terça-feira, 13 de setembro de 2016

Temer garfou propina de Belo Monte?

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Por Altamiro Borges

Na segunda-feira passada (5), a Folha revelou que a Polícia Federal encontrou indícios de que o PMDB e quatro senadores do partido receberam propina das empreiteiras que construíram a usina de Belo Monte, no Pará. Segundo o relatório, que já se encontra no Supremo Tribunal Federal (STF), a sigla abocanhou R$ 159,2 milhões das nove empresas responsáveis pelas obras na hidrelétrica para as eleições de 2010, 2012 e 2014. O interessante é que a grave denúncia já sumiu do jornal e não teve maior repercussão no restante da mídia chapa-branca. O curioso também é que a Folha evitou citar o Judas Michel Temer, que era o presidente nacional do PMDB e que hoje ocupa o posto de usurpador no Palácio do Planalto.

Quem deu a ordem ao capitão infiltrado?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A presença do capitão do Exército William Pina Botelho, infiltrado entre um grupo de manifestantes presos em São Paulo durante protesto de 4 de setembro, não pode ser tratada como um episódio banal da conjuntura. Envolve um fato grave, que deve ser apurado e esclarecido, pois diz respeito às liberdades e direitos fundamentais de todo cidadão brasileiro.

A pergunta a ser esclarecida é básica: o capitão agia por conta própria ou obedecia a superiores? Neste caso, quem eram? O que pretendiam?

O delinquente caiu, mas a luta continua!

Por Jean Wyllys, no blog Cafezinho:

Hoje, muito tardiamente, o Brasil se livrou da presença nefasta de Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados. Por 450 votos SIM, 10 votos NÃO e 9 abstenções, foi aprovado o requerimento do PSOL e a Rede que pedia a cassação do mandato do réu. Começamos essa luta sozinhos - eu mesmo enfrentei Cunha desde muito antes de ele ser presidente da Casa e avisei que ele era um perigo para a democracia! - e, graças à mobilização da sociedade, e especialmente da comunidade LGBT, das mulheres, dos negros e negras e da juventude, finalmente conseguimos derrotar esse bandido. É uma vitória enorme da bancada do PSOL, com apenas seis deputados. E é, sobretudo, uma vitória da sociedade brasileira.

O Brasil e o perigoso jogo da história

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Embora muita gente não o veja assim, o afastamento definitivo de Dilma Roussef da Presidência da República, em votação do Senado, por 61 a 20 votos, no final de agosto, é apenas mais uma etapa de um processo e de um embate muito mais sofisticado e complexo, em que está em jogo o controle do país nos próximos anos.

Desde que chegou ao poder, em 2003, o PT conseguiu a extraordinária proeza de fazer tudo errado, fazendo, ao mesmo tempo, paradoxalmente, quase tudo certo.

A mídia e os direitos humanos

Do jornal Brasil de Fato:

A Plataforma Mídia sem Violações de Direitos, desenvolvida pelo Intervozes em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, permite que qualquer cidadão possa fazer reclamações sobre possíveis abusos cometidos por emissoras de televisão. Seu lançamento acontece nesta quarta-feira (14), às 9h30, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).

O canal é um instrumento da campanha homônima "Mídia sem Violações de Direitos", que também será apresentada no evento. Por meio dela, foram monitorados 28 programas policialescos veiculados pela televisão ou pelo rádio, por 30 dias, em dez capitais brasileiras. O estudo revelou a ocorrência de 4,5 mil violações de direitos e 15.761 infrações a leis brasileiras e a acordos multilaterais ratificados pelo Brasil.

O custo e o fracasso da aventura golpista

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Economistas sérios, que entendem de política, se é que existem, deveriam fazer o cálculo do custo da aventura golpista que derrubou a presidente Dilma. Antes de tudo, é verdade que existia uma crise econômica em curso desde antes de 2015 e que, em boa dose, os erros do governo, somados a problemas estruturais do país, a agravaram. Mas é inegável que a crise política, estimulada artificialmente pelo inconformismo da derrota por parte do PSDB e do resto da oposição, que se aliaram ao chantagista Eduardo Cunha, potencializaram a crise ao extremo, criando uma situação de ingovernabilidade, de retração ainda maior da economia e de cisão política da sociedade.

