Da Rede Brasil Atual:
O líder do PT na Câmara, deputado federal Paulo Pimenta (RS), defende a quebra do sigilo bancário do senador eleito Flávio Bolsonaro (PLS-RJ), do seu ex-motorista e assessor Fabrício Queiroz e dos seus familiares. Ele diz que as transações financeiras atípicas apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) podem ir além das suspeitas de apropriação de parte dos salários dos assessores e revelar relações da família Bolsonaro com negócios de milicianos no Rio de Janeiro.
"Não estamos aqui falando sobre o depósito de dinheiro de servidores na conta de colega. Não estamos falando de venda de carros. Estamos falando de algo muito maior, que pode ter conexões com o crime organizado", diz Pimenta em vídeo postado nas redes sociais neste domingo (20).
"Quando forem abertas essas contas e pudermos conhecer a movimentação delas nos últimos dez anos, nós vamos encontrar coisas que ninguém imagina: o subterrâneo do financiamento desse esquema que envolve uma relação íntima entre o crime no Rio de Janeiro e essa família", disse o deputado. "Eu afirmo o que estou dizendo", ressaltou.
Neste domingo, o jornal O Globo revelou, a partir de dados do Coaf, que Queiroz movimentou R$ 7 milhões em três anos. Antes, as revelações davam conta da movimentação irregular de R$ 1,2 milhão em um ano. Dentre as transações, Queiroz teria recebido R$ 96 mil da filha Nathália Queiroz, que até outubro foi secretária parlamentar do então deputado federal e agora presidente Jair Bolsonaro (PSL), ao mesmo tempo que atuava como personal trainer de celebridades no Rio de Janeiro.
Na sexta-feira, o Jornal Nacional, da TV Globo, também com base em relatório do Coaf, mostrou que Flávio Bolsonaro recebeu 48 depósitos de R$ 2 mil, entre junho e julho de 2017. Também foi identificado pagamento de um título bancário da Caixa Econômica Federal de cerca de R$ 1 milhão.
Outra transação suspeita que envolve diretamente o presidente é um cheque de R$ 24 mil depositado por Queiroz na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente justificou a transação alegando se tratar de um pagamento de empréstimo realizado pela família a Queiroz, de quem é amigo desde os anos de 1980.
Para destacar a possível relação com milicianos, Pimenta lembra da prisão de dois policiais que atuavam como seguranças de Flávio durante as eleições de 2018. Eles foram presos, junto com outras 44 pessoas, em setembro do ano passado, na Operação Quarto Elemento, que investiga a atuação de grupos de milicianos que praticavam extorsões. Os dois PMs presos são irmãos de Valdenice de Oliveira Meliga, assessora do então deputado estadual e tesoureira do PSL fluminense.
Pimenta destaca também que Flávio Bolsonaro, nos últimos anos, negociou imóveis de alto valor no estado do Rio de Janeiro. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, ele negociou um total de R$ 4,2 milhões em imóveis, no mesmo período em que Queiroz movimentou os R$ 7 milhões.
"O Queiroz foi homenageado, na Câmara de Vereadores, pelo Carlos Bolsonaro, e na Assembleia Legislativa, pelo Flávio Bolsonaro, junto com outros policiais militares, todos envolvidos no esquema das milícias", destaca Pimenta. "Precisamos garantir uma investigação e nós temos que levar essa história às últimas consequências. O Brasil pode estar na mão de uma quadrilha de bandidos, e isso é algo muito grave, muito mais do que vocês podem imaginar."
Queiroz foi convidado a prestar esclarecimentos no MP do Rio de Janeiro, por pelo menos quatro vezes, mas não compareceu. A justificativa era que estava com problemas de saúde. A família dele também foi chamada mas não apareceu. Na semana passada, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou a suspensão das investigações que poderiam atingir Flávio Bolsonaro, até que a Corte decida se o senador deveria gozar de foro privilegiado.
"Não estamos aqui falando sobre o depósito de dinheiro de servidores na conta de colega. Não estamos falando de venda de carros. Estamos falando de algo muito maior, que pode ter conexões com o crime organizado", diz Pimenta em vídeo postado nas redes sociais neste domingo (20).
"Quando forem abertas essas contas e pudermos conhecer a movimentação delas nos últimos dez anos, nós vamos encontrar coisas que ninguém imagina: o subterrâneo do financiamento desse esquema que envolve uma relação íntima entre o crime no Rio de Janeiro e essa família", disse o deputado. "Eu afirmo o que estou dizendo", ressaltou.
Neste domingo, o jornal O Globo revelou, a partir de dados do Coaf, que Queiroz movimentou R$ 7 milhões em três anos. Antes, as revelações davam conta da movimentação irregular de R$ 1,2 milhão em um ano. Dentre as transações, Queiroz teria recebido R$ 96 mil da filha Nathália Queiroz, que até outubro foi secretária parlamentar do então deputado federal e agora presidente Jair Bolsonaro (PSL), ao mesmo tempo que atuava como personal trainer de celebridades no Rio de Janeiro.
Na sexta-feira, o Jornal Nacional, da TV Globo, também com base em relatório do Coaf, mostrou que Flávio Bolsonaro recebeu 48 depósitos de R$ 2 mil, entre junho e julho de 2017. Também foi identificado pagamento de um título bancário da Caixa Econômica Federal de cerca de R$ 1 milhão.
