sexta-feira, 12 de maio de 2017

O julgamento político de Moro contra Lula

Por Patrícia Faermann, no Jornal GGN:

Com a reação nitidamente perplexo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouvia do juiz Sergio Moro o que ele considerava como justificativa para dirigir perguntas no caso do triplex do Guarujá sobre a AP 470, conhecida como mensalão, julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

"Eu tenho umas perguntas para o senhor para entender a sua relação com os seus subordinados e assessores. O senhor ex-presidente afirma que jamais compactou com algum dos criminosos, que não tinha conhecimento dos crimes praticados no âmbito da Petrobras no seu governo. Eu entendo aqui que perguntas a respeito de atitudes em relação a crimes praticados por subordinados, assessores ou pessoas que trabalharam na Petrobras durante o seu governo têm relevância para a formação da minha convicção judicial. Nesse aspecto, senhor ex-presidente, eu gostaria de fazer algumas perguntas sobre a sua opinião sobre o caso nominado de 'Mensalão', que foi julgado pelo STF", disse Moro.

Fachin e Santana: golpe segue mesmo roteiro

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A cada dia que passa, a morte de Teori Zavaschi nos parece mais oportuna para os golpistas, pois o comportamento de seu “herdeiro”, Luiz Edson Fachin, revela-se cada vez mais afinado com a agenda criminosa do partido midiático-judicial que assumiu o poder político no país.

No dia seguinte à surra épica que Lula aplicou em seus algozes, não apenas através de seu depoimento, mas sobretudo pela capacidade incrível de mobilização de seus apoiadores, o partido judicial levanta o sigilo dos depoimentos de João Santana e sua esposa.

O casal Santana faz parte do rol de torturados pela nova Inquisição: eles só encontraram jeito de fugir às bastilhas perpétuas anuindo em participar do jogo sujo dos procuradores, ou seja, legitimando as teses pré-escritas da acusação, que podem ser todas resumidas em duas frases: delenda PT e longa vida ao golpe.

As mentiras de Miriam Leitão sobre Marisa

Miriam e Moro: na mídia brasileira, esta cena é normal
Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Depois do depoimento de Lula a Sérgio Moro, a Rede Globo subiu um patamar na escalada do massacre midiático.

Agregou à estratégia da meia verdade a divulgação de mentiras completas.

A meia verdade pode ser também uma meia mentira, mas, em geral, ela tem um formato que faz parecer coisa séria.

E dá uma porta de saída ao jornalista mentiroso: ele pode dizer que o que disse ou escreve é fato.

Só não disse tudo, mas o que relatou é um fato.

Por exemplo: o caso do tríplex, o centro da acusação que levou o ex-presidente da República a depor em Curitiba.

É fato que a OAS tentou entregar o imóvel para Marisa Letícia Lula da Silva e Lula.

Moro queria humilhar Lula e saiu humilhado

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Se tivesse que resumir o que creio que decorreu do 10 de maio de 2017 – data a ser imortalizada –, diria que foi o dia da inflexão política brasileira após um processo acelerado de degradação institucional do país.

A iniciativa de trazer o ex-presidente Lula a Curitiba e dar a essa iniciativa uma publicidade imensa, foi (exclusivamente) do juiz Sergio Moro. Ele poderia ter feito outras opções. Por exemplo, poderia ter mantido sigilo sobre a oitiva ou fazê-la por teleconferência.

Por que? Em benefício do Erário, entre outros fatores.

Temer celebra o êxito do retrocesso

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Quantos anos ou décadas o Brasil terá retrocedido sob Temer só saberemos quando ele se for. Mas neste primeiro ano de seu governo, é indiscutível a involução em muitas áreas onde o pais havia saltado para a frente, especialmente na construção de um sociedade mais próxima do bem-estar social coletivo. O que Temer vai celebrar hoje, com uma solenidade no Planalto, é o retumbante êxito de seu programa de retrocessos, que podem ser também conferidos na página especial criada para a data (Brasil.gov.br/Brasilagora).

TVs tentam invisibilizar apoiadores de Lula

Por Júlia Dolce, no jornal Brasil de Fato:

O depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro no âmbito da Operação Lava Jato foi amplamente divulgado pela mídia brasileira nesta quarta-feira.

Entretanto, a cobertura jornalística realizada pela grande imprensa pareceu ignorar os milhares de manifestantes em apoio ao ex-presidente que viajaram de todas as partes do país para ocupar a cidade de Curitiba, onde ocorria o interrogatório. Além disso, a narrativa de batalha entre Moro e Lula, criada por grandes veículos de comunicação, pode ser considerada prejudicial para a população.

Flexibilizar a jornada: a quem interessa?

