Por Roberto Amaral, em seu blog:
Finalmente, a grande imprensa toma conhecimento da tragédia que encerra a perseguição, tortura e morte do professor Luiz Carlos Cancellier de Oliveira, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), passados já dois meses, quando já se temia que o silêncio imposto fosse o tapete pelo qual caminharia a impunidade, a seiva que alimenta a arbitrariedade.
O Estadão, em reportagem de Luiz Maklouf Carvalho publicada no domingo, 3, descreve a sucessão de arbitrariedades, violência institucional, policial e judiciária que se abateram sobre o reitor, pondo a descoberto, até onde pode chegar, na guerra aos direitos individuais, a aliança fática que reúne num só império, justamente aqueles que foram selecionados e são pagos e muito bem pagos para assegurar a incolumidade física e moral dos cidadãos: agentes do Poder Judiciário (dos juízos de piso aos ministros do STF) e setores da alta burocracia federal autonomizados, como os policiais federais e os procuradores do Ministério Público, auto imitidos no papel de salvadores da pátria, sagração que lhes teria outorgado todos os poderes necessários à missão de sanear a vida nacional.