Por Eduardo Nunomura, Jotabê Medeiros e Pedro Alexandre Sanches, na revista CartaCapital:
“Muitos livros”, concluiu o chefe dos fiscais da prefeitura do Rio de Janeiro, em resposta à pergunta sobre o que havia encontrado em sua missão de captura de “material impróprio” na Bienal do Livro do Rio. À frente de uma equipe de uns 20 homens, o coronel Wolney Dias perambulou durante duas horas por dezenas de estandes de editoras à cata de algo que pudesse ameaçar a dourada juventude carioca. O Sherlock Holmes encontrou apenas muitos livros, porque não há registro histórico de que as milícias, o crime organizado e o tráfico de drogas (que chegou a carregar 39 quilos de cocaína no avião presidencial) frequentem ao menos remotamente feiras de livros.