domingo, 21 de junho de 2020

37 milhões estão sem empregos no Brasil

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Vermelho:

Novas pesquisas passam a mensurar os impactos da crise sanitária sobre o mundo do trabalho. A PNAD COVID19, produzida pelo IBGE a partir de maio, traz indicadores sobre saúde e sobre o mercado de trabalho[1]. Neste artigo vamos destacar alguns números relativos ao mundo do trabalho.

Em maio o IBGE estimou em 170 milhões a população em idade de trabalhar, das quais 95,3 milhões ou estavam ocupadas (84,4 milhões) ou desempregadas (10,9 milhões). O contingente desocupado aumentou em mais de 1 milhão entre a primeira e a quarta semana de maio, assim como cresceu 1,5 milhões o número de pessoas que passaram a integrar a força de trabalho. A maioria que chega no mercado de trabalho não acha emprego. A taxa de participação está em 56% e indica uma baixa pressão na procura, se considerado que a taxa normalmente tende a estar a acima de 60%. Menos da metade da população (49,7%) em idade de trabalhar estava ocupada. Um mercado de trabalho anêmico em sintonia com a grave situação.

A política de frente para derrotar Bolsonaro

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A Frente Ampla necessária para a defesa da democracia não é um produto ideológico, assim desapartado da realidade, muito menos relíquia doutrinária: trata-se de imperativo da necessidade histórica, e resulta das condições objetivas em que se trava a luta política de nossos dias. É, portanto, um ditado da correlação de forças presente, que põe na defensiva as forças populares e democráticas brasileiras. Eis por que, mantidas as condições atuais, propor a “frente de esquerda” como instrumento prioritário de ação só contribuirá para nos desviar da tarefa imediata de hoje: unir as forças democráticas que se opõem ao projeto bolsonarista. Esse desvio de rota mais dificulta ao invés de facilitar a unidade, enfraquece ao invés de nos fortalecer na luta, e por fim desagrega quando precisamos unir e ampliar. Ao fim e ao cabo, termina por levar mais água para as rodas do moinho da reação, já tão forte. Este não é o momento de dispersar, mas, sim, de acumular forças.

sábado, 20 de junho de 2020

Prisão de Queiroz baqueou milicos no laranjal

Por Altamiro Borges

A prisão do miliciano Fabrício Queiroz, o faz-tudo do clã Bolsonaro, parece que baqueou os generais que arrumaram uma boquinha no laranjal do governo. Segundo informa a Folha neste sábado (20), “incomodada com Queiroz, a ala militar do governo fala em 'ministério de notáveis'”. As articulações estariam aceleradas!

A proposta evidencia a preocupação dos milicos, que temem os "desdobramentos imprevisíveis da prisão de Queiroz". A expressão "ministério de notáveis" remonta a 1992, quando Fernando Collor encarou denúncias de corrupção que levaram à abertura do processo do seu impeachment e à sua renúncia no mesmo ano.


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sexta-feira, 19 de junho de 2020

Quem é Mário Frias, novo panaca da Cultura?

Por Altamiro Borges

Na pressa para abafar a prisão do amigão Fabrício Queiroz e a demissão do bajulador Abraham Weintraub, o presidente Bolsonaro nomeou nesta sexta-feira (19) o ex-ator global Mário Frias para a Secretaria Especial da Cultura. Ele substituirá a atriz Regina Duarte, que deixou o cargo no laranjal há cerca de um mês.

A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. Prova do total desprezo pela Cultura, o “capetão” extinguiu o ministério, cortou verbas da área e nomeou cinco secretários em 17 meses. Antes do medíocre Mário Frias, já ocuparam o posto Regina Duarte, Roberto Alvim, Ricardo Braga e Henrique Pires.

Fascistas ameaçam matar ministros do STF

Por Altamiro Borges

Ao votar na quarta-feira (17) pela legalidade do inquérito das fake news, Alexandre de Moraes leu algumas das ameaças recebidas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nos últimos dias. As mensagens revelam o grau de radicalidade e insanidade das falanges bolsonaristas, que ameaçam a frágil democracia brasileira.

Conforme enfatizou o ministro, é preciso "que se pare de uma vez por todas de se fazer confusão de críticas, por mais ácidas que sejam, e que devem existir e continuar, com agressões, ameaças e coações". Na sequência, ele fez a leitura de três mensagens asquerosas. A primeira é de uma advogada – “advogada” – do Rio Grande do Sul:


Após prisão do Queiroz, cadê o Bolsonaro?

Por Fernando Brito, em seu blog:

“Cadê o Queiroz?” foi a pergunta que mais se repetiu na política brasileira há um ano e meio.

Com a sua prisão. hoje cedo, a pergunta é “Cadê o Bolsonaro?”

Porque é impossível que, tendo sido o ex-policial militar procurado preso na casa do advogado de seu filho e frequentador assíduo do gabinete e da residência presidenciais, o presidente tem de vir a público dar satisfações ao país.

Deveria, ainda que seja difícil explicar-se o seu alegado distanciamento de Queiroz depois de tantos anos de intimidade se o acoitador do ex-assessor era figura de sua intimidade.

Invertida de arrumação no governo

Por Manuel Domingos Neto

Leio na “Folha” de hoje o bem informado repórter Igor Gielow anunciando que uma pretensa “ala militar” estaria cogitando acerca da formação de um “ministério de notáveis” visando salvar o governo Bolsonaro duramente ameaçado pela prisão do Queiroz.

Ao que me consta, conversas neste sentido se desenvolvem desde a semana passada, quando ficou clara a situação insustentável do Ministro da Educação.

A nomeação de “notáveis” para a equipe governamental seria uma “invertida de arrumação” diante da impopularidade do Presidente, dos impactos da pandemia, da degringolada economia e da constatada perda de prestígio das Forças Armadas.

Assim, seriam substituídos, além do Chanceler, os ministros da Educação e da Saúde.

América Latina: entre a Covid e o coveiro

Por Renato Martins, na revista Teoria e Debate:

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o estado de pandemia do novo coronavírus. Nas semanas seguintes, face ao quadro de calamidade dos países europeus, com hospitais lotados e filas de caminhões transportando os corpos da Covid-19, tivemos uma ideia do que enfrentaríamos com a chegada da pandemia na América Latina. Em 30 de abril, o número oficial de mortos na região ultrapassou a casa dos 10 mil; em 31 de maio, saltou para mais de 50 mil. Àquela altura, a taxa de transmissão e o número de mortes diárias na América Latina eram superiores aos da Europa e dos Estados Unidos. Segundo a OMS, desde então nos tornamos o epicentro da Covid-19.