segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Isto é um governo ou um reality show?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Desisti de levar a sério, pelo menos no domingo, o que está acontecendo no Brasil porque isso tudo foge à minha compreensão. Faz mal à saúde.

Se não consigo entender, como vou explicar aos leitores estas três primeiras semanas do governo Jair Bolsonaro, com seus generais e justiceiros, profetas do apocalipse e caçadores de fantasmas?

Isto mais parece um reality show alucinado, com big brothers muito loucos, dando trombadas uns nos outros o tempo todo, mais perdidos do que jabuticaba em boca de banguela.

Eleitores de Bolsonaro são piores que ele

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Muito tem sido dito sobre o desastre que o Brasil colocou na Presidência da República, mas a razão pela qual ele chegou lá tem sido pouco abordada. Agora, as denúncias sobre os eleitores pedófilos e nazistas de Bolsonaro propiciam uma reflexão sobre a escória que ajudou a convencer milhões de brasileiros burros a votarem no fascismo, no ódio e na violência.

A grande maioria do eleitorado de Jair Bolsonaro é composta por pessoas humildes, iletradas e assustadas com o tamanho da crise que o golpe de 2016 gerou ao Brasil. Apesar de as loucuras que saíram da boca desse ser abominável não deverem ser surpresa para ninguém devido ao fato de que foram amplamente difundidas antes das eleições, esse eleitorado foi conduzido pelo medo.

Só egoísmo explica reforma da Previdência

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Não é complicado compreender o empenho do empresariado para aprovar a reforma da Previdência com a qual Paulo Guedes e Jair Bolsonaro pretendem fazer bonito junto aos patrões do capitalismo mundial que se reúnem em Davos nesta semana.

Ninguém está preocupado com as contas do sistema público de aposentadoria, muito menos com o empobrecimento da população e o agravamento da miséria. Cálculos demográficos sobre o envelhecimento, que ignoram um programa deliberado de cortes dos gastos públicos, baixo crescimento e informalização forçada da mão de obra, são pura diversão para iludir a platéia.

Boris Casoy é mestre na arte de puxar saco

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Com uma ou outra exceção, as perguntas e respostas das entrevistas de Flávio Bolsonaro à Record e à RedeTV na noite de domingo foram as mesmas.

Boris Casoy, em particular, brilhou com um talento irrepreensível de sicofanta na emissora de Marcelo de Carvalho.

Carvalho é o sujeito que gravou uma live em dezembro com Luciano Hang, da Havan, declarando apoio ao Jair.

“Eu tenho muito orgulho de estar engajado”, disse. “Desde 2010 ele frequenta os programas da RedeTV!. Eu o considero um amigo”.

A covardia ativa e Fux

Por Urariano Mota, no site Vermelho:

O Dicionário Aulete registra para cobardia (o mesmo que covardia):

“s. f. || fraqueza de ânimo, pusilanimidade, medo, timidez, acanhamento”.
O Dicionário Houaiss, mais extenso, define:
 
“comportamento que denota ausência de coragem; atitude, gesto que se caracteriza pelo temor, pelo acanhamento, pela falta de ousadia
2 violência contra o mais fraco
sinônimos: cobardia, cobardice, covardice; ver tb. sinonímia de timidez e antonímia de coragem”


O ministro Luiz Fux do STF, ao suspender a investigação das irregularidades de Flávio Bolsonaro, ampliou e muito o sentido que os dicionários dão à palavra covardia. 

Querem calar a voz das rádios comunitárias

Por Léa Maria Aarão Reis, no site Carta Maior:

Das quatro mil e 756 rádios comunitárias da rede brasileira, espalhadas pelo território nacional, 130 foram cassadas por decreto, sem discussão com a sociedade nem com justificativas, no último dia de 2018. O Conselheiro Político da Associação Mundial de Rádios Comunitárias, AMARC/Brasil, o jornalista e pesquisador do assunto, Pedro Martins Coelho, rompe o silêncio da mídia e do governo atual sobre o grave assunto e mostra o significado das comunitárias para milhões de cidadãos.

Queiroz, Flávio e as milícias no RJ

Da Rede Brasil Atual:

O líder do PT na Câmara, deputado federal Paulo Pimenta (RS), defende a quebra do sigilo bancário do senador eleito Flávio Bolsonaro (PLS-RJ), do seu ex-motorista e assessor Fabrício Queiroz e dos seus familiares. Ele diz que as transações financeiras atípicas apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) podem ir além das suspeitas de apropriação de parte dos salários dos assessores e revelar relações da família Bolsonaro com negócios de milicianos no Rio de Janeiro.