"Capitão Balta" e os militares no golpe

Por Renato Rovai, em seu blog:

O repórter Fausto Salvadori, da Ponte Jornalismo, traz à tona a verdadeira identidade de Baltazar Nunes, o Balta, um informante que se infiltrou em grupos de jovens que defendem o Fora Temer.

O nome verdadeiro do agente secreto tabajara, que não conseguiu enganar nem usuários do Tinder com suas cantadas suspeitas, é Willian Pina Botelho, capitão de inteligência do Exército.

Numa democracia que se respeite, que tivesse uma mídia com um pingo independência, com jornalistas menos covardes, um judiciário ao menos relativamente sério, uma OAB que não fosse golpista, uma ABI que não se calasse aos desígnios patronais, promotores que não estivessem em boa medida mais preocupados com flashes do que com investigações sérias, isso geraria uma crise institucional.

Direitos fundamentais e o futuro incerto

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Num livro publicado pela primeira vez em 1912, o constitucionalista mexicano, professor Emilio Rabasa (La Constituición y la Dictadura, Ed. Porrúa, México 2006), ao falar, sobre o sufrágio universal, reportando-se ao que ocorria na França, à época, diz que lá “são os operários das grandes fábricas, mediante a intervenção de patrões benquistos (que não chegam a prevalecer como grupos subordinados) “e portanto são apenas perturbadores”. Era a época em que o Estado de Direito não aparecia, ainda, como Estado Social de Direito, no qual os “perturbadores” passam a ter um protagonismo democrático que redesenhou a sociedade de classes, ao longo do século passado.

Modelo de concessões elevará as tarifas

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

"As críticas ao modelo de concessões do governo Dilma não enganam ninguém. O que eles querem é adotar um modelo ditado pelo mercado, em que os investidores pagarão juros de mercado, impondo aos usuários tarifas mais altas. Além do mais, relicitando o que foi concedido, mudando as regras depois do jogo, acenam com uma preocupante insegurança jurídica”, diz a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), na véspera do anúncio do novo modelo de concessões pela administração Temer.

Cai Eduardo Cunha, um dos chefes do golpe

Do site Vermelho:

O processo contra Eduardo Cunha começou em novembro de 2015. Nesta segunda-feira (12), aliados dele ainda tentaram adiar a votação final, mas as manobras não surtiram o efeito esperado. O mais longo processo de cassação da história da Câmara dos Deputados encerrou o mandato o ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por 450 votos a 10.

“É o resultado que o povo brasileiro aguardava. Não há mais tolerância para mentira e quebra da democracia. Ao virar essa página, vamos enfrentar firmemente a agenda nociva do presidente golpista Michel Temer, que quer enxugar direitos sociais e trabalhistas”, garante o líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), que considera este dia histórico no Parlamento.

Cunha finalmente é cassado. Falta ser preso!

Por Altamiro Borges

O mais longo processo de cassação da história da Câmara Federal, que durou 11 meses, finalmente acabou às 23h54 desta segunda-feira (12). O correntista suíço Eduardo Cunha foi cassado por ampla margem de votos – 450 a favor e dez contra. No seu discurso de defesa, aos prantos teatrais, o líder do golpe dos corruptos, que presidiu a sessão de horrores que deu a largada ao processo de impeachment de Dilma, ainda ameaçou os seus comparsas, que o traíram na reta final da votação: “Amanhã será qualquer um de vocês”. E foi enfático e didático ao afirmar que sua cassação é “o preço que eu estou pagando para o Brasil ficar livre do PT. É o processo de impeachment que está gerando tudo isso. O que quer o PT? Um troféu para poder dizer que é golpe”.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

'Fantástico' detona filha de Cunha. Fedeu!

Por Altamiro Borges

O Fantástico deste domingo (11) disparou um torpedo contra Eduardo Cunha, que pode ser cassado pela Câmara Federal. O programa mirou na filha do correntista suíço, Danielle Dytz, revelando que o seu casamento custou mais de R$ 400 mil. A reportagem evidencia a crueldade e a frieza da famiglia Marinho. A TV Globo festejou a eleição do famoso lobista para a presidência da Câmara Federal, em fevereiro de 2015. Durante meses, ela simplesmente escondeu todos os seus pobres. Afinal, Eduardo Cunha tinha a missão - quase divina - de desestabilizar a presidenta Dilma e preparar o clima para o seu impeachment. Consolidado o golpe dos corruptos, porém, a Rede Globo passou a tratar o aliado como bagaço e agora, na véspera da sua cassação, ela cava fundo sua sepultura. Sem dó nem piedade!

