Nem presidente de Partido, nem político profissional, nem o Papa, sabem em quem votarão daqui a três anos. Toda pesquisa a tanta distância do pleito, só serve para os candidatos pedirem doações (caixa-2) e pra mídia ter assunto.
Lembro-me (e recordo a todos) que no primeiro mês do primeiro mandato de Lula, o Datafolha fez "pesquisa" que dava 40% dos votos a José Serra, quatro anos antes da sucessão! Aquele índice embasou toda a cobertura da mídia, os planejamentos dos atores políticos e econômicos, etc. Deu no que deu: Lula reeleito, Serra no fundo do poço (de onde nunca mais saiu, aliás).quarta-feira, 11 de dezembro de 2019
Bolívia: agressão cruel aos direitos humanos
Polícia boliviana ataca manifestantes em Cochabamba, 15/11/19. Foto: AFP |
Membro da Assembleia Permanente de Direitos Humanos em El Alto, cidade boliviana onde ocorreu o massacre de Senkata em morreram oficialmente 10 manifestantes e 30 ficaram feridos à bala, o ativista David Inca denunciou o terrorismo de Estado praticado por Jeanine Áñez. A “autoproclamada” presidenta reconhece que há, até o momento, 34 manifestantes mortos, 800 feridos e 1.500 prisioneiros.
Nesta entrevista exclusiva, o humanista que nos acompanhou na visita ao hospital de El Alto, alertou para “os riscos da campanha de silenciamento, perseguições e ameaças” desencadeada pelos golpistas contra jornalistas, “com o objetivo de invisibilizar as vítimas”. “Quem está conseguindo romper o cerco midiático é a imprensa internacional, pois a mídia nacional está tendo uma relação comercial, mercadológica, que informa à medida em que o veículo recebe publicidades do governo, censuras ou ameaças”, frisou.
terça-feira, 10 de dezembro de 2019
Bolsonaro, o pirralho que fala fino com Trump
Greta se chama de “pirralha”, mas pirralho é o presidente do Brasil |
Fabio Porchat é autor de uma das melhores frases do ano.
“Bolsonaro não governa, ele se vinga”, disse o humorista do Porta dos Fundos.
A gestão bolsonarista se destaca por esse tipo de comportamento destrutivo com relação a velhos ressentimentos.
Chamado de racista a vida toda, ele escala um ativista negro que odeia o movimento negro para a Fundação Palmares.
O sujeito oculto das candidaturas avulsas
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Enquanto o ministro Luiz Roberto Barroso organiza audiências públicas sobre a possibilidade de candidaturas avulsas disputarem cargos eletivos, o sujeito oculto dessa discussão, Jair Bolsonaro, permanece em silêncio do outro lado da Praça dos Três Poderes.
Vivemos num país onde a "filiação partidária" é "condição de elegibilidade"( artigo 14, parágrafo 3o da Constituição).
Isso quer dizer que, salvo uma mudança na própria Constituição, com base no ritual necessário para alterações na carta de 1988, as candidaturas avulsas estão proibidas -- um fato tão evidente que, embora este debate seja assunto recorrente nos jornais e mesmo tribunais, até agora a discussão jamais avançou.
Vivemos num país onde a "filiação partidária" é "condição de elegibilidade"( artigo 14, parágrafo 3o da Constituição).
Isso quer dizer que, salvo uma mudança na própria Constituição, com base no ritual necessário para alterações na carta de 1988, as candidaturas avulsas estão proibidas -- um fato tão evidente que, embora este debate seja assunto recorrente nos jornais e mesmo tribunais, até agora a discussão jamais avançou.
Mudança silenciosa na política econômica
Por Paulo Nogueira Batista Jr., na revista CartaCapital:
Desde a grande recessão de 2015-2016, a economia brasileira tem patinado lamentavelmente. De 2017 a 2019, o crescimento ficou sempre abaixo do projetado pelos economistas. E o PIB per capita permaneceu estagnado.