"Não estamos aqui falando sobre o depósito de dinheiro de servidores na conta de colega. Não estamos falando de venda de carros. Estamos falando de algo muito maior, que pode ter conexões com o crime organizado", diz Pimenta em vídeo postado nas redes sociais neste domingo (20).

Clã Bolsonaro processa revista Fórum

Da revista Fórum:

Na sexta-feira (18), a Fórum recebeu na sua sede um mandado de citação postal de um processo movido pelo atual presidente da República, Jair Bolsonaro, e por seu filho, o deputado federal, Eduardo Bolsonaro. A revista está sendo processada junto com o fotógrafo Luiz Araújo Marques, o Lula Marques. O motivo é a publicação feita por ele e publicada pela Fórum de uma conversa de Bolsonaro com Eduardo, em que num dado momento o pai diz que não vai visitar o filho na Papuda.

domingo, 20 de janeiro de 2019

Queiroz samba na cara de Moro e Rosângela

Por Altamiro Borges

Em sua vaidade descomunal, o “juiz” Sergio Moro talvez almejasse ser uma das principais estrelas do convescote mundial da cloaca empresarial em Davos, na Suíça. Pelo agendado, o ministro da Justiça do fascista Jair Bolsonaro dará uma palestra – talvez com a ajuda do milagroso Power Point – sobre a midiática operação Lava-Jato e o combate à corrupção. O problema é que não param de surgir denúncias sobre as sujeiras dos seus patrões no Palácio do Planalto. Por mais que Rosângela Moro, sua digníssima esposa, reclame nas redes sociais do “mimimi” contra o novo governo, a tendência é que seu marido seja cada vez mais tratado como cúmplice dos bandidos, que usou dos seus poderes no Ministério Público para virar ministro.

As fake news de Bolsonaro em Davos

Por Altamiro Borges

Em sua primeira viagem ao exterior como presidente da República, Jair Bolsonaro desembarcará nesta segunda-feira (22) em Davos, nos Alpes Suíços, para participar do Fórum Econômico Mundial. O convescote, que reúne a cloaca burguesa de vários países, servirá de palco para o fascistoide que promete combinar uma agenda econômica ultraliberal, de entrega das riquezas às multinacionais, com uma pauta conservadora nos costumes e uma ação política repressiva contra as forças democráticas e populares. Diante de ávidos empresários, o “capetão” acionará a sua fábrica de mentiras, que ganhou fama internacional na campanha eleitoral com o disparo criminoso de fake news nas redes sociais.

Edir Macedo e a roupa suja da CNN Brasil

Por Piero Locatelli e Andrew Fishman, no site The Intercept-Brasil:

Os jornalistas da CNN em inglês usam constantemente o termo “extrema direita” para se referir ao presidente Jair Bolsonaro e já se referiram a ele como “um político brasileiro conhecido por seus pronunciamentos misóginos, racistas e homofóbicos”.

Anunciada na segunda-feira passada, a CNN Brasil deve seguir um caminho bem diferente, ao menos se depender do histórico dos seus dois sócios. Um deles é Douglas Tavolaro. Coautor da autobiografia do seu tio, o pastor Edir Macedo, foi ele o responsável pela aproximação entre o líder da Universal e Jair Bolsonaro. Antigo vice-presidente de jornalismo da Record, ele esteve por trás das entrevistas laudatórias feitas pela emissora com Bolsonaro durante a campanha.

Vozes do mercado desconfiam da confiança

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Desde a incansável perseguição à presidenta Dilma Rousseff que culminou com o golpe parlamentar, em maio de 2016, os analistas econômicos que falam em nome do mercado propagam a fantasia de que tudo deve ser feito para restaurar a confiança dos investidores no país e assim retomar o crescimento econômica.

Sempre em nome da “confiança” se apropriaram dos principais cargos econômicos do governo Temer e cometeram barbaridades em série, sacrificando os investimentos públicos, as políticas sociais e até mesmo os direitos trabalhistas. A confiança, contudo, nem assim foi restaurada. De acordo com seus adoradores, faltava ainda a cereja do bolo: a Reforma da Previdência.

Índios atacados em nome de Bolsonaro

Por Gerson Neto, no site Outras Palavras:

Uma organização criminosa sediada no município de Jaru, Rondônia, está organizando invasões a terras indígenas. Seu objetivo é a grilagem das terras para ocupação por colonos brancos, inspirados por declarações do presidente Jair Bolsonaro. No dia 11 de janeiro último, um grupo de 40 homens invadiu a Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, no município de Governador Jorge Teixeira, na região central de Rondônia, próximo a aldeia conhecida como Linha 623, às margens do Rio Campanito.

Venezuela e o fanatismo do Itamaraty

Por Jeferson Miola, em seu blog:                 

O ex-embaixador Rubens Ricúpero exprimiu como ninguém a estupefação causada pelo comunicado do Itamaraty sobre a reunião do ministro Ernesto Araújo “com as principais forças políticas democráticas venezuelanas”.