Por Pietro Borsari, no site Brasil Debate:

A reforma trabalhista (PL 6787/2016), quanto à jornada de trabalho, opera no sentido da flexibilização do uso da força de trabalho. Este artigo buscará, além de resumir as alterações, elucidar os motivos pelos quais a flexibilização é tão adequada para o empregador e tão prejudicial ao trabalhador.

Hoje, a CLT estabelece a jornada normal de trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais, podendo haver até 4 horas extras na semana, sendo que não mais de 2 horas extras por dia. Mas a reforma trabalhista altera aspectos da jornada de forma a possibilitar maior flexibilidade para compensação das horas extras do banco de horas (Art. 59A), extensão da jornada diária para até 12 horas (turnos 12×36, Art. 59B) e implementação do contrato de trabalho intermitente. Além disso, propõe o fim do comunicado prévio de necessidade imperiosa de jornada de trabalho acima dos limites legais. Todas essas propostas vão no sentido de tornar a jornada de trabalho mais flexível, facilitando a compensação das horas extras sem custos adicionais e, no limite, permitindo a contratação sem garantia de jornada e remuneração (trabalho intermitente).


Imprensa mundial destaca Lula como vítima

Por Olímpio Cruz, no site PT no Senado:

Noventa por cento da cobertura global sobre o Brasil nesta quinta-feira, 11 de maio, está restrita ao depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva perante a Justiça Federal. A mídia global mostra o impacto da sua ida a Curitiba para se explicar perante o juiz Sérgio Moro, pintado no material noticioso como um magistrado que luta contra a corrupção. Mas, diferentemente do que saiu na mídia brasileira, o material produzido por correspondentes e agências internacionais de notícias é mais favorável a Lula, que se apresentou como vítima de uma perseguição

Elevar o patamar da luta contra os golpistas

Por Jeferson Miola

Do ponto de vista processual, a grande maioria das ações judiciais da Lava Jato deverá ter seguimento nos próximos anos.

O julgamento do ex-presidente Lula, todavia, além da simbologia de alcançar o maior líder popular da história do Brasil, marca o ingresso da Operação no capítulo final que de fato interessa à ditadura Globo-Lava Jato para influenciar o tabuleiro político.

Moro, Janot e os operadores implicados no golpe programaram o timing deste julgamento de olho no calendário de 2018. O objetivo é excluir Lula da cédula eleitoral mediante uma condenação arranjada, sem provas e sem fundamentos legais.

A liquidação surpresa da Petrobras

Do site da Federação Única dos Petroleiros (FUP):

Confirmando o que havia dito semanas atrás, a Petrobrás emitiu um comunicado ao mercado falando sobre uma nova lista de desinvestimentos da companhia. Mas, vejam só: a lista não foi divulgada! Segundo a nova metodologia, a Petrobrás submeterá à Diretoria Executiva individualmente cada projeto de investimento e, se aprovado, serão divulgados ao mercado maiores informações dos projetos, como: atores envolvidos, modelo de negócio entre outros. No entanto, na mesma nota, a empresa informa que já está aprovada uma “carteira de intenções” de desinvestimentos: “Petrobras (...) informa que sua Diretoria Executiva aprovou a recomposição da sua carteira de projetos de parcerias e desinvestimentos. (...) a carteira aprovada é uma carteira de intenções, a partir da qual o início de divulgação de cada projeto se dará individualmente e oportunamente”.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Lula a Moro: "Imprensa é o juiz do processo"

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Todos os holofotes do país se voltaram para Curitiba na quarta-feira (10), dia e local onde ocorreu o depoimento de cinco horas de duração do ex-presidente Lula ao juiz Sergio Moro, sobre o famigerado caso do triplex no Guarujá. O espetáculo midiático promovido em torno do acontecimento, também responsável por turbinar a figura de Moro e alavancar a Operação Lava Jato, foi objeto de duras críticas de Lula, em especial durante suas considerações finais.

Reforma da Previdência: Você acha justo?

Melhores trechos do depoimento de Lula

Dr. Moro: a Globo 'patrocina' o senhor?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada, transcreve um trecho do depoimento de Lula e uma “gracinha” de Sérgio Moro:

Lula – Eu queria lhe avisar uma coisa, esses mesmos que me atacam hoje, se tiverem sinais de que eu serei absolvido, prepare-se, porque os ataques ao senhor vão ser muito mais fortes.

Moro – Infelizmente, eu já sou atacado bastante, inclusive por blogs que supostamente (sic) patrocinam o senhor.


Estou pensando em fazer uma notificação extrajudicial ao magistrado, para que esclareça em que sentido e a quais blogs ele se refere, para uma eventual interpelação na Justiça.

