Por André Cintra, no sítio Vermelho:
Uma animada plenária fechou na tarde deste domingo (19), em Brasília, o 2º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas. Depois de uma edição em São Paulo e esta outra no Centro-Oeste, o próximo evento da blogosfera atingirá o Nordeste, mais precisamente Salvador (BA), em maio de 2012, conforme deliberação da plenária.
Mas a decisão mais ousada do dia foi a realização de um encontro internacional de blogueiros, que também já tem data e local – Foz do Iguaçu (PR), no próximo mês de setembro. É a internacionalização de um movimento que não para de ganhar força no país.
Por sinal, quem apostou na desarticulação do movimento errou feio. Entre os membros da Comissão Organizadora, há certo consenso de que essa edição conseguiu ser ainda melhor que a primeira, realizada em São Paulo, no calor das eleições presidenciais de 2010.
Agora, mesmo fora do eixo Sul-Sudeste – que concentra a imensa maioria da blogosfera –, houve 349 blogueiros inscritos de 21 estados. Conforme destacou o jornalista-blogueiro Luiz Carlos Azenha, da TV Record e do blog Viomundo, “houve mais inscritos jovens que no primeiro encontro, no ano passado. Houve mais representatividade regional e de gênero nas mesas e nos debates”.
Além de ocupar por dois dias o topo do Trending Topics do Twitter, o 2º Encontro mobilizou na web mais de 30 mil internautas durante os três dias de transmissão pela TVT e pela Rede Brasil Atual. Um sucesso descomunal. Até mesmo o presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, chegou a enviar uma saudação ao evento via Twitter.
E houve, naturalmente, os encaminhamentos – as propostas que a blogosfera sintetizou numa carta-compromisso. Além dos próximos encontros, os blogueiros progressistas põem em primeiro plano o marco regulatório dos meios de comunicação, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), o combate à censura e a aprovação do marco civil da internet e o fortalecimento da blogosfera.
Que venham os encontros de Foz de Iguaçu 2011 e Salvador 2012.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Um balanço afetivo do II Blogprog
Por Renato Rovai, no seu blog na Revista Fórum:
O II Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas foi de longe uma das melhores reuniões de militantes da comunicação nos últimos anos. Sem desmerecer muitas outras que levaram à Conferência de Comunicação e que colocaram a pauta da democratização dos meios no melhor patamar do pós-ditadura.
Mas por que este Blogprog merece um registro especial?
Em primeiro lugar porque foi resultado de uma mobilização de 14 etapas estaduais que somadas registraram 1.800 inscritos. Isso realizado na raça, de forma auto-gestionada, a partir das iniciativas de ativistas de cada canto do país que arregaçaram as mangas e foram à luta.
Em alguns encontros a participação foi fantástica. Recife reuniu 350 pessoas, o Rio teve 200 e o Rio Grande do Sul, que está com uma dívida de R$ 4 mil e precisa de ajuda, levou umas 150 pessoas.
Poderia falar de muitas outras etapas, como a de Minas, onde tomei tanta “água com gás” que fiquei imprestável no domingo dia dos namorados. Mas vou ficar nessas etapas, porque a lista é grande.
Bem, ou seja, só pelo processo anterior a Brasília, o II Blogprog já teria valido a pena. Mas Brasília foi de lascar.
Começou com a chegada de Lula no evento. O ex-presidente estava feliz como pinto no lixo. Chegou brincando, parando para abraçar a todos que via pela frente e aproveitando as deixas pra fazer um trocadilho ou uma piada.
Quando duas blogueiras peruanas que fizeram a campanha de Ollanta Humala pediram uma foto, ele não titubeou.
- Sempre que tem um “brogueiro” na campanha o país elege um Humala. Às vezes elege uma Dilma também.
E caiu na risada.
Lula já desceu do carro perguntando:
- Cadê os “brogueiros” progressistas. Hoje eu quero falar com os “brogueiros”.
Entre outros assessores que acompanharam Lula estavam o Franklin Martins e Ottoni Fernandes, a dupla que tocou a Secretaria de Comunicação no segundo mandato do ex-presidente.
Na ante-sala do evento, junto com Lula, o ministro das Comunicações Paulo Bernardo e o governador de Brasília Agnelo Queiroz, aguardavam o início do cerimonial.
Na mesa, Maria Frô e Ênio, que foi eleito por unanimidade na plenária final como o blogueiro de 2011.
Ênio e Maria Frô, diga-se de passagem, arrasaram na mediação. Foram leves, tranqüilos, nada babões e fizeram Lula, Agnelo e Paulo Bernardo perceberem que os blogueiros sujos sabem endurecer sem perder a ternura jamais.
Na sua fala, o ex-presidente mandou recados para Paulo Bernardo, disse a ele que sempre que tivesse alguma dúvida “chamasse esse povo para conversar que ele não iria se arrepender”.
Paulo Bernardo, justiça seja feita, não hesitou em aceitar o convite feito para o II Blogprog. Desde o início disponibilizou sua agenda e na hora do cara-a-cara não ficou colocando objeções ou alegando compromissos anteriores para ir embora mais cedo. Recebeu dos blogueiros sujos 12 perguntas. E umas mais, outras menos, respondeu a todas, sem fazer bico.
Teve uma troca de farpas com o blogueiro Eduardo Guimarães, que em momento nenhum resvalou para algo mais grosseiro. Ao contrário, aquele lance deu sabor ao debate. Edu foi pra cima e o ministro se defendeu atacando. Parte do jogo. E Edu soube, na maior elegância, fazer Paulo Bernardo ter que tergiversar quando indagou se a regulação dos meios no Brasil levaria a Rede Globo a ter de se desfazer de veículos, como aconteceu com o Clarin na Argentina.
Paulo Bernardo prometeu o PNBL para o segundo semestre e disse que se a operação não for feita pelas teles, o processo levará mais do que um mandato. A questão é polêmica. O Marcelo Branco, que reputo como um dos ativistas mais confiáveis deste setor, concorda com o ministro. Já o Serginho Amadeu, que também é bamba de confiança, acha que o processo deveria ser coordenado pela Telebrás.
A escorregada do ministro se deu quando por duas vezes falou que banda larga não pode ser a prioridade quando ainda há gente precisando de saneamento básico.
Uma visão meio anos 70 da esquerda tradicional. Um equívoco monstruoso que me leva a pensar que o ministro não entendeu os tempos que está vivendo.
Só se a banda larga chegar junto com o saneamento básico é que conseguiremos diminuir a distância entre pobres e ricos. E dar possibilidade para que os filhos dos atuais miseráveis tenham alguma chance na disputa com os filhos da elite.