Temer vai engavetar a Lava-Jato?

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Por Altamiro Borges

No áudio de uma conversa entre mafiosos, Romero Jucá já havia confessado que o principal objetivo do impeachment de Dilma era "estancar a sangria" das investigações da Lava-Jato. O vazamento do diálogo causou a primeira queda no "ministério de notáveis", mas Romero Jucá se manteve como "o homem-forte" de Michel Temer e virou presidente do PMDB. Agora, a insuspeita revista "Veja", não se sabe ainda por quais motivos oportunistas, traz uma entrevista bombástica com o quarto ministro defenestrado do covil golpista. "O governo quer abafar a Lava Jato", garante Fábio Medina Osório, que foi exonerado do cargo de chefe da Advocacia-Geral da União (AGU) nesta sexta-feira (9).

Temer e Cunha irão ao palanque da Marta?

Por Altamiro Borges

A senadora Marta Suplicy, que militou no PT por 33 anos e teve o apoio da sigla para galgar vários cargos públicos, pretendia aproveitar o sentimento antipetista disseminado pela mídia para alavancar a sua campanha à prefeitura de São Paulo neste ano. Mas os crescentes protestos contra o "golpe dos corruptos" e pelo "Fora Temer", que agitam a capital paulista quase todos os dias, podem atrapalhar o seu plano eleitoreiro e oportunista. A nova correligionária de Michel Temer e Eduardo Cunha - dois ícones do falso moralismo - até tenta disfarçar o incômodo. Mas tudo indica que seus marqueteiros, com base em pesquisas qualitativas, já perceberam o peso das péssimas companhias.

Michel Temer e o golpe comunista em curso

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Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Em entrevista ao jornal O Globo, Michel Temer disse que, quando despacha em sua mesa e ela tem todos os assentos ocupados, sente-se como o imperador Carlos Magno.

''Eu me sinto aqui como Carlos Magno. Quando eu tinha 11 anos de idade, eu ganhei um livro chamado “Carlos Magno e os 12 cavaleiros da Távola Redonda” e eu li aquele livro e era assim: os 12 cavaleiros.”

Para um desavisado, Michel teria apenas misturado as histórias do imperador europeu, que viveu entre os anos 742 e 814, e a Távola Redonda – lendária mesa redonda em torno da qual sentaram-se valorosos cavaleiros da corte do não menos lendário (ou fictício) rei Artur.

Globo virou o Diário Oficial da União

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Como previsto, o Globo retomou rapidamente sua vocação de Diário Oficial da União.

Foi assim ao longo de toda a ditadura militar, e também nos governos civis que vieram depois. Isso só mudou na Era PT.

A lógica é: eu apoio incondicionalmente e você me enche de mamatas, a começar por bilionárias verbas publicitárias. E também não me incomoda com coisas como minhas sonegações.

Um punhado de otários consumistas

Por Ladislau Dowbor, na Rede Brasil Atual:

Eu costumava jogar futebol bem, e ia com meu pai ver o Corinthians jogar no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Mas, principalmente, brincávamos entre nós, onde e quando podíamos, com bolas improvisadas ou reais. Isso não é nostalgia dos bons tempos, mas um sentimento confuso de que quando o esporte foi reduzido a ver grandes caras fazendo grandes coisas na TV, enquanto a gente mastiga alguma coisa e bebe uma cerveja, não é o esporte, mas a cultura no seu sentido mais amplo, que se transformou numa questão de produção e consumo. Não em alguma coisa que nós próprios criamos.

Tudo em Temer é hipocrisia

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A entrevista de Michel Temer a O Globo e a manchete do Estadão desenham o que é Michel Temer: um homem vazio de qualquer conteúdo, exceto o de sua natureza traiçoeira e ambiciosa.

Tudo ali é falso, inclusive a “modéstia” de dizer que não quer o retrato e a faixa presidenciais.

Considera-se legitimado porque “nós ganhamos a eleição por 3,2 milhões de votos”, referindo-se à vantagem de Dilma sobre Aécio Neves nas eleições de 2014, (nem aí é exato: foram 3.459.963 votos de diferença), o que lhe permite o paupérrimo argumento:


O que a esquerda tem diante de si?

