quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Resistir em defesa da democracia e do Brasil

Editorial do site Vermelho:

Grave e profundo atentado contra a democracia, o povo e o Brasil foi cometido nesta quarta-feira (31) pela maioria do Senado que aprovou o golpe contra a presidenta constitucional Dilma Rousseff.

A Constituição determina que um presidente da República terá seu mandato interrompido apenas se for comprovado que ele cometeu crime de responsabilidade. Esse crime não foi cometido por Dilma Rousseff, como ficou demonstrado à exaustão durante todo o processo golpista.

A violência deste golpe afronta a democracia e coloca o Brasil de novo na rota do autoritarismo, da eliminação de direitos sociais, políticos e econômicos conquistados pelo povo brasileiro. Ao mesmo tempo beneficia os mais ricos, a especulação financeira e o imperialismo perante o qual os golpistas colocam o Brasil novamente de joelhos. Esta marca indelével dos que tomaram o poder sem a aprovação do voto popular os levará a figurarem de maneira desonrosa e vexatória na história.

A grande noite da humilhação nacional

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O desafio é explicar um golpe que tem, na ponta da fiscalização do TCU (Tribunal de Contas da União) personagens como Aroldo Cedraz e Augusto Nardes, na ponta política, Michel Temer, Romero Jucá, Eduardo Cunha, Aécio Neves e José Serra todos envolvidos em inúmeras denúncias de irregularidades e de uso político indevido do cargo. E, na ponta processual o Procurador Geral da República Rodrigo Janot e o Ministério Público Federal, na ponta jurídica Gilmar Mendes e Dias Toffoli falando em nome da moral e dos bons costumes.

'Anuncia-se uma fase de baixa na economia'

Por Helder Lima, na Rede Brasil Atual:

“Essa vitória do impeachment e a ascensão do governo de Michel Temer se reconecta com as forças neoliberais dos anos 1990 e anuncia uma fase de retrocesso nos direitos sociais e trabalhistas que foram estabelecidos pela Constituição de 1988”, disse o economista e candidato à prefeitura de Campinas Marcio Pochmann (PT) hoje (31), ao comentar o resultado da votação do impeachment no Senado que aprovou a cassação do mandato de Dilma Rousseff. Para o economista, governo e Congresso Nacional agora partem para os ataques a esses direitos.

"El dia triste”: o golpe parlamentar

Por Leonardo Boff, em seu blog:

E aconteceu, que naqueles dias, sicários se travestiram de senadores, em grande número, não todos, e decidiram atacar uma dama honrada e incorruptível que lhes cortava o atalho para chegarem ao poder de Estado. A partir do Estado iriam fazer o que sempre fizeram: aproveitar-se dos bens públicos para autoenriquecimento, escapar desesperadamente do braço da justiça e levar avante sua situação de privilégio, sempre à custa do povo pobre que eles querem manter longe, nas periferias, um exército de reserva, útil para seus serviços quase à moda de escravos.

Sem democracia, o Brasil vai arder

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Foge à compreensão do governo golpista.

Para ele, a hegemonia política se constrói com cooptações e conchavos que assegurem “X” votos de parlamentares.

Não existem movimentos e inconformismos sociais.

A sociedade brasileira é, como no poema de Afonso Romano de Sant’Anna, lembrado hoje cedo por Fernando Molica, diferente disso:

Não nos calaremos! Fora Temer!

Do site da UNE:

A União Nacional dos Estudantes mais uma vez marca o seu lado na história, ao lado da democracia, contra esta conspiração, este golpe político-institucional que engendrou uma fratura ao estado democrático de direito.

Afirmamos com todas as letras, o Brasil sofreu um golpe!

Mesmo fazendo essa denúncia recorrente junto com os movimentos sociais nas ruas e nas universidades de todo o país o Congresso Nacional brasileiro, este que deveria nos representar, cassou Dilma Rousseff.

