sexta-feira, 16 de novembro de 2018

A acusação e as "provas" contra Lula

Do site Vermelho:

O depoimento de Luiz Inácio Lula da Silva à juíza Gabriela Hardt, a substituta de Sérgio Moro na Operação Lava Jato, revelou-se mais uma cena do obscurantismo político e ideológico que se instalou no país. O sentido persecutório do processo que levou o ex-presidente ao cárcere, flagrantemente inconstitucional por ser uma decisão à revelia do esgotamento das possibilidades de recurso, ficou bem caracterizado pela inconsistência das perguntas da magistrada, além da sua exasperação em alguns momentos, e do representante do Ministério Público.

Pleno emprego em economia de guerra

Por Fernando Nogueira da Costa, no site Brasil Debate:

A antipatia da casta de mercadores quanto à política de gastos do governo, para alcançar o pleno emprego, se torna mais forte quando ela considera o dinheiro público ser gasto em investimento estatal e/ou em subsídio ao consumo popular. Ela exige o investimento público limitar-se a atividades onde não ocorra concorrência com os interesses das empresas privadas. Afinal, se mercantilizaram até a saúde e a educação!

Lula enfrenta nova teleguiada de Moro

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Lula voltou a falar publicamente na quarta-feira e, mais uma vez, deu nova prova de extrema coragem ao desafiar outra teleguiada de Sergio Moro, que assumiu o posto do ex-juiz politiqueiro que usou o processo do ex-presidente para construir carreira política que acaba de abraçar. Quem esperava um Lula alquebrado e com medo de novas armações, quebrou a cara.

O ex-presidente Lula acusou a Lava Jato de tê-lo tirado do ‘processo eleitoral’ porque ele poderia ter ganho a disputa ‘no primeiro turno’. Lula falou sobre a disputa eleitoral pela primeira vez, em audiência em que foi ouvido como réu do processo do sítio de Atibaia (SP):

A perigosa maluquice ideológica de Bolsonaro

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Uma das definições de ideologia no dicionário Michaelis é: “maneira de pensar que caracteriza um indivíduo ou um grupo de pessoas, um governo, um partido etc.” Decorre daí que cada indivíduo, grupo ou etc., por ter sua própria maneira de pensar, tem sua ideologia.

Pois a direita brasileira passou, faz algum tempo, a usar o termo ideologia como palavrão. Os porta-vozes do conservadorismo costumam definir tudo que não se alinha ao seu modo de pensar como “ideológico”.

Esse truque argumentativo tem como pressuposto lógico a existência de indivíduos ou grupos que não possuem ideologia alguma.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Bolsonaro, Lula e o ritual da "Justiça"

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Pouco importa o que Lula vá responder à juíza e aos procuradores no interrogatório a que será submetido na tarde desta quarta-feira em Curitiba.

A sua nova condenação no caso do sítio de Atibaia já está decretada há muito tempo, bem antes de Sergio Moro se tornar ministro de Jair Bolsonaro.

A Justiça apenas cumpre mais um ritual da Operação Lava Jato, criada exatamente para tirar Lula da vida política brasileira, de preferência para sempre, como já anunciou o presidente eleito.

O recado que vem do Nordeste

Por Aristóteles Cardona Júnior, no jornal Brasil de Fato:

Passados alguns dias da confirmação da vitória de Bolsonaro para a presidência, a sensação é que a poeira começa a baixar e agora temos a possibilidade de entender os aspectos que permitiram a vitória de um candidato de extrema-direita nestas eleições.

De toda forma, não dá para escapar do resultado final e do sentimento de derrota que nos abateu. São muitos e incômodos os motivos que nos levaram a este sentimento após o dia 28. Mas, certamente, o incômodo maior reside na percepção do quão retrógrada e prejudicial ao seu povo é a agenda que o próximo governo tentará colocar em prática em nosso país. Autoritarismo político associado a uma agenda ultra-neoliberal de ataques aos direitos sociais.

