domingo, 24 de outubro de 2010

A juventude deixou de ser invisível

Reproduzo artigo enviado por Anderson Campos, assessor da Secretaria Nacional de Juventude da CUT e autor do livro "Juventude e Ação Sindical: crítica ao trabalho indecente":

“Eu vou no bloco dessa mocidade/
Que não tá na saudade e constrói/
A manhã desejada”. Gonzaguinha.

O governo Lula e Dilma foi um marco histórico para consolidar a juventude como sujeito de direitos no Brasil. Hoje, a juventude consta na Constituição Federal ao lado de crianças e idosos. Devem possuir direitos garantidos por lei.

A juventude foi tratada durante o governo Lula/Dilma de forma completamente diferente do governo FHC/Serra. É mais um motivo para demonstrar de que lado a juventude está.

Durante o governo FHC/Serra, a juventude era caso de polícia. Era um problema relacionado à violência nos centros urbanos e às drogas.

No governo Lula/Dilma, foi instituído o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Mais de 11 mil jovens estão sendo formados como multiplicadores da cultura de paz, atingindo mais de 400 mil jovens.

Durante o governo FHC/Serra, foi criada apenas uma universidade pública. No governo Lula/Dilma, foram criadas 14 novas universidades e 117 campi/unidades. O número de vagas em graduação presencial aumentou de 106,8 mil em 2003 para 195.3 mil em 2009.

Durante o governo FHC/Serra, acelerou-se o processo segundo o qual só poderia ter acesso à universidade quem pudesse pagar por ela. Os tucanos privatizaram, assim, o ensino superior brasileiro.

No governo Lula/Dilma, mais de 700 mil jovens entraram na universidade via ProUni, fecharemos 2010 com 214 novas Escolas Técnicas, com 500 mil vagas em todo o país. As vagas nas universidades públicas federais deve atingir um crescimento de 100%, chegando a 250 mil esse ano.

Durante o governo FHC/Serra, foi criada Desvinculação das Receitas da União (DRU), que retirava cerca de R$ 10 bilhões de reais por ano do orçamento do Ministério da Educação (MEC).

No governo Lula/Dilma, acabou a DRU da educação e o orçamento do MEC representa hoje o equivalente a três programas Bolsa-Família.

Durante o governo FHC/Serra, a juventude foi responsabilizada por sua própria situação de desemprego e pobreza. O individualismo foi promovido como única alternativa.

No governo Lula/Dilma, foram criados diversos programas sociais voltados para a inclusão social não limitada à questão do emprego. Os programas de transferência de renda estão relacionados ao acesso à educação, ao esporte, ao lazer, à cultura, à participação cidadã. O Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) é hoje o principal programa de articulação entre o combate ao desemprego juvenil, a elevação da escolaridade e a participação cidadã.

Durante o governo FHC/Serra, a precarização do trabalho juvenil atingiu recordes. Os salários dos jovens é, em média, metade dos adultos. As suas jornadas de trabalho semanais impedem a possibilidade de estudar. Os jovens são maioria entre os que não possuem previdência social nem qualquer direito trabalhista garantido pela carteira assinada. Por exemplo, houve um crescimento recorde no número de estagiários no país, que são estudantes contratados precariamente como mão-de-obra barata.

No governo Lula/Dilma, foi iniciada a formulação de uma Agenda Nacional de Promoção do Trabalho Decente para a Juventude e foi convocada a realização da I Conferência Nacional de Trabalho Decente e Emprego. É a oportunidade que a juventude brasileira tem de dizer onde e como quer mudar a sua situação no mercado de trabalho no país.

Durante o governo FHC/Serra, não existia política pública para juventude rural. Os movimentos do campo eram tratados como criminosos e duramente reprimidos. No governo Lula/Dilma, a juventude rural tem uma política nacional de acesso à terra e ao crédito e investimento na participação nos movimentos. Mais de 40 mil jovens são donos da própria terra, via Programa Nossa Primeira Terra e mais de 24 mil jovens são beneficiados pelo crédito produtivo do Pronaf Jovem.

