segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Cunha e o apartidarismo de fachada do MBL

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Jamais esquecerei quando câmaras da TV Amapá registraram, sem querer, o voto de Sarney nas últimas eleições. Com o adesivo de campanha de Dilma colado no peito, esse dinossauro brasileiro não teve dúvidas na hora de votar: apertou 4, 5 e confirma. O peemedebista fez campanha para Dilma, mas votou em Aécio no escurinho da urna. Uma cena que é praticamente um resumo da política partidária brasileira, em que se prega uma coisa em público, mas se faz diametralmente o oposto nas sombras.

O ex-deputado federal Eduardo Cunha é um grande expoente dessa tradição. Seu discurso de defesa na votação pela sua cassação foi um exemplo magnífico. Apreciemos este trecho:


O MPF e a destruição da República

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

A denúncia dos procuradores da Lava Jato contra o ex-presidente Lula foi classificada de “absurda”, “aberração”, “tresloucada” etc. Todas essas classificações seriam verdadeiras se ela não contivesse uma clara estratégia na sua formulação. Essa estratégia já teve sucesso no golpe contra Dilma e consiste no seguinte: cria-se uma tese, a acusação, e, subsequentemente, interpretam-se fatos e acontecimentos ao sabor dos interesses dos procuradores para construir a “verdade” da acusação. Com Dilma criou-se a tese do crime de responsabilidade e moveu-se a validade da jurisprudência para frente e para trás no tempo para que a “verdade” da acusação se confirmasse. Com Lula criou-se a acusação de que ele era o “maestro”, o “general”, o “comandante” do Petrolão e agora os fatos serão torcidos e retorcidos para provar as “convicções” dos acusadores que prescindem de materialidade e de comprovação empírica das imputações.

FHC, Lula e o país dos elegantes

Por Flávio de Castro, no blog Viomundo:

Eu confesso que não sei a verdade: não sei se Lula é ou não dono de um triplex no Guarujá como não sei se FHC é ou não dono de um apartamento na Avenue Foch, em Paris.

Sei apenas que a presunção de ser dono de um triplex no Guarujá é inequivocamente associada à corrupção e a presunção de ser dono de um apartamento em Paris não tem nada a ver, obviamente, com corrupção.

Cunha caiu! Cunha vive...

Por Pedro Tierra, no site da Fundação Perseu Abramo:

A queda do Primeiro-Ministro Eduardo Cunha, articulador do golpe parlamentar, midiático e judiciário que conduziu o Brasil a um regime parlamentarista bastardo revela aos cidadãos desatentos um singelo absurdo tropical: o governo (Fora) Temer tornou-se uma Concessão Pública da Rede Globo de Televisão.

Não há indícios, nem convicções de que a Câmara Federal tenha sofrido um surto virtuoso na noite de 12 de setembro. A composição política tecida pelo próprio Primeiro-Ministro delinquente – e que acabou sendo decisiva para sua cassação – sofreu um suave deslocamento rumo aos confortos do governo usurpador, que resolveu não quebrar lanças em sua defesa, ocupado em cuidar da própria sobrevivência.

Partido ultradireitista avança na Alemanha

Do site Opera Mundi:

As eleições regionais realizadas neste domingo (18/09) em Berlim tiveram como grande derrotada a coligação União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, enquanto a direita radical conseguiu acesso à Câmara da cidade-Estado e capital do país.

O Partido Social-Democrata (SPD) se manteve como principal força política da região, com 23% dos votos, mas não poderá reeditar a coalizão majoritária que compunha com a CDU, que ficou em segundo lugar, com 18%, segundo as projeções das redes de televisão pública ARD e ZDF após o fechamento das urnas.

O golpe no cinema brasileiro

Por Anna Muylaerte, no site da Mídia Ninja:

É natural imaginar que Kleber Mendonça Filho esteja agora chateado com esse golpe relativo a escolha de um outro filme para comissão do Oscar. Imagino que esteja mesmo. Mas do meu ponto de vista o maior prejudicado não foi nem é Kleber e sua equipe e sim o cinema brasileiro.