Por Wladimir Pomar, no site Brasil Debate:

Em qualquer processo de longo prazo, muitas vezes até mesmo para garantir sua continuidade, faz-se necessário um parênteses de ajustamentos ou mudanças estratégicas e/ou táticas. A aprovação, pelo Senado brasileiro, do golpe de impeachment contra a presidente Dilma, alargou um desses parênteses que já vinham colocando em risco a ainda pouca democracia, assim como as limitadas conquistas, que haviam beneficiado as camadas trabalhadoras e populares brasileiras nos últimos anos.

O horizonte se fecha para Eduardo Cunha

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Por dez votos a um, o Supremo Tribunal Federal rejeitou, nesta quinta-feira, 8, um recurso do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB), para suspender o processo de cassação aberto contra ele na Câmara. A votação definitiva no plenário da Casa está prevista para segunda-feira 12.

O parlamentar recorreu à Corte sob a argumentação de que houve irregularidades na tramitação do caso na Comissão de Constituição e Justiça e no Conselho de Ética da Câmara. Alegou, ainda, que o processo de cassação não poderia continuar enquanto ele estiver afastado de seu mandato, pois isso cercearia seu direito de defesa.

Tragédia coreana antecipa Previdência

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Quem procura uma informação de qualidade sobre os efeitos da Reforma da Previdência a longo prazo poderia perder cinco minutos de reflexão examinando uma tragédia ocorrida na Coréia do Sul em tempos recentes.

País com grau de desenvolvimento médio, embora mais avançado do que o Brasil em vários aspectos, na década de 1990 o sistema de aposentadorias que a sociedade coreana construiu ao longo de séculos veio abaixo a partir de uma das reformas estruturais que faziam a glória do chamado Consenso de Washington naquele período.

Não havia e nunca houve, na Coreia do Sul, uma Previdência como aquela que conhecemos.

Aquarius, a resistência censurada

Por Jeferson Miola

Aquarius é exuberante em significados. É impossível não ser tocado pela mensagem transmitida com sensibilidade e inteligência pelo diretor Kleber Mendonça Filho.

É uma obra que será eternizada, ainda que pareça datada neste momento medonho e triste da política brasileira. O substrato principal da história é a resistência de Clara, a personagem interpretada magnificamente por Sonia Braga.

domingo, 11 de setembro de 2016

“Fora Temer” assusta Fátima Bernardes

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Por Altamiro Borges

Na quinta-feira passada (8), a apresentadora Fátima Bernardes foi surpreendida com um protesto político em seu programa ao vivo na TV Globo. Dois integrantes da banda do músico Johnny Hooker, o tecladista e o baterista, exibiram as suas camisetas: “Fora Temer” e “Quem não tem voto caça com golpe”. A iniciativa teve imediata repercussão nas redes sociais. Os fãs do cantor – que gravou uma das músicas da trilha sonora da nova série da emissora, “Justiça” – elogiaram a ousadia. Já a famiglia Marinho, que apoiou o “golpe dos corruptos” e tenta embelezar a imagem do usurpador, ficou bem incomodada com o protesto em seu próprio estúdio, conforme revela o blogueiro Mauricio Stycer, do UOL:

11 de setembro e o papel nefasto da mídia

Por Altamiro Borges

Os bárbaros atentados de 11 de setembro de 2001 continuam gerando intensas polêmicas. Há divergências sobre as suas causas e sobre a resposta dos EUA. Há suspeitas, até, sobre a postura de George W. Bush. Infelizmente, porém, pouco se fala sobre o papel que a mídia desempenhou neste episódio que abalou o mundo. Na verdade, a mídia prefere evitar este tema tão constrangedor.

Os atentados confirmaram a tese de que os impérios midiáticos servem aos interesses políticos e econômicos da classe dominante. Como já ensinou o marxista Antonio Gramsci, nos momentos de crise e tensão, a imprensa desempenha o papel de partido do capital. Ou, segundo a máxima do senador ianque Hiram Johnson, “a primeira vítima, quando começa a guerra, é a verdade”.


