segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Mídia promove as fantasias de Doria

Por Altamiro Borges

Logo no seu segundo dia como prefeito de São Paulo, o ricaço João Doria se fantasiou de gari para lançar uma demagógica campanha de limpeza da cidade. Ele pegou na vassoura, talvez pela primeira vez na vida, por alguns segundos – o serviço já havia sido feito pelos verdadeiros garis durante a madrugada. Na sequência, ele se vestiu de pintor e apagou os grafites nos muros de uma avenida da capital. O fascistoide preferiu o cinza para embelezar a cidade. Já neste sábado (21), João Doria – que derrapou ao tratar as pessoas com deficiência como “defeituosas” – percorreu cem metros em uma cadeira de rodas para testar a acessibilidade nas calçadas. Toda esta picaretagem marqueteira, porém, ganhou os holofotes da mídia.

Morte de Teori vai “estancar a sangria”?

Por Altamiro Borges

Nos seus telejornais, a TV Globo jura de pé junto que a morte do ministro Teori Zavascki e de outros quatro passageiros na queda de um jatinho em Paraty (RJ) foi decorrência do mau tempo. Tamanha insistência inclusive gera desconfianças. Já nas redes sociais, muita gente acredita que o relator da midiática Operação Lava-Jato foi assassinado. Pesquisa do Instituto Paraná aponta que 83% dos brasileiros acreditam nesta hipótese. No momento, porém, tudo é só especulação. Apenas uma rigorosa apuração – se é que ela será feita – poderá explicar o que de fato ocorreu. Uma certeza, entretanto, já é quase consensual, inclusive em setores da mídia chapa-branca. Quem mais ganha com o falecimento de Teori Zavascki é a quadrilha que assaltou o poder no ano passado.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Cunha vai detonar o palanque de Bolsonaro?

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o jornal Estadão noticiou que o lobista suíço Eduardo Cunha, que está preso desde outubro passado, já teria definido uma contagem regressiva para iniciar a negociação da sua delação premiada no bojo da midiática Operação Lava-Jato. Ele estaria insatisfeito com a possiblidade da prisão de sua esposa e com a “traição” dos seus comparsas no Congresso Nacional e no covil golpista de Michel Temer, que o abandonaram por completo. Ainda segundo o jornal, ele já teria “mandado recados” aos seus antigos aliados e deu um prazo até final de janeiro para abrir o bico. Um dos alvos da sua irritação é o PSC, legenda presidida pelo “pastor” Everaldo que pretende dar voos mais altos com o lançamento da candidatura presidencial do fascista Jair Bolsonaro.

Nem Temer salva o jornal O Globo

Por Altamiro Borges

O usurpador Michel Temer bem que se esforça para recompensar os mercenários da mídia que protagonizaram o “golpe dos corruptos”. Distribui verbas publicitárias – só para as revistonas o aumento da grana foi de 900% nestes oito meses – e garante outras benesses na alcova. Mas apesar deste socorro, a situação dos veículos de comunicação, principalmente da mídia impressa, é cada dia mais grave. Quem sofre são os profissionais destas empresas que são tratados como escravos – inclusive alguns jornalistas, mais realistas do que o rei, que teimam em chamar o patrão de companheiro. Nesta semana, a famiglia Marinho promoveu a fusão das redações dos jornais O Globo e Extra. Resultado: mais de 30 profissionais demitidos!

O que o Moro foi fazer no velório?​

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

O cachalote, aquele em quem o professor Belluzzo identificou traços do "sábio idiota", foi a Porto Alegre para o velório do Ministro Teori.

"Nem tudo está perdido", disse Moro, de forma enigmática.

"Tudo", o que?

A prisao do Lula para que não seja candidato em 2017 ou 18?
Ou a jurisprudência do "não vem ao caso", no caso de tucanos gordos?

O velório de Teori e o sorriso de Serra

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

“Às vezes, quase sempre, em política e judiciário, o criminoso está presente no velório”. Teori Albino Zavascki

José Serra dando risada e a gangue de Temer reunida em torno do caixão no velório de Teori Zavascki.

Poucas imagens são tão emblemáticas da tragédia brasileira quanto essas.

Serra, citado na Lava Jato como destinatário de 23 milhões de reais que teriam sido pagos por meio de caixa dois em contas no exterior, tenta influenciar a escolha do novo ministro do STF.

Trump, Lava-Jato e a era das incertezas

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

O que tem a ver a posse do bufão Donald Trump na presidência dos Estados Unidos e o futuro da Lava Jato no Brasil após a morte trágica de Teori Zavascki?

