segunda-feira, 4 de março de 2019

Sinais de decepção no horizonte

Por Luciano Siqueira, no site Vermelho:

Com a ressalva de que sempre vale um olhar crítico diante de pesquisas, os dados da sondagem CNT/MDA, recém-divulgados, devem estar incomodando o governo Bolsonaro.

Embora 57,5% da população ainda apoiem o presidente - com apenas dois meses de governo seria catastrófico se assim não ocorresse -, apenas 39% avaliam positivamente o governo.

De quebra, 75,1% consideram que os três filhos do presidente não devem se intrometer no governo, como fazem ostensivamente.

A guerra contra os diferentes

Por Silvio Caccia Bava, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Como entender e superar esta polarização e violência que marcam nossa convivência como brasileiros e brasileiras nos dias de hoje?

O primeiro passo é olhar para a situação real. Pelo lado do cidadão e da cidadã comuns, o que todos sentem na pele é o desemprego, a precarização do trabalho e das condições de vida, a violência, a discriminação, a frustração, a insegurança. Muitos estão endividados, angustiados, sem poder pagar suas contas.

Ao tratarmos da situação atual, não podemos nos esquecer de que o Brasil é dos países mais desiguais do planeta e que 60% dos brasileiros vivem com um salário mínimo. Temos uma desigualdade estrutural, que vem desde os tempos da Colônia e da escravidão, e que não se altera mesmo se a economia for bem.

Argentina: crise econômica ou política?

Por Damián Paikin, na revista Teoria e Debate:

A crise econômica e social que a Argentina atravessa hoje e que possivelmente custará a não reeleição do presidente Mauricio Macri tem suas causas em diversos fatores, tais como o endividamento desmedido, a destruição do consumo interno, a abertura indiscriminada das importações, a fuga de capitais etc.

Entretanto, se observarmos o fenômeno detidamente, poderemos descobrir que as verdadeiras razões da crise estão ligadas principalmente ao modelo de representação política do macrismo e sua forma, persistentemente errada, de observar o mundo e as relações internacionais em que a Argentina se insere.

Judiciário alimentou fascismo à brasileira

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A semente da politização e início da escalada fascista no Judiciário nasceram e foram alimentados na Procuradoria Geral da República, com a parceria entre o PGR Antônio Fernando de Souza, seu sucessor Roberto Gurgel e seu colega, ex-procurador, e Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa no caso conhecido como “mensalão”.

Nos últimos anos foram publicados diversos livros traçando uma radiografia do fascismo na história, identificando os pontos de partida, a incapacidade da sociedade de se dar conta da escalada até o movimento se tornar irreversível e promover tragédias nacionais.

domingo, 3 de março de 2019

O excesso de plágio da juíza Hardt

Por Altamiro Borges

A juíza Gabriela Hardt, que provisoriamente lidera a Operação Lava-Jato, deve muito da sua projeção midiática ao "amigão" Sergio Moro  carinhosamente apelidado de "marreco de Maringá", que hoje ocupa o cargo de superministro da Justiça do governo miliciano, laranja e fascista de Jair Bolsonaro. Para formalizar uma nova condenação do ex-presidente Lula, ela simplesmente plagiou uma sentença dada por seu antecessor no posto de justiceiro. Isto foi o que constatou uma perícia solicitada pelos advogados do líder petista e protocolada no Supremo Tribunal Federal na quinta-feira passada (28).

Agente da PF que escoltou Lula é bolsonarista

Por Conceição Lemes, com Beto Mafra e Tânia Mandarino, no blog Viomundo:

"O problema não é o mesmo policial que fez a escolta do Lula ter feito a segurança do Bolsonaro nas eleições. O grave é o engajamento político do policial pro Bolsonaro. É caso de corregedoria. Vamos tomar providências. E pedir explicações do porque ostentar o símbolo da polícia americana". Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, no twitter.

No enterro de Arthur Araújo Lula da Silva, 7 anos, chamou muito a atenção um dos policiais que fazia a escolta do ex-presidente Lula.

Ele ficava na frente, tinha armamento pesado e na roupa um símbolo da SWAT de Miami.

Desde ontem, buscava-se identificá-lo.

Moro ordena: Lula é custodiado por inimigos

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A liberação do Lula para acompanhar a cerimônia de despedida do Arthur, seu netinho mais próximo, seguiu o roteiro e o tratamento de exceção de que Lula é vítima.

A liberação autorizada por Carolina Lebbos, a encarregada da execução penal da república de Curitiba, significa mais um ato de crueldade, inumanidade e arbítrio da Lava Jato.