O dia em que Lula nocauteou a Rede Globo

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Durante toda esta quarta-feira, acompanhei a cobertura que a Rede Globo (e seu braço pago, a GloboNews) fez sobre o depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro. Jornalistas e comentaristas animados, esfuziantes até, gargalhavam muitas vezes, fazendo os prognósticos sobre o depoimento. Mas toda essa euforia deu lugar à depressão. Sem tempo de editar os primeiros vídeos disponibilizados pela Justiça Federal – o que ocorreu por volta das 20 horas – e certa de que eles iriam terminar por afundar Lula e consagrar a Lava Jato e Sérgio Moro, a Globo arriscou e levou as imagens ao ar sem edição. Cometeu um grande erro. Lula nocauteou a Globo no 1º round.

O Brasil entre dois caminhos

Por João Sicsú, na revista CartaCapital:

Está em curso uma crise econômica mundial que teve início em 2007-8 nos Estados Unidos. Ficou mais nítida quando chegou de forma intensa à Europa em 2011-2012. Hoje, vivemos o seu prolongamento. Ainda estamos dentro da crise iniciada com a quebra do Lheman Brothers (e dos títulos americanos subprime) que se espalhou para a vida real, social e política mundial e que ainda não foi superada.

Desde o fundo do poço da crise, houve uma mudança no padrão mundial de taxas de crescimento. Segundo dados do Banco Mundial, o mundo crescia em média entre 4 e 5% ao ano no período entre 2004 e 2008. Em 2009, encolheu 2%. Hoje, cresce entre 2 e 3% ao ano.

Moro e a degradação do Estado de Direito

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Opositores de Lula e FHC tentaram iniciar processos de impeachments durante seus governos. Apresentando motivos estúpidos, não obtiveram sucesso em suas empreitadas. A sensação que muitos tinham, eu incluso, era que a democracia brasileira havia alcançado um estágio considerável de maturidade. Era praticamente um senso comum. O processo que desembocou no impeachment de Dilma provou que estávamos redondamente enganados. Uma maioria oposicionista formada no Congresso conseguiu, com suporte da grande imprensa, implementar uma política de desestabilização e isolamento do governo, ajudando a criar as condições materiais necessárias para transformar manobras fiscais em motivo razoável para derrubar uma presidenta eleita. Depois de sacramentado o golpe parlamentar, o novo presidente vem a público e admite por duas vezes! – que os motivos que levaram ao impeachment foram outros, e não um crime de responsabilidade.

O momento decisivo da Previdência

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A evolução da tramitação do Projeto da Reforma da Previdência (PEC 287/2016) no interior do Congresso Nacional tem apresentado momentos de avanços e de recuos desde que o Presidente Temer enviou a Mensagem 633 ao poder legislativo, em 5 de dezembro de 2016.

Há mais de cinco meses atrás, a avaliação política do governo era de que tudo seria um céu de brigadeiro para aprovar a medida. Afinal, a fina flor do financismo considerava a proposição como uma verdadeira “pièce de résistance” da equipe que se instalou no poder na sequência do golpeachment de Dilma. No entender dos formadores de opinião nos grandes meios de comunicação, não haveria obstáculo à vista.

O dia em que Lula não foi ao julgamento

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

25 de fevereiro de 1981.

Eram outros tempos, é claro, o Brasil submergia sob uma ditadura militar, o mundo ainda vivia a Guerra Fria.

Trabalhava na época como repórter na Folha e fui escalado na véspera para cobrir o julgamento de Lula e outros dez metalúrgicos na Auditoria Militar da rua Brigadeiro Luis Antonio, em São Paulo.

Os sindicalistas haviam sido enquadrados pela Justiça Militar na Lei de Segurança Nacional por "incitação à desobediência coletiva das leis" por conta da greve de 41 dias que haviam comandado, no ano anterior, de dentro da prisão do Dops, onde ficaram um mês.

Curitiba vermelha mostra que PT está vivo

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                        
Para os que desde o golpe contra a presidenta Dilma preconizam o fim do Partido dos Trabalhadores, o dia 10 de maio equivale a um balde de água gelada em pleno outono. Claro que a composição da impressionante multidão que invadiu Curitiba, vinda de todos os quadrantes do país, foi muito além da militância do PT. Até porque a mobilização transcendeu a solidariedade a Lula e se transformou em uma gigantesca manifestação pelo resgate da democracia no Brasil.

Marcaram presença também na manifestação militantes do PCdoB, do PCO e de inúmeros movimentos sociais sem vinculação partidária. Mas era inegável o amplo predomínio dos petistas, com suas camisetas, faixas e bonés com a estrela do partido. Que outro partido brasileiro seria capaz de deslocar dezenas de milhares de brasileiros e brasileiras de seus estados de origem em direção a uma das unidades da federação em nome da causa da justiça e da democracia ?