É preciso colocar a Banda Larga no PAC, como disse no evento o Sérgio Amadeu.
Se o ministro das Comunicações faz um discurso com esse tom, algo está errado. Ele deveria ser o primeiro a gritar por mais recursos para a Banda Larga.
Ou o Brasil não quer ser um país com menos desigualdade social? Ou o Brasil não quer ser desenvolvido?
O segundo dia foi o do debate entre Fábio Konder Comparato, Luiza Erundia e Venício Lima. Covardia.
Os três juntos numa mesa é covardia.
A deputada disse algo que precisa fazer parte da reflexão do movimento social da comunicação: “organizem conselhos de comunicação nos seus estados, independente dos governos”. Perfeito.
Na tarde de sábado, aconteceram vários debates, com destaque para o que discutiu a participação dos partidos políticos na blogosfera que contou com o ex-deputado Zé Dirceu, para o que tratou da questão da neutralidade na rede e para o que denunciou casos de censura na blogosfera.
O domingo foi o dia dos grupos e da Assembléia final, que aprovou a carta do II Blogprog, uma nova comissão organizadora e ainda decidiu que em maio de 2012 a Bahia receberá os sujos de todo o país para o III Blogprog.
Afora as atividades institucionais, o encontro de Brasília teve ainda muita conversa jogada fora em meio a umas cervejas jogadas para dentro.
As pessoas aproveitaram o encontro pra se tornar mais amigas.
O que está acontecendo nesses encontros de blogueiros é algo que vai além dos tradicionais eventos militantes.
Há uma confraternização carinhosa que tem impedido que as divergências se tornem pedras no caminho do processo.
Ao contrário, quanto mais as pessoas se conhecem, mais descobrem que pensam diferente. E mais se gostam.
Isso, na opinião deste blogueiro sujo, tem feito toda a diferença a favor do Blogprog.
PS: Este blog agradece a todos que apoiaram o evento com cotas e aos patrocinadores –
Petrobras, Fundação Banco do Brasil, Itaipu Bi-nacional e Governo de Brasília. Com os recursos arrecadados nos apoios e a grana da inscrição, se tudo vier a se confirmar, o encontro terá aproximadamente R$ 180 mil de saldo positivo. O que pode garantir a abertura de um fundo em defesa dos blogueiros ameaçados e processados. Não é pouca coisa.
O II Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas foi de longe uma das melhores reuniões de militantes da comunicação nos últimos anos. Sem desmerecer muitas outras que levaram à Conferência de Comunicação e que colocaram a pauta da democratização dos meios no melhor patamar do pós-ditadura.
Mas por que este Blogprog merece um registro especial?
Em primeiro lugar porque foi resultado de uma mobilização de 14 etapas estaduais que somadas registraram 1.800 inscritos. Isso realizado na raça, de forma auto-gestionada, a partir das iniciativas de ativistas de cada canto do país que arregaçaram as mangas e foram à luta.
Em alguns encontros a participação foi fantástica. Recife reuniu 350 pessoas, o Rio teve 200 e o Rio Grande do Sul, que está com uma dívida de R$ 4 mil e precisa de ajuda, levou umas 150 pessoas.
Poderia falar de muitas outras etapas, como a de Minas, onde tomei tanta “água com gás” que fiquei imprestável no domingo dia dos namorados. Mas vou ficar nessas etapas, porque a lista é grande.
Bem, ou seja, só pelo processo anterior a Brasília, o II Blogprog já teria valido a pena. Mas Brasília foi de lascar.
Começou com a chegada de Lula no evento. O ex-presidente estava feliz como pinto no lixo. Chegou brincando, parando para abraçar a todos que via pela frente e aproveitando as deixas pra fazer um trocadilho ou uma piada.
Quando duas blogueiras peruanas que fizeram a campanha de Ollanta Humala pediram uma foto, ele não titubeou.
- Sempre que tem um “brogueiro” na campanha o país elege um Humala. Às vezes elege uma Dilma também.
E caiu na risada.
Lula já desceu do carro perguntando:
- Cadê os “brogueiros” progressistas. Hoje eu quero falar com os “brogueiros”.
Entre outros assessores que acompanharam Lula estavam o Franklin Martins e Ottoni Fernandes, a dupla que tocou a Secretaria de Comunicação no segundo mandato do ex-presidente.
Na ante-sala do evento, junto com Lula, o ministro das Comunicações Paulo Bernardo e o governador de Brasília Agnelo Queiroz, aguardavam o início do cerimonial.
Na mesa, Maria Frô e Ênio, que foi eleito por unanimidade na plenária final como o blogueiro de 2011.
Ênio e Maria Frô, diga-se de passagem, arrasaram na mediação. Foram leves, tranqüilos, nada babões e fizeram Lula, Agnelo e Paulo Bernardo perceberem que os blogueiros sujos sabem endurecer sem perder a ternura jamais.
Na sua fala, o ex-presidente mandou recados para Paulo Bernardo, disse a ele que sempre que tivesse alguma dúvida “chamasse esse povo para conversar que ele não iria se arrepender”.
Paulo Bernardo, justiça seja feita, não hesitou em aceitar o convite feito para o II Blogprog. Desde o início disponibilizou sua agenda e na hora do cara-a-cara não ficou colocando objeções ou alegando compromissos anteriores para ir embora mais cedo. Recebeu dos blogueiros sujos 12 perguntas. E umas mais, outras menos, respondeu a todas, sem fazer bico.
Teve uma troca de farpas com o blogueiro Eduardo Guimarães, que em momento nenhum resvalou para algo mais grosseiro. Ao contrário, aquele lance deu sabor ao debate. Edu foi pra cima e o ministro se defendeu atacando. Parte do jogo. E Edu soube, na maior elegância, fazer Paulo Bernardo ter que tergiversar quando indagou se a regulação dos meios no Brasil levaria a Rede Globo a ter de se desfazer de veículos, como aconteceu com o Clarin na Argentina.
Paulo Bernardo prometeu o PNBL para o segundo semestre e disse que se a operação não for feita pelas teles, o processo levará mais do que um mandato. A questão é polêmica. O Marcelo Branco, que reputo como um dos ativistas mais confiáveis deste setor, concorda com o ministro. Já o Serginho Amadeu, que também é bamba de confiança, acha que o processo deveria ser coordenado pela Telebrás.
A escorregada do ministro se deu quando por duas vezes falou que banda larga não pode ser a prioridade quando ainda há gente precisando de saneamento básico.
Uma visão meio anos 70 da esquerda tradicional. Um equívoco monstruoso que me leva a pensar que o ministro não entendeu os tempos que está vivendo.
