segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

'Bolsomoros' atacam Lula na cara da PF

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

A função da verdade é aparecer, e o caso Flávio Bolsonaro-Fabrício Queiroz escancara ainda mais a parcialidade e o ativismo político da Justiça brasileira, com STF e tudo.

Em 6 de dezembro de 2018, o repórter Fábio Serapião revelou no Estadão:

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de um ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) - filho mais velho do presidente eleito Jair Bolsonaro -, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.


O ex-assessor é o Fabrício José Carlos Queiroz, que trabalhava como motorista e segurança.

Desde então, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) tenta ouvir Queiroz (quatro vezes), suas filhas (Nathalia e Evelyn de Melo Queiroz), a mulher (Márcia Águiar) e o próprio Flávio Bolsonaro.

Até agora nenhum atendeu a convocação.

Lances recentes.

No sábado retrasado, 12/01, viralizou nas redes sociais um vídeo com Queiroz dançando, disposto e sorridente, num quarto do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, enquanto tomava soro.

Estava bem disposto, ao contrário da estudada fragilidade que tentou transparecer na entrevista chapa branca ao SBT, em 26 de dezembro de 2018.

A defesa alega que o vídeo foi gravado por uma filha de Queiroz, em 31 de dezembro, em ‘’raro momento de descontração’’, já que no dia seguinte ele seria submetido a uma cirurgia para retirar um tumor maligno no intestino.

Na quinta-feira, 17/01, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido de Flávio Bolsonaro, trancou as investigações da movimentação atípica da conta de Queiroz , em decisão ‘’secreta’’, até que o relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello, decida após o recesso.

Data vênia, Bolsonaro Jr., Queiroz e demais agregados estão sapateando no sistema de Justiça brasileiro. Tudo na maior desfaçatez.

Enquanto isso, ‘’bolsomoros’’ atacam covardemente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um cidadão de 73 anos, na cara da Polícia Federal (PF), que não faz nada.

Explico.

16 de julho de 2018, 13h30.

Começa no 2º andar do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), a audiência conciliatória pública para tratar de manifestações no entorno da Superintendência da PF, em Curitiba, onde Lula encontra-se encarcerado há 290 dias.

Ele chegou à sede da PF às 22h do sábado 7 de abril de 2018.

A audiência, convocada pelo desembargador Fernando Paulino da Silva Wolff Filho, tem origem na liminar deferida em 7 de abril.

Às 18h13 daquele sábado, o município de Curitiba, cujo prefeito é o tucano Rafael Greca, entrou com uma ação no plantão judiciário, pedindo a proibição de manifestação no local.

Tecnicamente chama-se interdito proibitório.

Menos de duas horas depois, às 19h56, o juiz plantonista Ernani Mendes Silva Filho concedeu a liminar.

Em 13 de abril, o juiz substituto de primeira instância, Jailton Juan Carlos Tontini, confirmou a liminar e fixou multa diária de R$ 500 mil para quem a descumprisse.

PT e CUT tornaram-se réus, assim como os movimentos Brasil Livre (MBL) e Curitiba Contra a Corrupção (MCCC).

Por sorteio, o desembargador Fernando Wolff foi designado relator do processo na segunda instância.

Movimentos sociais pleitearam, e ele convocou a audiência conciliatória pública de 16 de julho, abrindo-a à participação dos interessados.

A lista de participantes (veja abaixo) é grande.

Atente para a Associação dos Moradores do Santa Cândida (bairro onde fica a PF/PR), MBL e MCCC.

Eles têm como advogadas Paula Milani Cardoso da Silveira Simões, OAB/PR nº 23.704 e Patrícia de Castro Busatto, OAB/PR nº 30.301.



Ao final da audiência, foi feito um acordo.

Por meio dos respectivos advogados, PT, CUT, MBL e MCCC se comprometeram atuar para que seus apoiadores cumpram o acertado.



Os réus - PT, CUT, MBL e MCCC -, partes interessadas e o desembargador Fernando Wolff assinaram o acordo.



8 de janeiro de 2019, cerca de 22h.

Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

Um caminhão de som se dirige à entrada principal do prédio da PF.

