quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

A nação está entre a esperança e a ameaça

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A análise retrospectiva, de um ano ou de um século, é bem mais fácil do que a antecipação de processos que ainda estão em gestação. Certas dinâmicas sociais, frequentemente, são percebidas apenas quando seus efeitos se expõem à luz do dia.

O cientista social está fadado a ser um “engenheiro de obra feita”. O mergulho no passado serve para a compreensão dos fatos novos. Os dias que estão por vir estarão condicionados pelos dias que se foram.

O importante é o povo se organizar

Feliz ano velho ou feliz ano novo?

Por Guilherme Mello, no site Vermelho:

Sempre ao início de um novo ano os economistas são consultados, seja para diagnosticar o ano anterior, seja para utilizar seus obscuros conhecimentos para desvendar o futuro. Mais próximos dos antigos alquimistas que dos modernos químicos, os economistas se apressam a desfilar uma série de previsões com graus de detalhe que ironicamente alcançam a segunda casa decimal.

Inflação, crescimento, taxa de câmbio, resultados fiscais, taxas de desemprego, produção industrial, todas variáveis previamente quantificadas com base em elaborados modelos econométricos, que no mais das vezes apenas transferem o passado recente para o futuro, com o acréscimo de algumas pitadas de convicção política/ideológica do formulador do modelo.

Direita quer tropa estrangeira contra Maduro

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A ideia de organizar uma invasão estrangeira para derrubar o governo de Nicolas Maduro, na Venezuela, reapareceu no dia de hoje, através de um artigo do economista Ricardo Hausmann, ex-ministro no governo de Carlos Andrés Perez, publicado pela Folha e outros jornais.

Depois que a oposição venezuelana sofreu três derrotas eleitorais consecutivas em 2017, era razoável imaginar que o golpismo local estivesse adormecido pelo menos na entrada do Ano Novo. O ex-ministro, um quadro político com conexões acadêmicas e políticas na região, mostra que não.

Economia está no fundo do poço e sem norte

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Estimativas divulgadas como positivas pelo mercado e pelo Banco Central, segundo as quais o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá crescer 1% em 2017 e 2,70% em 2018, estão longe de indicar motivo para comemoração. A economia do país está deprimida e caiu 8% em três anos. "Não dá para ser otimista", avalia o economista João Sicsú, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

"Na verdade falta um norte para a economia. Estamos crescendo em qual direção?", observa. "A economia brasileira pode até crescer, mas não tem caminho apontado, um projeto organizado para crescer de forma repetida. E, mesmo crescendo 1% em 2017, e talvez mais em 2018, a economia estará muito do longe do patamar do final de 2014."

Bolsonaro e os estupromaníacos

Por Leandro Fortes, na revista Fórum:

Há algo de extremamente doentio na relação da extrema direita com o crime de estupro, embora isso não seja, exatamente, uma novidade.

Na horripilante alegoria do fascismo feita pelo cineasta Paolo Pasolini, em 1975, “Saló ou 120 dias de Sodoma”, um grupo de jovens, homens e mulheres, é sequestrado por militares fascistas para ser brutalizado e submetido a todo tipo de sevícia sexual.

No filme, as cenas de sadismo, escatologia e tortura são o pano de fundo para as sequências de estupro, um instrumento de dominação presente em todas as masmorras de governos autoritários, uma arma de guerra de todos os exércitos – um método de terror que nunca se perdeu no tempo.

Jovem Pan e Antagonista chantageiam TRF4

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Alguém acredita mesmo que o PT ou Lula têm poder para promover um desembargador do TRF4 se ele absolver o ex-presidente no julgamento do dia 24 de janeiro? Aliás, alguém acredita que alguém com poder para promover um desembargador faria tal oferta de promoção se ele aceitasse absolver Lula?

Lula não ganha uma no TRF4.

O tribunal já negou inúmeros pedidos de Lula de suspeição de Moro.