Durante o governo FHC/Serra, a juventude foi afastada do acesso aos bens culturais e apenas os empreendimentos comerciais recebiam incentivo público. No governo Lula/Dilma, foi criado o programa Cultura Viva, que hoje conta com mais de mil Pontos de Cultura em todo o país.

Durante o governo FHC/Serra, a juventude era recebida em Brasília com balas de borracha, cães e tropa de choque. No governo Lula/Dilma, foram realizadas conferências e encontros, instituído o Conselho Nacional de Juventude, a Secretaria Nacional de Juventude e hoje Brasília tem sido sede dos principais eventos de juventude do país e da América Latina.

Durante o governo FHC/Serra, foi estimulado o voluntarismo de jovens como alternativa ao sucateamento da educação pública, promovida pelos próprios tucanos. No governo Lula/Dilma, houve investimento público na participação popular para elevar a capacidade de formulação, organização e mobilização social da juventude em busca de direitos. Exemplo é o investimento feito pelo governo Lula/Dilma na criação dos Coletivos de Juventude e Meio Ambiente, espalhados pelo Brasil e que veio a constituir a Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade (REJUMA), um movimento autônomo.

Nos anos 1990, a juventude balança as bandeiras nas campanhas eleitorais. Em 2010, a juventude elabora sua própria plataforma, o Pacto pela Juventude, e vai às ruas, mostrando sua cara e sua posição política na disputa entre os dois projetos: queremos que o Brasil siga mudando, com Dilma Presidenta. Avante juventude brasileira!

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Aparelhos clandestinos da campanha Serra

Reproduzo editoral do jornal Brasil de Fato:

Foi exatamente isto o que ocorreu no final de semana, dias 16 e 17. O primeiro dos aparelhos clandestinos estourados foi uma gráfica no bairro do Cambuci (São Paulo- SP), onde já estavam rodados dois milhões de panfletos contra a candidata à Presidência, Dilma Rousseff, encomendados por integralistas e monarquistas, além de membros do comitê de campanha do candidato da aliança DEM-Tucanos-TFP-CCC-Integralistas-Monarquistas, José Serra.

O segundo, foi o jantar e a reunião (secretos) em dois hotéis de Foz de Iguaçu (PR), financiados pela Globo e organizados pelo senhor Raphael Eckmann, atualmente Investor Relations at Tarpon Investment Group São Paulo e região – Brasil, e que, durante quatro anos (2003 e 2007), foi Commercial Manager da Globosat (setor serviços financeiros). O encontro reuniu 130 investidores de todo o mundo. A cereja deste bolo foi Fernando Henrique Cardoso.

O príncipe dos sociólogos, ali, presidia o leilão do Brasil, provavelmente para a venda de novas estatais, como fez em sua gestão: dinheiro podre e financiamento do BNDES. Certamente por isto, naquele mesmo momento, no debate entre os presidenciáveis na Rede TV, quando perguntado, pela candidata Dilma, se iria privatizar as empresas de energia, o candidato tucano não tenha conseguido responder: a reunião em Foz, que acontecia naquele mesmo momento, ainda estava em curso. Ele, portanto, não sabia dos acertos a que havia chegado o senhor Cardoso.

Questionados sobre estes fatos, os dois tucanos encontraram as piores justificativas, regadas de uma overdose de cinismo. De acordo com Serra, ele não sabia de nada sobre os panfletos. Acontece que, como é público, o candidato tucano, há uns dez dias, esteve reunido com representantes e militantes do grupo paramilitar e fascista Comando de Caça aos Comunistas (CCC) e da organização ultradireitista Tradição Família e Propriedade (TFP).

Estas organizações participaram da conspiração e do golpe de 1964 e foram dos mais ferozes defensores da ditadura, opondo-se até o final a qualquer abertura. No caso, o CCC, aliado aos esquadrões da morte e aos mais violentos aparelhos de repressão (Oban, Doi-Codi, Cenimar, Deops, etc.), participou diretamente dos sequestros, prisões em cárcere clandestino, torturas, assassinatos e ocultação de cadáveres de militantes da resistência contra a ditadura. Além de ter sido responsável por vários atentados a bomba, invasão de teatros, livrarias etc.