Registra uma live da página Acampamento Lava Jato, no Facebook, que está começando.

Inicialmente, Acampamento Lava Jato era um movimento em apoio ao então juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal, e contra a corrupção.

Em 2018, o grupo aderiu à campanha de Jair Bolsonaro à presidência da República (PSL).

Atualmente, são apoiadores incondicionais de Bolsonaro-presidente e família e Sérgio Moro-ministro da Justiça, como se pode observar nas transmissões ao vivo do grupo.

Daí, decidimos chamá-los de ‘’bolsomoros’’; é o termo que mais os sintetiza.

Em 8 de janeiro, de 10 a 15 ‘’bolsomoros’’ estão em cima do veículo de som, entre eles um menino.

Aos 20s, um barulhão. A aparelhagem, sendo ajustada, dá microfonia.

- Isso porque não é para fazer barulho – diz a ‘’locutora-oficial’’, uma mulher loura, regata amarela.

- Isso porque é para ser bem discreto, tá gente, a nossa chegada… –, acrescenta ela, dando tchauzinho para a audiência que acompanha a transmissão.

(…)

- Estamos posicionando a nossa máquina – explica uma voz masculina que, ao longo da live, se verificará que é a do rapaz de camiseta verde, calvo.

- Exatamente, nós vamos visitar o Lula, de novo! –, ela diz. — Aí, galera, vocês queriam, nós estamos, aqui, outra vez: Acampamento Lava Jato! Oh, galera, olha como a gente tem que ficar aqui no caminhão, tudo abaixadinho…

- Está chovendo, ninguém quer morrer eletrocutado, aqui – intervém o homem de camiseta verde, que aparentemente, pilota a gravação. – Ninguém levanta agora, pelo amor de Deus!

- Nós estamos chegando – ele relata, enquanto isso as imagens já mostram o portão na frente da entrada principal da PF.

- Mostra aí o muro da PF! — a loura reforça.

(…)

- Eles gritam 13 vezes bom dia, boa tarde, boa noite, Lula. A gente vai começar o nosso ato aqui…—ele anuncia.


Aparentemente, a dupla ‘’comanda’’ o show. Os demais são meros figurantes.

Aos 2min47, em coro puxado pelos dois, os presentes dizem: Boa noite, presidiário Lula! … Boa noite, presidiário Lula!

Aí, a loura de regata amarela, com microfone em punho, passa atacar e tripudiar do ex-presidente Lula, já que, como é do conhecimento público, não teve autorização para receber familiares no Natal nem no Ano Novo:

- Olá, presidiário Lula. Passou bem o Natal? E o Ano Novo?

- Ficamos te devendo uma visita no Natal, mas é que estávamos todos ocupados, com as nossas famílias, ceiando, comendo aquela comidinha gostosa…tender, chester, etc

- E você, teve o que no marmitex?

- E agora, senhor presidiário, nós voltamos aqui depois das festas, porque no Ano Novo nós estivemos em Brasília! (…) Aonde é que a gente foi? – pergunta aos demais no caminhão.

- Na posse!, grita uma senhora com lenço na cabeça.

- Na posse do mito, seu barbudo, desgraçado! – responde também o de camiseta verde.

- Nós estivemos na posse do nosso presidente, presidiário! Porque acabou pra petezada…– retoma a loura de regata amarela.


O calvo de camiseta verde e a mulher com lenço na cabeça não sabemos quem é.

Esse vídeo é público.

A loura de regata amarela é Paula Milani Cardoso da Silveira Simões, mais conhecida Paula Milani.

- Como?! Seria uma das advogadas que aparecem no início desta matéria? – alguém já deve ter questionado.

Sim. Paula Milani é uma das advogadas do MBL e MCCC; ela esteve na audiência pública com o desembargador Fernando Wollf de 16 de julho de 2018, onde representou também a Associação dos Moradores do Santa Cândida.

Na ocasião, na condição de advogada, ela se comprometeu a atuar para que os apoiadores dos movimentos que representa cumprissem o acordo.

Paula e o careca de camiseta verde parecem disputar um troféu.