Os termos da autorização não encontram amparo no Código de Execução Penal, realidade que confirma a condição excepcional do Lula como refém de um sequestro; alguém sem direitos e sem prerrogativas legais.

E se nos livrássemos de todos os bilionários?

Por Farhad Manjoo, no site Outras Palavras:

No último outono, Tom Scocca, editor do blog essencial Hmm Daily, escreveu um pequeno post que está mexendo com minha cabeça desde então.

"Algumas ideias de como tornar o mundo melhor requerem um pensamento cuidadoso e com nuances, sobre como melhor equilibrar interesses conflitantes,” ele começou. “Outras, não: Bilionários são ruins. Nós devemos nos livrar deles preventivamente. De todos eles".

Scocca - escritor por muito tempo no Gawker, até que o site foi abafado por um bilionário - ofereceu um argumento direto para dar um tranco nos mais ricos. Um bilhão de dólares é muito mais do que alguém precisa, mesmo fazendo os maiores excessos da vida. É muito mais do que aquilo a que qualquer um poderia alegar ter direito, não importa o quanto acredite ter contribuído com a sociedade.

Lula mostrou a falta que faz ao país

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Não vamos nos enganar nem minimizar a injustiça tremenda enfrentada por Lula desde que, onze meses atrás, foi preso em Curitiba. Embora tenha ficado fora da cela durante a maior parte deste dia de sábado, antes, durante e depois do velório do neto Arthur, nem por um único segundo ele teve direito a um minuto da liberdade, esse universo de garantias e gestos que definem a forma mais evoluída da existência humana.

Livres estavam os homens e mulheres que foram ao cemitério Jardim da Colina e puderam partilhar sua atenção, comprovar seu sofrimento, chorar com sua dor. E mesmo aqueles que o vigiavam.

A era da insensatez e o neto de Lula

Por Lenio Luiz Streck, no site Consultor Jurídico:

Resumo: A crueldade humana não tem efeito constitutivo; é declaratório. Assim como a imbecilidade. Ela sempre esteve aí. A internet a revelou! Se o mundo tem pessoas horríveis, meu dever é incomodá-las!

Duas frases marcaram a semana: a blogueira Alessandra Strutzel (sim, temos de dar nome aos bois e bois aos nomes!) disse, ao saber da trágica morte do neto de Lula, de 7 anos: "Pelo menos, uma notícia boa". E a do deputado Eduardo Bolsonaro (Deus acima de todos – eis o slogan da moda): A ida de Lula ao enterro "só deixa o larápio em voga posando de coitado"! Houve ainda muitos outros "pronunciamentos" de ódio e regozijo pela morte do menino de 7 anos.

Como a cultura resiste a uma ditadura

Por José Geraldo Couto, no Blog do Cinema:

Estão chegando aos cinemas dois documentários que, à primeira vista, não poderiam ser mais contrastantes: o espanhol O silêncio dos outros, de Almudena Carracedo e Robert Bahar, e o brasileiro Tá rindo de quê?, de Claudio Manoel, Álvaro Campos e Alê Braga. No entanto, ambos têm um tema em comum: as variadas formas de reagir a uma situação de tirania e opressão.

O filme espanhol, produzido por Pedro Almodóvar e premiado em Berlim, começa mostrando uma anciã em seu casebre, prendendo os cabelos brancos e depois saindo pelas ruas de seu vilarejo, amparada por um andador. À beira de uma estrada ela diz, com uma voz débil e rouca que é quase um sussurro: “Foi aqui que jogaram o corpo da minha mãe. Não deixaram que a família o levasse ao cemitério”.


Provas da coerência de Jair Messias Bolsonaro

Sergio Moro é baixo demais para cair

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Eliane Cantenhêde, no Estadão de hoje, faz a pergunta que toda a mídia tem na boca, mas tem vergonha de fazer, por atingir um ídolo: Sérgio “começa a se arrepender de ter trocado a magistratura pelo governo Bolsonaro? Até quando ele aguenta?”

Ele se refere, claro, à humilhação imposta com a “desnomeação” de uma suplente de conselheira por rejeição da direita hidrófoba e ordem do próprio presidente. Tão vergonhosa que o inacreditável Olavo de Carvalho, presidente de honra do Bloco do Cachorro Louco, resolveu completar o vexame gravando um vídeo elogiando Moro pela capacidade de recuar, no Facebook.

