

Por Altamiro Borges

O deputado federal Paulinho da Força (SD-SP) deve andar preocupado e deprimido. Por razões ainda obscuras, o ex-dirigente sindical virou o principal defensor do correntista suíço Eduardo Cunha. Ele até parecia um jagunço do achacador. "Estou com ele para o que der e vier", afirmou várias vezes. Só que o mundo dá voltas e o ex-todo poderoso lobista parece que está com os seus dias contados. Nesta semana, a Procuradoria-Geral da República pediu seu afastamento da presidência da Câmara Federal e o Supremo Tribunal Federal abortou a sua "comissão especial do impeachment" de Dilma. Caso ele seja afastado, cassado ou até preso, Paulinho da Força ficará pendurado no Cunha!

A profecia fracassada de Merval Pereira

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Merval viralizou nas redes sociais.

Uma foto na qual ele aparecia prevendo a vitória por ampla margem do voto de Fachin quanto ao roteiro do impeachment se espalhou pelo Facebook e pelo Twitter.

Merval foi merecidamente esculachado. Nunca confunda o papel de jornalista com o do torcedor é um dos pilares do jornalismo, e ele agiu como se estivesse na arquibancada. Por isso se expôs ao justo escárnio dos contrários ao golpe.

O governo enxergará sua única saída?

Por Felipe Amin Filomeno, no site Outras Palavras:

A crise política por que passa o Brasil hoje é complexa demais para ser compreendida pelas formulações maniqueístas que predominam nos debates cotidianos. Tanto a tese da presidenta corrupta quanto a tese do golpe cuidadosamente orquestrado pela oposição são demasiado reducionistas. Há um golpe de Estado em curso, mas ele é difuso, paulatino e contingente. O golpismo atual é como um câncer para o governo Dilma: espalha-se de forma sorrateira de um setor para outro da sociedade, ora se retrai por causa de ações do governo e da mobilização de segmentos da sociedade civil, ora se fortalece pela ação dos partidos de oposição, do judiciário partidarizado, da mídia oligopolista e dos especuladores financeiros. É doença oportunista e difícil de tratar.

O golpe volta a subir no telhado

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

As últimas horas tem sido tão frenéticas que o analista fica desorientado com frequência.

Sinais contrários confundem a cabeça dos mais astutos consultores, quanto mais de um blogueiro sujo imerso há anos nas lutas políticas.

Mensalão, trensalão, petrolão, eleições, golpes, conspirações judiciais, Lava Jato, impeachment, grandes manifestações à direita e à esquerda, a democracia brasileira experimenta crises políticas consecutivas, intermináveis, que nada mais são do que as dores do parto de sua própria história.

A partir do dia 16, ampliar a mobilização

Por Haroldo Lima, no blog de Renato Rabelo:

O dia 16 de dezembro foi um dia de importantes notícias para o movimento democrático brasileiro. Nas assembleias, em tribunais e sobretudo nas ruas, o movimento anti-golpista demonstrou força e tomou fôlego para novas investidas.

Houve a sessão do STF que começou o exame de ação proposta pelo PCdoB. Quando o Ministro Edson Fachin deu sua opinião sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental do PCdoB, a ADPF 378, comentaristas da grande mídia, militantes disfarçados do impeachment, aparecerem saltitantes na telinha e anunciarem que o Fachin mostrou que não tinha golpe, que a versão do impeachment como golpe não resistira à primeira reunião do STF que tratou da matéria. Mas, não era nada disto.

A terceira oportunidade de Dilma

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A sessão do STF (Supremo Tribunal Federal) de ontem foi histórica. Não assegurou o mandato de Dilma. Sua sobrevivência política dependerá do que fizer daqui para frente. Mas definiu normas mínimas de respeito às instituições e aos procedimentos.

Mais que isso, foi um julgamento primoroso, com a apresentação do relatório do Ministro Luiz Edson Facchin – a favor da votação secreta, da indicação da comissão do impeachment votada pela oposição e do afastamento da presidente assim que a Câmara autorizasse o julgamento.

As diferenças nas manifestações do RJ

Por Hildegard Angel, em seu blog:

Não teve palavrão nem bordão obsceno gritado pelo alto falante, não teve mulher pelada, nem pato, nem boneco inflado, muito menos cidadãos exóticos fantasiados de Tio Sam ou soldado camuflado.

Não teve camiseta customizada, cada um vestiu o que tinha e foi como pôde.