Protesto gaúcho nas sedes da RBS e PMDB

Foto: Guilherme Santos/Sul21
Por Marco Weissheimer, no site Sul-21:

A página do evento no Facebook já anunciava um ato de grandes dimensões. Em menos de 24 horas, cerca de seis mil pessoas confirmaram presença no ato contra o golpe que começou a se concentrar a partir das 18 horas, na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre. Alguns minutos depois do horário marcado para o início da concentração, os primeiros gritos de “Fora Temer!” começaram a ecoar no centro da capital gaúcha. Em poucos minutos, centenas de pessoas começaram a se reunir na Esquina Democrática. A chuva, que prejudicou o ato chamado para o dia anterior, cessou e o céu chegou a exibir alguns minutos de sol no final da tarde de quarta-feira em Porto Alegre. Os gritos de “Fora Temer” se alternaram com os “Golpistas, fascistas, não passarão” e “Dilma guerreira, mulher brasileira”. Mas o grito mais repetido, desde o início do ato, foi mesmo o “Fora Temer”.

A canalhice a serviço dos bilionários!

Por Edson Carneiro Índio, no site da Intersindical:

A maioria do Senado Federal acaba de chancelar a farsa e o golpe. A canalhice imperou. O ultraje à democracia e à Constituição Federal se constitui em declaração de guerra ao povo brasileiro.

A Intersindical não apoiou a conciliação de classes ou o governo. Mas jamais aceitamos as saídas do grande capital representado completamente pela direita no congresso, na mídia, em setores do judiciário e demais instituições.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Galeria de fotos: atos contra Temer

Belo Horizonte




O primeiro discurso de Dilma pós-golpe

Eleição já! Fora Temer usurpador!

Fotos: Mídia Ninja
Por Jeferson Miola

Os golpistas alcançaram o objetivo: o Senado da República, convertido num tribunal de exceção, aprovou o impeachment da Presidente Dilma sem crime de responsabilidade, em total afronta à Constituição e ao Estado de Direito.

Esta decisão imposta por uma maioria do Senado não surpreende, porque este processo kafkiano não passou de um jogo de cartas marcadas; de uma farsa montada com pretextos ridículos para dar ares de normalidade a um crime perpetrado contra a democracia.

Consuma-se golpe contra a democracia

Do blog de Renato Rabelo:

Diante da destituição de Dilma Rousseff da Presidência da República, a presidenta nacional PCdoB, Luciana Santos, à frente da agremiação que apoiou e saiu vitoriosa pelas mãos de 54 milhões de votos nas eleições de 2014, em nota oficial, atribui ao julgamento do impeachment como “fraudulento”, e sua aprovação, “um golpe contra a democracia”. Em nota, o PCdoB propõe que as forças democráticas, progressistas e populares continuem no caminho da unidade, da amplitude e da resistência.

Segue abaixo a íntegra da nota:

Dois votos, duas sentenças

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Convém prestar atenção à luz que apareceu no segundo tempo da sessão do Senado que aprovou o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, num placar de 61 a 20.

Chamados a dar um segundo voto em separado, no qual tinham de decidir se Dilma deveria manter seus direitos políticos, com a possibilidade de candidatar-se a cargos eletivos sem cumprir uma suspensão prevista de oito anos, sem falar em cargos da administração pública, nada menos que 20 senadores mudaram de posição. Um total de 19 simplesmente votaram pela preservação dos direitos de Dilma. Outros quatro se abstiveram, o que na prática é um voto a favor dela. Com o placar de 42 votos a favor de Dilma, 39 contra, configurou-se uma primeira derrota de Michel Temer minutos depois de ele ganhar o direito de usar a faixa presidencial. Numa simples operação matemática, cabe observar que, se os aliados de Dilma tivessem obtido esses 39 votos na primeira decisão, o impeachment teria sido derrotado por larga margem e ela estaria de volta ao gabinete do Planalto.

Canalhas venceram a batalha, não a guerra

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Aquilo que estudamos no colégio e víamos como algo distante no tempo, sem chance alguma de se repetir, acaba de acontecer novamente.

Os tanques na rua não pegam bem em pleno século 21 (o fracassado golpe militar na Turquia não deixa dúvidas), então foram substituídos por Sérgio Moro e por setores da PF e do MPF para criar o clima propício ao golpe.

De resto, tudo muito parecido com 1964: barões da mídia manipulando a classe média, que, assustada e desorientada (em 64 com a propaganda anticomunista, em 2016 com a propaganda anti PT), dá um tiro de bazuca no próprio pé.