A perseguição de Bolsonaro à Justiça

Por Thais Reis Oliveira, na revista CartaCapital:

A expressão “ativismo judicial” caiu de vez na boca dos apoiadores de Jair Bolsonaro. Generais, monarquistas, evangélicos e estrelas do movimento pró-impeachment agora querem a cabeça dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

No início da semana, Kim Kataguiri (DEM), Bia Kicis (PSL), Marco Feliciano (Podemos), general Girão Monteiro (PSL) e Márcio Labre (PSL) - aquele que quis proibir anticoncepcionais - oficializaram pedidos de impeachment dos quatro ministros que, até agora, votaram a favor da criminalização da homofobia. Acusam o Supremo de querer roubar-lhes a função legislativa.

Ernesto Araújo, “o pior diplomata do mundo”

Por Altamiro Borges

Sugerido pelo astrólogo lunático Olavo de Carvalho e indicado pelo "presidente-capetão" para o alto posto de ministro das Relações Exteriores, o patético Ernesto Araújo já virou motivo de piadas e de gargalhadas na diplomacia do mundo inteiro. Na segunda-feira passada (25), mais uma revista dos EUA, a prestigiada Jacobin, publicou um artigo analisando as atitudes desastradas do chanceler e conclui que "o maluco" é "o pior diplomata do mundo". Conclusão precisa, sem reparos!

USP repudia professor bolsonarista

Nota de repúdio
Por Altamiro Borges

Aproveitando-se da onda reacionária no mundo e no Brasil, os fascistas decidiram sair do esgoto. Na segunda-feira (25), o “professor” Eduardo Lobo Gualazzi distribuiu aos seus alunos da Faculdade de Direito da USP um "texto acadêmico" com elogios à ditadura militar e afirmações malucas, como a de que os pobres são “a eterna minoria do submundo que se recusou a trabalhar" e a de que os grupos "LGBTs não são família, mas apenas uma aberração”, composta de “tarados e taradas”.

sábado, 2 de março de 2019

Bolsonaro venera ditador pedófilo e corrupto

Por Altamiro Borges

Nesta terça-feira (26), o “capetão” Jair Bolsonaro demonstrou mais uma vez que venera ditadores, torturadores e outros tipos de criminosos. Em um evento festivo na hidrelétrica de Itaipu (PR), ele elogiou os generais-presidentes do período da ditadura brasileira (1964-1985) e o facínora paraguaio Alfredo Stroessner – “um homem de visão, um estadista, que sabia perfeitamente que seu país, o Paraguai, só poderia prosseguir, progredir, se tivesse energia. Aqui também a minha homenagem ao nosso general Alfredo Stroessner”, afirmou o animado fascista nativo, que só perdeu o rebolado quando uma jornalista lhe perguntou sobre os “laranjas” do PSL, o seu partido de aluguel.

Bolsonaro recebe âncora da “inimiga” Globo

Por Altamiro Borges

O “capetão” Jair Bolsonaro já fez as pazes com a “inimiga” TV Globo? Será que os bolsominions, sempre tão dopados, foram avisados? Será que as emissoras comparsas – a Record, do mercador religioso Edir Macedo, e o SBT (Sistema Bolsonazista de Televisão) do mercenário Silvio Santos, foram consultadas? Será que está rolando algum acordo vantajoso entre as partes – que até poderia incluir uma cota da milionária campanha publicitária em defesa da contrarreforma da Previdência?

TV manipula seus espectadores com imagens

Do site Carta Maior:

O documentário A revolução não será televisionada*retrata como a mídia corporativa usa o monopólio dos meios de comunicação para estimular, induzir e promover golpes de estado – no caso, a Venezuela do ano de 2002 e a América Latina. Mostra a tentativa fracassada de golpe que conseguiu depor durante apenas 48 horas o presidente Hugo Chávez, num mesmo processo de manipulação da comunicação de massa que a mídia tentou e ainda tenta no Brasil de hoje. O empresário Pedro Carmona foi declarado chefe de estado durante dois dias, quando então a situação política voltou a ser controlada pelas forças de Chávez.

Carnaval é resposta das ruas a Bolsonaro

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Por artes do calendário, Jair Bolsonaro fecha o segundo mês de seu operoso governo – sobretudo no campo da citricultura – e imediatamente começa o Carnaval. Soa como uma intervenção da Providência, uma trégua na desgraça em favor da graça. Que já está sendo aproveitada como réplica irreverente ao mais atabalhoado e tragicômico governo da história da república.

O Carnaval de 2019 é o mais “politizado” do século. Antes mesmo da festa começar, o bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, de São Paulo, arrebatou uma multidão que desfilou gritando uma palavra de ordem bem objetiva. A frase começava com “Ei, Bolsonaro, vai…” e concluía com aquela sugestão bastante específica que todos sabemos qual. Outros blocos e escolas de samba, de sul a norte, vão levar às ruas uma crítica debochada a este tempo que nos coube ver e viver.