Houve sim uma grande batalha nos últimos anos em várias esferas, Ancine - Manoel Rangel e Eduardo Valente sem falar do Cinema do Brasil - pessoas e entidades que vêm lutando tanto pela qualidade do cinema brasileiro quanto por sua visibilidade no exterior.

A EBC e a democratização da mídia

Por Akemi Nitahara, no jornal Brasil de Fato:

Com a mesma rapidez de quando assumiu provisoriamente o governo, o agora efetivado presidente Michel Temer investe novamente contra a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Dessa vez, ferindo de morte o projeto de comunicação pública do país com a edição da Medida Provisória 744*, publicada no dia 2 de setembro e assinada pelo presidente em exercício na ocasião, Rodrigo Maia. A MP saiu apenas dois dias após a efetivação do impeachment que afastou em definitivo Dilma Roussef da presidência da república.

Centrais chamam Dia Nacional da Paralisação


Do site da CTB:

As principais centrais sindicais divulgaram nota unitária convocando para a mobilização nacional na próxima quinta-feira (22), e reafirmando sua crítica às propostas de reformas apresentadas pelo governo que impõem cortes nas áreas sociais e trabalhistas.

Para as centrais, a gestão ilegítima de Michel Temer tenta "jogar a conta da crise econômica nas costas da classe trabalhadora e dos mais pobres". Unidos contra qualquer possibilidade de perda de direitos duramente assegurados, os sindicalistas denunciam a lógica rentista que "aprofunda a pobreza e elimina direitos" e defendem um projeto nacional de desenvolvimento centrado na retomada do crescimento, na geração de empregos e distribuição de renda.


Argentina, o Brasil de amanhã?

Por Cauê Ameni e Hugo Albuquerque, no site Outras Palavras:

Era para ter sido só mais uma sexta-feira de inverno em Mar del Plata. Tudo se resolveria com um discurso simples, recheado de lugares comuns e uma partida tranquila. Contudo, Maurício Macri, presidente da Argentina, não conseguiu discursar mais do que dez minutos. Ele não resistiu às – nada metafóricas – pedradas desferidas pela multidão aos gritos de “Macri, basura [lixo], vos sos la ditadura”. O líder argentino encerrou seu breve discurso e entrou rapidamente no carro oficial, cercado pelos manifestantes.

Lava-Jato e a caça ao guerreiro

Por Emiliano José, na revista Caros Amigos:

Diante de um espetáculo burlesco como o oferecido pelos procuradores da Lava Jato nas últimas horas, onde as provas são deixadas de lado em favor do objetivo político de inviabilizar Lula para 2018, a gente, por mais calejado esteja com a partidarização do sistema de justiça, queda estupefato, tomado de vergonha alheia. Até onde vão? É muito evidente o lado especificamente político dessa incrível perseguição à maior liderança política brasileira. O sistema de justiça quer destruí-lo, aniquilá-lo, quebrá-lo, para além de condená-lo e prendê-lo, se puder.

Direito que se derrete em silêncio

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Deltan Dallagnol, mestrado em Harvard, pregador religioso batista, surfista que viaja para Indonésia para buscar ondas perfeitas, Procurador da República, 36 anos, tido como estudioso da “operação mãos limpas”, tem uma obsessão. É o que informam os seus colegas e celebram os jornalistas que lhe admiram: combater a corrupção no país. O que lhe diferencia, porém, não é esta obsessão. Ela é comum a milhões de brasileiros, servidores públicos, trabalhadores e empresários, membros do Judiciário, políticos de vários partidos e cidadãos comuns, que lutam todos os dias pela sobrevivência. O que lhe diferencia é a sua visão ideológica fundamentalista, o seu messianismo provinciano e a sua tendência ao autoritarismo de caráter fascista.

Lava Jato pode incendiar o país

Por Jeferson Miola

A força-tarefa da Lava Jato se embrenhou numa armadilha. Dependendo da opção dos seus agentes, poderá abrir um capítulo de grave conflitividade social no país, e não conseguirá ficar livre da responsabilidade pela espiral de conflito e violência.

Pela primeira vez desde que iniciou, a Operação é contestada pela quase unanimidade jurídica e política. É o saldo da tresloucada acusação dos procuradores ao ex-presidente Lula.