O impeachment e o mundo paralelo da mídia

Por Bia Barbosa, na revista CartaCapital:

O impeachment foi aprovado e a presidenta Dilma Rousseff foi definitivamente afastada. Ao longo dos últimos meses, analisamos por diversas vezes o papel que os maiores meios de comunicação desempenharam na legitimação deste impedimento, na desconstrução e negação dos argumentos da defesa de Dilma e na formação de uma parcela da opinião pública contra o governo legitimamente eleito nas urnas.

Nas últimas 48 horas, tal postura não se alterou, consolidando uma linha editorial que já rendeu livros e certamente será objeto de muitas pesquisas no futuro. Uma vez mais na história brasileira, a urgência da democratização dos meios, de diversidade e pluralidade midiática se confirmou, sem as quais nossa democracia seguirá em permanente risco. Explicamos por quê.


Veja quem passa à História como golpista

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Os senadores que votaram pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff nunca mais deveriam ser eleitos para um cargo público, por uma razão básica: não respeitam eleições. Jogaram no lixo o voto de 54 milhões de brasileiros em Dilma. Por que deveriam ser eleitos para alguma coisa? Quem não tem respeito às urnas deve abdicar de participar do processo eleitoral. Simples assim.

O golpe foi consumado. Ocupar as ruas!

Brasília, 31 de agosto. Foto: Mídia Ninja
Por Adilson Araújo, no site da CTB:

Por 61 votos contra 20 o Senado aprovou nesta quarta-feira, 31 de agosto, o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ela foi afastada definitivamente do cargo para o qual foi eleita em 2014, que será indevida e ilegitimamente ocupado até 2018 pelo vice usurpador Michel Temer. Consumou-se, deste modo, um golpe de Estado contra uma mulher inocente em proveito de uma quadrilha de malfeitores envolvida dos pés aos pescoços nas lamas da operação Lava Jato, que usaram contra o PT e agora pretendem interromper.

Senado enterra a democracia e dá golpe

Por Vagner Freitas, no site da CUT:

A presidenta Dilma foi definitivamente afastada pelo Senado Federal, apesar de não ter sido provado nenhum crime de responsabilidade. O golpe na democracia afetará profundamente a vida dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade e dos brasileiros e brasileiras que mais precisam da manutenção e ampliação dos direitos e das políticas públicas, tanto hoje quanto no futuro. Não se trata de uma simples troca de comando e, sim, da usurpação dos destinos do Brasil por uma parcela da classe política, do judiciário e da imprensa que quer o poder a qualquer preço.

Dilma Rousseff, mártir da democracia

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Com o golpe, acaba-se um tempo, começa outro. Chega ao fim a República de 1988, a Nova República, como também é chamado o período democrático que se seguiu ao fim da ditadura, em 1985, e foi moldado pela Constituição de 1988. No tempo nebuloso do pós-golpe, clara será a figura de Dilma Rousseff como mártir da democracia ferida ainda na infância. A crise vai se aprofundar, trazendo mais dores e perdas para todos. Os vencedores vão desfrutar por algum tempo o poder, levando para sempre a marca de golpistas. Os que resistiram amargarão a derrota mas seguirão livres de vergonha ou arrependimento. O Brasil levará algum tempo para se reencontrar mas Dilma já estará entre os personagens maiores desta saga em que as elites quase sempre decidem excluindo o povo. Dilma, como Lula, como Jango, como Getúlio, despertou as iras do conservantismo nacional porque tentou uma conciliação democrática, que incluía o povo no projeto de Nação.

Dilma sai da presidência maior do que entrou

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Parecia que a melhor hora de Dilma tinha sido seu discurso na véspera do julgamento final do Senado.

Mas não.

Em clareza, grandeza, Dilma se superou na entrevista que concedeu pouco depois de definido o golpe.

Ela declarou guerra ao golpe.

