quarta-feira, 2 de maio de 2018

Os invisíveis de Curitiba e os do Engenhão

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Duas multidões se formaram ontem, sem merecerem muita atenção para seus dramas.

Uma, em Curitiba, pedindo a libertação de Lula, o presidente que cuidou do emprego e de dar um mínimo de dignidade aos trabalhadores.

Outra, junto ao estádio do Engenhão, no subúrbio do Rio de Janeiro, formada por 30 mil trabalhadores que buscam um emprego e um mínimo de dignidade.

Esperando um morto

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Os fatos dizem que a extrema direita está optando pela máxima do estrategista alemão Carl von Clausewitz de que “a guerra é a continuação da política por outros meios”. Vale dizer, por meio da violência. A execução de Marielle Franco, os tiros contra ônibus da caravana do ex-presidente Lula e agora contra militantes acampados em sua defesa, em Curitiba, não deixam dúvida. Neste ritmo, em breve haverá um corpo estendido no chão. Mas é falso dizer que a polarização produz uma escalada bilateral da violência. É preciso reconhecer que a extrema-direita é que está mandando balas contra ativistas da esquerda.

O Brasil cada vez mais intolerante

Por Ronnie Aldrin Silva, no site da Fundação Perseu Abramo:

A pesquisa sobre intolerância, realizada pelo Instituto Ipsos Mori em 27 países, aponta o Brasil como 7º país mais intolerante dentre estes. Cerca de 84% dos brasileiros vêem o país dividido, e 62% percebem mais intolerância hoje do que há 10 anos.

Dentre os motivações, 54% apontam diferenças políticas e 40% desigualdades entre ricos e pobres. Esta ultrapolarização também é fortemente perceptível no mundo virtual. Discursos racistas e de ódio, que há alguns anos eram combatidos pela maioria dos usuários, passaram a ser bem vistos, e assumidos, por uma parcela considerável destes. As fake news e os discursos de ódio passaram a ser compartilhados conscientemente, apenas para dar o gosto de vitória sobre o seu, antes, amigo, hoje, adversário ideológico.

Lei trabalhista: o pior ainda está por vir

Por Ivan Longo, na revista Fórum:

O golpe que culminou no impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff não veio à toa. Ele foi articulado entre setores das elites brasileiras e um deles, o empresarial, exigiu uma “flexibilização” das leis do trabalho e Michel Temer, assim que assumiu a presidência, colocou o assunto em discussão. Maquiando com adjetivos como “modernização” da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e prometendo que a medida geraria mais empregos, o emedebista encabeçou a pauta no Congresso e, finalmente, sancionou a reforma trabalhista em novembro do ano passado.

Temer não pode nem sair às ruas?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Costumo me colocar no lugar dos outros para saber o que eles estão sentindo para fazer a pergunta do título desta coluna.

Acuado, assustado, gaguejando diante dos microfones da imprensa, cheio de “naturalmente”, “exatamente”, “lamentavelmente”, sem saber o que dizer, ouvindo gritos de “golpista!”, diante de mais uma tragédia, a deprimente figura de Michel Temer era o próprio retrato de um país sem governo, após o incêndio e o desabamento de um prédio em São Paulo.


Golpistas trocam panelas por armas de fogo

Por Rogério Correia, no blog Viomundo:

Não é possível mais alimentar qualquer ilusão: o Brasil do golpe, aquele que retira direitos dos mais pobres e vende o país por mixaria à banca internacional, já estende seus tentáculos para a ameaça física a quem a ele se opõe. Essa realidade instiga todas as forças democráticas do país à união. A frente antifascista não é mais um caminho, mas uma exigência.

É fundamental neste momento a compreensão de que a direita montou e está aperfeiçoando um verdadeiro braço armado a fim de defender seus interesses. Para levar a cabo essa lida, não se constrange sequer em camuflar ações belicosas.

Lebbos: A carcereira da pena de morte

Por Mauro Lopes, em seu blog:

O Poder Judiciário, que um dia foi denominado Justiça, tornou-se no Brasil uma reserva de mercado para jovens filhos de famílias ricas. O mesmo aconteceu com o Ministério Público. Seus concursos são disputadíssimos e só filhinhos de mamãe e de papai que não precisam trabalhar podem dedicar tempo aos estudos. O fato de as vagas serem preenchidas por concurso pode dar a impressão de ser um Poder republicano –do que se vangloriam muitos juízes e juízas e membros do MP. Mas é fachada.