A blogosfera contra o golpismo midiático

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Por Altamiro Borges

Um dos primeiros gestos do governo golpista de Michel Temer, iniciado em 12 de maio de 2016, foi suspender o patrocínio da Caixa Econômica Federal (CEF) ao 5º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, que ocorreu na semana seguinte em Belo Horizonte (MG). A medida abrupta e autoritária, já que o contrato de apoio havia sido assinado quatro meses antes, revelou o temor da direita brasileira com a força crescente da blogosfera na disputa de narrativas na sociedade. Apesar do corte da verba contratada, de apenas R$ 100 mil, cerca de 400 ativistas digitais de 23 Estados participaram do evento e reafirmaram sua disposição de luta contra o “golpe dos corruptos” e em defesa da democracia e da liberdade de expressão no país.

domingo, 18 de setembro de 2016

'Veja' induz linchamento de Lula

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Do site Vermelho:

Em mais um ataque ao ex-presidente Lula, a capa da revista Veja dessa semana traz uma estranha referência visual. A edição apresenta um fundo com vermelho estourado e o rosto de lula em tinta preta escorrendo, muito similar uma capa da revista norte-americana Newsweek de outubro de 2011, sobre a morte por linchamento de Muammar Kadafi, presidente da Líbia deposto durante uma rebelião apoiada por forças do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan).

O power-point e o domínio do fato


Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O simplismo do diagrama em power-point foi um dos aspectos mais criticados da entrevista em que o procurador Deltan Dallagnol acusou Lula de ser o “comandante máximo” do petrolão, com uma estridência verbal sem correspondência com os fatos e provas constantes da denúncia formal (que ficou restrita à suposta ocultação de um apartamento). Mas a imagem, que correu o mundo através da Internet, teve função importante no espetáculo. A inconsistência intrínseca da peça não decorre de despreparo técnico do Ministério Público, muito pelo contrário. Se quisessem, teriam produzido um power point muito mais dinâmico para dar sustentação ao libelo verbal.

Golpe continuado: Agora é Lula!

Por Renato Rabelo, em seu blog:

O procurador da República, Deltan Dallagnol, coordenador da Força Tarefa da Operação Lava Jato, sediada em Curitiba, acaba de escancarar o seu objetivo maior, aliás, torna ostensiva a razão de ser dessa Operação: apontar que o “comandante máximo” do esquema de corrupção identificado na Lava Jato é o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Isso pronunciado fora da denúncia formal apresentada, sem imputar esse crime nos autos, em flagrante delito judicial-administrativo. Apresentaram Lula como o inimigo numero um do Estado. Uma “ação política de exceção” (nas palavras de Pedro Serrano). Tudo encenado num palco em exibição de extravagante espetáculo midiático.

O miserável legado de Roberto Civita

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Leio, na carta ao leitor da Veja, que está prestes a sair a biografia de Roberto Civita. Chama-se O Dono da Banca, e foi escrita pelo jornalista Carlos Maranhão, um dos melhores textos da imprensa brasileira e titular de uma carreira de 40 anos na Abril.

Está em fase de precompra na Amazon. Encomendei meu exemplar. Embora um oceano de divergências ideológicas nos separasse, tive com RC momentos de incrível e inesquecível camaradagem em meu tempo de Abril.

Com Temer, o Brasil volta à periferia

Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

O G-20, não custa lembrar, foi uma consequência indireta da decisão do governo Lula de articular 20 e poucos países periféricos na reunião de Cancún de agosto de 2003, para se contrapor ao G-7 e sua pretensão de abertura unilateral e incondicional dos mercados dos países periféricos. O projeto da Alca foi definitivamente bloqueado e iniciou-se uma ofensiva para aprofundar laços diplomáticos e comerciais com os vizinhos e o Sul do mundo.

O G-7 (então G-8 com a Rússia, sócia honorária de 1997 a 2014) havia sido até então o centro das decisões econômicas, capaz de se impor às demais 200 nações sem discussão. Quando surgiu, em 1975, reunia todas as maiores economias capitalistas e 70% do Produto Mundial Bruto, mas o quadro mudou. A economia da China tornou-se a segunda do mundo e Brasil e Índia superaram alguns fundadores do G-7, cuja participação caiu para a metade da produção mundial.