Fortalecer mídia alternativa e unir forças

Por Railídia Carvalho, no site Vermelho:

A coordenadora geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli, lembrou que a partir desta quarta-feira (31) ganha força um novo programa de governo, que começou a se instalar no país desde o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Para a jornalista, a destituição da presidenta pelo Senado nesta quarta (31) deve servir à unificação radical das forças progressistas e populares e ao fortalecimento da mídia independente.

Canalhas! Canalhas! Canalhas!

Por Marcelo Zero

O que começa mal, termina mal.

E o que começa sem ética, termina coberto de vergonha.

Este golpe começou mal, com claro desvio de poder, quando Eduardo Cunha, por abjeta vingança política, aceitou o pedido de impeachment sem crime de responsabilidade. Que ética há nisso? Que moral há nisso?

O passo seguinte foi a sessão da “assembleia nacional de bandidos presidida por um bandido”, como bem a definiu o grande escritor português Miguel de Sousa Tavares. As imagens daquela sessão dantesca, na qual ninguém votou pelos motivos corretos, percorreram o mundo provocando asco moral e apequenando o Brasil. Os jornais do mundo inteiro registraram, para sempre, aquela grande vergonha.

Fora Temer, ainda que tarde!

Por João Pedro Stedile

O golpe parlamentar-judicial-mediático está consumado depois de longos capítulos de uma novela que já se sabia o final, pois a maioria dos atores já tinha recebido para exercer apenas aquele script.

O problema não era da Dilma, que até se esforçou para adotar o ajuste fiscal exigido pela burguesia e entregou a política econômica para o Bradesco, em 2015. Não houve crime, afinal o Sr. Temer também assinou decretos de pedaladas fiscais e mais 17 governadores, entre eles o relator Anastasia. Nenhum deles foi punido.

Golpe consumado. Agora é #ForaTemer

Por Altamiro Borges

O "golpe dos corruptos" foi consumado no início da tarde desta quarta-feira, 31 de agosto de 2016. O usurpador Michel Temer - sem voto, sem legitimidade e rejeitado pelos brasileiros, segundo todas as pesquisas - será o novo "presidente" imposto pelo colégio eleitoral do Senado, que também exerceu a função de tribunal de exceção ao afastar uma presidenta democraticamente eleita e que não cometeu nenhum crime de responsabilidade.

Uma nova fase de luta se inicia no Brasil, na qual a principal bandeira será a do "Fora Temer" - numa reedição da memorável jornada das Diretas-Já, que desgastou a ditadura militar em meados da década de 1980. Alçado ao poder por um golpe midiático-parlamentar-judicial, o Judas tentará impor à nação o programa tucano que foi derrotado nas urnas em outubro de 2014.

Os que festejam hoje vão chorar amanhã!

Por Altamiro Borges

Às 13h30 desta quarta-feira, 31 de agosto de 2016, o tribunal de exceção do Senado aprovou o impeachment da presidenta Dilma, eleita democraticamente por 54,5 milhões de brasileiros. O "golpe dos corruptos" contou com o voto de 61 algozes, a maioria deles mais suja do que pau de galinheiro.

Nas redondezas da Avenida Paulista, centro financeiro de São Paulo, alguns "coxinhas" dispararam as buzinas de seus carrões. Dos prédios, outros fanáticos soltaram rojões e gritaram "Fora Dilma". Mas a vida dá volta e é cruel. Muitos "midiotas" que festejam nesta triste data ainda vão chorar muito num futuro bem próximo do crime que ajudaram a perpetrar contra a jovem democracia brasileira.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

O balcão de negócios do impeachment

Por Altamiro Borges

Após inúmeros discursos e muita polêmica, o Senado deverá votar nesta quarta-feira (31) o desfecho final do processo de impeachment da presidenta Dilma. Pelos argumentos jurídicos apresentados no plenário ficou visível, até para o mais ingênuo "midiota", que o pedido de afastamento tem motivação política - o tal "conjunto da obra. Isto apenas confirma que o Brasil vive um golpe de novo tipo, um golpe midiático-parlamentar-judicial. Mas a argumentação jurídica, porém, parece que é o que menos importa entre os "nobres senadores". Apesar da operação abafa da mídia chapa-branca, o que vale de fato nas últimas semanas em Brasília é o balcão de negócios do impeachment.

Tucaninhos são presos. E os chefões?