Estes dois fatos sem nenhuma ligação entre si têm um ponto em comum: jogam o Brasil e o mundo na era da incerteza.

Incerteza é a palavra mágica para definir o que está acontecendo neste começo de 2017 no momento em que ninguém pode prever o que vai acontecer amanhã, na semana que vem ou no próximo ano.

Temer e companhia no velório de Teori

Foto: Beto Barata/PR
Por Henrique Cartaxo, no site Jornalistas Livres:

A presença Temer e seus homens no velório de Teori Zavascki foi fotografada com empenho especial pela imprensa ali presente. O evento prometia as tais imagens de mil palavras.

Cumpriu a promessa, como era inevitável. E o Brasil já vê, e bem lê, o grupo de engravatados, Michel Temer, Alexandre de Moraes, Eliseu Padilha, Geraldo Alckmin, Rodrigo Maia, José Serra, velando um caixão coberto com a bandeira do Brasil. A foto não é a coisa fotografada: a imagem se descola da sua realidade e dá espaço para abstrações do simbolismo da cena.

Morte de Teori exige distância de Temer

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Glenn Greenwald, no site The Intercept-Brasil:

O ministro do Supremo Tribunal Federal responsável pela Operação Lava Jato morreu após o avião particular de pequeno porte em que ele era tripulante cair no mar na tarde de ontem. Embora não haja provas de que a queda não tenha passado de um acidente causado pelas condições meteorológicas, as circunstâncias políticas levaram a pedidos e, evidentemente, exigem uma investigação rigorosa e independente, assim como uma proteção robusta para que a investigação de corrupção possa prosseguir com integridade.

Meirelles foi a Davos leiloar o Brasil

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

Henrique Meirelles, o Ministro da Fazenda do governo golpista de Michel Temer foi a Davos, no Fórum Econômico Mundial, oferecer aos investidores facilidades para ingressar no Brasil, em uma verdadeira "doação" de nossas riquezas nacionais. Na verdade, embora a mídia comercial conservadora não tenha informado a respeito, Meirelles foi a Davos mostrar que o governo Temer está fazendo tudo o que manda o figurino neoliberal.

Previdência e a "revolução demográfica"

Por Osvaldo Bertolino, no site da Fundação Maurício Grabois:

Sua vida será pior quando você se aposentar? Essa pergunta foi feita a 5.500 pessoas em 11 países. Os entrevistados tinham mais de 25 anos, estavam empregados e nos melhores níveis de renda. Céticos, 56% dos franceses disseram que sim. Temerosos da crise, 53% dos japoneses concordaram. Desesperançados, 38% dos brasileiros assinaram embaixo. “O Brasil registrou o pior nível entre os países emergentes”, disse Norman Sorensen, responsável pelas operações internacionais da seguradora norte-americana “Principal”, que promoveu a pesquisa. “Os brasileiros estão profundamente desconfiados de que não vão receber seu dinheiro quando se aposentarem”, afirmou.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Começa a Era Trump...

Ilustração: Emanuele Del Rosso/Cartoon Movement
Por Ignacio Ramonet, no site Carta Maior:

Alguns dias depois do acordo entre Rússia e Turquia que permitiu acabar com a interminável batalha de Alepo, ao ler um famoso semanário francês, encontrei o seguinte comentário: “a crise permanente no Oriente Médio está longe de ser resolvida. Uns pensam que a solução passa obrigatoriamente pela Rússia, enquanto outros acreditam que tudo depende da Turquia. Entretanto, o que fica claro agora é que, de novo, e definitivamente – ou ao menos podemos desejar que assim seja –, a Rússia tem em suas mãos os argumentos decisivos para por um ponto final nesta crise”. O que tem de interessante este comentário? O fato dele ter sido publicado pela revista parisina L’Illustration, em… 10 de setembro de 1853.

Arquivo queimado. E agora?

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Não é preciso transformar o ministro Teori Zavascki, morto num acidente suspeitíssimo, em herói. Encarregado do processo da Lava Jato no STF, ele foi, como quase todos os seus colegas, incapaz de defender a Constituição e a imparcialidade da justiça. Mas é facílimo identificar os que se beneficiam com seu desaparecimento. Em primeiro lugar o presidente Temer; seu “governo de réus” (para usar a feliz expressão de Paulo Sérgio Pinheiro); as cúpulas do PSDB e PMDB; e centenas de deputados e senadores destes e outros partidos governistas. Todo este grupo estaria ameaçado e desmoralizado já a partir de fevereiro, quando Teori homologaria as delações premiadas dos executivos da Odebrecht, expondo a corrupção e hipocrisia dos que derrubaram o governo eleito e tomaram o poder em maio.