A direita bate cabeça e ‘ressuscita’ Huck

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O genial Aroeira resume o significado da “ressurreição” da candidatura de Luciano Huck, feito nesta virada de ano com a nota do Painel, da Folha, dizendo que Luciano Huck teria pedido a Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, que seu nome não fosse excluído das pesquisas eleitorais.

Assunto para dias vazios de notícias, revela apenas que o conservadorismo só tem um plano, para valer: eliminar Lula da disputa.

Prefeito convoca Exército. Fascista de berço!

Por Altamiro Borges

Nelson Marchezan Jr., o “prefake” de Porto Alegre, não nega o berço. Apesar de posar como “novo” na política, o fascistinha é filho de Nelson Marchezan (1938-2002), o histórico cacique da política gaúcha que presidiu a Câmara Federal durante a ditadura e foi líder do último general no poder, João Baptista Figueiredo – aquele que odiava “o cheiro do povo”. Nesta quarta-feira (3), o tucano falastrão enviou ofício ao usurpador Michel Temer solicitando o envio de tropas do Exército para o julgamento de Lula no Tribunal Regional Federal (TRF-4), em 24 de janeiro. Pelo Twitter, o filhote da ditadura ainda rosnou: “Devido às manifestações de líderes políticos que convocam uma invasão em Porto Alegre, tomei essa medida para proteger o cidadão e o patrimônio público”.

Filha de ‘Bob’ Jefferson ingressa no covil

Foto: Antonio Augusto/Agência Câmara
Por Altamiro Borges

Odiado pela sociedade e temendo o isolamento no último ano do seu “governo”, Michel Temer perdeu qualquer escrúpulo. Nesta quarta-feira (3), o usurpador nomeou a filha do corrupto confesso “Bob” Jefferson para ocupar a pasta de “ministra” do Trabalho. O covil golpista virou suruba. Como o pai, condenado a sete anos de prisão no processo do “mensalão”, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) tem uma longa ficha corrida. Como relembra o próprio Estadão, o jornal mercenário que apoia a quadrilha instalada no poder, ela inclusive já foi denunciada na midiática Lava-Jato pelo ex-diretor da Odebrecht, Leandro Andrade. “Segundo o delator, a pedido do deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ) foram entregues R$ 200 mil à Cristiane Brasil em 2012”.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Nem Temer salva as emissoras de TV

Por Altamiro Borges

Nem Michel Temer, com toda a sua bondade no uso da grana pública em publicidade oficial, está conseguindo salvar as emissoras de televisão. Em decorrência da explosão da internet, da perda de credibilidade e da péssima gestão familiar, entre outros fatores, várias delas devem encerrar o balanço financeiro de 2017 com pouco lucro ou no vermelho. É o que informa o jornalista Ricardo Feltrin em postagem nesta terça-feira (2) no UOL. A única que ainda se salva é a Rede Globo, que mesmo assim passa por bruscas mudanças na sua direção – os herdeiros da famiglia Marinho inclusive cederam, pela primeira vez na história, a presidência do Grupo Globo para um executivo profissional.

Duvivier exorciza o deputado “pastor”

Por Altamiro Borges

Após a chegada ao poder da quadrilha de Michel Temer, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) parece que decidiu voltar à ativa. Desde que foi acusado de tentativa de estupro por uma jovem militante do seu partido – o que resultou inclusive em um inquérito na Comissão de Ética da Câmara Federal – o falso “pastor” andava meio sumido. Nas últimas semanas, porém, ele resolveu novamente infernizar seus adversários com preconceitos e o estímulo à violência. Isto já lhe rendeu um processo aberto pelo músico Caetano Veloso, que foi rotulado levianamente de “pedófilo” e agora exige retratação pública e indenização. Nesta semana, uma nova escaramuça foi protagonizada pelo endemoniado deputado-pastor.

Tribunal popular e os fascistas do MBL

Manifesto ultrapassa 100 mil assinaturas

Do Projeto Brasil Nação

Na virada do ano, o manifesto “Eleição sem Lula é Fraude” ultrapassou as 100 mil assinaturas. O ator Wagner Moura, a atriz Marieta Severo, os diretores de cinema Kleber Mendonça e Sergio Machado, o escritor Mario Prata, o teatrólogo Amir Haddad, a psicanalista e fundadora do Instituto Augusto Boal Cecília Boal aderiram nesta semana ao manifesto, que denuncia a perseguição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defende eleições livres e a democracia no Brasil.