Por Altamiro Borges

Na última quarta-feira (24), a Polícia Federal prendeu o presidente do PSDB de Goiás, Afrêni Leite. Investigado pela Operação Decantação, ele é acusado de participar do esquema de desvio de R$ 4,5 milhões dos cofres públicos por meio de contratos fraudulentos da Saneago, a empresa de saneamento do Estado. Segundo a PF, os recursos oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de financiamentos do BNDES e da Caixa Econômica Federal foram desviados para o pagamento de propinas e dívidas das campanhas eleitorais do tucanato. O repasse foi feito através de doações ilegais e alimentou o Caixa-2 do PSDB. Durante a ação, a polícia realizou operação de busca na sede do partido em Goiânia.

A coragem de Dilma e a covardia de Temer

Dilma deu início ao julgamento dos canalhas

Por Jeferson Miola

A consumação do golpe de Estado baseado no processo fraudulento de impeachment da Presidente Dilma é uma questão de horas.

A liturgia que está sendo seguida neste julgamento, com longas sessões no Senado presididas pelo Presidente do STF, é apenas um verniz para aparentar normalidade de funcionamento das instituições que, na verdade, estão sendo destroçadas com o golpe.

A maioria do tribunal de exceção em que se transformou o Senado da República é formada por senadores e senadoras golpistas que já condenaram por antecipação a Presidente Dilma, muito antes do início do processo e independentemente da inexistência de fundamentos jurídicos e legais.

Dilma aniquilou os torturadores de hoje

Impedir o golpe é uma questão de cárater

Foto: Mídia Ninja
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Em três meses fora do Planalto, Dilma Rousseff consumou uma vitória essencial para o futuro de nossa democracia, ao ganhar o debate político sobre a natureza de seu afastamento. Numa virada respeitável, a situação pode ser resumida assim: para além do círculo de políticos, empresários, meios de comunicação e jornalistas diretamente interessados numa derrota histórica do projeto político construído em torno de Luiz Inácio Lula da Silva, pode-se dizer que não há quem não esteja convencido, dentro e fora do país, de que sua saída da presidência representa um golpe de Estado, inaceitável pela própria natureza.

Temer beneficia Globo, Folha e Estadão

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Já que o Governo Temer se mostrou tão zeloso em cortar a publicidade dos blogs e sites progressistas – e não deste aqui, que jamais recebeu um tostão – vou dar minha cota de colaboração para que todos vejam que, quando é para dar publicidade a grande mídia vale tudo, até transformar jornais cariocas e paulistas em gaúchos e usar para isso matéria legal, publicada por determinação judicial.

Defesa histórica inspira a resistência

Por Renato Rovai, em seu blog:

A presidenta Dilma começou a falar no Senado às 9h53 e terminou às 23h47. Quase 14h de uma defesa memorável que vai se tornar uma peça de estudos por muitos e muitos anos.

Uma defesa que já seria histórica se fosse algo mais ou menos razoável, mas não foi só. Foi um show. Um show de coragem, de dignidade e de respeito à biografia e à democracia.

Não é pouco ter dignidade para defender a biografia. No universo da política as pessoas trocam suas biografias por qualquer trocado.

A aula de democracia da presidenta Dilma

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Apesar das negativas dos golpistas de que estão fazendo o que todos veem, a quantidade de pessoas, instituições e até de nações que enxergam que está ocorrendo um golpe de Estado no Brasil desqualifica as tentativas vis, imorais, inaceitáveis de tratar esses questionamentos com desdém.

As multidões que tomaram as ruas e a internet para protestar contra a derrubada da presidente chegam a dezenas de milhares, as figuras públicas que manifestaram repúdio ao processo farsesco mal chamado de “impeachment” são prêmios Nobel, intelectuais, artistas, chefes de governo, líderes religiosos e tantos e tão importantes cidadãos “comuns”, os órgãos de imprensa que opinam que esse processo é viciado são veículos como o francês Le Monde, o inglês The Guardian, o norte-americano The New York Times, o alemão Deutche Welle…

"Temer é coadjuvante, o líder é Cunha"

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Afastada do poder há mais de cem dias, Dilma Rousseff estava em sua 12ª hora de depoimento no Senado quando Cristovam Buarque assumiu o microfone do plenário para interpelá-la. Decidido a abraçar de vez a aventura do impeachment sem crime de responsabilidade, após meses “indeciso”, o parlamentar ignorou o esgarçado pretexto das pedaladas fiscais e a questionou sobre a escolha do peemedebista Michel Temer como seu vice. “O que ele teve de tão bom que quatro anos depois a senhora repetiu o nome dele como seu companheiro de chapa?"

