Por Frei Betto, no site da Adital:
O Banco Mundial (Bird) alertou, no fim de 2015, que 241 milhões de latino-americanos podem cair na pobreza. É o que Bauman chama de precarização e eu, de pobretariado. Esses 241 milhões nem são pobres, nem podem ser considerados de classe média. E constituem 38% da população do continente, no qual são considerados pobres todos que se veem obrigados a sobreviver com menos de US$ 4 por dia.
Hoje, 37% da população adulta da América Latina vivem do trabalho informal. A previsão é que se chegue, este ano, a 50%, devido à crise econômica que afeta países populosos como Brasil, México, Argentina e Venezuela.
Desde que espanhóis e portugueses aportaram em nossas terras indígenas, a economia continental depende da exportação de produtos primários, hoje conhecidos por commodities. Porém, os grandes importadores, como a China e a Europa Ocidental, dão sinais de declínio.
Hoje, são consideradas pobres, na América Latina, 167 milhões de pessoas, e 71 milhões são miseráveis (sobrevivem com, no máximo, US$ 1 por dia). No Brasil, segundo a Cepal, a miséria já atinge 6% da população, e tende a se agravar se o ajuste fiscal afetar as políticas sociais e o PIB continuar em queda.
Na última década, a pobreza recuou no continente, graças aos governos progressistas que adotaram sistemas de proteção dos direitos dos mais pobres. Agora, com a crise econômica, muitos avanços poderão retroceder. No IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU, o Brasil recuou, ano passado, da 74ª para a 75ª posição na lista de 188 nações classificadas com base em três indicadores: saúde, educação e renda.
Embora a renda do brasileiro tenha crescido nos últimos dez anos, a desigualdade social prossegue alarmante. Basta lembrar que 46% da renda nacional se encontram em mãos de apenas 5 mil famílias.
O que preocupa é a incerteza do governo federal. Ora promete manter os programas sociais, ora ameaça com cortes. E o Planalto e o PT fazem discursos contraditórios.
O Brasil, neste ano, será a vitrine do mundo, com os Jogos Olímpicos no Rio em agosto, coincidindo com o início da campanha eleitoral para prefeitos e vereadores. A menos que haja um milagre, não será fácil para o governo convencer a opinião pública de que a capital fluminense é, de fato, uma cidade maravilhosa. A saúde carioca está na UTI, em estado terminal, e a violência campeia por toda a cidade, assassinando crianças e adultos que nada têm a ver com os confrontos entre policiais e bandidos.
Este é o oitavo ano de funcionamento das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). O resultado, infelizmente, tem sido pífio. Em oito anos uma geração de crianças atinge a maioridade. Estaria salva da criminalidade se o Estado não tivesse focado em apenas manter plantão policial em comunidades favelizadas. Hoje teríamos uma geração isenta da criminalidade se junto com a polícia subissem o morro escolas, cursos profissionalizantes, teatro, cinema, dança e esportes.
O Banco Mundial (Bird) alertou, no fim de 2015, que 241 milhões de latino-americanos podem cair na pobreza. É o que Bauman chama de precarização e eu, de pobretariado. Esses 241 milhões nem são pobres, nem podem ser considerados de classe média. E constituem 38% da população do continente, no qual são considerados pobres todos que se veem obrigados a sobreviver com menos de US$ 4 por dia.
Hoje, 37% da população adulta da América Latina vivem do trabalho informal. A previsão é que se chegue, este ano, a 50%, devido à crise econômica que afeta países populosos como Brasil, México, Argentina e Venezuela.
Desde que espanhóis e portugueses aportaram em nossas terras indígenas, a economia continental depende da exportação de produtos primários, hoje conhecidos por commodities. Porém, os grandes importadores, como a China e a Europa Ocidental, dão sinais de declínio.
Hoje, são consideradas pobres, na América Latina, 167 milhões de pessoas, e 71 milhões são miseráveis (sobrevivem com, no máximo, US$ 1 por dia). No Brasil, segundo a Cepal, a miséria já atinge 6% da população, e tende a se agravar se o ajuste fiscal afetar as políticas sociais e o PIB continuar em queda.
Na última década, a pobreza recuou no continente, graças aos governos progressistas que adotaram sistemas de proteção dos direitos dos mais pobres. Agora, com a crise econômica, muitos avanços poderão retroceder. No IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU, o Brasil recuou, ano passado, da 74ª para a 75ª posição na lista de 188 nações classificadas com base em três indicadores: saúde, educação e renda.
Embora a renda do brasileiro tenha crescido nos últimos dez anos, a desigualdade social prossegue alarmante. Basta lembrar que 46% da renda nacional se encontram em mãos de apenas 5 mil famílias.
O que preocupa é a incerteza do governo federal. Ora promete manter os programas sociais, ora ameaça com cortes. E o Planalto e o PT fazem discursos contraditórios.
O Brasil, neste ano, será a vitrine do mundo, com os Jogos Olímpicos no Rio em agosto, coincidindo com o início da campanha eleitoral para prefeitos e vereadores. A menos que haja um milagre, não será fácil para o governo convencer a opinião pública de que a capital fluminense é, de fato, uma cidade maravilhosa. A saúde carioca está na UTI, em estado terminal, e a violência campeia por toda a cidade, assassinando crianças e adultos que nada têm a ver com os confrontos entre policiais e bandidos.
Este é o oitavo ano de funcionamento das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). O resultado, infelizmente, tem sido pífio. Em oito anos uma geração de crianças atinge a maioridade. Estaria salva da criminalidade se o Estado não tivesse focado em apenas manter plantão policial em comunidades favelizadas. Hoje teríamos uma geração isenta da criminalidade se junto com a polícia subissem o morro escolas, cursos profissionalizantes, teatro, cinema, dança e esportes.
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