Manifestantes em frente ao Colégio Militar do Rio de Janeiro (6/5/19) |
Milhares de estudantes e professores foram às ruas nesta segunda-feira (6) em várias cidades do país contra a decisão do laranjal de Jair Bolsonaro de cortar mais de 30% nas verbas para a educação. O maior protesto ocorreu no Rio de Janeiro, assustando o presidente fujão – o covarde, segundo ironia do prefeito de Nova York, Bill de Blasio. O site do Jornal do Brasil deu cobertura à manifestação:
“Pais, alunos e professores dos colégios Pedro II (CPII), Aplicação e Centro Federal de Educação Celso Suckow da Fonseca ocuparam as ruas em frente ao Colégio Militar para protestar contra a redução de 36,37% no orçamento anual do CPII, anunciada na semana passada pelo Ministério da Educação. O protesto acontece no momento em que o presidente Jair Bolsonaro faz uma visita ao Colégio Militar”. Um forte aparato militar, com soldados da Polícia do Exército e armamento pesado, foi montado para proteger o “capetão”.
Os protestos assustaram os milicianos bolsonaristas e animaram as forças de oposição, segundo uma notinha ácida da Folha. “Partidos de esquerda assistiram à distância, mas com entusiasmo, à primeira mobilização de estudantes contra a política do Ministério da Educação. Deputados dizem que o protesto foi organizado pelas redes e sem a intervenção de siglas. A expectativa é a de que os movimentos ganhem corpo. As legendas vão monitorar os atos, mas sem se incorporar a eles. Elas não querem contaminar com disputa ideológica o embrião de protestos que podem se tornar um problema para o presidente”.
Ainda de acordo com o jornal, “o fato de as manifestações de estudantes terem ocorrido, ainda que em pequeno porte, em diversas cidades das regiões Sudeste e Nordeste impressionou os parlamentares da oposição. Isso seria, na avaliação deles, sinal de que há margem para dar amplitude aos atos... O despertar do movimento estudantil ocorre às vésperas de greve convocada pelos professores, no dia 15 de maio”.
Bolsonaro provoca e colhe os frutos
De fato, a postura obscurantista e autoritária de Jair Bolsonaro na área de educação pode desencadear uma poderosa onda de protestos no país. A greve convocada unitariamente por todas as entidades de professores, funcionários e estudantes para a próxima semana servirá como termômetro desta revolta. Desde a sua posse, o “capetão” só fez besteiras no setor. De cara, indicou como ministro da Educação o “colombiano falsificado” Ricardo Vélez – um “olavete” incompetente que paralisou o ministério. Desmoralizado, ele foi rapidamente defecado. No seu lugar, porém, entrou um outro ainda pior – o rentista Abraham Weintraub.
Também seguidor fanático do astrólogo Olavo de Carvalho, o novo ministro não padece da inanição do ex – o que só piora o quadro. Em pouco tempo, ele já produziu uma onda destrutiva no setor. Após afirmar na posse que coibiria perseguições ideológicas, o fascistoide anunciou cortes orçamentários em três universidades que, segundo ele, fizeram “balbúrdia” com “sem-terra dentro do campus” e “gente pelada dentro do campus”. Questionado pela ação ilegal, ele decidiu estender o corte para todo o sistema universitário.
O desmonte da educação pública
O austericídio, porém, não atinge apenas as universidades. Segundo reportagem do Estadão, além de cortar 30% do orçamento de todas as universidades federais, o Ministério da Educação bloqueou R$ 2,4 bilhões em programas do ensino infantil ao ensino médio. Segundo levantamento da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições do Ensino Superior (Andifes) a contenção total chega a R$ 7,98 bilhões. Os recursos do ensino técnico e do ensino a distância também foram bloqueados.
“Todo o recurso previsto para o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), de R$ 100,45 milhões, está bloqueado. O Mediotec, ação para que os alunos façam ao mesmo tempo o ensino médio e o técnico, tem retidos R$ 144 milhões de R$ 148 milhões”, relata o Estadão. Já as universidades federais tiveram corte de R$2,2 bilhões, valor que corresponde a 25,3% do que elas tinham para investimento e pagamento de suas instalações e cursos durante o ano. “As instituições não sabem como vão fazer para manter todas as atividades de ensino, pesquisa e extensão”.
Ao mesmo tempo em que o laranjal de Jair Bolsonaro promove o corte no ensino público, o privatista Abraham Weintraub acelera o credenciamento de novas universidades privadas. Ainda segundo o Estadão, o MEC já enviou 120 processos de credenciamento de novas Instituições de Ensino Superior (IES) – 70% a mais do que no mesmo período de janeiro a abril de 2018 e 2017. “A maior parte dos procedimentos recebe parecer favorável no Conselho Nacional de Educação (CNE) e, pouco depois, é homologada pelo ministério. Esse é o primeiro passo para que uma nova universidade ofereça cursos. Dos 120 processos encaminhados neste ano, apenas dez tiveram avaliações desfavoráveis no conselho”.
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