quarta-feira, 8 de maio de 2019

Bolsonaro ataca generais e universidades

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Ao tomar posse, Bolsonaro não tinha um programa de governo, mas uma lista de vinganças, como escrevi aqui dias atrás.

Em sua ofensiva mais ousada e temerária até agora, na terça-feira o capitão reformado partiu para cima dos generais que o expulsaram do Exército, por atos de indisciplina, quando era um desconhecido tenente de 33 anos.

Numa só tacada, logo cedo o presidente se colocou claramente ao lado de Olavo de Carvalho, o autoproclamado “ideólogo” da família Bolsonaro e, na hora do almoço, no QG do Exército, comunicou aos generais que vai cortar 44% do orçamento das Forças Armadas.

Bolsonaro humilha e silencia os militares

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Como acontece em momentos decisivos, a reconstituição dos fatos mais relevantes ocorridos nos últimos dias parece indispensável para se tentar imaginar o futuro próximo.

Atingido por um ataque ofensivo de Olavo de Carvalho, a resposta do general Villas Boas ao guru da Virgínia não foi apenas excêntrica. Revelou a impotência de uma autoridade que, sem forças para dar uma resposta à altura no plano político e até moral, preferiu refugiar-se numa postura artificial de superioridade intelectual, de quem não irá rebaixar-se para debater com um tipo desqualificado.

Nós não somos vira-latas, ministro!

Por Flávia Calé, no site Direto da Ciência:

Na sabatina do ministro Abraham Weintraub ontem, terça-feira (7), na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, ficou evidente seu despreparo para comandar uma das pastas mais importantes da República. Demonstrou desconhecimento dos desafios da educação brasileira e, pelo que se viu, sua missão se resume a fazer do ministério um instrumento de chantagem com a sociedade pela aprovação da Reforma da Previdência.

Olavistas e militares desencadeiam nova crise

Por Vilma Bokany, no site da Fundação Perseu Abramo:

A hashtag #ForaSantosCruz foi um dos assuntos mais comentados no Twitter neste fim de semana. O movimento reflete a crise entre olavistas e militares que se acentua desde o mês passado, depois que o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, criticou o uso das redes sociais por parte do governo, pedindo mais cuidado com seu uso.

O jogo sujo na CPI da USP, Unicamp e Unesp

Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

Deputados de oposição vão lançar nesta quarta-feira (8), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), uma frente parlamentar em defesa das universidades públicas estaduais. Na data está marcada a segunda reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as contas da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

A frente parlamentar foi convocada pela deputada Beth Sahão (PT) e é uma resposta ao projeto de autoria de Wellington Moura (PRB), parlamentar da base de governo de João Doria (PSDB). A comissão foi instaurada no final de abril.

A tradição autoritária dos nossos liberais

Por Alexandre Andrada, no site The Intercept-Brasil:

Como qualquer grande ideologia política, religiosa ou moral, o liberalismo é plástico o suficiente para ser usado por aproveitadores na defesa de princípios e políticas que são o exato oposto do pregado pelos grandes autores dessa ideologia.

No caso do Brasil, há uma longa tradição de liberais que usam de um suposto liberalismo para justificar toda sorte de ditaduras, de violações das liberdades individuais, desprezo pelos direitos humanos, de ojeriza aos pobres.

Os refugiados e o refúgio na arte

Por Beatriz Brandão, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Das manchetes de jornais e dos dados estatísticos, a situação dos migrantes e refugiados passou com mais força aos palcos de teatro, filmes renomados e até novelas de TV. Tornou-se corrente a produção sobre eles, a reconstrução de seus dramas e a expressão de suas biografias em arte. No entanto, há um hiato entre a ruptura e a integração em que essa produção deixa de ser somente sobre eles e passa a ter mobilização artística com eles. Como forma de interação social, o refúgio se torna tema artístico e os migrantes se refugiam na arte numa dramatização da realidade de suas trajetórias.

Ataque à ciência ameaça soberania nacional

Ministro Marcos Pontes. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Do site Tutaméia:

Quatro presidentes de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência divulgaram carta aberta em que afirmam que “as atuais diretrizes de Governo para Ciência e Tecnologia comprometem gravemente o desenvolvimento nacional, o bem público, o progresso da ciência e a defesa da soberania nacional”.

Assinado por Ennio Candotti, Otavio Guilherme Velho, Sergio Machado Rezende e Sergio Mascarenhas, o documento é endereçado ao ministro de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Marcos Pontes.

O documento diz também:

Jornalista quer respeito, não armas!

