Com o lema “bandido bom é bandido morto” sempre engatilhado, Jair Bolsonaro se apresentou ao país ao longo dos anos como um grande defensor da lei e da ordem. Em seu programa de governo, prometia “tolerância zero” com o crime. Deputado federal, Bolsonaro defendia abertamente que “a Polícia Militar tem que matar é mais”. Na presidência, volta e meia se gaba nas redes sociais de estar “derrotando o crime”.
sexta-feira, 1 de novembro de 2019
Bolsonaro e Moro fogem do caso Marielle
Com o lema “bandido bom é bandido morto” sempre engatilhado, Jair Bolsonaro se apresentou ao país ao longo dos anos como um grande defensor da lei e da ordem. Em seu programa de governo, prometia “tolerância zero” com o crime. Deputado federal, Bolsonaro defendia abertamente que “a Polícia Militar tem que matar é mais”. Na presidência, volta e meia se gaba nas redes sociais de estar “derrotando o crime”.
A casa 58 autorizou a entrada do miliciano
Por Bepe Damasco, em seu blog:
Não tem tanta relevância como parece à primeira vista a polêmica sobre a presença ou não de Bolsonaro no Condomínio Vivendas da Barra quando um dos assassinos de Marielle pediu permissão ao porteiro para acessar a casa 58, de propriedade do presidente.
O fato é que alguém da casa de Bolsonaro autorizou. Claro que se o responsável por permitir a entrada do meliante fosse o próprio presidente, a situação seria ainda mais grave. Mas pouco importa se a autorização para a entrada do bandido tenha partido de um parente do dono da casa ou de um empregado. O sinal verde, por óbvio, só aconteceu devido à intimidade da família com o miliciano.
Não tem tanta relevância como parece à primeira vista a polêmica sobre a presença ou não de Bolsonaro no Condomínio Vivendas da Barra quando um dos assassinos de Marielle pediu permissão ao porteiro para acessar a casa 58, de propriedade do presidente.
O fato é que alguém da casa de Bolsonaro autorizou. Claro que se o responsável por permitir a entrada do meliante fosse o próprio presidente, a situação seria ainda mais grave. Mas pouco importa se a autorização para a entrada do bandido tenha partido de um parente do dono da casa ou de um empregado. O sinal verde, por óbvio, só aconteceu devido à intimidade da família com o miliciano.
Moro, Aras e MP-RJ inocentam Bolsonaro
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Em menos de 24 horas, foi abafada a grande crise deflagrada pelo Jornal Nacional na terça-feira, com o envolvimento do nome de Jair Bolsonaro no caso Marielle Franco.
Diretamente de Riad, na Arábia Saudita, antes de voltar ao Brasil, o capitão presidente mobilizou sua tropa de choque, liderada pelo ex-juiz Sergio Moro e o novo PGR Augusto Aras, nomeado por ele após rigorosa seleção.
Com a pronta colaboração das promotoras do MP-Rio responsáveis pelo caso do assassinato da vereadora e do seu motorista, Anderson Gomes, Bolsonaro foi sumariamente inocentado, o caso acabou arquivado e não se fala mais no assunto.
Ideias dos Bolsonaro e as palavras ao vento
Editorial do site Vermelho:
A reiterada ameaça do deputado federal paulista Eduardo Bolsonaro, líder do PSL na Câmara dos Deputados, de rasgar a Constituição, por mais que seja uma diatribe, merece atenção. Ela faz parte de uma escalada autoritária que começou com objetivos bem definidos, mas seu itinerário é incerto. A essa altura dos acontecimentos, os limites aceitáveis por muitas forças que num primeiro momento fecharam os olhos para a gravidade dos acontecimentos já foram rompidos.
A reiterada ameaça do deputado federal paulista Eduardo Bolsonaro, líder do PSL na Câmara dos Deputados, de rasgar a Constituição, por mais que seja uma diatribe, merece atenção. Ela faz parte de uma escalada autoritária que começou com objetivos bem definidos, mas seu itinerário é incerto. A essa altura dos acontecimentos, os limites aceitáveis por muitas forças que num primeiro momento fecharam os olhos para a gravidade dos acontecimentos já foram rompidos.
Bolsonaro, o falastrão de sorveteria
Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:
A sabedoria popular costuma nos oferecer frases de senso comum, mas que podem nos propiciar lampejos de elementos importantes para compreender os fenômenos políticos, sociais e econômicos. “A vida é dura!”. “Não se faz o omelete sem quebrar os ovos!”. “Nada como um dia após o outro!”. “É grande a distância entre intenção e gesto!”. “Bem-vindo à realidade!”. “Não dá pra fazer de outro jeito!”.
Pois lá já se vão 10 meses do governo do capitão. Um candidato que não aparecia como um dos possíveis ganhadores nem mesmo no início do ano passado. Um deputado federal que passou sete mandatos ininterruptos, passeando pelos corredores da Câmara dos Deputados entre 1991 e 2018, sem nenhuma atuação parlamentar de expressão. Bolsonaro era conhecido apenas por seu discurso extremista para os saudosistas da ditadura e para os que achavam que a pena de morte seria a solução mais adequada para todos os problemas da violência em nosso País.
A sabedoria popular costuma nos oferecer frases de senso comum, mas que podem nos propiciar lampejos de elementos importantes para compreender os fenômenos políticos, sociais e econômicos. “A vida é dura!”. “Não se faz o omelete sem quebrar os ovos!”. “Nada como um dia após o outro!”. “É grande a distância entre intenção e gesto!”. “Bem-vindo à realidade!”. “Não dá pra fazer de outro jeito!”.
Pois lá já se vão 10 meses do governo do capitão. Um candidato que não aparecia como um dos possíveis ganhadores nem mesmo no início do ano passado. Um deputado federal que passou sete mandatos ininterruptos, passeando pelos corredores da Câmara dos Deputados entre 1991 e 2018, sem nenhuma atuação parlamentar de expressão. Bolsonaro era conhecido apenas por seu discurso extremista para os saudosistas da ditadura e para os que achavam que a pena de morte seria a solução mais adequada para todos os problemas da violência em nosso País.
O desastre latino-americano
Por Ladislau Dowbor, no site Carta Maior:
É tempo de pararmos de apenas comentar os irresponsáveis no poder, nos países latino-americanos, e pensar de maneira mais ampla sobre o que está acontecendo. A Venezuela é um ótimo exemplo: país grande e com imensas reservas de petróleo, criou uma elite que entregava o óleo para os grupos americanos, em troca de gordas royalties que serviam para o consumo de luxo de uma minoria dirigente, complementado com férias em Miami. Esta elite, amplamente satisfeita com a sua prosperidade, nunca concebeu o petróleo venezuelano como um recurso natural do país, destinado ao usufruto de todos; e nunca investiu esses recursos no desenvolvimento nacional. O resultado disso, foi um vazio econômico que não abriu espaço para a crescente população, nem em termos de infraestruturas, nem de produção agrícola e industrial, e muito menos em termos de políticas sociais decentes. Para a população venezuelana, evidentemente, isto não funcionou.
É tempo de pararmos de apenas comentar os irresponsáveis no poder, nos países latino-americanos, e pensar de maneira mais ampla sobre o que está acontecendo. A Venezuela é um ótimo exemplo: país grande e com imensas reservas de petróleo, criou uma elite que entregava o óleo para os grupos americanos, em troca de gordas royalties que serviam para o consumo de luxo de uma minoria dirigente, complementado com férias em Miami. Esta elite, amplamente satisfeita com a sua prosperidade, nunca concebeu o petróleo venezuelano como um recurso natural do país, destinado ao usufruto de todos; e nunca investiu esses recursos no desenvolvimento nacional. O resultado disso, foi um vazio econômico que não abriu espaço para a crescente população, nem em termos de infraestruturas, nem de produção agrícola e industrial, e muito menos em termos de políticas sociais decentes. Para a população venezuelana, evidentemente, isto não funcionou.
O canto dos galos na Argentina e no Chile
Por Leonardo Avritzer, no site A terra é redonda:
Agnes Heller, a intelectual húngaro americana recentemente falecida, dizia que a modernidade constitui um pêndulo entre mercado e Estado. Certos momentos da modernidade consistiram em fortes desenvolvimentos do mercado que mostrou, no entanto, em cada um deles, sua limitação enquanto forma única de organização da sociabilidade. Foram esses momentos que geraram o seu contrário, uma estrutura de proteção social garantida pelo Estado capaz de relativizar a mercantilização.
Agnes Heller, a intelectual húngaro americana recentemente falecida, dizia que a modernidade constitui um pêndulo entre mercado e Estado. Certos momentos da modernidade consistiram em fortes desenvolvimentos do mercado que mostrou, no entanto, em cada um deles, sua limitação enquanto forma única de organização da sociabilidade. Foram esses momentos que geraram o seu contrário, uma estrutura de proteção social garantida pelo Estado capaz de relativizar a mercantilização.