A consciência tranquila de Dilma

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Com o discurso coerente e a postura mais uma vez altiva, serena e digna diante dos algozes, a presidenta Dilma Rousseff assegura o lugar no panteão das vítimas históricas da injustiça. Caso este golpe se concretize, como tudo indica que irá, Dilma estará ao lado de João Goulart, Salvador Allende, Joana d’Arc, Sacco & Vanzetti e tantos outros grandes homens e mulheres imolados pelas forças reacionárias “em nome do povo”. Como neles, a palavra “honra” cabe como uma luva à biografia de Dilma. Em companhia oposta, na dos covardes e dos traidores, estarão os que a condenaram –e isto inclui os lamentáveis meios de comunicação que dominam nosso país.

Golpe fede mais do que banheiro químico

Por Bepe Damasco, em seu blog:

A "semana da vergonha", como bem a definiu o ex-presidente Lula, começou com a frase histórica da senadora Gleisi Hoffmann, que esfregou na cara dos corruptos do Senado, que querem roubar 54 milhões de votos dos brasileiros, uma verdade corrosiva : "vocês não têm moral para julgar a presidenta Dilma."

Na sequência, um exemplo acabado de moralista sem moral, o presidente do Senado, Renan Calheiros, entrou em cena para pedir moderação, mas acabou se despindo da fantasia da sobriedade ao lançar mão de mentiras e baixarias contra a senadora Gleisi e os adversários do golpe na Casa. Para ele, os senadores da oposição devem ter um comportamento bovino diante do estupro da Constituição.

Dilma sacudiu as consciências

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

É possível que Dilma não tenha virado votos com seu comparecimento ao Senado mas é certo que mexeu com algumas consciências no plenário e com a vastidão do imaginário popular em relação ao processo. O discurso, a firmeza, a disposição para o debate, o preparo intelectual, tudo somou para fazer de sua apresentação um ato de estadista, ainda que seja o último como presidente da República. 

A inarredável caracterização do impeachment como golpe parlamentar, sintonizado com a nova realidade da América Latina, que não comporta mais as velhas quarteladas, pode não ter mudado a correlação de forças, mas semeou desconforto entre seus algozes. Eles sabem que, mesmo ganhando a guerra para tirá-la do cargo, perderam a disputa pela narrativa desta tragédia grega. 

Cunha manda no covil golpista de Temer

Por Altamiro Borges

Bem que a mídia golpista e o seu dispositivo partidário gostariam de esconder o nome do correntista suíço Eduardo Cunha na sessão do Senado desta segunda-feira. Afinal, ele chefiou a “assembleia de bandidos” que deflagrou o processo de impeachment. Após realizar o trabalho sujo, ele foi afastado da presidência da Câmara, mas segue em atividade tentando salvar o seu mandato – contando com o apoio nada discreto de Michel Temer, que morre de medo da sua “delação premiada”. O esforço para esconder o bandido, porém, esbarrou na determinação de Dilma Rousseff de cutucar a ferida. Respondendo a vários senadores, ela fez questão de citar o nome do líder do “golpe dos corruptos”.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Discurso de Dilma repercute no mundo

Por Altamiro Borges

Os golpistas fizeram de tudo para evitar a presença de Dilma Rousseff diante do tribunal de exceção do Senado na manhã desta segunda-feira (29). Espalharam boatos e estimularam a cizânia. Temiam a repercussão do seu pronunciamento - no Brasil e no mundo. A pressão dos covardes, porém, não deu resultado. "Coração valente", a presidenta foi ao plenário - acompanhada de artistas, intelectuais e de lideranças políticas e sociais - e fez um discurso altivo e contundente. Durante horas, Dilma também aguentou as provocações dos falsos moralistas, respondendo com firmeza aos algozes. O efeito foi imediato. Nas redes sociais, a hashtag #Pelademocracia foi a mais acessada no twitter mundial. Na imprensa internacional, o histórico discurso teve ampla repercussão.