Comprovou-se uma vez mais a nossa incapacidade de antecipar o futuro. Apesar disso, não há quem não nos pergunte: 2020 será diferente?
Arrisco responder na afirmativa. Se não houver choques de grande magnitude – por exemplo, uma crise financeira internacional ou, ainda, uma crise política no Brasil que desorganize tudo –, parece perfeitamente possível, até provável, que a economia nacional consiga finalmente sair da casa de 1% para algo como 2% a 2,5% de crescimento, talvez um pouco mais.
Desde a grande recessão de 2015-2016, a economia brasileira tem patinado lamentavelmente. De 2017 a 2019, o crescimento ficou sempre abaixo do projetado pelos economistas. E o PIB per capita permaneceu estagnado.
Comprovou-se uma vez mais a nossa incapacidade de antecipar o futuro. Apesar disso, não há quem não nos pergunte: 2020 será diferente?
Arrisco responder na afirmativa. Se não houver choques de grande magnitude – por exemplo, uma crise financeira internacional ou, ainda, uma crise política no Brasil que desorganize tudo –, parece perfeitamente possível, até provável, que a economia nacional consiga finalmente sair da casa de 1% para algo como 2% a 2,5% de crescimento, talvez um pouco mais.
Para a elite, nem toda pessoa é gente
Quando se fala em apartheid social, fica muito claro que o Brasil é um país dividido entre quem merece viver e quem apenas atrapalha o projeto dos donos da vida. Tem gente que importa e gente que é descartável. O massacre em Paraisópolis é mais um exemplo dessa constatação. Nove jovens foram mortos de forma criminosa pelo fato de frequentarem uma festa numa região pobre. Não faltou quem acusasse a festa, a música e até os pais dos jovens assassinados por permitirem que cometessem o desatino de serem jovens cheios de vida.
Extrema-direita e elite empresarial se unem
Por José Dirceu, no site Metrópoles:
Vivemos um novo ciclo político, podemos mesmo afirmar um novo período histórico: a coalizão de centro-direita, a Aliança Democrática – que elegeu Tancredo, governou o país, sobreviveu a Collor, reorganizada depois sob a hegemonia do PSDB nas vitórias e nos governos FHC –, não existe mais.
Ela foi derrotada quatro vezes pelo PT, apoiado e aliado aos partidos de esquerda, no sentido amplo, e na eleição e na reeleição de Dilma ao PMDB, força política hegemônica no governo Sarney e parceira também de FHC.
Essa coalizão de centro-direita não existe mais, foi substituída pela aliança entre Bolsonaro, representando a extrema-direita, Moro e a Lava Jato, Guedes e o capital financeiro bancário, sob tutela e vigilância dos militares. Não vê quem não quer.
Ela foi derrotada quatro vezes pelo PT, apoiado e aliado aos partidos de esquerda, no sentido amplo, e na eleição e na reeleição de Dilma ao PMDB, força política hegemônica no governo Sarney e parceira também de FHC.
Essa coalizão de centro-direita não existe mais, foi substituída pela aliança entre Bolsonaro, representando a extrema-direita, Moro e a Lava Jato, Guedes e o capital financeiro bancário, sob tutela e vigilância dos militares. Não vê quem não quer.
Bolsonaro e a contagem regressiva
Por Marcos Nobre, no site da Fundação Maurício Grabois:
Jair Bolsonaro sempre teve clareza de que chegou ao poder por uma confluência única de circunstâncias, uma janela no tempo difícil de se repetir. Desde que se elegeu, tem apenas duas preocupações: evitar o impeachment e se reeleger. A tática para atingir suas metas é a mesma: manter o sólido apoio de uma parcela do eleitorado que não é maioria, mas que é grande o suficiente tanto para resistir a um impeachment como para chegar ao segundo turno em 2022.