Herói do financismo. Sombra de Paulo Guedes

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

A divulgação do nome de Joaquim Levy para ocupar a presidência do BNDES pode ter sido mais uma importante decisão de Bolsonaro na composição do mosaico de seus mais estreitos colaboradores. Apesar de toda a bateção de cabeça que tem caracterizado as primeiras semanas posteriores à conformação da vitória eleitoral, o fato é que não se deve menosprezar a capacidade de articulação política do capitão.

A errância preocupante de Bolsonaro

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Na terceira semana como presidente eleito, Jair Bolsonaro continua emitindo dois tipos de sinais preocupantes.

O primeiro diz respeito aos avanços e recuos em decisões sobre a montagem do futuro governo, despertando o receio de que não apenas agora, antes da posse, seu estilo decisório seja errático.

O segundo continua sendo sobre a capacidade operacional de seu governo na política, na construção da agenda e da maioria parlamentar. Ontem, a oposição barrou a Medida Provisória 844, marco para a privatização do saneamento, que devia ter despertado o interesse do futuro governo tão privatista.

A importância do diálogo na política externa

O chanceler bolsominion do Brasil

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Vou deixar por conta da insuspeita Míriam Leitão descrever quem é o chanceler escolhido por Bolsonaro – neste caso, se me permitem o palpite, por Eduardo Bolsonaro, mais que por Jair – para chefiar o Itamaraty:

O novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, nunca chefiou uma missão diplomática. Ele só este ano chegou ao posto máximo da carreira. Mas desde o primeiro turno tem enviado sistematicamente textos sobre política externa para a equipe de Jair Bolsonaro, e acabou ficando com o posto.

Governo Bolsonaro não tem plano econômico

Charge: Rodrigo de Matos/Portugal
Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Para Miriam Belchior, ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão no primeiro mandato de Dilma Rousseff (2011-2014), é um contrassenso a ideia de fusão ou "parceria" entre o Banco do Brasil, o maior banco brasileiro, com o Bank of America. A ideia se tornou pública na quarta-feira (7), por meio de Paulo Guedes futuro 'superministro' da Economia do governo de Jair Bolsonaro. "Não consigo entender. Todo mundo diz que é necessário ampliar a concorrência bancária do Brasil, porque quatro bancos concentram 80% do crédito", diz a ex-ministra.

As eleições e a política da trapaça

Charge: Stephff/Tailândia
Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

A eleição de Jair Bolsonaro está envolta em suspeitas e dúvidas. Elas precisam ser esclarecidas o quanto antes. Não se trata de iniciar o “terceiro turno” da eleição, por inconformismo com o resultado. Vimos, em 2014, o grave dano causado pelo gesto de Aécio Neves, que resolveu questionar uma eleição normal, sem sinal de interferências que pudessem haver distorcido a vontade do eleitorado.

A destruição do "Mais Médicos"

Foto: Araquém Alcântara
Por Dilma Rousseff, em seu site:

O fim do Convênio entre o governo de Cuba e a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), sob o qual era garantida a participação dos médicos cubanos no “Programa Mais Médicos”, deve-se a declarações intempestivas do presidente eleito Jair Bolsonaro, que ignora a dimensão diplomática que cerca a relação entre países. Em especial, ofende a exigência de respeito aos convênios legalmente firmados, bem como à civilidade necessária aos acordos de cooperação entre nações.

Disputa de valores e ataque às Universidades

Por Pedro Tierra, no site Carta Maior:

“Mueralainteligencia! Viva lamuerte!