Só se a banda larga chegar junto com o saneamento básico é que conseguiremos diminuir a distância entre pobres e ricos. E dar possibilidade para que os filhos dos atuais miseráveis tenham alguma chance na disputa com os filhos da elite.
É preciso colocar a Banda Larga no PAC, como disse no evento o Sérgio Amadeu.
Se o ministro das Comunicações faz um discurso com esse tom, algo está errado. Ele deveria ser o primeiro a gritar por mais recursos para a Banda Larga.
Ou o Brasil não quer ser um país com menos desigualdade social? Ou o Brasil não quer ser desenvolvido?
O segundo dia foi o do debate entre Fábio Konder Comparato, Luiza Erundia e Venício Lima. Covardia.
Os três juntos numa mesa é covardia.
A deputada disse algo que precisa fazer parte da reflexão do movimento social da comunicação: “organizem conselhos de comunicação nos seus estados, independente dos governos”. Perfeito.
Na tarde de sábado, aconteceram vários debates, com destaque para o que discutiu a participação dos partidos políticos na blogosfera que contou com o ex-deputado Zé Dirceu, para o que tratou da questão da neutralidade na rede e para o que denunciou casos de censura na blogosfera.
O domingo foi o dia dos grupos e da Assembléia final, que aprovou a carta do II Blogprog, uma nova comissão organizadora e ainda decidiu que em maio de 2012 a Bahia receberá os sujos de todo o país para o III Blogprog.
Afora as atividades institucionais, o encontro de Brasília teve ainda muita conversa jogada fora em meio a umas cervejas jogadas para dentro.
As pessoas aproveitaram o encontro pra se tornar mais amigas.
O que está acontecendo nesses encontros de blogueiros é algo que vai além dos tradicionais eventos militantes.
Há uma confraternização carinhosa que tem impedido que as divergências se tornem pedras no caminho do processo.
Ao contrário, quanto mais as pessoas se conhecem, mais descobrem que pensam diferente. E mais se gostam.
Isso, na opinião deste blogueiro sujo, tem feito toda a diferença a favor do Blogprog.
PS: Este blog agradece a todos que apoiaram o evento com cotas e aos patrocinadores –
Petrobras, Fundação Banco do Brasil, Itaipu Bi-nacional e Governo de Brasília. Com os recursos arrecadados nos apoios e a grana da inscrição, se tudo vier a se confirmar, o encontro terá aproximadamente R$ 180 mil de saldo positivo. O que pode garantir a abertura de um fundo em defesa dos blogueiros ameaçados e processados. Não é pouca coisa.
Carta do II BlogProg
Desde o I Encontro Nacional dos Blogueir@s Progressistas, em agosto de 2010, em São Paulo, nosso movimento aumentou a sua capacidade de interferência na luta pela democratização da comunicação, e se tornou protagonista da disseminação de informação crítica ao oligopólio midiático.
Ao mesmo tempo, a blogosfera consolidou-se como um espaço fundamental no cenário político brasileiro. É a blogosfera que tem garantido de fato maior pluralidade e diversidade informativas. Tem sido o contraponto às manipulações dos grupos tradicionais de comunicação, cujos interesses são contrários a liberdade de expressão no país.
Este movimento inovador reúne ativistas digitais e atua em rede, de forma horizontal e democrática, num esforço permanente de construir a unidade na diversidade, sem hierarquias ou centralismo.
Na preparação do II Encontro Nacional, isso ficou evidenciado com a realização de 14 encontros estaduais, que mobilizaram aproximadamente 1.800 ativistas digitais, e serviram para identificar os nossos pontos de unidade e para apontar as nossas próximas batalhas.
O que nos une é a democratização da comunicação no país. Isso somente acontecerá a partir de intensa e eficaz mobilização da sociedade brasileira, que não ocorrerá exclusivamente por conta dos governos ou do Congresso Nacional.
Para o nosso movimento, democratizar a comunicação no Brasil significa, entre outras coisas:
a) Aprovar um novo Marco Regulatório dos meios de comunicação. No governo Lula, o então ministro Franklin Martins preparou um projeto que até o momento não foi tornado público. Nosso movimento exige a divulgação imediata desse documento, para que ele possa ser apreciado e debatido pela sociedade. Defendemos, entre outros pontos, que esse marco regulatório contemple o fim da propriedade cruzada dos meios de comunicação privados no Brasil.
b) Aprovar um Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) que atenda ao interesse público, com internet de alta velocidade para todos os brasileiros. Nos últimos tempos, o governo tem-se mostrado hesitante e tem dado sinais de que pode ceder às pressões dos grandes grupos empresariais de telecomunicações, fragilizando o papel que a Telebrás deveria ter no processo. Manifestamos, ainda, nosso apoio à PEC da Banda Larga que tramita no Congresso Nacional (propõe que se inclua, na Constituição, o acesso à internet de alta velocidade entre os direitos fundamentais do cidadão).
c) Ser contra qualquer tipo de censura ou restrição à internet. No Legislativo, continua em tramitação o projeto do senador tucano Eduardo Azeredo de controle e vigilância sobre a internet – batizado de AI-5 Digital. Ao mesmo tempo, governantes e monopólios de comunicação intensificam a perseguição aos blogueiros em várias partes do país, num processo crescente de censura pela via judicial. A blogosfera progressista repudia essas ações autoritárias. Exige a total neutralidade da rede e lança uma campanha nacional de solidariedade aos blogueiros perseguidos e censurados, estabelecendo como meta a criação de um “Fundo de Apoio Jurídico e Político” aos que forem atacados.
d) Lutar pelo encaminhamento imediato do Marco Civil da Internet, pelo poder executivo, ao Congresso Nacional.
e) Fortalecer o movimento da blogosfera progressista, garantindo o seu caráter plural e democrático. Com o objetivo de descentralizar e enraizar ainda mais o movimento, aprovamos:
- III Encontro Nacional na Bahia, em maio de 2012.
A Comissão Organizadora Nacional passará a contar com 15 integrantes:
- Altamiro Borges, Conceição Lemes, Conceição Oliveira, Eduardo Guimarães, Paulo Henrique Amorim, Renato Rovai e Rodrigo Vianna (que já compunham a comissão anterior);
- Leandro Fortes (representante do grupo que organizou o II Encontro em Brasília);
- um representante da Bahia (a definir), indicado pela comissão organizadora local do III Encontro;
- Tica Moreno (suplente – Julieta Palmeira), representante de gênero;
- e mais um representante de cada região do país, indicados a partir das comissões regionais (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte). As comissões regionais serão formadas por até dois membros de cada estado, e ficarão responsáveis também por organizar os encontros estaduais e estimular a formação de comissões estaduais e locais.