Folha joga Paulo Preto no colo de… Kassab!

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o dito “Paulo Preto”, é meio que um símbolo do tucanato por ameaças veladas que vem fazendo há anos aos ex-governadores José Serra e Geraldo Alckmin – foi na gestão de ambos que os escândalos envolvendo seus nome nome surgiram.

Souza ficou famoso por uma frase de sua lavra em tom de ameaça




Polarização política: um discurso enganoso

Por Luis Felipe Miguel, no site Carta Maior:

Fala-se muito em "polarização política". É um discurso enganoso. Por um lado, permite que quem o adota se coloque em posição superior, olímpica, como quem vê ambos os lados, percebe a limitação de ambos e não está em nenhum deles. Por outro, com o deslizamento natural da noção de "polos" para a noção de "extremos", que pertencem ao mesmo campo semântico, leva ao discurso da necessidade de superação do "extremismo", que no Brasil seria representado por Bolsonaro e por... Lula. Em tudo está a ideia de equivalência, de espelhamento, de intolerância de lado a lado.

Transgênicos: O lucro acima da saúde

Por Aristóteles Cardona Júnior, no jornal Brasil de Fato:

Caminha a passos largos no Senado o Projeto de Lei que extingue o uso obrigatório do símbolo que identifica a presença de produtos transgênicos em rótulos de produtos alimentícios. Tal identificação é mais reconhecida por seu selo em formato de triângulo amarelo, com a letra ‘T’ no meio, e começou a ser utilizada em 2003. No momento, o Projeto já foi aprovado na Câmara e passa por discussão em comissões no Senado, até ser levado a plenário. Se aprovado, será encaminhado para sanção presidencial.

terça-feira, 1 de maio de 2018

Ana Amélia não vai descer o “relho” no PP?

Por Altamiro Borges

A senadora Ana Amélia (PP-RS), ex-serviçal da RBS/Globo, adora destilar seu ódio contra as forças de esquerda. Para agradar seu eleitorado mais tacanho e midiotizado, a hidrófoba chega ao ridículo, como quando comparou a rede de tevê Al Jazeera, uma das mais assistidas no mundo, ao “exército islâmico”. Já na Caravana de Lula, ela apoiou a violência dos fascistas. “Quero cumprimentar Bagé, Santa Maria, Palmeira das Missões, Passo Fundo, São Borja e Santana do Livramento, que botaram para correr aquele povo que foi lá, botando um condenado para se queixar da democracia... Atirar ovos, levantar o relho, levantar o rebenque para mostrar o Rio Grande, para mostrar onde estão os gaúchos”, afirmou na convenção do seu partido.

O dia-a- dia da classe trabalhadora

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

A recente aprovação da Lei Ordinária Trabalhista, também conhecida como “reforma trabalhista” ou “Consolidação das Lesões Trabalhistas”, gerou diversos convites para participação em conferências, palestras, debates, comentários ou mesmo elaboração de artigos sobre o tema. E esta demanda reflexiva aumentou nos últimos dias, especialmente em razão do mês de maio iniciar o seu cronômetro temporal com o Dia Internacional do Trabalhador. Em todas as solicitações, quase sem exceção, uma indagação se tornou lugar comum. Buscavam saber minha opinião sobre o caráter comemorativo do 1º de Maio, especificamente se o trabalhador tinha algum motivo para festejar neste dia a ele dedicado.

Os que sempre estimularam o ódio político

Por Márcio Anastácio, no site Jornalistas Livres:

Em editorial publicado no último domingo (29), o jornal Estado de São Paulo de alguma maneira volta aos tempos em que dava sustentação ao regime dos generais que controlou o país durante 21 anos.

Traz uma análise do atentado a tiros contra o acampamento de apoiadores de Lula em Curitiba onde o jornal sustenta que a origem dos disparos seria, na verdade, o próprio PT – que, nas suas palavras, estimulara o confronto político durante 30 anos.

É demais. Mesmo para Estadão.