Do site da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj):

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), entidade de representação nacional da categoria, que congrega os Sindicatos de Jornalistas do país, vem a público reafirmar sua posição de defesa do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 22/12/2003), aprovado após amplo debate nacional. A Fenaj considera inadequada sua alteração por decreto, sem o devido e necessário debate democrático. O Poder Executivo não pode agir autocraticamente, usurpando competência do Poder Legislativo de aprovar e alterar leis.

A hipótese fujimorista de Bolsonaro

Por Breno Altman, no site Opera Mundi:

No dia 5 de abril de 1992, o então presidente do Peru, Alberto Fujimori, dissolveu o Parlamento e interveio no Poder Judiciário, com o apoio decisivo das Forças Armadas. Proclamou um “governo de emergência e reconstrução nacional”, assumindo praticamente o controle de todos os poderes estatais.

Pressionado a oferecer alguma solução futura, convocou eleições para um Congresso Constituinte, que se realizariam sete meses depois do autogolpe. O Parlamento ordinário seria reinstituído em 1995, no curso de eleições gerais que reconduziriam Fujimori à Presidência.

Além de estar às voltas com a insurgência guerrilheira, Fujimori não tinha maioria parlamentar para aprovar medidas exigidas pelo Fundo Monetário Internacional, que supostamente ajudariam a sanear uma economia imersa em um combo de estagnação e hiperinflação.

terça-feira, 7 de maio de 2019

Protestos nas escolas assustam o “capetão”

Manifestantes em frente ao Colégio Militar
do Rio de Janeiro (6/5/19)
Por Altamiro Borges

Milhares de estudantes e professores foram às ruas nesta segunda-feira (6) em várias cidades do país contra a decisão do laranjal de Jair Bolsonaro de cortar mais de 30% nas verbas para a educação. O maior protesto ocorreu no Rio de Janeiro, assustando o presidente fujão – o covarde, segundo ironia do prefeito de Nova York, Bill de Blasio. O site do Jornal do Brasil deu cobertura à manifestação:

“Pais, alunos e professores dos colégios Pedro II (CPII), Aplicação e Centro Federal de Educação Celso Suckow da Fonseca ocuparam as ruas em frente ao Colégio Militar para protestar contra a redução de 36,37% no orçamento anual do CPII, anunciada na semana passada pelo Ministério da Educação. O protesto acontece no momento em que o presidente Jair Bolsonaro faz uma visita ao Colégio Militar”. Um forte aparato militar, com soldados da Polícia do Exército e armamento pesado, foi montado para proteger o “capetão”.

Até quando irá a paciência dos generais?

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Na sexta-feira, 3, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Rosa, participou de um evento em São Paulo e comentou: “Não tememos o ódio que tenta nos calar. Os protocolos das milícias das redes sociais não assustam os que resistiram aos porões da ditadura”.

São milícias digitais bolsonaristas, vide os tiros virtuais no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF), destinados a facilitar a vida do presidente Jair Bolsonaro. E não se importam de disparar contra o próprio Palácio do Planalto.

Primeiros efeitos da asfixia sobre a ciência

Por Regiane Oliveira, no site da Fundação Maurício Grabois:

Primeiro a universidade não poderá pagar água e energia. Depois os contratos de prestação de serviços (como limpeza e segurança) deixarão de ser cumpridos. Em seguida, o restaurante universitário ficará sem recursos. Programas de assistência a estudantes pobres também estão ameaçados. E se a medida não for revista, o corte comprometerá as atividades da universidade já no segundo semestre deste ano. 

Este é um resumo dos primeiros efeitos da asfixia financeira de Bolsonaro na educação e ciências do Brasil, divulgado por várias instituições, como a Universidade Federal do Paraná (UFPR), que teve bloqueio de 30% de suas verbas de custeio, em 48 milhões de reais. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que teve suspensão de 41% das verbas destinadas à manutenção, no valor de 114 milhões de reais, apontou ainda o bloqueio de recursos para investimentos que impede o desenvolvimento de obras e compra de equipamentos para laboratórios e hospitais. "Há cinco anos a Universidade vem sofrendo cortes e contingenciamentos sem reposição. Em valores corrigidos, a diferença entre o orçamento de 2014 e o de 2019 é superior a 200 milhões de reais", informou a UFRJ.

Entenda as armadilhas do golpe da Previdência


A reforma da Previdência 2019 volta a tramitar na Câmara dos Deputados esta semana. Nesta terça-feira (7), a Comissão Especial da Câmara que vai analisar o mérito da Proposta de Emenda à Constituição 6/2019, a PEC da Previdência fará a primeira reunião, a partir das 14h30. Estão previstas 11 audiências públicas com cerca de 60 convidados para debater a tentativa de "reforma" da Previdência do governo Jair Bolsonaro.