Os blogueir@s reunidos em Brasília sugerem que, no próximo encontro na Bahia, a Comissão Organizadora Nacional passe por uma ampla renovação.
f) Defender o Movimento Nacional de Democratização da Comunicação, no qual nos incluímos, dando total apoio à luta pela legalização das rádios e TVs comunitárias, e exigindo a distribuição democrática e transparente das concessões dos canais de rádio e TV digital.
g) Democratizar a distribuição de verbas públicas de publicidade, que deve ser baseada não apenas em critérios mercadológicos, mas também em mecanismos que garantam a pluralidade e a diversidade. Estabelecer uma política pública de verbas para blogs.
h) Declarar nosso repúdio às emendas aprovadas na Câmara dos Deputados ao projeto de Lei 4.361/04 (Regulamentação das Lan Houses), principais responsáveis pelos acessos à internet no Brasil, garantindo o acesso à rede de 45 milhões de usuários, segundo a ABCID (Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital).
Brasília, 19 de junho de 2011.
Ao mesmo tempo, a blogosfera consolidou-se como um espaço fundamental no cenário político brasileiro. É a blogosfera que tem garantido de fato maior pluralidade e diversidade informativas. Tem sido o contraponto às manipulações dos grupos tradicionais de comunicação, cujos interesses são contrários a liberdade de expressão no país.
Este movimento inovador reúne ativistas digitais e atua em rede, de forma horizontal e democrática, num esforço permanente de construir a unidade na diversidade, sem hierarquias ou centralismo.
Na preparação do II Encontro Nacional, isso ficou evidenciado com a realização de 14 encontros estaduais, que mobilizaram aproximadamente 1.800 ativistas digitais, e serviram para identificar os nossos pontos de unidade e para apontar as nossas próximas batalhas.
O que nos une é a democratização da comunicação no país. Isso somente acontecerá a partir de intensa e eficaz mobilização da sociedade brasileira, que não ocorrerá exclusivamente por conta dos governos ou do Congresso Nacional.
Para o nosso movimento, democratizar a comunicação no Brasil significa, entre outras coisas:
a) Aprovar um novo Marco Regulatório dos meios de comunicação. No governo Lula, o então ministro Franklin Martins preparou um projeto que até o momento não foi tornado público. Nosso movimento exige a divulgação imediata desse documento, para que ele possa ser apreciado e debatido pela sociedade. Defendemos, entre outros pontos, que esse marco regulatório contemple o fim da propriedade cruzada dos meios de comunicação privados no Brasil.
b) Aprovar um Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) que atenda ao interesse público, com internet de alta velocidade para todos os brasileiros. Nos últimos tempos, o governo tem-se mostrado hesitante e tem dado sinais de que pode ceder às pressões dos grandes grupos empresariais de telecomunicações, fragilizando o papel que a Telebrás deveria ter no processo. Manifestamos, ainda, nosso apoio à PEC da Banda Larga que tramita no Congresso Nacional (propõe que se inclua, na Constituição, o acesso à internet de alta velocidade entre os direitos fundamentais do cidadão).
c) Ser contra qualquer tipo de censura ou restrição à internet. No Legislativo, continua em tramitação o projeto do senador tucano Eduardo Azeredo de controle e vigilância sobre a internet – batizado de AI-5 Digital. Ao mesmo tempo, governantes e monopólios de comunicação intensificam a perseguição aos blogueiros em várias partes do país, num processo crescente de censura pela via judicial. A blogosfera progressista repudia essas ações autoritárias. Exige a total neutralidade da rede e lança uma campanha nacional de solidariedade aos blogueiros perseguidos e censurados, estabelecendo como meta a criação de um “Fundo de Apoio Jurídico e Político” aos que forem atacados.
d) Lutar pelo encaminhamento imediato do Marco Civil da Internet, pelo poder executivo, ao Congresso Nacional.
e) Fortalecer o movimento da blogosfera progressista, garantindo o seu caráter plural e democrático. Com o objetivo de descentralizar e enraizar ainda mais o movimento, aprovamos:
- III Encontro Nacional na Bahia, em maio de 2012.
A Comissão Organizadora Nacional passará a contar com 15 integrantes:
- Altamiro Borges, Conceição Lemes, Conceição Oliveira, Eduardo Guimarães, Paulo Henrique Amorim, Renato Rovai e Rodrigo Vianna (que já compunham a comissão anterior);
- Leandro Fortes (representante do grupo que organizou o II Encontro em Brasília);
- um representante da Bahia (a definir), indicado pela comissão organizadora local do III Encontro;
- Tica Moreno (suplente – Julieta Palmeira), representante de gênero;
- e mais um representante de cada região do país, indicados a partir das comissões regionais (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte). As comissões regionais serão formadas por até dois membros de cada estado, e ficarão responsáveis também por organizar os encontros estaduais e estimular a formação de comissões estaduais e locais.
Os blogueir@s reunidos em Brasília sugerem que, no próximo encontro na Bahia, a Comissão Organizadora Nacional passe por uma ampla renovação.
f) Defender o Movimento Nacional de Democratização da Comunicação, no qual nos incluímos, dando total apoio à luta pela legalização das rádios e TVs comunitárias, e exigindo a distribuição democrática e transparente das concessões dos canais de rádio e TV digital.
g) Democratizar a distribuição de verbas públicas de publicidade, que deve ser baseada não apenas em critérios mercadológicos, mas também em mecanismos que garantam a pluralidade e a diversidade. Estabelecer uma política pública de verbas para blogs.
h) Declarar nosso repúdio às emendas aprovadas na Câmara dos Deputados ao projeto de Lei 4.361/04 (Regulamentação das Lan Houses), principais responsáveis pelos acessos à internet no Brasil, garantindo o acesso à rede de 45 milhões de usuários, segundo a ABCID (Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital).
Brasília, 19 de junho de 2011.
Um balanço inicial do II BlogProg
Por Altamiro Borges
O II Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas (BlogProg), realizado neste final de semana em Brasília, foi um baita sucesso. Após três dias de intensos debates e muitas votações, os participantes concluíram a plenária final, no domingo à tarde, em clima de êxtase, de missão cumprida. Muitos choraram no encerramento do evento. As despedidas de muitos que só se conheciam no mundo virtual foram emocionantes, carregadas de generosidade e espírito construtivo.