Tempo de perplexidade, tempos de desafios

Por Mariângela Nascimento, na revista Teoria e Debate:

“A liberdade política do cidadão é aquela tranquilidade de espírito que vem da opinião de que todos têm segurança e, para que se possa estar de posse desta liberdade, o governo deve ser tal que um cidadão não tenha medo do outro." Montesquieu, O Espírito das Leis

Estamos comemorando 30 anos da Constituição de 1988, também chamada de “Constituição Cidadã”, tornando-se o símbolo da redemocratização brasileira. Os direitos foram ampliados e garantidos, brasileiros e brasileiras passam a ter acesso universal à educação, à saúde e à cultura. Os direitos humanos e as liberdades fundamentais passam a ter proteção jurídica. Foram estabelecidos mais direitos trabalhistas e os abusos do Estado estariam sob o controle de mecanismos institucionais. No campo da justiça, foi garantido o habeas corpus, além de outras instituições que configuraram a legitimação da retomada da democracia no Brasil.

O grande inimigo da valorização do trabalho

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Com a taxa nacional de desemprego aberto representando 13,1% do total da força de trabalho no primeiro trimestre do ano, o governo Temer confirma o que já havia se constatado na década de 1990: o receituário neoliberal é o grande inimigo da valorização do trabalho. No governo FHC, por exemplo, o desemprego que atingia a 6,4% da População Economicamente Ativa (PEA), em 1995, saltou para 12,3%, em 2002, o que implicou a multiplicação acumulada de 1,9 vezes, segundo o IBGE.

Coube ao governo Lula derrubar a mesma taxa de desemprego de 12,3%, em 2002, para 6,7%, em 2010. Ou seja, queda acumulada de 45,5% em oito anos de mandato democrático e popular.

Um 1º de maio unificado por Lula Livre

Curitiba, 01/5/18. Foto: Ricardo Stuckert
Do site Vermelho:

Em iniciativa histórica e inédita, o Dia do Trabalhador de 2018 que ocorre nesta terça (1º) reunirá no mesmo palco na cidade de Curitiba a Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores, Intersindical, Nova Central, União Geral dos Trabalhadores e Central dos Sindicatos Brasileiros. Na pauta unitária a defesa dos direitos e a liberdade do ex-presidente Lula, preso político em Curitiba desde o dia 7 de abril.

O golpe e a importância da batalha de ideias

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O combate ao papel de partido das classes dominantes exercido pela mídia monopolista e a necessidade de se pensar estratégias para romper esse bloqueio informativo tem de ser a ordem do dia de quem luta pela democracia no Brasil. Essa foi a tônica de debate realizado neste sábado (28), em Maricá/RJ, como parte da programação do Seminário “Os desafios da comunicação nos governos progressistas”.

A mesa de discussão contou com a presença de João Feres Júnior, idealizador do Manchetômetro; Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé; e Laurindo Leal Filho, o Lalo, acadêmico especialista em estudos relacionados à mídia.

Golpe deseja aniquilar a esquerda

Por Katarina Peixoto, no blog RS-Urgente:

Tem muita gente com certeza a respeito da própria bondade e bom caráter, que acredita que estamos em uma democracia. Para muitos, enquanto não houver OBAN e DOPS, não há ditadura. Um juízo generoso sobre essas crenças depende da atribuição de ignorância e ou de uma certa complacência quanto às próprias certezas sobre si mesmos. Está claro que os fascistas são ignorantes.

Fascismo é isto: uma grande ignorância irascível, mortal, organizada militarmente e inimiga de toda institucionalidade. O que muita gente não vê ou se recusa a ver, é que não estamos diante da violência estatal, transmutada em golpistas clássicos, fardados, vociferando as imbecilidades paranoides de sempre.

A mídia e a indústria do medo

Por Luiz Carlos Famadas Jr., na revista CartaCapital:

“Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro. A real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz”, afirmou Platão.

Quando uma famosa atriz brasileira, no distante ano de 2002, disse em rede nacional de tevê que sentia medo de Lula e do PT como justificativa para votar em José Serra, mal percebia que utilizava um tipo de marketing pouco criativo.

Na verdade, o que havia de diferente naquela declaração era a forma crua e transparente como o medo foi utilizado. Normalmente isso ocorre no cotidiano sem que muitos percebamos.

A omissão da CNBB diante do arbítrio

Foto: CNBB
Por Jeferson Miola, em seu blog:

A 56ª Assembléia Geral da CNBB teve início dia 11 de abril, apenas 4 dias após a prisão política do ex-presidente Lula.

Tendo como tema “Diretrizes para a formação de presbíteros”, a Assembleia da CNBB reuniu quase 500 bispos da igreja do Papa Francisco durante 10 dias, até 20 de abril, na cidade de Aparecida/SP.

Muito chama atenção a mensagem da conferência nacional dos bispos do Brasil ao povo de deus, publicada ao término do evento.