terça-feira, 1 de maio de 2018

Ana Amélia não vai descer o “relho” no PP?

Por Altamiro Borges

A senadora Ana Amélia (PP-RS), ex-serviçal da RBS/Globo, adora destilar seu ódio contra as forças de esquerda. Para agradar seu eleitorado mais tacanho e midiotizado, a hidrófoba chega ao ridículo, como quando comparou a rede de tevê Al Jazeera, uma das mais assistidas no mundo, ao “exército islâmico”. Já na Caravana de Lula, ela apoiou a violência dos fascistas. “Quero cumprimentar Bagé, Santa Maria, Palmeira das Missões, Passo Fundo, São Borja e Santana do Livramento, que botaram para correr aquele povo que foi lá, botando um condenado para se queixar da democracia... Atirar ovos, levantar o relho, levantar o rebenque para mostrar o Rio Grande, para mostrar onde estão os gaúchos”, afirmou na convenção do seu partido.

Na semana passada, porém, vários dirigentes do PP foram “procurados” pela Polícia Federal e a bravateira, metida a “ética” e valentona, simplesmente sumiu dos holofotes. A falsa moralista escondeu o seu “relho”, o seu chicote puritano. Será que a senadora tem algo a esconder? Será que ela recebeu alguma grana do seu partido, agora denunciado pela midiática Operação Lava-Jato? E as acusações não são leves. Segundo o Jornal do Brasil, em matéria publicada neste domingo (29), “o empresário Joesley Batista, acionista do grupo J&F, prestou depoimento à Polícia Federal no qual confirmou ter repassado R$ 500 mil em espécie ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do Partido Progressista”.

Na terça-feira passada (24), agentes da Polícia Federal fizeram buscas no gabinete e na residência do senador, por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. As buscas se estenderam também ao deputado Dudu da Fonte (PP/PE). Ambos negam ter recebido propina, “mas por conta das citações nas delações dos executivos da J&F, a Procuradoria-Geral da República já pediu ao STF a instauração de novo inquérito contra o senador Ciro Nogueira por supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro”. Ainda segundo o Jornal do Brasil, outras lideranças do PP estariam envolvidas nas negociatas. O silêncio ensurdecedor da hidrófoba Ana Amélia, que não “levantou o relho” contra os comparsas do seu partido, causa estranheza.

Em tempo: O PP da senadora gaúcha é um dos partidos mais implicados nas denúncias da Lava-Jato e de outras investigações do Ministério Público e da Polícia Federal. Vários dos seus líderes já foram acusados de corrupção – inclusive o ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf, que ficou alguns dias na cadeia. Apesar de chafurdado na lama, o PP também foi uma das siglas que mais atraiu parlamentares na última janela partidária que permitiu a livre migração entre partidos. A legenda chegou a 51 deputados e se tornou, ao lado do MDB, a segunda maior bancada da Câmara. E a oportunista Ana Amélia, com seu “relho”, ainda tenta posar de moralista. Só mesmo um otário, midiotizado pela RBS/Globo, para acreditar nesta bravata!

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