O presidente da comissão, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), afirma trabalhar para aprovar o texto da reforma na comissão e entregar análise ao plenário da Câmara até julho, onde são necessários 308 votos (três quintos dos 513 votos) para a aprovação da medida, por se tratar de uma alteração da Constituição.


Censo do IBGE: Não verás país nenhum

Por Antônio C. Alkmim, no site Brasil Debate:

Vivemos dias dos mais tristes para o IBGE em seus quase 83 anos de existência.

Nem a ditadura militar ousou tanto.

Demissão do Diretor de Pesquisa. Quebra da autonomia técnica. Intervenção externa. Corte drástico do orçamento do Censo. Redução de um questionário fundamental para o diagnóstico social e demográfico do país e planejado há dois anos pelo corpo técnico. Proposta de redução inexplicável da amostra. Indicação de um Diretor de Pesquisa de fora da Instituição, combinada com a emergência de um personagem, que viveu no lusco-fusco técnico e de poder há mais de 30 anos no Instituto e que se presta a assumir a Diretoria de Informática, ao mesmo tempo em que passa a deter o controle operacional da pesquisa.

Bolsonaro apoia Olavo e esbofeteia generais

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Qualquer um perceberia e este blog disse ontem que era vã a esperança dos generais de que Jair Bolsonaro fosse deter a ousadia das suas falanges, personificadas em Olavo de carvalho.

Hoje, num Twitter com toda a “pinta” de ter sido preparado pelo filho Carlos, o presidente mostra que é aquela a verdade e humilha publicamente o porta-voz dos militares, general Eduardo Villas Bôas.

Diz que Olavo de Carvalho se somou à sua luta contra a esquerda e que este “se tornou um verdadeiro fã (sic) para muitos”.

STF pode soltar Lula para retaliar Bolsonaro

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O fenômeno que fez o STJ reduzir em 1/3 a pena de Lula e o STF permitir que ele dê entrevistas, pode, agora, libertá-lo. Tanto nas Forças Armadas quanto no Judiciário há grande preocupação com o descontrole emocional de Bolsonaro e sua legião de zumbis. O antipetismo está em queda livre no Judiciário, nas Forças Armadas e na mídia.

Em poucos dias, o Brasil se surpreendeu com decisões judiciais de Cortes Superiores a favor do ex-presidente Lula.

Macri quebra a Argentina e frustra a direita

Por Martín Fernández Lorenzo, no blog Socialista Morena:

Em menos de quatro anos o governo de Mauricio Macri, um dos ídolos da “nova” direita brasileira, conseguiu levar a Argentina à ruína e a um provável calote que já está batendo à porta. A revista Forbes publicou no último dia 17 de abril que o país irá repetir o default dos anos de Fernando De la Rúa (1999-2001): “Prepare-se para outro default argentino!”, alertava a publicação. Naquele dia, o dólar estava em 42,36 pesos; nesta segunda-feira está em 45,70 pesos. “A Argentina está à beira do abismo”, ecoava o Financial Times uma semana depois.

O que fez o Rio para merecer um Witzel?

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                             

Há alguns anos nem o mais pessimista dos habitantes do estado do Rio de Janeiro poderia prever a aproximação de um tsunami devastador movido a burrice, incompetência, estupidez, violência e falta de escrúpulos representado pela tríade das trevas Crivella, Witzel e Bolsonaro.

Impossível assistir nas redes sociais à palhaçada protagonizada pelo governador do Rio, Wilson Witzel, em Angra dos Reis, sem se perguntar o que nós, cidadãos fluminenses, fizemos para despertar a ira dos deuses.

Sim, porque até mesmo para pessoas não religiosas como eu a esfera da racionalidade parece insuficiente para entender os meandros do fenômeno que levou ao governo de um estado importante com o nosso um sujeito que se gaba de sua vocação para matar.

A quem Bolsonaro baterá continência?

Do site Vermelho:

O mais recente entrevero no interior do governo de Jair Bolsonaro revela bem a essência dos grupos que assumiram o poder. A junção que se formou, reunindo peças mal encaixadas que perfilaram na campanha e na pré-campanha eleitoral, tem se mostrado frágil. A base política de Bolsonaro e seus filhos, as ideias de extrema direita de Olavo de Carvalho, tem se chocado com a ala militar. Esse pensamento medíocre do presidente e sua prole é uma verdadeira ameaça ao avanço civilizacional no país.