Falta algo no power point de Dallagnol

Por Joaquim Palhares, no site Carta Maior:

O conflito com as ruas e com as urnas está inscrito na natureza constitutiva do golpe em curso no Brasil, cuja fidelidade pertence aos detentores da riqueza, não ao país, tampouco a sua gente

A agenda de expropriação de direitos e alienação de patrimônio público que define essa endogamia não pode ser submetida às urnas --nas quais já foi derrotada em quatro eleições presidenciais sucessivas. Menos ainda à convivência política com aquele que personifica esse antagonismo na alma e no coração do povo brasileiro: Luiz Inácio Lula da Silva, uma liderança de carne e osso, com os limites da carne e do osso, mas ainda assim a maior liderança popular da nossa história, porque levou mais longe o compromisso com a igualdade social.

Perseguição a Lula é para consolidar golpe

Da Rede Brasil Atual:

Para o escritor e jornalista Fernando Morais, a tentativa de tirar Lula das eleições presidenciais de 2018, a partir de condenação judicial articulada pela Lava Jato, é parte da estratégia de consolidação do golpe que derrubou a presidenta Dilma em agosto passado. "Essa denúncia maluca, porque o próprio acusador diz que não tem como provar, é a consolidação do golpe", afirma Morais em entrevista à Rádio Brasil Atual na tarde de ontem (15).

Serra está neurologicamente decrépito?

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Quando José Serra assumiu o MInistério das Relações Exteriores se sabia que era jejuno em política externa.

Quando demonstrou desconhecer o que era NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) deu-se algum desconto, devido ao fato de ser uma agência cujos protagonismo só se tornou visível mais recentemente. Mas já era falta grave.

Quando passou a afrontar a Venezuela, o Uruguai, a externar misoginia no México, julgou-se que fosse apenas a assimilação do jornalismo de esgoto que ele ajudou a criar e estimular.

O Dr. Deltan e o estelionato acusatório

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Reportagem de Mauro Cesar Carvalho, na Folha, produziria um duplo favor à higidez da Justiça no Brasil, se a Justiça brasileira ainda tivesse qualquer preocupação em ser sabia.

Conta que, no espetáculo pirotécnico protagonizado pelo Dr. Deltan Dallagnol esta semana, constam afirmações que não existem nos autos do processo, mas apenas na anulada tentativa de delação premiada do empreiteiro Léo Pinheiro que, no desespero para livrar-se dos anos de cadeia a que foi condenado por Sérgio Moro, negociava com o Ministério Público.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Brasil ingressa em sua Idade Média

Por Wanderley Guilherme dos Santos, no blog Segunda Opinião:

O Brasil desencaixou. Desencaixou e passou a rodar no fuso paraguaio. Lá, como se sabe, depois de peculiar processo, o presidente Fernando Lugo foi impedido, assumindo o vice-presidente. Também não amputaram a Lugo os direitos políticos. Dizem os golpistas de lá, como os daqui, que o processo de impedimento seguiu os trâmites legais, que não houve atentado à Constituição nem violência física. Aqui, como também se sabe, os golpistas mantiveram os ritos, não promoveram violência (as pancadarias de antes e de depois do golpe não contam, claro) e garantiram direitos políticos à presidente impedida.

A farsa de Dallagnol e as "meninas do Jô"

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A superprodução farsante envolveu muitos agentes. Como de costume, a Lava Jato se valeu do que chama de “imprensa simpatizante” para, em pleno processo eleitoral, tentar enterrar de vez o PT, o que deveria fazer a Justiça Eleitoral agir, se este fosse um país sério.

A operação mata-PT pretendia ser sofisticada. A superprodução jogou no rosto da sociedade uma farsa embelezada a toques de power point.

Os quatro pesadelos do Judas Michel Temer


O usurpador Michel Temer pensou que a sua estadia no Palácio do Planalto seria um passeio. Ele contava com o apoio das elites empresariais, que incentivaram e financiaram o “golpe dos corruptos”; com a cumplicidade da mídia privada, principal protagonista da conspiração; com ampla maioria nas “assembleias de bandidos” da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; e com a excitação dos “midiotas”, que saíram às ruas para rosnar pelo “Fora Dilma”. Mas seu sonho está se transformando rapidamente em um baita pesadelo. A dúvida que já paira no covil golpista é se o Judas Michel Temer resistirá no cargo até o final de 2018. Quatro fatores, no mínimo, explicam estes temores:


Mudar a qualidade da resistência ao golpe

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

Desde a consumação do golpe, ingressamos numa nova fase de luta. As manifestações se espalham não mais se restringindo às capitais, e envolvem cada vez mais setores. Cresce, diariamente, a compreensão da farsa alimentada pelos grandes meios de comunicação. Cresce também a compreensão de que vivenciamos um golpe de novo tipo e a ilegitimidade de Temer começa a se generalizar até mesmo entre aqueles que haviam se iludido com o discurso de apoio ao "impeachment".

O golpe baixo da Globo nas eleições

Por Theo Rodrigues, no blog Cafezinho:

Se fosse uma luta de boxe poderíamos dizer que o editorial do jornal O Globo de hoje deu um golpe abaixo da cintura no Supremo Tribunal Federal.

Intitulado “Crime avança no financiamento empresarial”, o editorial argumenta que o fim do financiamento empresarial nas campanhas eleitorais, que foi decidido pelo STF no ano passado, teria aberto espaço para a participação de quadrilhas e milícias na política.

Um golpe contra a nova geração

Por Osvaldo Bertolino, no site da Fundação Maurício Grabois:

O McJob, nome genérico que nos Estados Unidos e na Europa se dá a empregos de baixa especialização e de baixa remuneração no setor de serviços, faz o maior sucesso no Brasil. A prova disso está disponível em qualquer loja do McDonald’s, onde se vê punhados de adolescentes brasileiros frequentemente vistos como um grupo mal preparado e de pouco futuro. Nos Estados Unidos e na Europa, a grande bronca com os McJobs é o fato de eles simbolizarem o trabalho desqualificado a que teve de se submeter uma geração que enfrentou dificuldades para trocar seu diploma universitário por um bom emprego. Eles chegaram ao mercado de trabalho com um currículo cinco estrelas e tiveram que se virar com um emprego destinado a quem só tinha o segundo grau.

Injustiça fiscal à brasileira

Por Róber Iturriet Avila e João Santos Conceição, no site Outras Palavras:

Desde as primeiras sistematizações mais acuradas sobre o funcionamento da economia, ainda no século XVIII, preconiza-se que os tributos devem ser proporcionais à renda dos indivíduos. Naquela mesma época, ministros de Estado que propunham tal configuração eram desalojados de seus postos por forças refratárias a essa perspectiva, como ocorreu com Anne Robert Jacques Turgot.

Cunha é Temer, Temer é Cunha

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Por Musa Ramalho, no site da UJS:

Cunha é Temer, Temer é Cunha e ambos são o pacote de maldades neoliberais preparadas para retrocedermos nos direitos democratizantes conquistados com muito suor e muita luta. Nossas vozes pelo “Fora, Temer e Cunha na Cadeia” precisam estar atreladas a reconstrução da democracia brasileira. Se não pensarmos e agirmos de forma mais aprofundada, vamos somente trocar os donos das canetas sem alterar o conteúdo da narrativa. “Diretas já” são fundamentais para reorganizar a política nacional. Não eleger golpista nas disputas municipais é imprescindível para construirmos uma política melhor.

O ranking deficiente da Folha

Por Jorge Kayano, na revista Caros Amigos:

A Folha de S. Paulo divulgou no último dia 27 de agosto uma série especial de matérias sobre seu Ranking de Eficiência dos Municípios (REM-F). “Uma experiência do Instituto Pólis, lançada nos anos 1990, inspira o conceito”, diz uma das notícias. Se falam da publicação “Como reconhecer um bom governo”, publicada em 1995, parece-me que se inspiraram pelo inverso do que sugere o estudo. Pelos critérios de análise do REM-F, a grande maioria (76%) dos municípios brasileiros é rotulada como “não eficiente no uso dos seus recursos para as áreas básicas de educação, saúde e saneamento”. O mínimo que se pode dizer sobre isso é que a Folha está passando por cima de qualquer cautela para divulgar suas teses preconcebidas sobre o que significa ser eficiente na gestão pública.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O fascista do MBL que agrediu a senadora



Por Altamiro Borges

A senadora Vanessa Grazziotin, que foi agredida pelo troglodita Paulo Demchuk - militante da seita golpista Movimento Brasil Livre (MBL) -, continua recebendo a solidariedade de lideranças políticas e dos movimentos sociais. Nesta semana, várias entidades do Paraná divulgaram um manifesto em repúdio ao advogado, que atacou a parlamentar comunista do Amazonas durante um voo de Brasília para Curitiba, em 31 de agosto passado - logo após a aprovação no tribunal de exceção do Senado do impeachment da presidenta Dilma. Aos poucos, graças às redes sociais, a sociedade também vai conhecendo melhor o perfil do criminoso que agrediu a senadora.


A coletiva do ex-presidente Lula

Dallagnol, um pequeno Torquemada

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Nos processos em que a perseguição insidiosa toma o lugar da justiça, faz-se necessário contar uma história que desperte a intolerância e justifique a violência e o arbítrio. Assim fez o procurador Deltan Dallagnol no espetáculo deplorável de apresentação de denúncia do Ministério Público contra o ex-presidente Lula. A denúncia é de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, relacionada à suposta posse, não provada, de um apartamento. Mas a história contada, com um histrionismo que envergonhou os caçadores mais adestrados de Lula, foi sobre seu papel de “comandante máximo”, “maestro regente” ou “general” de uma “propinocracia” montada para saquear a Petrobrás. Dallagnol fez uma interpretação política, não uma demonstração jurídica. Pode ter dado seu tiro no pé. “A hipótese prévia imaginária preponderou em relação aos fatos. Parece-me que a acusação num processo jurídico normal não prosperaria”, avaliou o jurista Pedro Serrano.

Procurador admite não ter prova contra Lula

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

Uma frase do procurador Roberson Henrique Pozzobom, durante a coletiva na qual detalhou a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta (14), foi mais útil em explicar o que se passava do que todos os gráficos de Power Point que ele utilizou. “Não teremos aqui provas cabais de que Lula é efetivo proprietário do apartamento”, disse.

Em meio à apresentação, repleta de setas, quadros e tabelas, os procuradores da Lava Jato informaram que Lula é denunciado por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Segundo eles, há a “convicção” de que o ex-presidente teria recebido propinas “de forma dissimulada”, por meio de benefícios, “troca de favores”. Especificamente, nas reformas de um apartamento triplex no Guarujá e de um sítio em Atibaia e no custeio do armazenamento de seus bens.

O que se faz contra Lula é carnificina

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Se há alguma coisa de que Lava Jato não pode ser acusada é de surpreender.

O indicionamento de Lula, agora: você quer coisa mais óbvia?

Há muito tempo ficou claro que o objetivo de Moro e da Lava Jato está longe de ser erradicar a corrupção: é acabar com o PT. Mais especificamente, com Lula.

Lula deve morrer

Por Ayrton Centeno, no site Sul-21:

Lula já deveria ter morrido. Cedo, quando nasceu. Quando veio ao mundo em 1945, a mortalidade infantil no Brasil era de 146 x 1000. Quase 150 óbitos antes do primeiro ano de vida em cada mil crianças. Isto na média nacional que, hoje, a propósito, é dez vezes menor. Mas naquele tempo, para quem vinha aumentar família pobre, da área rural e do Nordeste, os números eram ainda mais atrozes.

Um dos 12 filhos de dona Lindu - quatro não sobreviveram - Lula nasceu em Caetés, então zona rural de Garanhuns/PE. Casa de taipa, erguida em barro e madeira, um quarto, uma mesa, cinco redes. Água? Amarela, das poças de chuva, dividida com o gado e povoada por girinos. Comida? Feijão, arroz e farinha, carne rara, às vezes de preá ou passarinho. Proteína animal acessível era a da içá, nome da tanajura no Agreste pernambucano.

Temer e a rasteira nas ruas

Por Murilo Cleto, na revista CartaCapital:

Quatro meses depois da posse, o governo Temer já não precisa dar mais sinais de que a rasteira que destituiu Dilma do Planalto também derrubou boa parte daqueles que permitiram a sua ascensão à presidência.

Se, por um lado, não faltam agentes do impeachment em lua de mel com o governo que já não é mais interino, por outro as multidões que inundaram de verde e amarelo as ruas do país em 2015 têm tudo pra estar cada vez mais desapontadas.

Privatizá-las-ei porque são públicas!

Paulo Kliass, no site Carta Maior:

"Bebo-o porque é líquido, se fosse sólido comê-lo-ia"
(frase atribuída ao ex Presidente Jânio Quadros)

O governo Temer acaba de apresentar, em evento solene realizado no Palácio do Planalto, mais um de seus “alicerces fundamentais” para o tão ansiosamente aguardado processo de retomada do crescimento da economia. O discurso entusiasmado do Presidente pode ser resumido na expressão de realizar uma “abertura extraordinária” da infraestrutura brasileira à iniciativa privada.

Temer quer privatizar até a água

Por Vagner Freitas, na Rede Brasil Atual:

O anúncio do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) foi mais um passo do golpista Temer rumo à sua proposta de diminuição do Estado na economia. Ou seja, menos investimentos que garantam uma vida digna para a maioria dos brasileiros e brasileiras que mais necessitam de água, esgoto, educação e saúde pública e de qualidade.

A tal da PPI é, na verdade, um amplo conjunto de concessões e privatizações de portos, aeroportos, companhias de energia elétrica, recursos naturais, como Pré-Sal e gás natural e até de água, coleta e tratamento de esgoto.

Acusação a Lula é só discurso de ódio

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Assisto agora a fala de Deltan Dallagnol, o jovem chefe da Força Tarefa.

Até agora, o Doutor não entrou em uma prova fática.

Foi um discurso político que só encontra suporte na histeria anti-Lula com que a mídia fez impregnar este país.

Diz que, se diretores indicados em acordos políticos com outros partidos roubavam, isso indicava que Lula é pessoalmente responsável por seus atos, porque as nomeações só poderiam ter intenção “arrecadatória”.

A perigosa seita de Curitiba

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Por Marcelo Zero

A denúncia do Ministério Público contra Lula e sua esposa é crônica de uma farsa há muito anunciada.

Todo o Brasil sabe que a fraude do impeachment sem crime de responsabilidade teria de ser complementada pela farsa das denúncias sem crimes contra Luiz Inácio Lula da Silva. O que querem, o único que querem, é impedir que Lula se candidate de novo em 2018 e resgate o país das garras do golpe e do seu terrível programa de retrocesso contra o povo brasileiro. O golpe precisa se completar.

A denúncia inepta da Lava Jato

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O rebaixamento do Brasil para a segunda divisão das democracias ocidentais teve três momentos significativos: a votação da admissibilidade na Câmara, com aquela malta aos berros invocando o nome do pai e da mãe; a performance de Janaina Cabral no comício do Largo São Francisco; e o jovem procurador gaguejante, armado de um Power Point capenga, conduzindo um discurso tatibitate naquele que deveria ser o grande desfecho da mais massacrante campanha já movida contra uma pessoa no país.

Por trás do show, uma denúncia ridícula

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Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A experiência ensina que as ideias claras e as verdades cristalinas podem ser explicadas em poucos minutos. Às vezes, em 30 segundos.

O exaustivo espetáculo do Ministério Público Federal, ontem, para tentar apresentar um fato concreto contra Luiz Inácio Lula da Silva levou horas. Não trouxe novidade alguma. Nenhuma prova, nenhum fato.

Apenas uma longa narrativa, romanceada, em que se sugere aquilo que não se demonstra - e por isso mesmo é preciso argumentar, explicar, voltar ao tema, repetir frases fortes como slogans de uma campanha publicitária. Chegou-se até a um improviso sociológico, a noção de "propinocracia" destinado a causar impressão a espectadores de pouco estudo.

"Fora Temer" e a greve geral

Por João Pedro Stedile, no jornal Brasil de Fato:

1. No dia 31 de agosto consolidou-se o golpe judicial/midiático também no Congresso Nacional.

A burguesia concluiu a primeira etapa da conspiração, que vem desde outubro de 2014, para empossar, de qualquer maneira, um governo totalmente subserviente e capaz de jogar todo o peso da crise econômica sobre os ombros da classe trabalhadora.

Agora, está em curso a etapa de acelerar a implementação de medidas neoliberais, que só interessam ao capital financeiro e ao grande capital, aumentando a exploração do trabalho, diminuindo salários, aumentando o desemprego e aplicando um programa de privatizações e ajustes fiscais que envergonham até o FMI.

O papelão tragicômico da Lava Jato

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Que tempos, meu Deus! Que tempos vivemos!

Podemos dizer que tudo começou com aquela frase fatídica de Rosa Weber: não tenho provas para condenar José Dirceu, mas a literatura me permite fazê-lo.

Aquela frase marca uma era, é o resumo de toda uma época histórica, que começa em meados de 2005, com a midiatização judicial do escândalo do mensalão, culminando com o golpe de Estado de 2016 e a caça midiático-judicial a Lula.

Nas ruas, defender Lula contra o fascismo

Por Jeferson Miola

É aterrador o ataque dos procuradores-inquisidores ao ex-presidente Lula. Os acusadores fabricam acusações, mas cometem o erro crucial: não apresentam uma única prova contra Lula, só empregam uma verborragia histérica e ideológica contra ele.

Até Reinaldo Azevedo reconhece: “Eles cometeram um erro primário. Nem um infiltrado de Lula na Força Tarefa seria capaz de idéia tão brilhante para colaborar com Lula”.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

A caçada a Lula para completar o golpe

Por Altamiro Borges

O "golpe dos corruptos", concretizado em 31 de agosto com a aprovação no Senado do impeachment da presidenta Dilma, ainda não está completo. Para ser concluído, os sabotadores da democracia têm urgência de "matar" Lula, inviabilizando a sua candidatura em 2018. Isto explica o circo midiático armado nesta quarta-feira (14) para que o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato e famoso pelo seu fanatismo messiânico, acusasse o líder petista de ser "o comandante máximo do esquema de corrupção" na Petrobras. A pirotécnica exposição da denúncia contra Lula, sua esposa, Marisa Letícia, e outras seis pessoas não apresentou nada de novo. Foi um requentado das acusações sem provas disparadas no passado, mas confirma a caçada insana e cruel ao ex-presidente.

Globo, Valor e pensamento único neoliberal

Por Altamiro Borges

A própria Folha publicou nesta terça-feira (13) o obituário: “O Grupo Globo comprou os 50% da empresa Valor Econômico S.A. que eram detidos pelo Grupo Folha. Com isso, a empresa que publica o jornal ‘Valor Econômico’ passa a ser de propriedade exclusiva do grupo carioca. Não foi revelado o montante da operação, que ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)”. A nota fúnebre permite duas conclusões iniciais. A primeira é de que o império midiático da famiglia Frias encontra-se em estado pré-falimentar. Na semana passada, a Folha já havia anunciado a extinção do seu caderno de Esporte e a demissão de vários jornalistas. Agora, o grupo se desfaz do jornal Valor.

Crise: 14 Estados se rebelam contra Temer

Por Altamiro Borges

A mídia chapa-branca tem se esforçado para difundir a ideia de que a economia brasileira caminha para superar a sua grave crise. Os urubólogos de plantão, que só davam notícias pessimistas no governo Dilma, de repente viraram otimistas inveterados. A equipe econômica do Judas Michel Temer é tratada como “competente e eficiente”; suas propostas, garantem, vão gerar “confiança no mercado” e “retorno dos investimentos”; e o Brasil, juram de pés juntos, voltará a crescer em breve. O cenário róseo, porém, não resiste aos fatos. Nesta terça-feira (13), governadores de 14 Estados se reuniram em Brasília com Henrique Meirelles, o czar da economia, e ameaçaram decretar “situação de calamidade financeira”.