Na Globo, "mercado" festeja morte de Teori

Da Rede Brasil Atual:

“É simplesmente inacreditável que o mercado financeiro veja como positiva a morte de Teori Zavascki. A explicação, dada pela jornalista da Globo, assusta pela completa falta de humanismo diante de um acidente trágico”, escreveu ontem (20) o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) em sua página no Facebook, ao postar vídeo de notícia da Globo News sobre o comportamento do mercado financeiro.

O próprio título é cruel com o ministro morto em acidente aéreo em Paraty na quinta-feira (19): “Mercado financeiro abre positivo com dados da China, posse de Trump e morte de Teori”. Na matéria divulgada na manhã de ontem (20), na abertura dos trabalhos do mercado financeiro, a jornalista Thais Herédia afirma: 

Serra negocia Base de Alcântara com EUA

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Brasil e Estados Unidos retomaram secretamente as negociações de um acordo sobre o uso de uma base militar brasileira no Maranhão para o lançamento de foguetes norte-americanos. Encerradas em 2003, início do governo Lula, as conversas voltaram por iniciativa do ministro das Relações Exteriores, José Serra, interessado em uma relação mais carnal entre os dois países.

O embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, conversou sobre o assunto com o subsecretário de Assuntos Políticos do Departamento de Estado norte-americano, Thomas Shannon, ex-embaixador em Brasília. Uma proposta mantida até aqui em sigilo foi elaborada e apresentada pelo Itamaraty a autoridades dos EUA. Teria sido rejeitada, segundo CartaCapital apurou.

Lava-Jato pode acabar para os golpistas

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Continuam surgindo indícios de que a morte de Teori Zavascki pode não ter sido apenas um acidente. Nas primeiras horas da manhã de sexta-feira (20), espalhou-se a notícia de que o site contendo a base de dados do avião em que o ex-ministro do STF morreu foi acessado 1.885 vezes no dia 3 de janeiro último, duas semanas antes do desastre.

Apesar dos indícios e do imenso número de interessados na paralisação das investigações da Lava Jato contra políticos com foro privilegiado, há sempre uma turma para a qual tudo é teoria da conspiração – o golpe parlamentar contra Dilma que este blog enxergava como plenamente possível anos e anos antes de ocorrer era visto como “exagero” pelos mesmos que, agora, acham que a morte de Teori foi uma infeliz coincidência.

Sergio Moro e o marketing da morte

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Indecoroso. Não há outra palavra para definir o “discurso” de Sérgio Moro no velório de ministro Teori Zavascki.

Não foi uma visita final a alguém que está sendo velado. Nessas, o visitante contrito, é silencioso, respeitoso.

Também não é o discurso fúnebre, que faz que tem autoridade ou amizade com o morto a quem se está dando as despedidas.

A Lava-Jato com a morte de Teori

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Figura curiosa, a do Ministro Teori Zavascki.

No cargo, personificou a figura do magistrado, com as virtudes públicas da discrição, da firmeza, em tempos em que Ministros passaram a se comportar como celebridades e figuras públicas se confundem com perfis de Facebook e, para se tornar presidenciável basta cometer frases como “não se mude do Brasil, mas mude o Brasil”.

O viés de baixa do Brasil

Por Cynara Menezes, na revista Caros Amigos:

Um ano atrás, nesta mesma época, ao desejar aos leitores um “feliz ano novo”, imaginei, pensando de forma otimista, que 2016 pudesse ser o ano em que afinal sairíamos da “deprê”. Nossa, nunca errei tanto. O ano de 2016 conseguiu ser pior do que 2015. Nem me arrisco a pensar o que será de 2017.

O Brasil entrou inegavelmente num viés de baixa desde que a direita, ops, o gigante acordou, em 2013. Depois disso, perdemos até de 7 a 1 para a Alemanha... Mas, ao contrário de muitos esquerdistas, não culpo os manifestantes de junho pela escalada fascista que se seguiu àquela jornada. É preciso reconstituir os fatos para entender o que se passou desde então.

Eliseu Padilha: tempo para quê?

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Carece de esclarecimento a declaração do ministro-chefe da Casa Civil de Temer, Eliseu Padilha, sobre consequências da morte do ministro do STF Teori Zavascki: "A morte, por certo, vai fazer com que a gente tenha, em relação à Lava Jato, um pouco mais de tempo agora para que as chamadas delações sejam homologadas ou não".

“A gente” quem? O governo? Os delatados e seus advogados? O Supremo?