No caso de FHC, impossibilitado de negar sua presença nos hotéis Cataratas e Internacional de Foz de Iguaçu, admitiu que lá esteve, mas “fazendo uma palestra”. Em seguida, tentou desmentir e desqualificar o que os jornalistas independentes e blogueiros divulgaram sobre seu encontro com os tais investidores internacionais. Ou seja, que FHC funcionava como um corretor de venda do nosso país e de nossas empresas públicas.

Mas o que o ilustre palestrante não conseguirá jamais explicar é o fato de que, na véspera de sua chegada ao local da conferência, desembarcou em Foz um grupo de seus assessores, que se reuniram com os investidores para preparar a reunião do dia seguinte. Ou seja, as informações dos jornalistas independentes e blogueiros são absolutamente corretas.

Disso tudo, ressaltamos duas evidências. Primeiro: caso o senhor José Serra seja eleito (do que duvidamos), formará um governo em que estarão necessariamente representados a TFP, o CCC, os integralistas e monarquistas – além, é claro, do DEM – do senhor Bornhausen (ex-PFL e ex-Arena); do PPS – do senhor Roberto Freire, e outros assemelhados. Descontados o Estado Novo e a ditadura pós- 1964, será o primeiro caso de um gabinete fascista puro-sangue que conheceremos. Um gabinete formado pelas mais arraigadas forças golpistas do nosso país, com comprovada prática de montar e fazer funcionar eficientemente o terror de Estado.

Segundo: fica evidente o importante papel que tem a militância, no corpo a corpo da campanha, sobretudo nesta reta final. Tanto a gráfica, quanto a reunião em Foz, foram descobertas por militantes. No caso da gráfica, foi possível a articulação imediata com a coordenação da campanha do PT, em São Paulo, que, juntamente com a militância, organizou o estouro do aparelho. No caso de Foz, embora a coordenação nacional da campanha houvesse sido imediatamente comunicada, a urgência da ação e as distâncias a serem percorridas – somadas ao fato da reunião ter ocorrido no mesmo momento do debate dos candidatos na Rede TV, acabaram por impedir uma ação mais articulada.

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Manifesto dos psicólogos em apoio a Dilma

Reproduzo manifesto enviado pela amiga Roseli Goffman:

Ao longo dos últimos oito anos, assistimos e participamos de muitas transformações na sociedade brasileira. Um impressionante crescimento da atenção do Aparelho de Estado às necessidades da população brasileira, permitiu um fortalecimento das políticas públicas que ocorreu de forma clara, tanto na construção do Sistema Unificado de Assistência Social (SUAS), quanto no combate à fome, assim como nas mais diferentes formas de apoio ao desenvolvimento cultural do povo brasileiro. Em suma, a máquina estatal passou a ser reconhecedora e produtora de direitos da cidadania.

Os psicólogos foram chamados e se apresentaram.

No processo de construção do SUAS foram contratados mais de oito mil psicólogos. O fortalecimento do SUS conta com cerca de vinte mil psicólogos. Psicólogos, hoje, participam dos processos relacionados a habitação de interesse social, ao fortalecimento do turismo, iniciativas de redução da privação de liberdade de adolescentes, no trabalho com idosos, na defesa civil, em vários espaços e âmbitos do sistema de saúde, na justiça, nas iniciativas voltadas à implantação da Reforma Psiquiátrica (cujo futuro está ameaçado pelo concorrente de Dilma).

Os resultados dessas políticas já são perceptíveis para muito além do sucesso econômico tão propalado na mídia. Houve queda acentuada (e maior do que era esperado) na incidência de desnutrição da infância brasileira. Os livreiros estão comemorando a multiplicação da média de leitura de livros por parte dos brasileiros. Serviços antes restritos aos cidadãos mais abastados são estendidos a enorme número de brasileiros.