O II Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas (BlogProg), realizado neste final de semana em Brasília, foi um baita sucesso. Após três dias de intensos debates e muitas votações, os participantes concluíram a plenária final, no domingo à tarde, em clima de êxtase, de missão cumprida. Muitos choraram no encerramento do evento. As despedidas de muitos que só se conheciam no mundo virtual foram emocionantes, carregadas de generosidade e espírito construtivo.
domingo, 19 de junho de 2011
Lula vai lançar blog "sem estardalhaço”
Por André Cintra, no sítio Vermelho:
Tomar depoimentos de Luiz Inácio Lula da Silva durante o 2º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas não foi tarefa fácil. Tão logo Lula encerrou sua exposição na abertura do evento, nesta sexta-feira (17), em Brasília, os participantes correram em torno da mesa para garantir abraços, beijos, autógrafos, fotos – qualquer lembrança do ex-presidente mais popular da história do Brasil.
Tomar depoimentos de Luiz Inácio Lula da Silva durante o 2º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas não foi tarefa fácil. Tão logo Lula encerrou sua exposição na abertura do evento, nesta sexta-feira (17), em Brasília, os participantes correram em torno da mesa para garantir abraços, beijos, autógrafos, fotos – qualquer lembrança do ex-presidente mais popular da história do Brasil.
Os recados de Lula no II BlogProg
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:
Na sala reservada aos convidados, logo atrás do palco, Lula estava ansioso. A mesa de abertura do Segundo Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas era conduzida por Maria Frô e Ênio Barroso. Os dois blogueiros saudaram as mais de 400 pessoas presentes, e chamaram – antes de Lula – o governador do Distrito Federal, Agnello Queiroz, que deu as boas vindas aos participantes que acabavam de chegar ao auditório da CNTC (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio)
Na sala reservada aos convidados, logo atrás do palco, Lula estava ansioso. A mesa de abertura do Segundo Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas era conduzida por Maria Frô e Ênio Barroso. Os dois blogueiros saudaram as mais de 400 pessoas presentes, e chamaram – antes de Lula – o governador do Distrito Federal, Agnello Queiroz, que deu as boas vindas aos participantes que acabavam de chegar ao auditório da CNTC (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio)
Debates de alta qualidade do II BlogProg
Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:
Escrevo antes de voltar a São Paulo, sobre um encontro que ainda não terminou.
Já sabemos que, para os que tentaram acompanhar à distância, houve falhas nas transmissões.
Porém, posso dizer sem risco de erro que o #2blogprog foi um sucesso.
Houve mais inscritos jovens que no primeiro encontro, no ano passado.
Escrevo antes de voltar a São Paulo, sobre um encontro que ainda não terminou.
Já sabemos que, para os que tentaram acompanhar à distância, houve falhas nas transmissões.
Porém, posso dizer sem risco de erro que o #2blogprog foi um sucesso.
Houve mais inscritos jovens que no primeiro encontro, no ano passado.
A luta da blogosfera progressista
Por José Dirceu, em seu blog:
Com muita satisfação, participei na tarde deste sábado do II Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas aberto ontem em Brasília. Durante três dias, blogueiros, militantes de movimentos sociais e representantes do poder público debaterão os caminhos e desafios da Internet.
Com muita satisfação, participei na tarde deste sábado do II Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas aberto ontem em Brasília. Durante três dias, blogueiros, militantes de movimentos sociais e representantes do poder público debaterão os caminhos e desafios da Internet.
Uma outra mídia é possível. E decisiva
Por Brizola Neto, no blog Tijolaço:
Acabo de fazer minha intervenção no 2º Encontro de Blogueiros Progressistas, aqui em Brasília, aberto ontem pelo presidente Lula. Procurei centrar minha fala no tamanho de nosso papel na comunicação.
Acabo de fazer minha intervenção no 2º Encontro de Blogueiros Progressistas, aqui em Brasília, aberto ontem pelo presidente Lula. Procurei centrar minha fala no tamanho de nosso papel na comunicação.
Os blogueiros e o poder
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Cheguei atrasado ao auditório da CNTC, em Brasília, na noite de ontem – o vôo atrasou quase 3 horas. Lula acabara de fazer seu pronunciamento no II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas e ia deixando o local. Ainda pude acompanhar, de fora da multidão de repórteres da grande imprensa e blogueiros, quando ele entrava no carro.
Cheguei atrasado ao auditório da CNTC, em Brasília, na noite de ontem – o vôo atrasou quase 3 horas. Lula acabara de fazer seu pronunciamento no II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas e ia deixando o local. Ainda pude acompanhar, de fora da multidão de repórteres da grande imprensa e blogueiros, quando ele entrava no carro.
O governo e a batalha da comunicação
Por Antônio Mello, em seu blog:
Ontem cheguei mais tarde em casa e não pude ver ao vivo o presidente Lula nem as palavras do ministro das Comunicações Paulo Bernardo. Peguei apenas a parte em que ele abriu para perguntas.
Ontem cheguei mais tarde em casa e não pude ver ao vivo o presidente Lula nem as palavras do ministro das Comunicações Paulo Bernardo. Peguei apenas a parte em que ele abriu para perguntas.
sábado, 18 de junho de 2011
Blogs impediram manipulação, afirma Lula
Foto: Cintia Barenho |
Convidado ilustre do 2º Encontro de Blogueiros Progressistas, realizado em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou agradecimento aos responsáveis por blogs políticos nos últimos anos. “Não vou me esquecer nunca o papel que vocês tiveram na defesa da liberdade de expressão neste país. Durante os oito anos do meu governo e sobretudo na eleição do ano passado. Vocês evitaram que a sociedade brasileira fosse manipulada, como foi por muito tempo”, disse Lula. “O povo não precisa mais de intermediário na comunicação”, completou.
Encontro testa a força da blogosfera
Por André Cintra, no sítio Vermelho:
Com 469 participantes inscritos e depois de 14 encontros estaduais, começa nesta sexta-feira (17), em Brasília, o 2º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas. Uma palestra do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, abrirá a programação, às 19 horas, no auditório da CNTC (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio), com a marcante presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com 469 participantes inscritos e depois de 14 encontros estaduais, começa nesta sexta-feira (17), em Brasília, o 2º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas. Uma palestra do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, abrirá a programação, às 19 horas, no auditório da CNTC (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio), com a marcante presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As críticas de Lula no II BlogProg
Foto: Luiz Carlos Azenha |
Em discurso no 2º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar a imprensa na noite desta sexta-feira (17), ao ressaltar o papel que os internautas eleitores de Dilma Rousseff tiveram na disputa presidencial do ano passado.
Lula critica a mídia e elogia blogueiros
Por Luciana Cobucci, no portal Terra:
O ex-presidente Lula fez duras críticas à imprensa na noite desta sexta-feira, em Brasília, durante a abertura do 2º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas. Lula exaltou o trabalho feito por blogs independentes durante a campanha eleitoral do ano passado e lembrou do episódio em que o ex-candidato à presidência José Serra (PSDB) foi atingido por uma bolinha de papel.