O chanceler do Bolsonaro atacou que “o sistema chefiado por Nicolás Maduro constitui um mecanismo de crime organizado. Está baseado na corrupção generalizada, no narcotráfico, no tráfico de pessoas, na lavagem de dinheiro e no terrorismo” [ler comunicado].

O sequestro do espanto

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Não existe maior espanto no Brasil de 2019 do que a desaparição do espanto. Nada espanta mais. O cotidiano do poder na Pátria Amada tornou-se tão assombroso que tudo é possível, tudo é crível. Todo dia o Absurdo diz “Oi” para a gente, e a gente responde como se não fosse uma aberração, mas nosso vizinho de porta.

Bastaram duas semanas de regência militar-evangélica-neoliberal para se desatarem os últimos fiapos das amarras que ainda nos prendiam ao real. Os eventos deste janeiro insano, as vacilações, as asneiras, os tropeções, as cabeçadas, a exaltação da estupidez nos arremessaram no meio de algo similar a uma comédia dos "Três Patetas", com a desvantagem óbvia de que os patetas aqui não são apenas três. Mesmo assim, não ficamos estarrecidos como a situação nos impunha. Parece mesmo que o espanto foi sequestrado.

A violência do Estado brasileiro

Por Arlene Laurenti Ayala e Giane Maria de Souza, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Estado e governo são aparatos distintos de poder. O Estado em sentido estrito se faz representar para os cidadãos por meio das suas instituições. Os governos atuam no comando político das instituições públicas de forma direta, por intermédio de seus gestores na operacionalização das políticas.

No Brasil há uma percepção da sociedade de que o Estado não se faz presente em algumas áreas, principalmente em sua dimensão material. As “ausências” podem ser particularmente percebidas na cultura, educação, saúde, uso e ocupação da terra, no transporte e na mobilidade urbana. Estar ausente ou presente, em se tratando de políticas públicas tem se confirmado uma escolha política.

PC Farias chegou antes da hora

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Nas redes sociais bolsonaristas, periferia do esquema em que se sustenta o atual presidente, a bomba que o Jornal Nacional detonou ontem – com os 48 depósitos sequenciais, em rajadas de poucos minutos, na conta de Flávio Bolsonaro – teve o efeito da Operação Choque e Pavor, desfechada pelos EUA contra o Iraque, em 2003.

As labaredas são visíveis na internet, em várias tonalidades: desde os “arrependidos”, passando pelos “decepcionados” e pelos “atônitos”, até os que bradam contra o “Grande Satã” global, atribuindo tudo a uma trama urdida no Jardim Botânico.

Escândalo abala 'lua de mel' de Bolsonaro

Por Jean-Philip Struck, na revista CartaCapital:

Prestes a completar três semanas, o governo Jair Bolsonaro enfrenta o seu primeiro escândalo, que já testa a “lua de mel” que os novos presidentes brasileiros costumam ter com as forças políticas e com os eleitores nos primeiros meses de mandato. O caso vem ofuscando a divulgação de novas medidas do Planalto.

Ao longo da última semana, tal como ocorria nos tempos da Lava Jato nos governos do PT e do MDB, o governo foi acossado por uma série de fatos negativos envolvendo figuras próximas do presidente. No caso, um dos filhos de Bolsonaro, o deputado estadual e senador eleito Flávio (PSL-RJ), e Fabrício Queiroz, um amigo do presidente e ex-assessor do seu filho, são suspeitos de operar um sistema que coletava parte dos salários de assessores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), uma prática ilegal conhecida como “rachadinha” ou “pedágio”, típica de políticos do baixo clero pelo país.

Xadrez do fim do governo Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

“A verdade iniciou sua marcha, e nada poderá detê-la” - Emile Zola, analisando os movimentos da opinião pública no caso Dreyffus.

Há uma certeza e uma incógnita no quadro político atual.

A certeza, é que o governo Bolsonaro acabou. Dificilmente escapará de um processo de impeachment. A incógnita é o que virá, após ele.

Nossa hipótese parte das seguintes peças.

CNN apresenta suas credenciais a Bolsonaro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Como já era de se prever, os donos da CNN Brasil, anunciada no começo da semana, apresentaram nesta sexta-feira suas credenciais ao presidente Jair Bolsonaro, como fazem os novos embaixadores que chegam ao país. A audiência não constava da agenda presidencial.

Logo depois, também entrou no gabinete presidencial do terceiro andar do Planalto, em audiência agendada, a cúpula da Record, para apresentar seu novo diretor de jornalismo, indicado no lugar de Douglas Tavolaro, que vai comandar a CNN Brasil.