Nesse contexto, é praticamente impossível imaginar que as mulheres sujeitas a aborto sejam deixadas fora da atenção das políticas públicas. É praticamente impossível imaginar que o tema da orientação sexual seja utilizado como forma de redução do acesso de cidadãos aos direitos garantidos a todos os brasileiro.

O estado brasileiro vive momentos sem precedentes de abertura à participação da sociedade em suas decisões.

Diante do exposto, os psicólogos abaixo assinados querem ver Dilma presidente da República. O projeto político colocado em curso pelo Presidente Lula precisa continuar a ser implantado. Queremos que o Brasil continue a mudar, conquistando condições mais dignas de vida e superando a histórica dominação/humilhação a que o povo brasileiro esteve submetido.

Novas adesões: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7285

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A memória de um Brasil privatizado

Reproduzo artigo do jornalista Tiago Soares:

Imagine que você trabalhou toda uma vida para adquirir um patrimônio. E que, em meio a dívidas, tenha decidido vender uma ou outra coisa para colocar as contas em dia.
Agora imagine que o comprador, durante a negociação, tenha lhe confidenciado que anda meio sem grana. E que então você, ansioso/a para bater o martelo, resolva emprestar para o interessado o dinheiro com o qual seu patrimônio será comprado. O comprador te pagaria de volta a perder de vista, assim que começasse a lucrar com o que acaba de adquirir. Detalhe: você teria vendido justamente os bens com os quais gerava parte de sua renda. E por um preço bastante abaixo do valor de mercado.

Pois foi justamente assim que se deu boa parte das privatizações realizadas no Brasil no governo de Fernando Henrique Cardoso, de meados da década de 1990 até 2002. Empresas públicas produtivas, como a Vale do Rio Doce e a Light, vendidas a preços muito abaixo do que realmente valiam, com financiamento público a perder de vista.

Tendo como argumentos o abatimento da dívida, a atração de capital estrangeiro, o aumento da produtividade e a melhoria dos serviços aos cidadãos e cidadãs, o patrimônio brasileiro foi colocado à venda e oferecido a alguns poucos grupos econômicos internacionais, financiados por bancos estrangeiros e com ajuda do próprio governo brasileiro. O que se escondia, porém, é que na antesala da privatização a infraestrutura das empresas era sucateada, numa política de depreciação do patrimônio nacional, jogando no desemprego dezenas de milhares de profissionais qualificados.

E não foi só isso. Para tornar o negócio atraente, o governo abateu as dívidas das empresas com a União e realizou ajustes de tarifas, puxando para cima os preços dos serviços e garantindo enorme lucro futuro aos investidores. Para se ter uma ideia, o reajuste nas tarifas telefônicas chegou a 500%; no caso da energia alétrica, a coisa ficou na faixa de 150%. E ao contrário de outros países, nos quais os processos de privatização exigiam que as companhias baixassem gradualmente as taxas cobradas pelos seus serviços, o combinado pelo governo FHC foi que os novos donos das empresas estatais poderiam seguir ajustando os preços anualmente, segundo a taxa de inflação.

Para convencer a opinião pública, governo e meios de comunicação defendiam que a venda das estatais atrairia dinheiro do exterior, reduzindo as dívidas externa e interna do Brasil. E, na verdade, ocorreu o contrário: além de “engolir” as dívidas de todas as estatais vendidas (o que aumentou a dívida interna), parte razoável do dinheiro levantado pelos investidores vinha de bancos estrangeiros. O que significou que, no fim das contas, as companhias recém privatizadas, já comprometidas com dívidas junto a grupos financeiros internacionais, seriam obrigadas a enviar grande parte do dinheiro que fizessem para o exterior. Algo que não aliviou – na verdade, piorou – a dívida externa nacional.

Para complicar ainda mais a situação, o próprio governo financiou parte da compra, oferecendo empréstimos do BNDES e trocando crédito pela aquisição de títulos da dívida pública. Medidas que acabaram se tornando um contrasenso, já que, ao oferecer no Brasil parte do dinheiro a ser investido nos leilões, os potenciais compradores acabaram sem estímulo para trazer dólares de fora para o país. Dólares que, justamente, eram alardedados desde o início como um dos motivos para a privatização.