Bolsonaro, o criador de hienas
Jair Bolsonaro nada tem a ver com o leão com o qual quis comparar-se ao postar o vídeo que causou gargalhadas em todos os continentes. O leão de quatro patas é chamado de Rei das Selvas, por sua força, caminhar altivo e seu poderoso urro.
O ex-capitão expulso do Exército é bem o contrário. Suas flexões de solo mostram-no como um fracote que apenas mexe com o pescoço, ao invés de realizar o exercício. Deve ter levado muita bronca do seu instrutor na caserna, por ser um enganador até nisso. Superou suas humilhações transformando a flexão de pescoço num ato presidencial, aplaudido pela corja de puxa-sacos de sempre.
O futuro tem um coração antigo
Por João Guilherme Vargas Netto
O mundo das grandes montadoras de veículos (e da indústria automobilística em geral) acostumou-se, durante todo o século passado, a regular o mundo industrializado.
Os grandes fabricantes com seu gigantismo, além de criarem um padrão de sociabilidade, interferiram na organização dos trabalhadores (dentro e fora das fábricas com o fordismo) e foram contestados por poderosos sindicatos de trabalhadores, cujas bases reforçaram.
A história sindical do século passado não pode ser contada se não se levar em conta esta presença e a reação sindical a ela, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial. O Brasil faz parte dessa história.
O mundo das grandes montadoras de veículos (e da indústria automobilística em geral) acostumou-se, durante todo o século passado, a regular o mundo industrializado.
Os grandes fabricantes com seu gigantismo, além de criarem um padrão de sociabilidade, interferiram na organização dos trabalhadores (dentro e fora das fábricas com o fordismo) e foram contestados por poderosos sindicatos de trabalhadores, cujas bases reforçaram.
A história sindical do século passado não pode ser contada se não se levar em conta esta presença e a reação sindical a ela, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial. O Brasil faz parte dessa história.
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
Promotora do caso Marielle precisa ser afastada
Radicalização e o risco de golpe em marcha
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
Eu começava a escrever que, por tudo que já aprendemos sobre o bolsonarismo, o caso do porteiro devia adubar a radicalização política de Bolsonaro e seu clã. Tendo dito em depoimento que um dos supostos assassinos de Mariele deu a casa de Bolsonaro como destino, ao visitar o condomínio em que se reuniu com suposto comparsa no dia do crime, foi desmentido pelos registros de chamada e voz da portaria. Bolsonaro deu seu show, atiçando as bases, e a TV Globo ficou vulnerável. Mal comecei a escrever, vejo na tela a última ameaça de perpetração de um golpe, com Eduardo Bolsonaro avisando que se a esquerda radicalizar pode haver um novo AI-5. Repito a pergunta de meu último artigo: quem vai deter Bolsonaro?
"Eduardo Bolsonaro é um doente"
Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:
“Eduardo Bolsonaro é um doente. Eu não levo a sério. Não pode ser levado a sério. Mal entende de fritar hambúrguer”, diz o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, sobre a fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendendo “um novo AI-5” para combater a esquerda. “Mas, realmente, isso não é uma coisa gratuita. É um atentado à democracia. O ideal seria que o procurador-geral da República (Augusto Aras) tomasse providência. Mas, com Aras, que faz tudo o que Bolsonaro manda, é difícil”, acrescenta Aragão.
Onde está Moro diante do “volta AI-5”?
Por Fernando Brito, em seu blog:
É estrondoso o silêncio de Sergio Moro sobre a declaração do filho presidencial de que poderia haver uma volta do AI-5 se houvesse radicalização política no Brasil.
Não se ouviu ou leu uma palavra de Sua Excelência, mesmo depois do pai do filho dizer que não adiantava “sonhar” com a medida autoritária.
Está esperando uma “autorização formal” do presidente para abrir a boca?
A gente sabe que tipo de mascote é tão submisso que fica sentado e quieto até que o mestre autorize-o a se mover.
É estrondoso o silêncio de Sergio Moro sobre a declaração do filho presidencial de que poderia haver uma volta do AI-5 se houvesse radicalização política no Brasil.
Não se ouviu ou leu uma palavra de Sua Excelência, mesmo depois do pai do filho dizer que não adiantava “sonhar” com a medida autoritária.
Está esperando uma “autorização formal” do presidente para abrir a boca?
A gente sabe que tipo de mascote é tão submisso que fica sentado e quieto até que o mestre autorize-o a se mover.
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
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