Necropolítica: Matar e deixar que se matem
Por Evandro Cruz Silva, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
O sociólogo Mitchell Duneier conta em seu livro “Ghetto: the invention of place, the history a idea” a história de como a palavra “ghetto” chegou ao vocabulário dos negros pobres dos Estados Unidos da América. O termo foi apreendido pelos soldados norte-americanos durante a ocupação da Alemanha nazista ao fim da Segunda Guerra Mundial. Os praças, com uma parcela relevante de negros, observaram as condições de vida dos judeus nas áreas de confinamento e as identificaram com os bairros pobres de suas origens na América. As áreas de concentração de judeus na Alemanha nazista eram chamadas de “Jhetos”, palavra balcânica-judia equivalente “bairro”. Diante da busca por pureza da raça ariana através do isolamento e extermínio judeu, os negros norte-americanos viram grandes semelhanças com o isolamento e extermínio de seus semelhantes nas periferias da América.
A deriva medieval da Internet
Por Max Read, no site Outras Palavras:
No final de agosto, um barco de velas pretas apareceu no porto, carregando uma visionária de 16 anos, uma garota que navegara do norte distante através de um grande oceano. Uma multidão de moradores e viajantes, encantados por suas profecias, reuniu-se para lhe dar boas vindas. Ela viera para falar às nações da Terra, para advertir-nos de nossas vaidades e da catástrofe que se aproxima. “Havia quatro gerações saudando-a e dizendo, em cânticos, que a amavam”, observou o escritor Dean Kissick. “Quando ela pisou em terra, pareceu algo messiânico”.
Ajuste fiscal acima de tudo
O slogan de campanha do presidente da República refletiria melhor a prática governamental se tivesse substituído o “Brasil” pelo “ajuste fiscal” e “Deus” pelo “mercado”, considerando as medidas que propôs ao Congresso recentemente, que incluem: 1) o plano “Mais Brasil”, com três Propostas de Emendas à Constituição (PEC); 2) a nova reforma trabalhista, apelidada de plano “verde e amarelo”; e 3) o projeto de lei que desobriga as empresas de contratar pessoas com deficiência.
Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo
Da Rede Brasil Atual:
O Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) de 2019, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), mostra que a desigualdade no Brasil está piorando a cada ano. Ainda sem avaliar o impacto das medidas do governo Bolsonaro, o estudo coloca o país como o 7º mais desigual do mundo, atrás apenas de algumas nações africanas. O documento, intitulado Além da renda, além das médias, além do hoje: desigualdades no desenvolvimento humano no século XXI, está disponível no site da ONU Brasil. Para o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, a situação já deve ser pior.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2019
Feliciano é expulso por assédio e corrupção
Por Altamiro Borges
O jornal Estadão dá destaque nesta segunda-feira (9) em seu site: “O Podemos expulsou o deputado Marco Feliciano do partido. A decisão foi tomada pelo comando da legenda em São Paulo por oito votos unânimes... A denúncia que originou a expulsão cita uma série de acusações ao deputado. Entre elas, estão os gastos de R$ 157 mil referentes a tratamento odontológico reembolsados pela Câmara, apoio irrestrito ao presidente Jair Bolsonaro, acusações de assédio sexual no gabinete, recebimento de propina, pagamento a supostos funcionários fantasmas e até comentários sobre o cantor Caetano Veloso”.
O jornal Estadão dá destaque nesta segunda-feira (9) em seu site: “O Podemos expulsou o deputado Marco Feliciano do partido. A decisão foi tomada pelo comando da legenda em São Paulo por oito votos unânimes... A denúncia que originou a expulsão cita uma série de acusações ao deputado. Entre elas, estão os gastos de R$ 157 mil referentes a tratamento odontológico reembolsados pela Câmara, apoio irrestrito ao presidente Jair Bolsonaro, acusações de assédio sexual no gabinete, recebimento de propina, pagamento a supostos funcionários fantasmas e até comentários sobre o cantor Caetano Veloso”.
Maia sobe o tom nas críticas a Bolsonaro
Tales Faria, hoje, no UOL, relata que Jair Bolsonaro ficou irritado coma as movimentações do Presidente da Câmara – sobretudo com sua visita ao presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández – e estaria mobilizando esforços para atacar Rodrigo Maia.