No fim das contas, foi o seguinte: o Brasil entregou boa parte de seu patrimônio a preço de banana para uns poucos grupos econômicos; a dívida pública aumentou assustadoramente (de cerca de 30% do PIB, em 1995, para quase 60% do PIB em 2002); e a política de investimentos do BNDES, que estimulava a remessa de dólares para o exterior, acabou provocando uma recessão que atingiu as famílias do país, numa quebradeira generalizada que levou a enormes índices de desemprego.

Ao fim, foram privatizadas, entre 1990 e 1999, 166 empresas, com 546 mil postos de trabalho extintos diretamente. O que, comparado ao número de privatizações ocorridas desde meados da década de 1980 (19 companhias, entre 1985 e 1990) apenas prova a sanha privatista do projeto do PSDB. Um negócio que, muito bom para alguns poucos lobistas e umas poucas empresas estrangeiras, se mostrou, em pouquíssimo tempo, péssimo para o povo brasileiro.

Só pra se ter uma ideia, alguns casos:

BNDES

Um dos principais responsáveis pela rápida saída do Brasil da crise econômica mundial de 2008, o BNDES quase foi privatizado no governo do PSDB. O banco, que nos últimos anos vem garantindo o crédito e o investimento no país, foi listado em 2000, a pedido do ministério da Fazenda, numa avaliação de possíveis privatizações do setor bancário. A iniciativa foi uma imposição do FMI.

Quem diz é o site do Ministério da Fazenda:

“Com determinação o governo dará continuidade à sua política de modernização e redução do papel dos bancos públicos na economia. O Banco Meridional uma instituição federal foi privatizado em 1998 e em 1999 o sexto maior banco brasileiro o BANESPA agora sob administração federal será privatizado. Ademais o Governo solicitou à comissão de alto nível encarregada do exame dos demais bancos federais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, BNB e BASA) a apresentação até o final de outubro de 1999 de recomendações sobre o papel futuro dessas instituições tratando de questões como possíveis alienações de participações (grifo do autor) nessas instituições fusões vendas de componentes estratégicos ou transformação em agências de desenvolvimento ou bancos de segunda linha. Essas recomendações serão analisadas e decisões serão tomadas pelo Governo antes do final do ano sendo que as determinações serão implementadas no decorrer do ano 2000.”

Banespa

Privatizado em 2000 pelo governo Fernando Henrique Cardoso, o Banco do Estado de São Paulo (Banespa) foi adquirido pelo espanhol Santander por R$ 7 bi. Para se ter uma ideia, entre meados e o fim da década de 1990 o Estado brasileiro havia injetado R$ 50 bi na instituição. R$ 15 bi destes, apenas nos esforços de saneamento prévios ao processo de privatização: o que, descontado o dinheiro conseguido nos leilões, acabou num prejuízo de, no mínimo, R$ 8 bi aos cofres públicos.

Mais que isso: para tornar o negócio atraente, o governo brasileiro liberava o novo (e privado) dono do banco de qualquer contrapartida social (como financiamentos para a agricultura familiar, por exemplo).

Ou como disse ao portal Terra o presidente do Banco Central na época, Armínio Fraga, sobre a privatização do banco paulista: “Fraga explicou que o Banespa privatizado não terá de manter sua atuação em “políticas públicas”, como financiamento a pequenos agricultores, por exemplo. “A privatização deixa clara a separação entre o negócio privado e uma política pública”, disse.”

Vale do Rio Doce

Considerada a segunda maior mineradora do mundo, a Vale do Rio Doce (hoje, Vale S. A.) foi privatizada pelo governo do PSDB em 1997, por R$ 3,3 bi. O valor, muito abaixo de mercado, equivale a menos que ela obtinha por ano em 1995 – e, hoje, a algo em torno do feito em apenas um trimestre.