Aécio: "o primeiro a ser comido" no Senado

Por Altamiro Borges

Em seu histórico discurso no Senado na manhã desta segunda-feira (29), a presidenta Dilma mandou um recado direto para o cambaleante Aécio Neves, presidente do PSDB. "Desde a proclamação dos resultados eleitorais, os partidos que apoiavam o candidato derrotado nas eleições fizeram de tudo para impedir a minha posse e a estabilidade do meu governo. Disseram que as eleições haviam sido fraudadas, pediram auditoria nas urnas, impugnaram minhas contas eleitorais, e após a minha posse, buscaram de forma desmedida quaisquer fatos que pudessem justificar retoricamente um processo de impeachment. Como é próprio das elites conservadoras e autoritárias, não viam na vontade do povo o elemento legitimador de um governo. Queriam o poder a qualquer preço".

A grande imprensa e o governo do golpe

Por Paulo Kliass, na revista Caros Amigos:

Um dos aspectos mais importantes que devem ser creditados ao sucesso da “operação golpeachment” refere-se ao papel exercido pelos grandes meios de comunicação ao longo de todo o processo. A participação da grande imprensa foi essencial para ajudar no estabelecimento de uma leitura hegemônica a respeito da inevitabilidade do afastamento da Presidenta.

Muito já foi pesquisado e escrito a respeito das relações incestuosas da tríade estabelecida entre “mídia, poder e dinheiro”. O caso brasileiro ocorrido entre 2014 e 2016 vai se transformar certamente em objeto de um sem-número de dissertações, teses, livros e filmes. A vitória de Dilma em sua campanha pela reeleição só foi possível graças à intensa mobilização popular que se verificou entre o primeiro e o segundo turnos durante o mês de outubro de 2014. A partir dali tem início uma ampla articulação conservadora visando impedir que Rousseff conseguisse chegar ao final de seu segundo mandato.

O contundente discurso de Dilma

Foto: Jonas Pereira/Agência Senado
Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Diferentemente do senador Álvaro Dias (PV-PR), que, em entrevista, afirmou que o discurso de Dilma Rousseff no Senado foi “bom em retórica”, analistas ouvidos pela RBA consideraram o pronunciamento na manhã de hoje politicamente eficiente. “Eu temia que ela fosse para argumentos muito técnicos, mas ela deu um tom político claro à fala. Deu a base da estrutura do processo de impeachment e marcou uma posição importante. Não foi tímido, foi um discurso quente, que se posicionou, teve lado, e não tentou ir para uma linha tecnicista”, diz o cientista político Vitor Marchetti, da Universidade Federal do ABC (UFABC).

Dilma usa as vestes da democracia

Por Hildegard Angel, em seu blog:

Enquanto se desenvolve a sessão da defesa da presidenta Dilma, vai se consolidando a convicção de que não é Dilma Rousseff que está no banco dos réus, é a nossa Democracia, é um projeto que ousou contemplar o Brasil como um todo, contemplar o povo brasileiro, a nossa soberania.

E isso cada vez mais, na medida em que vemos se apresentarem senadores com textos decorados, discursos trazidos de casa na pontinha da língua, como se estivessem blindados a qualquer argumentação, surdos e cegos às verdades que lhes são hoje ditas, arraigados aos objetivos fisiológicos que os levam, com sede ao pote, a pretender um golpe, que podará todos os direitos às minorias, às mulheres, aos trabalhadores, com a precarização das leis trabalhistas, a “flexibilização” da CLT e, com isso, de todos os direitos trabalhistas, o congelamento de despesas com saúde e educação por 20 anos, a desvinculação das pensões e aposentadorias ao salário mínimo, relegando nossos idosos e deficientes à absoluta miséria, privatizando todas as nossas riquezas, sem para isso tenha havido aprovação popular…

Dez sugestões aos cínicos golpistas

Por Gilson Caroni Filho, no Jornal GGN:

1. Votei em Dilma e voltaria a fazê-lo se os seus oponentes fossem os mesmos.

2. Não me agradou o fato de ela ter adotado a agenda neoliberal, mas isso não justifica impeachment. Afastar uma presidente, eleita legitimamente, sem provas concretas de sua culpabilidade, é golpe. Não sejam cínicos.