Outra transação suspeita que envolve diretamente o presidente é um cheque de R$ 24 mil depositado por Queiroz na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente justificou a transação alegando se tratar de um pagamento de empréstimo realizado pela família a Queiroz, de quem é amigo desde os anos de 1980.
Para destacar a possível relação com milicianos, Pimenta lembra da prisão de dois policiais que atuavam como seguranças de Flávio durante as eleições de 2018. Eles foram presos, junto com outras 44 pessoas, em setembro do ano passado, na Operação Quarto Elemento, que investiga a atuação de grupos de milicianos que praticavam extorsões. Os dois PMs presos são irmãos de Valdenice de Oliveira Meliga, assessora do então deputado estadual e tesoureira do PSL fluminense.
Pimenta destaca também que Flávio Bolsonaro, nos últimos anos, negociou imóveis de alto valor no estado do Rio de Janeiro. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, ele negociou um total de R$ 4,2 milhões em imóveis, no mesmo período em que Queiroz movimentou os R$ 7 milhões.
"O Queiroz foi homenageado, na Câmara de Vereadores, pelo Carlos Bolsonaro, e na Assembleia Legislativa, pelo Flávio Bolsonaro, junto com outros policiais militares, todos envolvidos no esquema das milícias", destaca Pimenta. "Precisamos garantir uma investigação e nós temos que levar essa história às últimas consequências. O Brasil pode estar na mão de uma quadrilha de bandidos, e isso é algo muito grave, muito mais do que vocês podem imaginar."
Queiroz foi convidado a prestar esclarecimentos no MP do Rio de Janeiro, por pelo menos quatro vezes, mas não compareceu. A justificativa era que estava com problemas de saúde. A família dele também foi chamada mas não apareceu. Na semana passada, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou a suspensão das investigações que poderiam atingir Flávio Bolsonaro, até que a Corte decida se o senador deveria gozar de foro privilegiado.
A versão de Flávio
Em vez de se explicar ao Ministério Público (MP-RJ), Flávio Bolsonaro apresentou sua versão em duas entrevistas exibidas nesse domingo (20), na Rede Record e na RedeTV!. Ele alega que a série de 48 depósitos em dinheiro vivo e o pagamento do título de R$ 1 milhão se referem a um apartamento comprado por ele na planta, depois revendido.
"Quem fez a operação foi a Caixa Econômica, não foi dinheiro meu. Então, está explicado. Eu não tenho nada a ver. A Caixa Econômica Federal quita o restante do financiamento que eu tinha com a construtora e eu passo, não mais à construtora, passo a dever à Caixa Econômica. Só isso. A Caixa pagou esse valor, não foi eu que paguei. Eles pagam minha dívida e eu passo a ser devedor da Caixa", explicou Flávio sobre o título bancário milionário.
Depois de quitar a dívida com a construtora, ele disse que vendeu o imóvel, tendo recebido parte do valor em dinheiro, o que justificaria os depósitos fracionados de R$ 2 mil feitos no caixa eletrônico de uma agência na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
"Eu não tenho nada a esconder de ninguém. Esse apartamento aqui foi pago direitinho, bonitinho. Estou mostrando a vocês qual é a origem. Tem origem, não é origem ilícita, não. Não tem origem em terceiros. Por que aparece dessa forma? Porque esse dinheiro, que era um dinheiro meu, era depositado na minha própria conta. E como tem que ser de dois em dois mil reais, [...] foi feito dessa forma", declarou o senador, com uma suposta escritura do imóvel em mãos, que ele se recusou a mostrar detalhadamente.
Em vez de se explicar ao Ministério Público (MP-RJ), Flávio Bolsonaro apresentou sua versão em duas entrevistas exibidas nesse domingo (20), na Rede Record e na RedeTV!. Ele alega que a série de 48 depósitos em dinheiro vivo e o pagamento do título de R$ 1 milhão se referem a um apartamento comprado por ele na planta, depois revendido.
"Quem fez a operação foi a Caixa Econômica, não foi dinheiro meu. Então, está explicado. Eu não tenho nada a ver. A Caixa Econômica Federal quita o restante do financiamento que eu tinha com a construtora e eu passo, não mais à construtora, passo a dever à Caixa Econômica. Só isso. A Caixa pagou esse valor, não foi eu que paguei. Eles pagam minha dívida e eu passo a ser devedor da Caixa", explicou Flávio sobre o título bancário milionário.
Depois de quitar a dívida com a construtora, ele disse que vendeu o imóvel, tendo recebido parte do valor em dinheiro, o que justificaria os depósitos fracionados de R$ 2 mil feitos no caixa eletrônico de uma agência na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
"Eu não tenho nada a esconder de ninguém. Esse apartamento aqui foi pago direitinho, bonitinho. Estou mostrando a vocês qual é a origem. Tem origem, não é origem ilícita, não. Não tem origem em terceiros. Por que aparece dessa forma? Porque esse dinheiro, que era um dinheiro meu, era depositado na minha própria conta. E como tem que ser de dois em dois mil reais, [...] foi feito dessa forma", declarou o senador, com uma suposta escritura do imóvel em mãos, que ele se recusou a mostrar detalhadamente.
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