Os ataques às universidades nos últimos dias, em meio à tempestade do segundo turno das eleições presidenciais e nos dias que se seguiram, a pretensão se intervir nas provas do ENEM, sinalizam o que podemos esperar do advento do consulado que se inicia a partir de 1º de janeiro de 2019. O que estamos assistindo agora é um trailer do que pode vir a ser um longa-metragem cujo final tragicômico já conhecemos.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

A direita mais tosca do mundo

Por Marcelo Zero

O Brasil não é uma ilha. O processo acelerado de “fascistização” do país e a profunda crise da democracia brasileira não podem ser abstraídos de um pano de fundo internacional que é a grande crise do capitalismo, em sua atual fase de acumulação.

Com efeito, a configuração hodierna do capitalismo, sua crise e a prevalência de políticas econômicas ortodoxas e neoliberais vêm configurando um quadro social muito negativo, que repercute fortemente nas democracias e nos sistemas de representação política.

Ministros já falam em pedir demissão

Por Mário Magalhães, no site The Intercept-Brasil:

Paulo Guedes é um Roberto Campos com menos livros lidos e mais fanatismo pelo cada-um-por-si na economia e na vida social. O economista e diplomata Campos ganhou dos detratores a alcunha brejeira de Bob Fields, tamanho o fetiche pelo capital estrangeiro e a devoção pelos Estados Unidos.

De 1964 a 1967, o seminarista que desistira do sacerdócio foi o primeiro ministro do Planejamento da ditadura. Era tão brilhante que não se converter à sua lábia hipnotizante constituía exercício intelectual desafiador. No alvorecer da década de 1980, o cardeal brasileiro do liberalismo foi esfaqueado na barriga – pela amante, e não por um abilolado. Morreu em 2001.

Lula "vai apodrecer na cadeia"?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Uma semana antes do segundo turno da eleição presidencial, o então candidato do PSL Jair Bolsonaro fez um pronunciamento que se tornará um registro histórico para o dia de hoje, 14 de novembro de 2018, véspera do 139o. aniversário da República:

"Seu Lula da Silva, se você estava esperando o Haddad ser presidente para assinar o decreto de indulto, vou te dizer uma coisa: você vai apodrecer na cadeia”.

Os fatos seguintes sobre o destino de Lula, uma linha cruzada com os destinos brasileiros há pelo menos 40 anos, vieram em sequência.

Bolsonaro e a cobertura boçal da mídia

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Jair Bolsonaro se beneficiará, por um tempo, da cobertura boçal e acrítica de seu cotidiano pela velha imprensa.

O UOL registra que o “presidente eleito foi a uma agência bancária pela terceira vez nos últimos quatro dias”.

Segue:

O político saiu de casa, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, com escolta da Polícia Federal, e dirigiu-se a uma agência do Banco do Brasil. O motivo do deslocamento não foi divulgado.

Bolsonaro concentra poder e caça opositores

Por Alexandre Guerra, no site da Fundação Perseu Abramo:

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) nem começou e já é possível enxergar um conjunto de intervenções que pretendem concentrar seu poder e perseguir os que se opõe aos seus posicionamentos. Entre as medidas destaca-se a expansão de poder do Ministério da Justiça, que irá receber a função de controle externo do Estado por meio de Controladoria Geral da União, somado ao exercício da força policial, bem como o controle fiscal se a pasta assumir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) - alocado atualmente no Ministério da Fazenda. O ministério será coordenado pelo juiz Sérgio Moro, conhecido por executar medidas jurídicas de exceção contra o campo progressista.

O desastre anunciado de Paulo Guedes

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O Brasil sempre cultivou uma cultura livresca – com exceção dos tempos escabrosos atuais. Bastava o sujeito ostentar diploma em universidade reputada, para ser pau para toda obra, até para funções que nada tinham a ver com sua especialidade.

Foi o que aconteceu com os economistas pós-ditadura.

Aprendi a apreciar os programas de gestão e qualidade vendo a completa disfuncionalidade de economistas no exercício do poder. Começou com o Plano Cruzado. Os economistas que assumiram a Fazenda – respeitáveis como intelectuais – tinham ojeriza aos funcionários de carreira, que acusavam de terem sido “cúmplices” da ditadura.