O Congresso e a Justiça têm lado

Por por Silvio Caccia Bava, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Todos já sabem, dentro e fora do Brasil, que o impeachment é uma farsa para tirar do poder a presidenta eleita e o PT. Não há crime para condenar Dilma. Se a justificativa for ainda o combate à corrupção, os mentores do golpe deveriam também ser acusados pela Lava Jato. Evidências não faltam, aliás, são abundantes e existem há muito tempo. Basta lembrar o excelente trabalho do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que apresentou farta documentação das contas de tucanos em paraísos fiscais em seu livro Privataria tucana.

A 'sociedade civil gelatinosa' do golpismo

Por Francisco Fonseca, no site Carta Maior:

O golpe parlamentar efetivado em 31 de agosto foi o resultado de diversos fatores conjugados voltados à desestabilização política, institucional, social, informativa, ideológica e moral do Governo Dilma. Abaixo alguns dos principais personagens, fatores e fenômenos desse longo processo de golpeamento da democracia e de incriminação fascista de um governo e de um partido político. A forma abaixo apresentada não é necessariamente hierárquica ou cronológica, uma vez que vários dos processos elencados ocorreram de forma simultânea:

O agente que colocou a foto no Tinder

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Nos tempos em que Salazar governava Portugal, e os portugueses se faziam merecedores de piadas, a mais frequente era a do secreta português que usava distintivo orgulhosamente na lapela.

Nos últimos anos, a piada é o Brasil. E já temos nosso secreta: o ardiloso capitão do Exército Wilson Pina Botelho, codinome Balta.

O anonimato é o instrumento de trabalho do secreta. O capitão colocou sua foto no Tinder, viveu gloriosamente o papel de esquerdista padrão, passando pelo crivo técnico de adolescentes namoradeiras. Como um James Bond dos trópicos, usou o charme para seduzir uma jovem sonhadora e inserir-se em perigosa organização terrorista.

Aumento de jornada agrava o desemprego

Por Adilson Araújo, no site da CTB:

Em pleno século 21, que acumula notáveis avanços das novas tecnologias e da produtividade do trabalho humano, é no mínimo lastimável que esteja sendo colocado na agenda governamental o aumento da jornada de trabalho para 12 horas diárias e a flexibilização dos contratos com o primado do negociado sobre o legislado ou do mercado sobre a Lei.

A ascensão de Temer ao governo, na carona de um impeachment sem crime de responsabilidade, assanhou o patronato. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, chegou ao ponto de defender uma jornada de 80 horas semanais sob o argumento de que serão necessárias “mudanças duras” na legislação trabalhista e na Previdência para sair da crise.

Cassação de Cunha trará o imponderável

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

“Se não houver compromisso com o combate à corrupção, este governo vai derreter”, disse Fabio Osório antes de ser demitido da AGU porque contrariou os esforços para abafar a Lava Jato. Sua demissão foi uma evidência dessa falta de compromisso. Outra, bem eloquente, está na passividade do governo diante da votação de segunda-feira para cassar o mandato de Eduardo Cunha. A cassação assombra, mas a salvação também será péssima para o governo, fortalecendo a ideia de que colabora com a grande pizza que vem sendo amassada no pós-golpe.

Quem derrubou Dilma pode descartar Temer

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

O impeachment da presidenta Dilma Rousseff não foi o desfecho do golpe e muitas surpresas negativas ainda podem vir por aí. A avaliação é da historiadora e doutora em ciências políticas Isabel Lustosa. Para ela, contudo, a reação que surge nas ruas à destruição de conquistas que vêm desde a Constituição de 1988 pode complicar os planos das forças que tomaram o poder.

“A segunda etapa do golpe é a eliminação do Lula como ator político”, afirma Isabel, em entrevista ao Portal Vermelho, concedida nesta quinta (8). Ela prevê ainda que, sem popularidade e citado em delações da Lava Jato, o presidente Michel Temer pode ser descartado por seus aliados, após a virada do ano. Desta forma, uma eleição indireta poderia levar ao poder alguém que dê ao governo do golpe certa imagem de moralidade e eficiência, com o objetivo de levar adiante o programa de desmonte do Estado brasileiro.

A jornada de trabalho e os escravocratas

José Luiz Del Roio
Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                          

É precisa a definição do militante de esquerda José Luiz Del Roio, ex-senador italiano, para as propostas do governo golpista de Temer: "Elas são anti-históricas, embutem violência social e vão unificar a luta das centrais sindicais contra essa ofensiva de um patronato escravocrata."

