Sem fazer muito esforço de raciocínio, não é difícil entender a pressa do governo Temer em aprovar uma emenda constitucional que limita o corte de gastos até 2037 - quando nenhum dos protagonistas da política e da economia do Brasil de hoje estará em atividade. (Muitos comentaristas também estarão aposentados, pelo mercado de trabalho e muito provavelmente pela realidade biológica).
A pressa é compreensível. Os argumentos de Henrique Meirelles e seus auxiliares para impor uma ditadura fiscal de duas décadas envolvem uma análise grosseira da economia do país, um diagnóstico furado de nossos problemas reais e a ausência de um horizonte realista para o progresso de um país com 200 milhões de habitantes, com renda média e mal distribuída. As razões para afogar a discussão são três, essencialmente: