terça-feira, 12 de abril de 2016

Panamá Papers, Globo e corrupção tucana

Ilustração: Alfredo Martirena
Por Patrícia Faermann, no Jornal GGN:

A relação entre a Rede Globo e o escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca, criadora de offshores para lavagem de dinheiro, foi exposta por reportagens no início do ano, com a revelação da documentação do triplex da família Marinho, em ilha de Paraty. Afora a coincidência de carregar mesmo sobrenome, o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo, Robson Marinho, acusado de receber propina em esquema de corrupção da Alstom em governos tucanos, teria usado o suborno para investir em uma ilha em Paraty. A Panamá Papers deve esclarecer até que ponto essas histórias são obras do acaso, ou se complementam.

Os jornalistas em defesa da democracia

Áudio de Temer não vazou por acaso

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

A mim parece evidente que o vazamento do áudio de Temer não foi acidental (clique aqui para saber mais). Aliás, isso pouca importa. O que interessa é saber se a manobra vai ajudar o peemedebista a dar o golpe, ou se vai atrapalhar.

Lembremos que a “carta chorosa” de Temer há alguns meses também foi vazada “por acaso”. Na verdade, era estratégia de comunicação, que depois se revelou desastrada.

O áudio agora vazado terá o mesmo destino? Transformar-se-á em mais um episódio patético a mostrar a pequenez de Temer? Essa é a narrativa em disputa nesse momento.

A democracia e o sistema político no Brasil

O golpe, as biografias e as reputações

Por Aldo Fornazieri, no jornal Brasil de Fato:

Aos poucos, a grande farsa, montada em torno da atual crise política para justificar o golpe e para dar-lhe aparência de legalidade constitucional, vem rompendo suas muralhas de contenção disseminando o seu cheiro fétido junto à opinião pública. Não se sabe se ainda há tempo para evitar o rompimento dessa barragem da Samarco política montada pelos golpistas. Mas a pesquisa do Datafolha do final de semana sinaliza que parte importante da sociedade já pressente o desastre que os dejetos camuflados podem produzir, transformando o Brasil numa imensa Mariana.

A nova jogada de Janot para o golpe

Por Jeferson Miola

Por que o Procurador-Geral da República Rodrigo Janot mudou o parecer inicial e passou a propor ao STF a anulação da posse de Lula na Casa Civil? O que se passou entre 28 de março, data do parecer escrito ao STF favorável à posse; e 7 de abril, quando Janot acolheu o pedido do PSDB e PPS para anular a posse?

Para justificar a mudança de posição, no novo parecer Janot invoca dois fatos que já eram fartamente conhecidos quando ele proferiu o parecer de 28 de março: [i] a delação do Senador Delcídio Amaral, divulgada com recortes pela Globo e imprensa golpista desde 3 de março; e [ii] as interceptações telefônicas ilegais da Presidente Dilma, espetáculo kafkiano levado a público pelo juiz Sérgio Moro em 16 de março.

Os golpistas e a transição de Lampedusa

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Dois fatos importantes, nos últimos trinta dias, marcam a descarada decadência da clandestinidade golpista. Primeiro, desorganizada e espontânea - pautada pelo oligopólio da mídia sem rumo político claro - depois, estrategicamente disseminada para “implodir” o núcleo do Planalto, esta clandestinidade se torna programa de tomada do poder. Estes dois fatos são os seguintes: primeiro fato, o gráfico de doações da Andrade Gutierrez, feitas legalmente aos partidos durante a campanha eleitoral, mostra que PSDB e PMDB somados - partidos que estão na crista do golpismo - somam 39 milhões e as doações ao PT somam menos de 15 milhões. Estes valores podem ser tidos como referência média, para as doações feitas pelas empreiteiras aos partidos eleitoralmente mais fortes; segundo fato, o alinhamento de Marina Silva com os defensores do “impeachment”, fazendo a mesma transição de dependência “carnal” com o PMDB, que todos os partidos fizeram – inclusive o PT – certamente embalada pelas pesquisas, onde ela aparece empatada com Lula. O fundamentalismo evangélico se tornando pragmatismo tradicional, propondo, como no romance de Lampedusa, mudar aparentemente tudo para não mudar concretamente nada.

Dez revelações sobre o áudio de Temer

Por Renato Rovai, em seu blog:

O áudio vazado de Temer é importante não apenas como documento histórico deste momento da vida nacional, mas também porque é revelador da alma e do caráter do vice-presidente. Segue a lista de dez características de Temer que ele revela:

1 – Temer é mentiroso: Essa é primeira coisa que fica clara. O áudio não vazou, foi vazado. Era uma ação de risco, mas tinha objetivos claros. Dizer para o povão que não vai acabar com os programas sociais e para o empresariado que vai lhes entregar a reforma da previdência o fim da CLT. E fazê-lo aparecer com tempo generoso no Jornal Nacional.

Imprensa brasileira esqueceu o que é o fato

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

O dia hoje iniciou-se com um episódio engraçado. O jornalista Gleen Greewald, que não tem escondido sua perplexidade com o nível de militância pró-golpe dos repórteres da Globo, menciona um tweet de Jorge Pontual, correspondente da Globo em Nova York, no qual Pontual demonstra a mais crassa ignorância sobre as leis brasileiras.


Ignorância não é crime. Mas partindo de um jornalista influente, correspondente em Nova York da maior rede de TV do Brasil, e num momento tão delicado da vida nacional, é um tropeço imperdoável.

Quer dizer, seria até perdoável, se o autor - em vista da enxurrada de críticas que recebeu - pedisse desculpas por sua ignorância.

O áudio de Temer escancara o golpe

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O áudio gravado por Michel Temer com seu “primeiro pronunciamento nacional” é uma peça quase tão patética quanto a infame carta de rompimento com Dilma do ano passado.

Sua assessoria alega que foi por acaso que a mensagem vazou. Deveria ter ficado no “stand-by” do celular e ser liberada se a Câmara aprovasse a continuidade do impeachment antes de ir para o Senado.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Cadê o processo contra Paulinho da Força?

Por Altamiro Borges

Na sexta-feira (8), o deputado Paulinho da Força, integrante da tropa de choque do correntista suíço Eduardo Cunha e famoso por seu pragmatismo mercenário, promoveu um "ato dos sindicalistas pelo impeachment de Dilma". O evento foi um fiasco, não repercutindo sequer na mídia golpista. Segundo o insuspeito Estadão, o ato juntou "centenas de pessoas" na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo - um velho reduto de pelegos ligados ao tucanato. Vários dirigentes da Força Sindical, central tratada como feudo pelo deputado da sigla Solidariedade, não compareceram ao evento e já se manifestaram publicamente contra o golpe em curso no país.

Jean Wyllys rebate matéria de O Globo

Da revista Fórum:

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) afirmou que vai processar o jornal O Globo por conta de uma nota feita em uma das colunas do jornal. O texto sugere que o parlamentar “levou” R$ 22 milhões em emendas “individuais” para universidades do Rio.

“Na linha de frente pró-Dilma, Jean Willys (sic), do PSOL, é dos poucos que já tiveram gordas emendas individuais pagas em 2016. Foram R$ 22 milhões para UFF e UFRJ. O colega de bancada Chico Alencar levou só R$ 405 mil”, diz o texto que está na edição impressa e digital do periódico.

O 'day after' do Brasil será na rua

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Seja qual for o placar da Câmara no domingo, 17, o day after da votação não inaugurará uma nova hegemonia com força e consentimento para repactuar as linhas mestras da sociedade e do desenvolvimento brasileiros.

Ao contrário.

Provavelmente apertado, o resultado reafirmará a natureza do impasse histórico em que se encontra o país.

Janot, Aécio e a conta em Liechtenstein

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

Neste momento, certamente, milhares de brasileiros gostariam de perguntar ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot:

1) Por que apesar de o senador Aécio Neves, presidente Nacional do PSDB, ter sido citado por vários delatores na Operação Lava Jato, o senhor até hoje não abriu nenhum inquérito para investigá-lo?

2) Por que tamanha inação da PGR em relação ao seu conterrâneo tucano, considerando o enorme passivo judicial dele, guardado nas gavetas do Ministério Público e do Tribunal de Justiça de Minas Gerais?

Corrupção não é o maior problema do Brasil

Por Celso Vicenzi, em seu blog:

Há uma histeria nacional em torno do tema da corrupção. Em todas as esquinas, nas ruas, nas praças, nos bares, nos clubes, nas residências, onde quer que se junte um grupo de amigos para conversar, na maioria dos casos, a corrupção será apontada como o maior problema do Brasil. Mas no automatismo em que vive a sociedade midiática, ninguém parou um segundo para perguntar: mas quem elegeu a corrupção como o “grande problema” e por quê?

Nova eleição, a cenoura e o burro

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Na medida em que a falta de legitimidade do golpe contra Dilma Rousseff torna-se evidente em função da ausência de prova de crime de responsabilidade, tornou-se necessário embelezar a mesma manobra às costas do eleitor.

Essa nova realidade deu origem à proposta de realizar novas eleições 60 dias após a saída da presidente. Parece uma saída democrática, mas não é.

Golpe, ilegitimidade e caos

Editorial do site Vermelho:

A iminência do caos, retrocesso e desorganização que o golpe contra Dilma Rousseff e a legalidade representam começa, cada vez mais, a ser percebida por agentes econômicos que, tudo indicava, fariam parte do campo oposto aos democratas e defenderiam o golpe.

Estes agentes econômicos começam a manifestar preocupação sobre as condições de estabilidade no Brasil no pós-impeachment, com impactos diretos sobre seus negócios.

A crise é mental

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

O escândalo chamado Panama Papers cabe com encaixe perfeito entre os resultados da sujeição do mundo ao deus mercado que o papa Francisco mais propriamente definiria como demônio do dinheiro.

Antes de cogitarmos de uma reforma política brasileira, de resto, por ora tão improvável quanto duvidosa, seria altamente recomendável uma reforma do globo terráqueo. De sorte a reverter o processo destinado a enriquecer cada vez mais uns poucos para empobrecer e imbecilizar os demais. Aludo a bilhões de seres ditos humanos.

Temer e tucanos rejeitados; Lula redivivo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Nem no pior pesadelo dos golpistas o resultado poderia ter sido pior do que os números do Datafolha.

Michel Temer, preservado pela mídia todo o tempo, tem um percentual igual – dentro da margem de erro estatística – ao de Dilma Rousseff por seu impeachment.

Aécio Neves despenca, Alckmin despenca, Serra despenca. A extrema direita comeu seus votos e eles não ganharam outros.

Datafolha e o veneno dos golpistas

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Até há poucas semanas, analistas políticos de todos os matizes falavam, de forma pavloviana, sobre “morte política” de Lula e do PT e sobre “queda irreversível” do governo Dilma Rousseff. Na semana que finda, tudo mudou. E como mudou.

O que mais espanta no fenômeno que analisaremos aqui é a fragilidade de um aparato golpista que tenta devolver o Poder à direita após 13 anos de governos trabalhistas. Contando com órgãos de Estado como Ministério Público, Polícia Federal e setores do Judiciário, com impérios de mídia e com o grande empresariado, bastou uma reação um pouco mais consistente e coordenada da esquerda para a conspiração golpista começar a despencar.

A semana que decidirá o futuro

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Começa hoje a semana que deve terminar no domingo com um desfecho para a crise: o triunfo do golpe ou a vitória da legalidade e da democracia. E ela começa com um símbolo sombrio, o início das obras para a montagem das grades que vão separar, no gramado do Congresso, os manifestantes de um lado e de outro.

Na manhã desta segunda-feira começa também o ritual de votação do parecer do relator Jovair Arantes na comissão especial do impeachment. Ele responderá às críticas apresentadas ao longo da noite de sexta-feira para sábado, num debate que o Brasil não assistiu. Não foi um debate mas uma sucessão de discursos expressando posições pré-definidas, que não vão se modificar hoje, com a fala de Jovair nem com os discursos dos líderes partidários, antes da votação marcada para o final do dia.

Limites do governo e o assalto das elites

Por Cristina Fróes de Borja Reis, Fernanda Graziella Cardoso e Vitor Eduardo Schincariol, no site Outras Palavras:

22 milhões de brasileiros, 10% da população, saíram da extrema pobreza entre 2011 e 2014, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas): 3,1 milhões da região Norte, 13,8 milhões do Nordeste, 3,5 milhões do Sudeste, 1 milhão do Sul e 0,7 milhão do Centro-Oeste. Em 2014 o Brasil finalmente não estava no mapa da fome mundial da FAO.

A libertação de uma vida de privações é um direito humano fundamental, e não pode ser tratada como mera estatística. É injusto tamanho êxito ser esquecido ou diminuído por argumentos de menor relevância ou que desvelam um desprezo que não pode ser outro senão fruto de perda de espaço na luta de classes: “mas gerou inflação”, “mas não se sustenta”, “só pra ganhar votos”, “mas não ensina a pescar”, “à custa de quem trabalha de verdade”, “inclui um monte de malandro que forja dados para receber o benefício”, “mas causa desvio de verbas e corrupção”, “ainda temos muitos problemas”.

Impeachment é golpe contra a CLT

Por Adilson Araújo, no site da CTB:

A classe trabalhadora é quem mais tem a perder se o golpe do impeachment não for barrado. As classes sociais e os políticos que estão por trás da campanha contra a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, a pretexto de combater a corrupção, têm por objetivo principal a destruição dos direitos sociais conquistados pelo povo brasileiro não só durante o governo Lula mas ao longo de toda história. Querem o fim da CLT. Isto significa acabar com as férias de 30 dias, com o 13º, com a licença maternidade, com o descanso semanal remunerado, aumentar a jornada de trabalho muito além do limite de 8 horas diárias, impor a terceirização ilimitada e destruir outras conquistas.

domingo, 10 de abril de 2016

João Bosco e Aldir Blanc pela democracia

Perseguido por Moro e Globo, Lula sobe!

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

A pesquisa Datafolha publicada neste fim-de-semana, a sete dias da votação do impeachment, é um balde de água fria para a oposição.

Depois de sofrer a mais dura campanha midiática movida contra um líder popular, desde o suicídio de Vargas em 1954, Lula é quem sobe em todos os cenários eleitorais. Ele e Marina lideram em todos os cenários. E o que é mais trágico para o PSDB: Aécio, Serra e Alckmin desabam nas intenções de voto.

Hora da decisão: ampliar a resistência!

Do blog de Renato Rabelo:

Nos próximos dias de abril, a Câmara dos Deputados realizará uma votação de grandes consequências para o presente e para o futuro do país. Nesta votação histórica, ou vencerá a democracia, com a preservação do legítimo mandato da presidenta Dilma Rousseff, ou triunfará o golpismo, com a aprovação de um impeachment sem crime de responsabilidade, portanto, ilegal e inconstitucional.

A Rede Globo e os "Panama Papers"

Por Paulo Pimenta, no site Sul-21:

Veio à tona um novo escândalo de corrupção global. O que a mídia brasileira esconde é que a Globo está envolvida nele.

Fraudes, evasão de divisas, sonegação de impostos, superfaturamento, trafico de influência. Os “Panama Papers” dizem respeito aos quatro terabytes de documentos vazados sobre a Mossack Fonseca – matriz internacional de offshores, que criou centenas de empresas de papel pelo mundo com o fim principal de ocultação de patrimônio.

Os EUA e o controle do entretenimento

Por Mauro Santayana, em seu blog:

O recorde batido por Batman x Superman no Brasil, de maior bilheteria arrecadada em um fim de semana de estreia – quase 35 milhões de reais - com um roteiro abaixo de crítica e direito, nas filas intermináveis, a adultos vestidos de camisetas com desenhos de morcego e crianças a partir de 12 anos com roupas de super-homem, não é apenas o símbolo da indigência cultural e intelectual de parte de uma classe média que reclama da crise, mas gasta mais de 100 reais para comprar três ingressos e um “combo” de pipoca com refrigerantes de máquina, para lotar até a última poltrona os cinemas de shopping, correndo o risco - dependendo do lugar - de passar calor ou ser mordido por mosquitos, ou pegar uma conjuntivite com óculos 3D tão sebosos quanto janelas de fábrica.

O acampamento em defesa da democracia

Do site da UJS:

A próxima semana será decisiva para a democracia brasileira. Estará em julgamento na Câmara dos Deputados o processo de impeachment, sem base legal, que quer tirar um presidente para colocar em seu lugar outro político que não tem nenhum interesse em melhorar a vida das pessoas.

A Frente Brasil Popular está organizando o “Acampamento Nacional pela Democracia”, que começará no dia 10/04 em Brasília. O objetivo é fazer pressão no Congresso Nacional para as votações da comissão do impeachment do dia 11/04, e caso passe pela comissão, no plenário da Câmara no dia 17/04.

Porque Barbara Gancia foi demitida da Band

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A demissão de Barbara Gancia da Band News FM foi um dos assuntos mais comentados hoje nas redes sociais.

É que Barbara, falante como é, disse que foi demitida por razões políticas. A Band desmentiu. Afirmou que foi por motivos econômicos: corte de custos.

Não é exatamente uma mentira da Band, mas é quase isso.

As brigadas contra o golpe nas periferias

Da Rede Brasil Atual:

A Frente Brasil Popular realiza neste fim de semana a segunda mobilização Brigadas Populares Contra o Golpe, visitando os bairros de Grajaú e Jardim Miriam (zona sul), Vila Prudente (zona sudeste), Itaquera e São Miguel Paulista (zona leste), todos na periferia de São Paulo. O objetivo é dialogar com a população sobre os interesses dos defensores do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Os militantes também vão convidar a população para participar da manifestação do próximo dia 17, às 10h, no Vale do Anhangabaú, centro da capital paulista.

O futuro incerto da América Latina

Por Frei Betto, no site da Adital:

O Banco Mundial (Bird) alertou, no fim de 2015, que 241 milhões de latino-americanos podem cair na pobreza. É o que Bauman chama de precarização e eu, de pobretariado. Esses 241 milhões nem são pobres, nem podem ser considerados de classe média. E constituem 38% da população do continente, no qual são considerados pobres todos que se veem obrigados a sobreviver com menos de US$ 4 por dia.

Hoje, 37% da população adulta da América Latina vivem do trabalho informal. A previsão é que se chegue, este ano, a 50%, devido à crise econômica que afeta países populosos como Brasil, México, Argentina e Venezuela.

O conluio entre a mídia e a Lava-Jato

http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/
Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

Dividida em 27 fases e uma série de ações paralelas, a Operação Lava Jato vem pautando a agenda nacional há mais de dois anos. Uma breve análise dos vazamentos seletivos da Operação em consonância à agenda das oligarquias midiática e econômica do país levantam evidências quanto à sua motivação política.

Nesta quinta-feira, 7 de abril, mais um exemplo confirma a regra. Um dia após a apresentação do relatório favorável ao acolhimento do pedido de impeachment na Câmara dos Deputados, os jornais repercutiram a delação premiada de Otávio Mesquita de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, realizada dois meses atrás (G1, 07.04.2016).

sábado, 9 de abril de 2016

Datafolha tira o sono dos golpistas

Por Altamiro Borges

A pesquisa Datafolha divulgada na tarde deste sábado (9) deve tirar o sono dos golpistas - que têm se dedicado com tanto afinco para "depor" Dilma, "matar" Lula e destruir o Brasil. A famiglia Frias, que é dona do instituto e do jornal tucano, talvez preferisse escondê-la. Segundo relato seco da Folha, "o ex-presidente Lula (PT) e a ex-senadora Marina Silva (Rede) lideram a corrida para presidente da República em 2018. Entre as opções do PSDB (senador Aécio Neves, governador Geraldo Alckmin e o também senador José Serra), todas têm demonstrado tendência de queda nas intenções de voto".

O samba "Não vai ter golpe"

A farsa da direita contra Dilma

Editorial do site Vermelho:

Aquilo que se assistiu na quarta-feira (6), na Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa a admissibilidade do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, foi uma farsa golpista grotesca que afrota a consciência democrática e legalista do país.

Com desavergonhada desenvoltura o relator, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), pôs a atividade confiada a ele a serviço de seu chefe, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do vice-presidente, Michel Temer, e do golpismo direitista e neoliberal.

Lava-Jato, Globo e a Mossack & Fonseca

Por Henrique Beirangê, na revista CartaCapital:

Atropelada por outros fatos e providencialmente esquecida pela mídia, a 22ª fase da Lava Jato continua um mistério. Por que ela destoa tanto dos padrões de outras ações do juiz Sergio Moro e da força-tarefa?

E por que a missão organizada para ser a cereja do bolo após dois anos de intensas investigações tornou-se uma letra morta, um arquivo incômodo nos escaninhos da Justiça Federal em Curitiba?

A 22ª fase, batizada de Triplo X, referência pouco sutil ao apartamento triplex em um edifício na praia paulista do Guarujá atribuído ao ex-presidente Lula, ganhou as ruas em 27 de janeiro.

O golpe gosta das madrugadas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Terminou às 4h43m de hoje a sessão da Comissão de Impeachment destinada a que os parlamentares falassem sobre o pedido de impedimento da Presidenta da República.

Falassem para quem, às quatro horas da manhã?

Para os gatos sorrateiros, para os ébrios das calçadas, para os plantonistas de portarias, no esforço de vencerem o sono que lhes pesa às pálpebras?

Golpe perdeu força, mas pode reagir

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Uma das consultorias mais ouvidas e celebradas por analistas de banco e gestoras de investimentos, a Eurasia Group, rebaixou sua previsão de impeachment de Dilma Rousseff. De acordo com relatório divulgado na terça (5), a consultoria internacional estima que se o impeachment fosse votado hoje pela Câmara dos deputados, seria barrado.

A informação foi divulgada por Christopher Garman, diretor da consultoria internacional de risco político Eurasia. Para Garman, faltam entre 20 e 40 votos para os adversários da presidente Dilma aprovar o processo de impeachment na Câmara.

MST e PM: Quem emboscou quem no Paraná?

Do site do Mídia Ninja:

Na tarde desta quinta-feira (7), dois sem-terra morreram e seis ficaram feridos em confronto ocorrido no acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, centro-sul paranaense.

Mais não se sabe. No dia do jornalista, um aparente bloqueio de informações se abateu sobre o caso. As últimas notícias, extraídas de jornais locais, são das 21h e não trazem fatos novos para elucidar as circunstâncias reais da contenda.

Na ausência de relatos objetivos de testemunhas e imagens do ocorrido, uma rápida apuração de poltrona revela informações perturbadoras. Antes de expô-las, cabe uma passagem sobre os relatos de cada lado do episódio.


Impeachment é uma fraude escancarada

http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Não é preciso alimentar ilusões sobre o voto de 197 páginas de Jovair Arantes para pedir o impeachment de Dilma Rousseff. O texto é frágil e contraditório. Tão cauteloso diante da ambição de pedir o afastamento de uma presidente eleita por mais de 54 milhões de votos que está carregado de expressões de quem procura deixar claro que não tem segurança para fazer afirmações categóricas e definitivas. Em vários parágrafos Jovair faz questão de sublinhar que pode estar errado e que sua opinião está sujeita a revisões.

Uma nova ofensiva da direita no campo

Por Alceu Luís Castilho, no site Outras Palavras:

Aos fatos:

1) Dois sem-terra foram mortos ontem em Quedas do Iguaçu, em ação conjunta da Polícia Militar do Paraná com seguranças da Araupel. A empresa ocupa terras da União. Sete mil pessoas disputam o território, no Acampamento Dom Tomás Balduíno. Pelo menos outros seis sem-terra ficaram feridos. Texto do MST descreve um ataque: “Sem Terra são assassinados no Paraná“. Os textos da grande imprensa falam em “confronto”. E apresentam a versão da polícia de que quem fez a emboscada foram os sem-terra. Os mortos: Vilmar Bordim, 44 anos, casado, três filhos; Leomar Bhorbak, 25 anos, que deixa a esposa grávida de nove meses.

Ponte para o Futuro, o programa do golpe

Por Maria do Rosário Nunes, na revista Teoria e Debate:

No final de outubro de 2015, em meio ao aprofundamento da crise política, em grande medida comandada por Eduardo Cunha, o PMDB, partido que integrou ao lado do PT a chapa presidencial de Dilma, em 2010 e 2014, elaborou uma proposta, em suas palavras, “para tirar o Brasil da crise”. Enunciado enquanto texto para debate interno, foi amplamente divulgado, tal como um programa de candidatura à Presidência. Neste caso, porém, as eleições já haviam passado, e o “Uma Ponte para o Futuro” não era dirigido aos eleitores, mas ao capital financeiro, aos empresários, aos latifundiários, à mídia oligopolizada e, é claro, aos políticos ávidos por poder que viram seus interesses serem contrariados. Na verdade, tratava-se do programa do golpe.

Listaremos cinco conjuntos de propostas que consideramos mais preocupantes de um programa que, em sua totalidade, é avesso aos interesses do Brasil e de seus trabalhadores e trabalhadoras.

Dez lições da múltipla crise brasileira

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Toda crise acrisola, purifica e faz madurar. Que lições podemos tirar dela? Elenco algumas.

Primeira lição: o tipo de sociedade que temos não pode mais continuar assim com é. As manifestações de 2013 e as atuais mostraram claramente: não queremos mais uma democracia de baixíssima intensidade, uma sociedade profundamente desigual e uma política de negociatas. Nas manifestações os políticos também os da oposição foram escorraçados. Igualmente movimentos sociais organizados. Queremos outro tipo de Brasil, diverso daquele que herdamos que seja democrático, includente e justo.

Lula endurece o discurso contra a mídia

Por Leonardo Miazzo, no blog O Cafezinho:

O auditório do Anhembi, em São Paulo, estava lotado de estudantes, professores e representantes de movimentos da juventude na noite desta sexta-feira para o "Encontro de Lula com a Educação". Além do ex-presidente, estiveram presentes figuras importantes, como Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp, Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, e Rui Falcão, presidente nacional do PT. Lula, como sempre, foi recebido com festa, aos gritos de "Não vai ter golpe" e "Lula guerreiro". Na sequência, iniciou um discurso que, ao menos em comparação aos mais recentes, foi mais contundente - críticas à imprensa, lembrança da necessidade de regulamentar os meios de comunicação, ironia para comentar a delação da Andrade Gutierrez e ataques ao golpismo de Michel Temer.

O xadrez da bala de prata de Janot

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Entra-se nos dias derradeiros para a primeira tentativa de impeachment com vários movimentos no nosso tabuleiro.

Movimento 1 - Rodrigo Janot usa a bala de prata contra Dilma.

A sequência de ações contra Lula denotava uma intenção persecutória da Lava Jato. Caçar Lula tornou-se foco único. Depois, representações de toda ordem de outros procuradores, sempre tendo por alvo Lula e, por álibi, os factoides que provavelmente eles próprios plantavam na mídia.

A notícia-crime contra o juiz Sergio Moro

Por Marco Weissheimer, no site Sul-21:

Um grupo de advogados e advogadas do Rio Grande do Sul apresentou nesta quinta-feira (7), na Procuradoria Regional da República da 4ª Região, notícia-crime contra o juiz Sérgio Moro “tendo em vista a ocorrência de fatos que constituem, em tese, crimes de ação pública”. Reconhecendo o mérito das revelações feitas durante algumas das investigações da força tarefa responsável pela Operação Lava Jato, os advogados criticam “o método condenável das ações desencadeadas pelo referido grupo de trabalho, a partir de buscas e apreensões e prisões espetaculosas, sistematicamente realizadas com o acompanhamento, muitas vezes simultâneo, dos grandes meios de comunicação”. E apontam quatro crimes que teriam sido cometidos pelo magistrado no episódio das escutas telefônicas envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

'Veja' arquiva folha corrida de Jovair

Por Altamiro Borges

O novo herói dos golpistas é o deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO), que nesta quarta-feira (6) deu parecer favorável ao impeachment da presidenta Dilma. O relator da tal "comissão especial" leu quase 130 páginas para justificar o estupro da democracia. "Uns vão me chamar de herói, outros de vilão e golpista. Esses rótulos não me preocupam", afirmou logo no início da leitura do calhamaço. Como pau-mandato do correntista suíço Eduardo Cunha, ele demonstrou pouca intimidade com o seu próprio relatório. Em vários momentos, tropeçou nas palavras e pareceu não compreender os termos jurídicos do parecer. Mesmo assim, Jovair Arantes - famoso por suas ligações com notórios bandidos - foi poupado pela mídia golpista. A revista Veja, por exemplo, optou por "arquivar" velhas denúncias que publicou contra o agora impoluto e ético "relator do impeachment".

Cadê a lista da Andrade Gutierrez?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A chamada “lista da Odebrecht” sumiu do noticiário depois de ter apavorado o mundo político e forçado a disposição das cúpulas partidárias para cortar logo a cabeça de Dilma Rousseff e liquidar com a espadada da Lava Jato. Foi na esteira de sua divulgação que o PMDB resolveu desembarcar do governo e engrossar o cordão do impeachment. Agora, se Lava Jato quiser dar alguma prova de que não se tornou uma ação partidária, deve entregar à opinião pública uma “lista da Andrade Gutierrez”. E não só a de doações legais, que foram até mais generosas para o PSDB, mas também aquela que beneficia todos ou quase todos os partidos, com caixa 1 ou caixa 2.

O ato dos jornalistas contra o golpe

Por José Cassio, no blog Diário do Centro do Mundo:

“Não podia imaginar que, depois de 40 anos, eu teria de recorrer novamente à mídia internacional para saber o que está acontecendo no meu país”.

O professor (ECA/USP) Laurindo Leal Filho se referia a meados da década de 70 quando tinha de sintonizar a Rádio BBC de Londres para saber notícias sobre o golpe de Estado ocorrido no Chile e que consistiu na derrubada do regime democrático constitucional e de seu presidente, Salvador Allende.