Mais que isso, o processo de privatização esteve envolto em graves suspeitas de corrupção, com acusações de cobrança de propinas milionárias por Ricardo Sérgio, lobista encarregado da montagem do consórcio vencedor. Causou polêmica, ainda, a intervenção do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, na composição dos grupos que concorriam pela companhia, numa ação vista como decisiva para o resultado final do leilão.

Petrobrás

Recentemente alçada ao posto de segunda maior petrolífera do mundo, a Petrobrás foi, ao longo de toda a era tucana, sondada quanto à sua possível privatização. Numa declaração recente, o atual presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, chegou a afirmar que “Para o governo FHC, a Petrobras morreria por inanição. Os planos do governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso eram para desmontar a Petrobras e vendê-la”.

Com a descoberta do pré-sal, a Petrobrás oferece ao país a oportunidade de tornar-se uma das maiores potências globais na área de energia. Pelo projeto proposto pelo governo Lula, boa parte dos rendimentos futuros do governo com pré-sal, na casa dos trilhões de dólares, deverão ser investidos num fundo soberano para investimentos em educação e ciência e tecnologia.

Além disso, o processo de capitalização da Petrobrás, no qual foi dada ao público a possibilidade de adquirir participação na empresa pela aquisição de ações, foi aberto a toda a população brasileira – ao contrário do processo de privatização defendido pelos tucanos, restrito a alguns poucos grupos econômicos internacionais.

A respeito das intenções de um hipotético governo tucano para a gestão do pré-sal, especula-se a retomada de uma agenda fortemente privatista para o setor. Em declaração recente ao jornal Valor Econômico, o principal assessor de José Serra para a área de enrgia, David Zylberstajn, afirmou que “Não tem que existir estatal comprando ou vendendo petróleo”. Vale lembrar que David Zylberstajn foi, no governo FHC, presidente da Agência Nacional do Petróleo, e um dos principais entusiastas da privatização da Petrobrás. Para se ter uma ideia, numa sondagem de mercado hoje reduzida ao anedotário histórico, chegou-se a especular que, num esforço para torná-la mais palatável a possíveis compradores estrangeiros, a companhia fosse rebatizada como “Petrobrax”.

Privatizações no governo José Serra

Quando governador de São Paulo pelo PSDB, José Serra foi fiel ao projeto privatista, e pediu avaliações referentes à possível privatização de pelo menos 18 empresas pertencentes ao estado. Entre as companhias oferecidas ao setor privado, estariam nomes tradicionais como a Nossa Caixa, a Sabesp, o Metrô, CPTM, a Dersa e a CDHU.

E o banco Nossa Caixa, na verdade, escapou por pouco – posta em leilão, a instituição financeira acabou arrematada pelo Banco do Brasil, num esforço do Governo Federal para impedir que a companhia caísse nas mãos de grupos privados.

Em seu meio (porque até a metade) mandato à frente do estado, José Serra foi, no fim das contas, apenas fiel ao que defendia quando ministro do planejamento do governo FHC. Quem o diz é o proprio ex-presidente, que ressaltou, em conversa recente com a revista Veja, o entusiasmado papel desempenhado por Serra nas privatizações da década passada.

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Vote na melhor frase da bolinha de papel

Reproduzo coletânea enviada por Erik Haagensen das melhores sacadas no Twitter sobre a bolinha de papel que feriu "gravemente" o coitadinho do Serra. Escolha qual a melhor ou envie outras:

- Del_Pozzo Gilberto Del’ Pozzo

Folha de S. Paulo:Polícia encontra pacote com 500 folhas de papel A4 em comitê de Dilma

- caio_feitosa Caio Feitosa

BOMBA: Serra diz que cidadão que for pego portando papel será indiciado por porte ilegal de arma

- mozartfaggi mozart

Ultimo boletim médico: Serra não tem nada na cabeça.

- livino Livino

Militante que atirou bolinha de papel em Serra é condenado a uma semana sem recreio.

- fabconde Fabricio Condé

Bolinha de papel: R$0,50. Tomografia em Clinica Particular R$700,00. Ver a Verdade vencer a Mentira: Não tem preço.