Na visão de Bolsonaro, os dois filmetes (que quase ninguém viu) de propaganda do Centrão seriam uma “formação de cacife” do grupo de Maia para apoiar um adversário do Planalto em 2022 ou até mesmo uma candidatura do próprio Maia.
O ódio em rede: notas sobre a pós-verdade
Por João Teixeira Lopes, no site Carta Maior:
Ao contrário do que a ciência - incluindo a História e as ciências sociais - vem ensinando, gera-se a ideia de que nada há de conclusivo na evidência factual. Na verdade, deveria ser o inverso: “algumas coisas são verdadeiras independentemente de como sentimos ou pensamos a seu respeito” (Mcintyre, 2018: 11). Contudo, ganha a ideologia do irredutível pluralismo opinativo, uma vez que há sempre outras “versões” e que todo o conflito se resumiria, antes de mais, a uma questão de narrativa e de pontos de vistas, como de resto o desconstrucionismo ensina, qual idealismo textual: nada há fora do texto e as práticas discursivas estão de tal maneira imbuídas de signos e códigos culturais autorreferenciais que se fecha, inatingível desígnio, o acesso à realidade. Os mais ingênuos dos pós-modernos esquecem, ainda, que, quem mais força tem (e como seria crucial perceber a produção social desigual de discursos no capitalismo avançado!), com maior vigor propaga e impõe a sua verdade, universalizando-a. Em questão fica não só a possibilidade de acumular conhecimento sobre a realidade como a própria ideia de realidade.
Ao contrário do que a ciência - incluindo a História e as ciências sociais - vem ensinando, gera-se a ideia de que nada há de conclusivo na evidência factual. Na verdade, deveria ser o inverso: “algumas coisas são verdadeiras independentemente de como sentimos ou pensamos a seu respeito” (Mcintyre, 2018: 11). Contudo, ganha a ideologia do irredutível pluralismo opinativo, uma vez que há sempre outras “versões” e que todo o conflito se resumiria, antes de mais, a uma questão de narrativa e de pontos de vistas, como de resto o desconstrucionismo ensina, qual idealismo textual: nada há fora do texto e as práticas discursivas estão de tal maneira imbuídas de signos e códigos culturais autorreferenciais que se fecha, inatingível desígnio, o acesso à realidade. Os mais ingênuos dos pós-modernos esquecem, ainda, que, quem mais força tem (e como seria crucial perceber a produção social desigual de discursos no capitalismo avançado!), com maior vigor propaga e impõe a sua verdade, universalizando-a. Em questão fica não só a possibilidade de acumular conhecimento sobre a realidade como a própria ideia de realidade.
No país do pós-golpe, desigualdade aumenta
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Já passa do meio dia, e até o momento não houve nenhuma manifestação do governo brasileiro sobre a nova edição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado pela ONU na manhã desta segunda-feira.
Bolsonaro ainda não deu o ar da sua graça na porta do Alvorada nem nas redes sociais, de onde sumiu desde a quarentena imposta ao filho Carlucho, o O2.
Se estivesse interessado em conhecer o que acontece na vida real dos brasileiros, o presidente ficaria sabendo que no ranking de 189 nações, o Brasil caiu para o 79º lugar, nivelado a países como Bósnia Herzegovina e Macedônia do Norte, atrás de Chile, Argentina e Uruguai.
Bolsonaro ainda não deu o ar da sua graça na porta do Alvorada nem nas redes sociais, de onde sumiu desde a quarentena imposta ao filho Carlucho, o O2.
Se estivesse interessado em conhecer o que acontece na vida real dos brasileiros, o presidente ficaria sabendo que no ranking de 189 nações, o Brasil caiu para o 79º lugar, nivelado a países como Bósnia Herzegovina e Macedônia do Norte, atrás de Chile, Argentina e Uruguai.
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