Fakenews-2017: emprego e avanço econômico

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há três fakenews em discussão na economia brasileira:

Fakenews 1 – a reforma trabalhista não afetará o nível do emprego

É evidente que não. O que define o nível de emprego é a demanda e o nível de automação da empresa. Se a empresa precisa de 100 funcionários para manter a produção, irá manter os 100 funcionários com ou sem lei trabalhista.

O que a lei provocará será a precarização do emprego e o aumento da rotatividade. E como haverá pequena reação cíclica da economia, é até possível que o desemprego seja reduzido.

Lula irá ao julgamento no TRF-4

Do blog Nocaute:

Lula comunicou a dirigentes do PT que vai comparecer ao julgamento que pode torná-lo inelegível, no Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4), dia 24 de janeiro, em Porto Alegre (RS).

Segundo o Instituto, a defesa do petista solicitou ao TRF-4 que o ex-presidente seja ouvido durante o julgamento, mas o pedido ainda não foi apreciado pelos desembargadores do tribunal.

Lula deve chegar à capital gaúcha no dia 22 ou 23 e participará das manifestações organizadas pelo partido na capital gaúcha. O PT prepara, também, uma série de protestos que começam no dia 13, com um “dia nacional de mobilização” e vai até o dia seguinte ao julgamento do ex-presidente.

Lava-Jato empobrece empresas brasileiras

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

O problema é que eles, os donos, querem se salvar. Eles não querem salvar a empresa. Eles querem salvar a sua propriedade sobre a empresa. Por que eles não vendem?

(Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador da República, na Folha).

*****

Faz sentido a pergunta feita pelo procurador, um dos expoentes da tropa de choque da Lava Jato.

Quase quatro anos após a deflagração da “maior operação de combate à corrupção da história da humanidade”, eixo central das eleições de 2018 no Brasil e em outros países, um breve balanço dos resultados dá plena razão a Santos Lima, que conhece bem a história.

Qual a perspectiva pra economia no Brasil?

Por Luciana Console, no jornal Brasil de Fato:

Com toda a crise política, econômica e social desencadeada em 2017, os rumos do Brasil para o próximo ano, que também será um ano de eleição, estão carregados de incertezas. Questões como o desempenho da economia e os objetivos que podem ser traçados para o próximo período estão na boca do povo nesta virada de ano.

E é justamente essa a pergunta da Paula Mesquita, residente de fisioterapia, para o quadro Fala Aí desta semana. A fisioterapeuta quer saber qual a perspectiva da economia do país em 2018 e se finalmente sairemos da crise.

FHC sabe: a direita está perdida

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

“O meu temor é o de que não se consiga organizar o centro”, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. E admitiu, ao final, que se Geraldo Alckmin não demonstrar viabilidade eleitoral, pode ser rifado pelo PSDB. “Se houver outro que aglutine, fazer o quê?”. Mas FHC, que como sociólogo sabe muito bem ler as pesquisas, sabe: o que ele chama de “centro”, apelido da direita, ou centro-direita, hoje está aritmeticamente fora do segundo turno. Dificilmente haverá “outro que aglutine”.

O fim do Consenso de Washington?

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

Três décadas após o FMI, o Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos EUA elaborarem o Consenso de Washington, assim denominado em 1989 pelo economista inglês John Williamson, ganha corpo principalmente na Europa e nos Estados Unidos o movimento rumo a um ideário oposto denominado Pós-Consenso de Washington.

O conjunto de prescrições para reformar as economias naquela época em crise, principalmente na América Latina, inclui a estabilização macroeconômica, a abertura comercial e financeira, a expansão das forças do mercado e a privatização, entre outros pontos, e é considerado por muitos uma síntese do neoliberalismo e do chamado fundamentalismo de mercado.