O ex-presidente Lula fez duras críticas à imprensa na noite desta sexta-feira, em Brasília, durante a abertura do 2º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas. Lula exaltou o trabalho feito por blogs independentes durante a campanha eleitoral do ano passado e lembrou do episódio em que o ex-candidato à presidência José Serra (PSDB) foi atingido por uma bolinha de papel.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Transmissão ao vivo do II Blog Prog
A Rede Brasil Atual e a Rede TVT transmitem ao vivo a partir desta sexta-feira (17) o segundo Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas (BlogProg), direto do auditório da CNTC (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio), em Brasília. Ao todo, estarão envolvidos na transmissão cerca de dez profissionais. O blogueiro Emerson Luis, do Nas Retinas e do podcast Na Varanda, participa da transmissão ao lado do editor da Rede Brasil Atual, Ricardo Negrão.
A cobertura especial começa logo na sexta-feira à noite, a partir das 19h, com as presenças confirmadas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
No sábado, a transmissão começa logo pela manhã, com a discussão sobre mídia e a luta por um novo marco regulatório da comunicação. O encontro acaba, no domingo, com uma plenária.
Redes Sociais
Redes Sociais
A transmissão seguirá durante todo o evento, levando pelos sites entrevistas, discussões e debates. Os usuários do Twitter vão usar a hashtag #2BlogProg e o link para o ao vivo (http://bit.ly/BlogProg), além de informações nos perfis da Rede Brasil Atual e Rede TVT. Também a partir da sexta-feira estará disponível o embed para que blogueiros também possam transmitir em seus espaços as discussões.
Blogueiros, organizai-vos! Mas nem tanto
Por Antonio Fernando Araujo, no sítio Teia Livre:
Fala-se nos dias de hoje e podemos mesmo presumir que nas eleições presidenciais de 2002 alguns dos atuais blogueiros já eram de certa forma atuantes na blogosfera e, com seus pitacos, certamente deram uma colaboração ainda que modesta para a primeira eleição de Lula. Entretanto, foi só em 2010, mais precisamente em agosto, que esses precursores, junto com outros que foram surgindo desde então, puderam reunir-se formalmente. Em janeiro de 2009, a ideia de um encontro chegou a ser aventado no Fórum Social Mundial, de Belém do Pará.
Fala-se nos dias de hoje e podemos mesmo presumir que nas eleições presidenciais de 2002 alguns dos atuais blogueiros já eram de certa forma atuantes na blogosfera e, com seus pitacos, certamente deram uma colaboração ainda que modesta para a primeira eleição de Lula. Entretanto, foi só em 2010, mais precisamente em agosto, que esses precursores, junto com outros que foram surgindo desde então, puderam reunir-se formalmente. Em janeiro de 2009, a ideia de um encontro chegou a ser aventado no Fórum Social Mundial, de Belém do Pará.
Esses blogs que você lê
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Vivêssemos em obscuros tempos de outrora, algum esbirro do Poder diria que esses blogs que você lê são perigosos, subversivos, passionais, irresponsáveis… O poder autoritário jamais aceitará a blogosfera e por uma só razão primordial: ela é uma força incontrolável.
Vivêssemos em obscuros tempos de outrora, algum esbirro do Poder diria que esses blogs que você lê são perigosos, subversivos, passionais, irresponsáveis… O poder autoritário jamais aceitará a blogosfera e por uma só razão primordial: ela é uma força incontrolável.
A importância do II BlogProg
Discurso do deputado Emiliano José (PT/BA) na Câmara Federal:
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desejo aqui saudar a realização do II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas do Brasil, nos dias 17, 18 e 19 de junho, no Centro de Convenção da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, em Brasília.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desejo aqui saudar a realização do II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas do Brasil, nos dias 17, 18 e 19 de junho, no Centro de Convenção da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, em Brasília.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
As redes sociais na eleição do Peru
A experiência da campanha vitoriosa de Ollanta Humala nas redes sociais será tema de uma das oficinas do 2º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas, que acontecerá de sexta a domingo, em Brasília. A discussão será no dia 18/06, às 16h, e contará com a participação de Sandra Recalde, executiva de comunicação da campanha, Elvis Mori, coordenador de redes sociais Gana Peru e Eliane Carlin, do Coletivo “No a Keiko”. A mesa será mediada por Juan Pessoa, da MPI Comunicação Digital.
Contra a repressão, a marcha da liberdade
Por Aline Scarso, no jornal Brasil de Fato:
A marcha nacional da liberdade ocorre neste sábado (18) em pelo menos 35 cidades brasileiras com um objetivo em comum: impedir que a repressão às manifestações políticas se torne cada vez mais constante no Brasil. O estopim da manifestação nacional foi a repressão aos participantes da Marcha da Maconha 2011, em São Paulo (SP), no dia 21. Nesse dia, a Tropa de Choque da Polícia Militar agrediu os manifestantes com gás de pimenta, cassetete e bombas de gás lacrimogênio para por fim à manifestação pela regulamentação da erva. O saldo foi de nove detidos e vários feridos, além de dois tenentes afastados.
A marcha nacional da liberdade ocorre neste sábado (18) em pelo menos 35 cidades brasileiras com um objetivo em comum: impedir que a repressão às manifestações políticas se torne cada vez mais constante no Brasil. O estopim da manifestação nacional foi a repressão aos participantes da Marcha da Maconha 2011, em São Paulo (SP), no dia 21. Nesse dia, a Tropa de Choque da Polícia Militar agrediu os manifestantes com gás de pimenta, cassetete e bombas de gás lacrimogênio para por fim à manifestação pela regulamentação da erva. O saldo foi de nove detidos e vários feridos, além de dois tenentes afastados.
Carta aberta do #ForaMicarla
Do blog Carta Potiguar:
Do movimento #ForaMicarla, direto do acampamento Primavera sem Borboleta: são entre 80 e 100 pessoas acampadas há nove dias.
Do movimento #ForaMicarla, direto do acampamento Primavera sem Borboleta: são entre 80 e 100 pessoas acampadas há nove dias.
Globo x teles: uma luta sangrenta
Do sítio Vermelho:
As operadoras de telefonia acusam a Globo de tentar barrar o projeto de lei (PLC 116) que abrirá o mercado de televisão a cabo para as teles pondo fim às restrições ao capital estrangeiro. Oficialmente, as operadoras não falam do assunto. Nos bastidores, porém, dizem que a Globo está tentando "segurar" ao máximo a tramitação do projeto.
As operadoras de telefonia acusam a Globo de tentar barrar o projeto de lei (PLC 116) que abrirá o mercado de televisão a cabo para as teles pondo fim às restrições ao capital estrangeiro. Oficialmente, as operadoras não falam do assunto. Nos bastidores, porém, dizem que a Globo está tentando "segurar" ao máximo a tramitação do projeto.