O governo ilegítimo insiste em "cutucar onça com vara curta". Menospreza e reprime os protestos, mas eles crescem de forma impressionante e se disseminam pelo país, chegando às cidades do interior. Esperneia quando é chamado de golpista, mas essa narrativa emplacou queiram os usurpadores ou não.

PEC-241 e a resistência ao desmonte

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

Em meio à confusão política pouco se falou da gravidade da Proposta de Emenda à Constituição nº 241/2016, encaminhada ao Congresso, ainda durante a interinidade do governo Michel Temer, com o objetivo de congelar, em termos reais, o gasto público pelo período de vinte anos.

Denunciar as consequências catastróficas dessa iniciativa para o futuro do país e para o povo brasileiro é tarefa dos partidos de oposição e dos movimentos sociais. Sua eventual aprovação, além dos malefícios decorrentes da redução do orçamento público, obrigará a realização de outras reformas com redução de direitos, com destaque para a seguridade social (previdência, saúde e assistência social).

Lava-Jato é uma fraude política

Por Wanderley Guilherme dos Santos, no blog Segunda Opinião:

Governo usurpado não ouve o que está na boca de todos. Ministros se desentendem, avançam, recuam e o mundo não lhes dá a menor bola. Milhares de pessoas vão às ruas e só a polícia as vê e espanca. Criou-se um muro insuperável entre o que talvez já seja a absoluta avalanche da opinião pública e os filmetes de cinema mudo de Brasília. A solenidade inexpressiva do rosto de Michel Temer é lombrosiana: ele é oco. A autoridade pública privatizou-se, nenhuma pode ir à padaria. 

sábado, 10 de setembro de 2016

Aliados traem Eduardo Cunha, o vingativo!

Por Altamiro Borges

Prevista para ocorrer na próxima segunda-feira (12), a votação do processo de cassação de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara Federal, pode ligar o ventilador no esgoto da política nacional. Segundo a imprensa, vários deputados do chamado “centrão”, a máfia que dava sustentação ao correntista suíço, já ameaçam traí-lo. A perda do mandato pode encurtar o seu caminho e da esposa Cláudia Cruz para a cadeia. Famoso por seu temperamento vingativo e por guardar segredos de vários comparsas do golpista Michel Temer – há quem fale que ele financiou a campanha de mais de 120 parlamentares –, a sua cassação gera nervosismo no Palácio do Planalto.

A estratégia do jornalismo de guerra

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O golpe de 2016 teve uma contribuição vital do “jornalismo de guerra”. Esta foi a expressão utilizada pelo editor chefe e colunista político do Clarín Julio Blanck para designar o serviço sujo que seu jornal fez para desestabilizar o governo de Cristina Kirchner.

As grandes empresas de mídia brasileiras praticaram um jornalismo de guerra desde que Lula e o PT ascenderam ao poder, em 2003.

Lamentavelmente, é inegável que foram bem-sucedidas em seu projeto macabro.

A pressão total sobre Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Michel Temer foi colocado no Planalto para fazer a degola dos direitos sociais e dos serviços públicos.

Michel Temer foi colocado no Planalto para acabar “com essa porra aí” da Lava Jato.

Michel Temer foi colocado no Planalto porque isso marcaria a “retomada econômica” e traria uma enxurrada de dólares ao país.

Michel Temer foi colocado no Planalto para dar fim à esquerda como força política viável no país.

Os desafios do golpe continuado

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Por Roberto Amaral, em seu blog:

O golpe de Estado que confiscou o mandato da presidente Dilma Rousseff e feriu de morte a soberania do voto, pedra angular da democracia representativa, não se consumou no dia 31 de agosto, quando o Senado Federal, prostrando-se de cócoras para ficar no mesmo nível da Câmara dos Deputados do dia 17 de abril, votou o impedimento. A arquitetura do processo golpista remonta ao final das eleições de 2014, quando o PSDB primeiro tenta eivar de fraude o processo eleitoral, e em seguida, interpõe recurso junto ao TSE visando à cassação da chapa Dilma-Temer, o que, não sabiam os tucanos naquele então, poderá brevemente lhes trazer sérias dores de cabeça. 