Não teve briga, ninguém tentou linchar menor de rua ou senhoras idosas; não houve confrontos com skatistas, ninguém foi agredido por não vestir vermelho.

O mico do doutor Fachin no STF

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                  

Poucas vezes se viu uma autoridade da corte suprema brasileira metido em situação tão constrangedora como a do ministro Fachin. Horas depois ter validado toda sorte de manobras e atropelos regimentais e constitucionais de Eduardo Cunha à frente do processo de impeachment contra a presidenta Dilma, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu, através de ofício enviado ao STF, o imediato afastamento de Cunha da presidência da Câmara dos Deputados e a cassação de seu mandato parlamentar.

Como será o Brasil no pós Fora Cunha

Por Renato Rovai, em seu blog:

Pode-se dizer tudo de Eduardo Cunha. E boa parte do que já se disse a cada dia parece mais justo. Mas não se pode deixar de reconhecer sua extrema habilidade para montar uma rede com tentáculos em quase todos os aparelhos de poder político e econômico do Brasil e que manteve-a pouco visível do grande público e do jornalismo especializado por muito tempo.

Eduardo Cunha já era muito mais poderoso do que se supunha ainda antes de assumir a presidência da Câmara Federal. Sua vitória arrasadora contra as candidaturas do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e da oposição, Júlio Delgado (PSB-MG), em primeiro turno não se deu por acaso. Cada vez fica mais claro que Cunha já controlava boa parte do Congresso porque conseguia operá-lo a partir de acordos heterodoxos.

A matemática militar e os protestos em SP

Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas
Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

Estimativas do tamanho de manifestações populares sempre foram controversas e quase sempre enviesadas. Aquelas para as mais recentes manifestações a favor e contra o processo de impeachment de Dilma foram particularmente curiosas.

Na manifestação da direita, do domingo 13, a Polícia Militar estimou uma presença de 30 mil. O Datafolha, com inusual e improvável precisão, assegurou que foram 40,3 mil, com 37,8 mil no “momento de maior concentração” e 3,7 mil presentes “do começo ao fim”.

Supremo virou Fachin e Cunha pelo avesso

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Chamado para debater o voto do ministro Edson Facchin sobre o rito para o Congresso encaminhar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o plenário do Supremo Tribunal Federal realizou um movimento espetacular e virou a proposta pelo avesso, numa decisão que reafirma os fundamentos de uma Constituição que tem em sua essência a defesa da soberania popular.

A partir do voto dissidente do ministro Luiz Roberto Barroso, o primeiro a votar, formou-se uma maioria clara desde o início dos debates, que terminou por derrubar a principal clausula da proposta de Facchin. Alinhado com o projeto de Eduardo Cunha, aprovado uma semana antes em ambiente de rolo compressor e escândalo inconstitucional, Facchin manteve uma proposta que, na prática, facilitava o encaminhamento do impeachment da presidente, ao deixar nas mãos da Câmara as principais decisões do processo.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O IDH e as manipulações da mídia

Por Altamiro Borges

No início desta semana foram divulgados os dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A mídia tucana, que está em guerra fratricida contra o governo Dilma – incentivando a onda de ódio que contagia setores da sociedade –, fez questão de destacar apenas o item negativo do estudo. Pelas manchetes dos jornalões e comentários da rádio e tevê os “midiotas” ficaram sabendo que o Brasil caiu uma posição no ranking mundial do IDH. A informação relevante de que o país melhorou em vários quesitos da ONU ficou escondida ou simplesmente foi suprimida. Não também foi contextualizada a razão da perda de uma posição no ranking internacional, como se a única culpada fosse a presidenta Dilma.

Dilma lança site com "fatos e boatos"

Os fascistas perderam nas ruas

Por Altamiro Borges

Pela primeira vez neste ano, o quadro de forças se inverteu nas ruas do Brasil. As manifestações pelo impeachment da presidenta Dilma, organizadas por grupelhos fascistas, apoiadas pelos partidos de direita e estimuladas pela mídia privada, foram menores do que as marchas em defesa da democracia. Em várias capitais, milhares de pessoas ocuparam as ruas centrais nesta quarta-feira (16) para rejeitar o golpe, exigir o "Fora Cunha" e, também, para criticar o ajuste fiscal do governo e propor mudanças nos rumos da economia. Os protestos uniram a maior parte da esquerda social e politica e tiveram o apoio destacado de intelectuais, artistas e juristas comprometidos com a democracia. A sensação dos manifestantes foi a da alma lavada, a de que os golpistas perderam nas ruas do Brasil.