Governo investirá em canais pela internet
Por André Barrocal, no sítio Carta Maior:
A missão principal da Secretaria Geral da Presidência da República é aproximar o governo dos movimentos sociais, para que políticas públicas sejam, em algum grau, permeáveis a reivindicações populares. Seus interlocutores frequentes são centrais sindicais (CUT e Força Sindical, por exemplo), estudantes (UNE), camponeses (Contag), sem-terras (MST), índios (Cimi). Enfim, grupos de interesse organizados em entidades conhecidas.
A Secretaria Geral pretende, agora, ampliar a clientela e levar para dentro do Palácio do Planalto movimentos sociais "desorganizados”. Aqueles que, de forma anárquica e espontânea, nascem e manifestam-se pela internet. E que são desprovidos de vínculo com instâncias tradicionais no debate público, como os partidos políticos, a mídia ou os sindicatos.
O objetivo da Secretaria Geral - que lembra a ação feita pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na eleição norte-americana em 2008 - consta do planejamento estratégico dela para 2011. Caso se desenvolva como previsto, deve se materializar em 2012, com a criação de um “portal de participação social”, como já está sendo chamado.
“A idéia é ampliar a democracia. Os instrumentos tradicionais da democracia, sozinhos, hoje não dão mais conta da realidade”, diz Ricardo Poppi, responsável pelo projeto na Secretaria Nacional de Articulação Social, da Secretaria Geral. “A internet é o espaço por execelência de um novo tipo de representação, que é mais utópica, mais direta, como vimos nos países árabes no começo do ano."
O projeto ainda é embrionário, mas Poppi já antecipa o que lhe vai pela cabeça sobre o futuro portal. Seria um espaço de consulta pública permanente, uma espécie de "ágora grega" virtual, onde as pessoas opinariam e deixariam críticas ou sugestões sobre temas propostos pelo governo ou que elas mesmas considerem importantes. Funcionaria ainda como um grande arquivo sobre as conferências nacionais patrocinadas pelo governo (juventude, comunicação, LGBT, por exemplo).
Algo parecido foi adotado recentemente pelo governo do Rio Grande do Sul, que montou um Gabinete Digital (um portal). Nele, os internautas podem fazer perguntas e escolher uma por mês para o governador Tarso Genro responder. A intenção do governo gaúcho não é tratar as perguntas como algo protocolar, mas incorporá-las efetivamente à agenda administrativa.
A Secretaria Geral pretende que aconteça o mesmo no governo da presidenta Dilma Rousseff. “O portal vai permitir que as pessoas tenham participação política e influenciem a formulação e a implementação de políticas públicas”, afirma Poppi. “Elas vão poder poder pautar o governo com temas que nem a imprensa nem a burocracia tinham percebido”, completa.
Com formação de nível médio em telecomunicações e de nível superior em ciência política, Poppi trabalhou anteriormente no ministério da Justiça, na coordenação de consultas públicas digitais. A proposta de Lei da Internet, ou de “marco civil” como o ministério a chama, passou por consulta coordenada por ele na qual houve mais de duas mil contribuições.
Para Poppi, a tecnologia digital pode ser um meio extraordinário de participação política. Cita como exemplo um episódio recente envolvendo uma professora do Rio Grande do Norte chamada Amanda Gurgel.
Em audiência pública na Assembléia Legislativa sobre salário dos professores, ela fez um discurso forte sobre a realidade da categoria que constrangeu os parlamentares. O vídeo com a manifestação foi parar no youtube, virou hit na internet e tornou-se assunto discutido pela população em mesa de bar. “Se não fosse a tecnologia, a fala dessa professora teria impacto apenas local”, afirma Poppi.
A missão principal da Secretaria Geral da Presidência da República é aproximar o governo dos movimentos sociais, para que políticas públicas sejam, em algum grau, permeáveis a reivindicações populares. Seus interlocutores frequentes são centrais sindicais (CUT e Força Sindical, por exemplo), estudantes (UNE), camponeses (Contag), sem-terras (MST), índios (Cimi). Enfim, grupos de interesse organizados em entidades conhecidas.
A Secretaria Geral pretende, agora, ampliar a clientela e levar para dentro do Palácio do Planalto movimentos sociais "desorganizados”. Aqueles que, de forma anárquica e espontânea, nascem e manifestam-se pela internet. E que são desprovidos de vínculo com instâncias tradicionais no debate público, como os partidos políticos, a mídia ou os sindicatos.
O objetivo da Secretaria Geral - que lembra a ação feita pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na eleição norte-americana em 2008 - consta do planejamento estratégico dela para 2011. Caso se desenvolva como previsto, deve se materializar em 2012, com a criação de um “portal de participação social”, como já está sendo chamado.
“A idéia é ampliar a democracia. Os instrumentos tradicionais da democracia, sozinhos, hoje não dão mais conta da realidade”, diz Ricardo Poppi, responsável pelo projeto na Secretaria Nacional de Articulação Social, da Secretaria Geral. “A internet é o espaço por execelência de um novo tipo de representação, que é mais utópica, mais direta, como vimos nos países árabes no começo do ano."
O projeto ainda é embrionário, mas Poppi já antecipa o que lhe vai pela cabeça sobre o futuro portal. Seria um espaço de consulta pública permanente, uma espécie de "ágora grega" virtual, onde as pessoas opinariam e deixariam críticas ou sugestões sobre temas propostos pelo governo ou que elas mesmas considerem importantes. Funcionaria ainda como um grande arquivo sobre as conferências nacionais patrocinadas pelo governo (juventude, comunicação, LGBT, por exemplo).
Algo parecido foi adotado recentemente pelo governo do Rio Grande do Sul, que montou um Gabinete Digital (um portal). Nele, os internautas podem fazer perguntas e escolher uma por mês para o governador Tarso Genro responder. A intenção do governo gaúcho não é tratar as perguntas como algo protocolar, mas incorporá-las efetivamente à agenda administrativa.
A Secretaria Geral pretende que aconteça o mesmo no governo da presidenta Dilma Rousseff. “O portal vai permitir que as pessoas tenham participação política e influenciem a formulação e a implementação de políticas públicas”, afirma Poppi. “Elas vão poder poder pautar o governo com temas que nem a imprensa nem a burocracia tinham percebido”, completa.
Com formação de nível médio em telecomunicações e de nível superior em ciência política, Poppi trabalhou anteriormente no ministério da Justiça, na coordenação de consultas públicas digitais. A proposta de Lei da Internet, ou de “marco civil” como o ministério a chama, passou por consulta coordenada por ele na qual houve mais de duas mil contribuições.