Três teses equivocadas sobre o Estado

Por José Celso Cardoso Jr. e Paulo Kliass, no site Brasil Debate:

I. Introdução

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/2016 propõe a instituição de um Novo (porém não necessariamente melhor!) Regime Fiscal, a vigorar por vinte exercícios financeiros seguidos. Para tanto, o texto fixa, em cada ano, um limite individualizado para a despesa primária total do Executivo e demais poderes da esfera federal.

Para 2017, o limite será calculado pela aplicação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-IBGE) à despesa primária realizada no exercício de 2016. Para os anos posteriores, o valor do limite referente ao exercício imediatamente anterior, corrigido pela inflação. Para fins de verificação do cumprimento do limite estabelecido a cada ano, será considerado o somatório das despesas que afetam o resultado primário no exercício, incluídos os restos a pagar referentes às despesas primárias.

O impeachment da soberania popular

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:

Palavras de Ulysses Guimarães na sessão de promulgação da Constituição de 1988: “A sociedade foi Rubens Paiva e não os facínoras que o mataram. Foi a sociedade, mobilizada nos colossais comícios das Diretas Já, que, pela transição e pela mudança, derrotou o Estado usurpador. Termino com as palavras com que comecei esta fala: a Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança. Que a promulgação seja nosso grito: – Mudar para vencer! Muda Brasil”.

FMI já fala grosso com Temer. Surpresa?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num gesto de compreensível prudência, até agora Michel Temer ainda não apareceu em público usando a faixa presidencial. Mas os velhos colonizadores do capital financeiro já entenderam a mensagem emitida no momento de sua posse: é hora de voltar a falar grosso com o governo brasileiro.

Olha só. Participando de um debate sobre América do Sul em Washington, o diretor do FMI Alejandro Werner, responsável pelo Departamento do Hemisfério Ocidental, disse que o Brasil não deve esperar por investimentos capazes de permitir a rápida retomada da economia. Antes disso, precisa mostrar que “está comprometido com ajustes em sua economia para obter maior crescimento”, informa o Valor Econômico. Para Werner, embora o mundo esteja em crise, é bom fazer uma distinção: “Todas as economias estão numa posição fiscal mais fraca. Mas há aquelas que devem ter um reajuste mais forte e deverão e enviar sinais que o sistema político está mais comprometidos com este ajuste”. Um desses países, diz Werner, “é o Brasil”.

Justiça nega registro de prefeito do PSDB

Por Antonio Barbosa Filho

O prefeito de Taubaté, no Vale do Paraíba paulista, José Bernardo Ortiz Júnior, do PSDB, teve seu mandato cassado há poucas semanas pelo TSE, por haver participado de formação de cartéis para compra de materiais escolares pela FDE - Fundação para o Desenvolvimento da Educação, do governo Geraldo Alckmin. A autarquia - a mais importante do setor educacional paulista, com orçamento de quase quatro bilhões de reais, era presidida pelo pai de Ortiz Júnior, que acabou sendo afastado pela Justiça e, depois de meses, demitido pelo governador.

O STF e os factoides fascistas

Por Mauro Santayana, em seu blog:

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que determinava o bloqueio dos bens da Odebrecht no valor de até R$ 2,1 bilhões em processo voltado para apurar supostos desvios na construção da refinaria Abreu e Lima.

A decisão liminar do ministro liberou a movimentação dos bens, e reforçou o entendimento - já manifestado por ele mesmo em ocasiões anteriores - de que o TCU - cujo nome já passou da hora de ser mudado - não passa de um órgão administrativo auxiliar do Poder Legislativo, que não tem autoridade para bloquear, por ato próprio, dotado de autoexecutoriedade, bens de particulares e não possui atribuições típicas do Judiciário.

Tivemos um golpe; teremos ditadura?

Por Tadeu Breda, no site Outras Palavras:

A discussão sobre se foi ou não foi golpe está definitivamente superada. As articulações entre Eduardo Cunha e Michel Temer, as conversas entre Sérgio Machado e Romero Jucá, a seletividade da Lava Jato e o impeachment aprovado na Câmara e no Senado por todas as razões possíveis e imagináveis, menos pelas tais pedaladas fiscais que embasam o pedido – e que também foram praticadas por FHC e Lula e que são praticadas por governadores e prefeitos brasileiros –, já esclarecem do que se tratou o processo. Isso sem contar a deposição de uma presidenta sobre quem não pesa nenhuma acusação formal, muito menos uma condenação, e que mesmo assim foi julgada pelos membros do gangsterismo unido da República, condenada – mas sem perder os direitos políticos – e substituída por um cidadão “ficha suja” a quem a justiça eleitoral considera inelegível.