Diz Paula Milani:

- (…) Foi lindo demais ver que o Bolsonaro abriu mão do protagonismo e deixou a senhora dele, a senhora Michelle Bolsonaro, uma princesa, se pronunciar pra galera que estava lá antes de você [ela em ato falha, erra, corrigindo-se em seguida], antes do presidente, coisa que você, ao contrário, joga a culpa de todas as suas falcatruas nas costas da sua falecida senhora. Você não tem um pingo de vergonha nessa sua cara barbuda, seu nojento!

- Então a gente veio aqui pra te contar…O vestido da Michelle estava lindo, o Carlos Bolsonaro no Rolls Royce estava tudo muito lindo. Isso é uma família.

- Cadê os teus filhos, presidiário? Seus filhos estão aonde, né? Bando de bandido igual a você. Em breve, devem vir fazer companhia pra você, aqui, na Polícia Federal!

- (…) Brasília estava inteira verde e amarela. Vermelho lá só nas bolinhas das árvores de Natal. Não tinha um esquerdopata maldito por lá.

- Só se viu verde e amarelo, que são as cores da nossa bandeira que jamais será..? – ela pergunta, de novo, à plateia do caminhão.

- Vermelha — respondem, saltitantes…

(…)

- Porque a nossa bandeira jamais será vermelha, a nossa bandeira jamais será vermelha… Só será vermelha se for manchada de sangue para se defender de vocês. Foi como se manifestou nossa presidente Jair Bolsonaro, seus comunistas vagabundos, cretinos, criminosos!


O de camiseta verde, embalado com sua dancinha, pega a deixa:

- É isso aí, seu barbudo safado. Você tinha que ver o nosso mito…Bolsonaro com a faixa presidencial…Isso é um presidente…Não é um vagabundo que está preso aí, seu vagabundo do caralho.

Paula Milani retoma:

- É isso aí, presidiário! Demos o nosso recado! Chupa, vagabundo! Cretino! Bolsonaro presidente do Brasil. Não tem para esquerdopata …

O careca de camiseta verde continua:

- É isso aí, seu filho da puta, você acha que vai soltar foguete na gente, mas você vai continuar preso, seu vagabundo (…) você vai ficar aí, vai mofar nessa cela, vagabundo.

Paula dá a palavra final:

- É isso aí, presidiário… é o que sobrou pra vocês. Jogar foguete para atacar a livre manifestação, porque vocês só conhecem a manifestação quando é do lado de vocês, seus esquerdistas malditos!

- Comunistas dos infernos! Morram! Morram, seus vagabundos! Não tem mais pra vocês…Acabou pra pelegada.

- Pode soltar rojão, mas aceita que dói menos, seus cretinos. Chupa, seus vagabundos! Chupa petralhada!


A transmissão às 22h, em som bem alto, nas barbas da Polícia Federal, durou 9min52.

Estranhamente, mesmo com essa enxurrada de palavrões e termos chulos, não apareceu ninguém da PF para saber o que estava acontecendo, muito menos para importuná-los.

Tanto que, em seguida, queimaram uma bandeira do PT, como mostram vídeo e mensagem no Facebook, onde se gabam: ‘’Debaixo da cela do lulaladrão!’’

Leia-se: fundos da Polícia Federal.

Essa não foi a primeira live que o grupo faz nas barbas da PF, atacando Lula e o PT.

Em 19 de dezembro, houve transmissão ao vivo de 20min5s (veja abaixo) junto às grades do portão da PF.

No início daquela noite, o ministro Dias Toffoli, do STF, havia cassado a liminar de Marco Aurélio Mello, determinando a soltura de todos os presos após condenação em segunda instância, decisão que se aplicaria inclusive a Lula.

Estavam presentes cinco participantes do grupo Acampamento Lava Jato, entre os quais Paula Milani, a primeira a falar:

- Vai entrando aí, galera. A gente veio fazer aquilo que o Brasil inteiro está a fim de fazer. Mostra lá onde a gente está, Ivanzinho – apontando para o prédio da Polícia Federal, em Curitiba.

- É para mostrar a PF e não o Caio – orienta.

- A gente veio se vingar desse dia que esses vagabundos fizeram a gente passar, de novo, agoniado…

- Nós estamos aqui nos fundos da Polícia Federal. O Lula está ali naquelas janelinhas acesas…e a gente vai dar boa noite.

(…)

- Boa noite, presidiário Lula – falam em coro.


Segue-se o bestiário completo, tudo aos berros:

- Você está preso, babaca! – diz o barbicha de camiseta verde.

- Chupa, filho da puta! –xinga Paula Milani.


A loura de rabo de cavalo zurra:

- Não vai ter peru no Natal, não, vagabundo. Nem cachaça, nem porra nenhuma pra você, seu merda. Se fodeu safado! Vagabundo!

- Pode desfazer a mala, vagabundo! – diz Paula Milani.

- Vai mofar na cadeia, comunista de merda – diz o barbicha de camiseta verde.

- Tu vai morrer na cadeia, safado, filho da puta! – diz a loura com rabo de cavalo –. Daí, você não sai mais.

- Só sai para o cemitério, comunista maldito, safado – emenda Paula.


- E para encerrar vai tomar no seu cu – diz a jovem de camiseta preta e óculos.

Eles usam ”filho da puta!”, ”chupa, filho da puta!”, ”vagabundo!, ”vai tomar no seu cu”, como se fossem vírgulas.

O ataque a Dona Lindu

Paula Milani vai ainda mais fundo, atacando dona Lindu, mãe do ex-presidente Lula:

- Não fique triste, no natal a gente vem te visitar de novo, seu filho da puta. E só lembrando o Palocci vai passar o Natal em casa e você vai ficar aí, seu vagabundo, filho da puta.

- (…)Vocês tentaram de novo e se foderam, porque aqui é verde e amarelo, é Sérgio Moro e Bolsonaro. Chupa, vagabundo!

- (…) Vagabundo, cretino, filho da puta. Coitada da dona Lindu…Olha também o nome da sua mãe. Veja se isso é nome de gente. Lindu tem que tomar no cu.


Tudo isso aos berros, no portão principal da PF.

Ameaça a Zé Dirceu

Em seguida, Paula Milani fala de Toffoli, Palocci e Zé Dirceu:

- Aquele que você botou no STF te fodeu, quá-quá-quá. Está vendo a fidelidade desse seu partido nojento…É assim, está bom para você?

- O Toffoli te fodeu. O Palocci também.

- O único que não abriu o bico foi o Zé Dirceu, mas que tarda, mas não falha. Uma hora ele abre a boca ou vai para vala, filho da puta!


Paula Milani faz ameaça explícita a Zé Dirceu: ‘’ou ele abre a boca ou vai para a vala”.

Em nome de Deus

Paula Milani diz que Lula matou dona Marisa, responsabilizou-o pela morte de Celso Daniel e pela facada em Bolsonaro:

- Até a Marisa, você matou, vagabundo. E o Celso Daniel também está na sua conta, seu safado.

- Inclusive o Bolsonaro, a facada também veio daí. Mas fica tranquilo que Deus está do nosso lado, salvou o nosso presidente e vai botar na sua bunda, seu vagabundo.


Em 29 de outubro, dia seguinte ao segundo turno, teve outra live do grupo, que repostou o trecho abaixo.

Com carro de som e microfone, Paula Milani falou durante 59s:

- Percebeu que o Jornal Nacional inteiro foi com o nosso presidente, seu cretino, presidiário, filho da puta.

- Vai morrer, aí dentro, vai arder no fogo do inferno, seu esquerdopata lazarento, seu desgraçado. Você já está preso pela justiça dos homens. E ainda vai se foder quando morrer. Você vai para os quintos dos infernos fazer companhia para o capeta. Seu safado, desgraçado, filho de uma puta. Chupa, que é de uva.


Se somarmos as transmissões ao vivo que o grupo fez desde o final de outubro de 2018 e postou em sua página no Facebook, são quase 60 minutos.

Todas, em altos volumes, nas barbas da Polícia Federal, que nunca fez nada.

O caso Queiroz

Em 26 de dezembro 2018, Fabrício Queiroz, após faltar a quatro convocações do MP-RJ para depor, falou pela primeira vez desde que as denúncias envolvendo-o vieram a público, em 6 de dezembro.

Foi numa entrevista chapa branca a Débora Bergamasco, do SBT.

Durou 22min25, a maior parte tratou de sua saúde.

O que ele falou (elencou várias doenças) e a forma como falou (tentando aparentar fragilidade) já sinalizava que seria estratégia para postergar qualquer depoimento ao MP.

Logo no começo, ao ser perguntado sobre a sua exoneração do cargo de assessor de Flávio Bolsonaro, em 15 de outubro de 2018, um dos motivos alegados foi ‘’tratamento de minha saúde’’.

Ele elencou:

* Dores no ombro direito (‘’acho que estou com bursite’’; estou esperando para marcar a cirurgia’’)

* Problema na urina, sem especificar qual

* Forte tosse (‘’ficar tossindo o tempo todo dentro do carro…ficava até constrangedor; mas já resolvi’’)

* Sangue nas fezes (‘’E há muito tempo eu venho evacuando um pouquinho de sangue’’).

Mais adiante voltou a falar:

- As minhas filhas não sabem. Vou falar para não ficar preocupada, tá? Foi constatado um câncer.

- É maligno ou benigno? Perguntou a jornalista.

- Ele [o médico] disse que é maligno, ‘’sem pegar a biópsia’’, e que que teria ser operado “o mais rápido possível”.


Em entrevista a Constança Rezende, do Estadão, em 8/01, Queiroz atribuiu os problemas detectados recentemente em sua saúde à exposição do caso Coaf na imprensa:

“Após a exposição de minha família e minha, como se eu fosse o pior bandido do mundo, fiquei muito mal de saúde e comecei a evacuar sangue. Fui até ao psiquiatra, pois vomitava muito e não conseguia dormir. Estou muito a fim de esclarecer tudo isso. Mas não contava com essa doença. Nunca imaginei que tinha câncer’’.

Queiroz disse ainda ao Estadão que esclarecerá “em breve” as movimentações atípicas em sua conta pelo Coaf. Ele, porém, não disse quando.

Os advogados informaram que ele estará à disposição para prestar depoimento tão logo tenha autorização médica.

Vamos por partes:

1. Na entrevista ao SBT, o próprio Queiroz em dois momentos disse que tinha há bastante tempo sangue nas fezes –‘’um pouquinho’’, frisou.

2. O câncer não aparece de uma hora para outra, são anos e anos; portanto, não foi a exposição na imprensa o responsável pelo tumor maligno dele.

3. Os médicos sabem muito que o câncer no intestino não seria obstáculo para Queiroz prestar depoimento antes da cirurgia. Tanto que não foi obstáculo para ele dançar no quarto do Einstein no dia anterior à sua cirurgia.

4.Os médicos sabem igualmente que o tratamento quimioterápico não é obstáculo para Queiroz ir ao MP-RJ prestar esclarecimentos.

5. Ao depor, Queiroz mataria três coelhos de uma só cajadada. Esclareceria as movimentações suspeitas em sua conta bancária, deixaria de ficar exposto na mídia e, assim, evitaria os alegados problemas à sua saúde.

O x da questão é simples: Queiroz quer mesmo depor ou é só mais um jogo de cena, quando diz estar interessado em esclarecer tudo?

6) Ir depor ou não é uma decisão que não cabe aos médicos, mas ao próprio paciente, a menos que ele utilize esse tipo de subterfúgio para adiar o cara-a-cara com o Ministério Público.

7) Mas supondo que, por alguma razão, Queiroz não possa ir mesmo até ao MP depor, por que os promotores não se deslocam até onde ele se encontra para ouvi-lo?

Eu fiz esse questionamento ao MP-RJ, que não me respondeu. Fica aí a sugestão.

8) Queiroz queixa-se do tratamento que tem recebido da imprensa.

Queiroz, suas filhas e a mulher tem tido um tratamento que o ex-juiz Sérgio Moro negou a Lula, até quando dona Marisa Letícia faleceu, em 3 de fevereiro de 2017.

Na ocasião, os advogados pediram que audiências fossem adiadas em 15 dias.

Moro negou: "falta amparo legal para o pleito de suspensão do processo".

E, agora, Moro, tudo bem os dribles que o clã do teu chefe e agregados estão dando na Justiça?

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