3. A situação econômica do país não é justificativa para remoção de uma mulher que pode ter mil defeitos, mas é honesta. Lembrem-se que foi o esgotamento da política neoliberal de FHC que levou Lula a assumir a presidência da República, em eleições limpas, no já distante ano de 2002. Se estavam descontentes com o governo atual que esperassem 2018. Não sejam cínicos.

Aécio Neves, "o candidato derrotado"

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Uma das melhores cenas da sessão da manhã do Senado foi quando Dilma citou o “candidato derrotado”. Dilma sublinhou o adjetivo “derrotado”.

Sem que nada houvesse sido obviamente combinado, a câmara da TV Senado se fixou em Aécio. E os memes se multiplicaram pelas redes sociais.

É assim que Aécio, o Abominável Aécio das Neves, vai passar para a história. Como o candidato conservador que ao ser batido nas urnas iniciou o processo de golpe que tragicamente vai chegando ao fim.

Um discurso para a História

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Breno Altman, em seu blog:

A presidente Dilma Rousseff não falou apenas como uma governante ameaçada por um golpe de Estado, mas como combatente pela democracia e pela justiça.

Seu discurso foi limpido e emocionante. Acusou seus acusadores. Desmascarou seus interesses. Expôs suas manobras e falsidades. Apontou o caráter de classe do golpismo.

Declarou sua inocência com altivez e dignidade. Portou-se, perante as ratazanas do Senado, com a mesma firmeza de mirada com a qual, há mais de quarenta anos, enfrentou seus algozes em um tribunal militar.

Na farsa do Senado, só falta o Cunha

Por Jeferson Miola

A imprensa internacional exprime com absoluta precisão a verdade que a Globo e a imprensa golpista do Brasil escondem.

No mundo inteiro o impeachment é divulgado pelo que é: um golpe de Estado, um atentado à democracia e à Constituição; uma farsa montada por políticos corruptos para derrubar uma Presidente inocente.

O francês Le Monde avalia em editorial que “se esse não é um golpe de Estado, é no mínimo uma farsa”. Para o inglês The Guardian, “o impeachment de Dilma é tragédia e escândalo”. O argentino Página12, por exemplo, lançou o livro “Golpe no Brasil – genealogia de uma farsa”. O New York Times alerta que estão “tentando tirar a líder do Brasil, mas enfrentam acusações contra si mesmos”.

Duvivier e o poema do "Fora Temer"



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Poemas inéditos de Temer revelam novas facetas do interino

Gregorio Duvivier - Folha de S.Paulo, 29 de agosto

POÉTICA

Chamar-me-ão de vampiro
De golpista ou morto-vivo
Chamar-me-ão de mordomo
Ou de vice decorativo
Alguns me chamam de Drácula
Outros usam Nosferatu
Alçaram-me à presidência
Pra acabar com a Lava Jato
Confessar-vos-ei meu nome
Antes que eu me vá embora
Meu segundo nome é Temer
Meu primeiro nome é Fora

O discurso histórico de Dilma no Senado

Foto: Jornalistas Livres
Por Altamiro Borges

Sem se intimidar diante dos seus algozes - com a mesma altivez que enfrentou os generais no tribunal de exceção da ditadura militar -, a presidenta Dilma Rousseff apresentou a sua defesa na sessão do Senado desta segunda-feira (29). "Coração valente", ela encarou os senadores: "Diante das acusações que contra mim são dirigidas, não posso deixar de sentir novamente o gosto amargo da injustiça e do arbítrio. Mas como no passado, resisto. Não esperem de mim o obsequioso silêncio dos covardes". Ao falar sobre o êxito das Olimpíadas no Brasil, ela chorou. Dilma também criticou o papel nefasto da mídia no golpe. Vale conferir a íntegra do seu discurso, que entrará para a história: