Por Theo Rodrigues, no blog Cafezinho:
Se fosse uma luta de boxe poderíamos dizer que o editorial do jornal O Globo de hoje deu um golpe abaixo da cintura no Supremo Tribunal Federal.
Intitulado “Crime avança no financiamento empresarial”, o editorial argumenta que o fim do financiamento empresarial nas campanhas eleitorais, que foi decidido pelo STF no ano passado, teria aberto espaço para a participação de quadrilhas e milícias na política.
Ora, mas a famosa CPI das Milícias em 2008 já não indicava essa relação bem antes de ter entrado em vigor o fim das doações empresariais nas eleições?
A relação causal entre o fim do financiamento empresarial e o envolvimento de milícias na política não encontra guarida em nossa história recente.
Ao contrário do que propõe o jornal, o que precisamos é aprofundar o controle legal e a fiscalização sobre as doações individuais nas eleições.
Essa primeira experiência sem a participação das empresas tem sido vitoriosa, mas ainda há muito o que possa ser feito para termos eleições mais competitivas e igualitárias.
Na prestação de contas da milionária campanha do candidato à prefeitura do Rio, Pedro Paulo (PMDB), por exemplo, encontramos doações de empresários como o vice-presidente da construtora RJZ Cyrela, Rogério Jonas Zylbersztajn, o sócio da Kreimer Engenharia Roberto Kreimer e a presidente da BR Marinas, Gabriela Lobato Brandão Marins, que doaram ao todo R$ 250 mil. Todos com participação em obras da prefeitura da cidade.
Entre os doadores da campanha de Pedro Paulo há ainda Azis Chihid Neto, dono do Grupo Memorial e do plano de saúde Assim, que repassou 113 mil, e seus sócios Gianfranco Fazzini e Soraia Chidid Brasoli, com doações de 50 mil cada um. A Assim atende aos funcionários da prefeitura.
O mesmo ocorreu com os proprietários dos supermercados Zona Sul onde Fortunato Fernando leta doou 150 mil e Pietrangelo Leta doou 50 mil.
Outras doações para o candidato do PMDB vieram de Oskar Fossati Metsavaht dono da loja de roupas Osklen com 50 mil e Rogério Chor da construtora CHL e Elie Horn da construtora Cyrela, com 100 mil cada um.
Por fim, há também a curiosa doação de 150 mil do ex-secretário de saúde do Rio, Sergio Côrtes.
O Congresso Nacional precisa caminhar para a criação de um teto menor para as doações individuais, de modo a inibir a assimetria entre quem tem o apoio de empresários e quem não tem.
E, nesse caso, melhorar não significa retornar ao passado como propôs O Globo.
Se fosse uma luta de boxe poderíamos dizer que o editorial do jornal O Globo de hoje deu um golpe abaixo da cintura no Supremo Tribunal Federal.
Intitulado “Crime avança no financiamento empresarial”, o editorial argumenta que o fim do financiamento empresarial nas campanhas eleitorais, que foi decidido pelo STF no ano passado, teria aberto espaço para a participação de quadrilhas e milícias na política.
Ora, mas a famosa CPI das Milícias em 2008 já não indicava essa relação bem antes de ter entrado em vigor o fim das doações empresariais nas eleições?
A relação causal entre o fim do financiamento empresarial e o envolvimento de milícias na política não encontra guarida em nossa história recente.
Ao contrário do que propõe o jornal, o que precisamos é aprofundar o controle legal e a fiscalização sobre as doações individuais nas eleições.
Essa primeira experiência sem a participação das empresas tem sido vitoriosa, mas ainda há muito o que possa ser feito para termos eleições mais competitivas e igualitárias.
Na prestação de contas da milionária campanha do candidato à prefeitura do Rio, Pedro Paulo (PMDB), por exemplo, encontramos doações de empresários como o vice-presidente da construtora RJZ Cyrela, Rogério Jonas Zylbersztajn, o sócio da Kreimer Engenharia Roberto Kreimer e a presidente da BR Marinas, Gabriela Lobato Brandão Marins, que doaram ao todo R$ 250 mil. Todos com participação em obras da prefeitura da cidade.
Entre os doadores da campanha de Pedro Paulo há ainda Azis Chihid Neto, dono do Grupo Memorial e do plano de saúde Assim, que repassou 113 mil, e seus sócios Gianfranco Fazzini e Soraia Chidid Brasoli, com doações de 50 mil cada um. A Assim atende aos funcionários da prefeitura.
O mesmo ocorreu com os proprietários dos supermercados Zona Sul onde Fortunato Fernando leta doou 150 mil e Pietrangelo Leta doou 50 mil.
Outras doações para o candidato do PMDB vieram de Oskar Fossati Metsavaht dono da loja de roupas Osklen com 50 mil e Rogério Chor da construtora CHL e Elie Horn da construtora Cyrela, com 100 mil cada um.
Por fim, há também a curiosa doação de 150 mil do ex-secretário de saúde do Rio, Sergio Côrtes.
O Congresso Nacional precisa caminhar para a criação de um teto menor para as doações individuais, de modo a inibir a assimetria entre quem tem o apoio de empresários e quem não tem.
E, nesse caso, melhorar não significa retornar ao passado como propôs O Globo.
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