- caiocard Caio Cardoso

Nunca antes na história desse país se viu uma bola de papel derrubar uma máscara tão perfeitamente.

- DanielCruz733 Daniel Cruz

Na bolinha de papel tava escrito: “Não se larga um líder ferido na estrada” Ass: Paulo Preto

- ironjr Iron Júnior

Quem nunca errou que atire a 1ª bolinha de papel!

- Rafael_213 ‘_Rafael_’

Serra disse que se ganhar, vai proibir a venda de papel A4.

- livino Livino

Globo: Serra promete tomógrafos em todas as escolas do país.

- carlac_gomes @carlagomes

Ibope confirma! Bolinha de papel é mais popular que o Serra!!! PSDB analisa a possibilidade de substituir o candidato!

- Del_Pozzo Gilberto Del’ Pozzo

Em 2002 a esperança venceu o medo, agora a bolinha de papel desmascarou a mentira,a mídia e o Serra e juntos.

- kristian_pascoa Kristian Páscoa

ALERTA: Quando a criançada descobrir que bolinha de papel dá 24h de repouso as escolas ficarão vazias.

- livino Livino

Pedra vence tesoura, tesoura vence papel, papel vence Serra.

- ozeguerra José Guerra

Bolinha de papel pesando 2k (500 folhas de papel A4). Se Índio da Costa estiver falando a verdade, Serra foi atingido pelo dossiê do Aécio.

- rodolfomarconi Rodolfo Marconi

Isso porque a bolinha de papel era branca, porque se fosse preta já iam falar que foi o Paulo ..

- kmahayri Kalil Mahayri

Se uma bolinha de papel fez Serra ir ao hospital … Uma borracha provavelmente o faria fingir-se de morto!!!

- livino Livino

Mas lembrem-se: nada de tentar embarcar em avião com bolinha de papel, hein?

- peteroliveira17 Peter Oliveira

Eu sou contra este ato de violência. Hoje foi uma bolinha de papel, e amanhã? Confetes, serpentinas? Onde esse mundo vai parar?

- eulerdn Euler

A bala de prata era uma bolinha de papel

- livino Livino

Serra vai denunciar o governo brasileiro à ONU por programa secreto de enriquecimento de celulose.

- deozita Deo Gabiatti / by cyber2010cybele

É, ainda bem que foi uma bolinha de papel. Se fosse um aviãozinho iam dizer que foi um ataque terrorista.

- caiocard Caio Cardoso

Nunca antes na história desse país se viu uma bola de papel derrubar uma máscara tão perfeitamente.

- NarleyResende Narley Neto / by Tiago_Rossini

Fita crepe nega envolvimento e diz não conhecer bolinha de papel.

- JoaoCarlos2010 João Carlos / by bafhell

Serra é lerdo mesmo. Bush escapou de sapatada. Serra é atingido por bolinha de papel

- Lais_MD Laís Meireles Duarte

A Chamex está sendo investigada pela Polícia Federal por dar suporte para ataques terroristas.

- opetista O Petista / by ayeshaluc

De olho no apoio de Marina, PT promete que de agora em diante, só bolinhas de papel reciclado.

- thiago_yure thiago yure / by sfsteiger

Dilma enfrentou a ditadura e agüentou tortura. Serra não agüenta nem bolinha de papel. Frouxo...

- thiagocarames Thiago Caramês / by giliate

O Globo: ”Agressor é preso portando uma bola de papel calibre A4. O homem é vizinho do primo do cunhado da filha da Dilma”

- ErikaABL Erika Lima / by vieira707

“O exame de ‘bolística’ determinou que o projétil saiu de um chumaço de Maxprint, calibre A4.”

- ary_jr ary jr. / by AMMIRaMIL

Iranianos lançam projeto de enriquecimento de celulose.

- FabiaPessoa Pessoa

Após ser atingido por bola de papel, Serra recupera a memória e lembra quem é o Paulo Preto.

- criscarreiro Cris Carreiro / by caiocard”

Vídeo absolve rolo de fita e acusa bola de papel que nega vinculo partidário!

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