Cinco propostas contra os trabalhadores

Do jornal Brasil de Fato:

O anúncio de que a reforma trabalhista proposta pelo governo poderá ampliar a jornada diária em até 12 horas, feito pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, nesta quinta-feira (7), trouxe preocupação ao Planalto.

Dada a repercussão negativa da declaração, o presidente não eleito Michel Temer (PMDB) orientou Nogueira a reafirmar que não haverá retiradas de direitos dos trabalhadores.

Frente ampla e chega de conciliação!

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Num evento dessa sexta-feira, 9 de setembro, na sede do Barão de Itararé, Guilherme Boulos, líder do MTST, fez aguda análise, que aqui se reproduz de forma não literal.

- O Golpe quer fazer rapidamente uma regressão social inédita.

- O Golpe tem os 2/3 do Congresso para revogar a CLT: basta aprovar o PL 4 330 que terceiriza tudo; e aprovar o negociado sobre o legislado.

- Com isso, a CLT não será mais obrigatória.

Golpe e a luta pela liberdade de expressão

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A imposição de uma brutal agenda de retrocessos e os ataques à liberdade de expressão foram temas de debate promovido pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) nesta sexta-feira (9), em São Paulo. Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), e os jornalistas Renata Mielli e Paulo Henrique Amorim ressaltaram a importância da resistência nas ruas e nas redes e criticaram o autoritarismo do governo ilegítimo.


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Tarifa de energia sobe 500%... na Argentina

Por Altamiro Borges

O argentino Mauricio Macri e o brasileiro Michel Temer comungam dos mesmos dogmas neoliberais de desmonte do Estado, da nação e do trabalho. A diferença entre eles é que um foi eleito e o outro liderou um “golpe dos corruptos” para chegar ao poder. A cada dia que passa, a legitimidade do primeiro definha. Na semana passada, mais de 200 mil trabalhadores ocuparam o centro de Buenos Aires para protestar contra a sua política econômica de austeridade fiscal e regressão dos direitos. A marcha serviu como preparativo para uma greve geral que já está sendo organizada pelas centrais sindicais e pode infernizar ainda mais a vida do empresário-picareta que ocupa a Casa Rosada.

Golpistas com contas na Suíça. Quem mais?

Por Altamiro Borges

No final de agosto, um dos delatores da Lava-Jato, o agiota Zwi Skornicki, garantiu à Polícia Federal que o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, abandonou R$ 39 milhões de propina em contas na Suíça. Pouco antes, em junho, a imprensa noticiou que a Odebrecht mantinha neste mesmo país um sofisticado sistema de informática para pagar subornos. Dois famosos correntistas suíços já foram denunciados: o ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, que deu à largada ao processo de impeachment de Dilma, e o ex-ministro Henrique Alves, que foi enxotado do covil de Michel Temer. Será que outros golpistas também têm contas secretas na Suíça - o que explicaria a pressa para dar o "golpe dos corruptos" e para "estancar a sangria" das investigações da Lava-Jato?

Contra Temer e o golpe, Diretas-Já!

Editorial do site Vermelho:

O povo brasileiro aprende com sua história e com a luta política da qual é protagonista.

Este espírito de luta é reafirmado, hoje, na resistência contra o golpe de Estado parlamentar que deu origem à presidência ilegítima de Michel Temer.

O exercício do poder pelo presidente usurpador tem sido contestado diariamente por manifestações que ocorrem desde o dia 31 de agosto, quando foi consumado o golpe que afastou do poder uma presidenta sem crime de responsabilidade.

Acordão da Lava Jato e a hipocrisia nacional

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Conforme previsto, caminha-se para um acordão em torno da Lava Jato que lança a crise política em uma nova etapa com desdobramentos imprevisíveis.

Movimento 1 – os ajustes na Lava Jato

Trata-se de um movimento radical do Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot, que praticamente fecha a linha de raciocínio que vimos desenvolvendo sobre sua estratégia política.