Para Poppi, a tecnologia digital pode ser um meio extraordinário de participação política. Cita como exemplo um episódio recente envolvendo uma professora do Rio Grande do Norte chamada Amanda Gurgel.
Em audiência pública na Assembléia Legislativa sobre salário dos professores, ela fez um discurso forte sobre a realidade da categoria que constrangeu os parlamentares. O vídeo com a manifestação foi parar no youtube, virou hit na internet e tornou-se assunto discutido pela população em mesa de bar. “Se não fosse a tecnologia, a fala dessa professora teria impacto apenas local”, afirma Poppi.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Bolsonaro na mira do Conselho de Ética
Por Altamiro Borges
Em decisão tomada na tarde de hoje (15), o Conselho de Ética da Câmara Federal decidiu abrir processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). O fascistoide terá agora que explicar as suas declarações racistas contra a cantora Preta Gil no programa CQC. Ele também terá que esclarecer as baixarias e as ameaças de agressão contra a senadora Marinor Brito, em 12 de maio.
Em decisão tomada na tarde de hoje (15), o Conselho de Ética da Câmara Federal decidiu abrir processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). O fascistoide terá agora que explicar as suas declarações racistas contra a cantora Preta Gil no programa CQC. Ele também terá que esclarecer as baixarias e as ameaças de agressão contra a senadora Marinor Brito, em 12 de maio.
Fora Micarla agita Natal
Por Tiago Negreiros, no blog Maria Frô:
Micarla de Sousa (PV) parece ter entrado no seu mais delicado e tenso período desde que assumiu a Prefeitura de Natal. Faz tempo que a alta rejeição da prefeita – próxima aos 80% – deixou de ser novidade. A diferença agora é que a população, em uma reação inédita na cidade desde a redemocratização do país, tem feito várias manifestações para pressionar Micarla a deixar o cargo.
Micarla de Sousa (PV) parece ter entrado no seu mais delicado e tenso período desde que assumiu a Prefeitura de Natal. Faz tempo que a alta rejeição da prefeita – próxima aos 80% – deixou de ser novidade. A diferença agora é que a população, em uma reação inédita na cidade desde a redemocratização do país, tem feito várias manifestações para pressionar Micarla a deixar o cargo.
Mídia se cala sobre o Datafolha
Por Marcos Coimbra, no Correio Braziliense:
É claro que isso começou depois do fim da ditadura. Entre 1964 e a redemocratização, elas foram parcimoniosamente realizadas e divulgadas. Sem eleições para o executivo, a não ser em cidades do interior, quase ninguém fazia pesquisas de intenção de voto. E, dado que a opinião pública é pouco (ou nada) relevante nos regimes autoritários, tampouco se faziam pesquisas sobre os sentimentos e avaliações da população a respeito de temas administrativos e governamentais.
É claro que isso começou depois do fim da ditadura. Entre 1964 e a redemocratização, elas foram parcimoniosamente realizadas e divulgadas. Sem eleições para o executivo, a não ser em cidades do interior, quase ninguém fazia pesquisas de intenção de voto. E, dado que a opinião pública é pouco (ou nada) relevante nos regimes autoritários, tampouco se faziam pesquisas sobre os sentimentos e avaliações da população a respeito de temas administrativos e governamentais.
A força das mulheres no governo Humala
Por Jacqueline Fowks, no sítio Opera Mundi:
O governo do presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, tem tudo para ser marcado pela influência feminina. Isso porque três mulheres figuram como peças-chave na futura administração do nacionalista peruano, que assume em 28 de julho. São elas a vice-presidente eleita do Peru, Marisol Espinoza; a esposa de Humala e fundadora do Ganha Peru, Nadine Heredia e a jovem deputada eleita por Cusco, Veronika Mendoza.
O governo do presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, tem tudo para ser marcado pela influência feminina. Isso porque três mulheres figuram como peças-chave na futura administração do nacionalista peruano, que assume em 28 de julho. São elas a vice-presidente eleita do Peru, Marisol Espinoza; a esposa de Humala e fundadora do Ganha Peru, Nadine Heredia e a jovem deputada eleita por Cusco, Veronika Mendoza.
terça-feira, 14 de junho de 2011
II Blogprog será transmitido ao vivo
Da redação da Redação da Rede Brasil Atual:
A Rede Brasil Atual e a Rede TVT transmitem ao vivo a partir desta sexta-feira (17) o segundo Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas (BlogProg), direto do auditório da CNTC (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio), em Brasília. Ao todo, estarão envolvidos na transmissão cerca de dez profissionais. O blogueiro Emerson Luis, do Nas Retinas e do podcast Na Varanda, participa da transmissão ao lado do editor da Rede Brasil Atual, Ricardo Negrão.
A cobertura especial começa logo na sexta-feira à noite, a partir das 19h, com as presenças confirmadas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
No sábado, a transmissão começa logo pela manhã, com a discussão sobre mídia e a luta por um novo marco regulatório da comunicação. O encontro acaba, no domingo, com uma plenária.
Redes Sociais
A transmissão seguirá durante todo o evento, levando pelos sites entrevistas, discussões e debates. Os usuários do Twitter vão usar a hashtag #2BlogProg e o link para o ao vivo (http://bit.ly/BlogProg), além de informações nos perfis da Rede Brasil Atual e Rede TVT. Também a partir da sexta-feira estará disponível o embed para que blogueiros também possam transmitir em seus espaços as discussões.
A Rede Brasil Atual e a Rede TVT transmitem ao vivo a partir desta sexta-feira (17) o segundo Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas (BlogProg), direto do auditório da CNTC (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio), em Brasília. Ao todo, estarão envolvidos na transmissão cerca de dez profissionais. O blogueiro Emerson Luis, do Nas Retinas e do podcast Na Varanda, participa da transmissão ao lado do editor da Rede Brasil Atual, Ricardo Negrão.
A cobertura especial começa logo na sexta-feira à noite, a partir das 19h, com as presenças confirmadas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
No sábado, a transmissão começa logo pela manhã, com a discussão sobre mídia e a luta por um novo marco regulatório da comunicação. O encontro acaba, no domingo, com uma plenária.
Redes Sociais
A transmissão seguirá durante todo o evento, levando pelos sites entrevistas, discussões e debates. Os usuários do Twitter vão usar a hashtag #2BlogProg e o link para o ao vivo (http://bit.ly/BlogProg), além de informações nos perfis da Rede Brasil Atual e Rede TVT. Também a partir da sexta-feira estará disponível o embed para que blogueiros também possam transmitir em seus espaços as discussões.
Será a blogosfera a liberdade?
Por Marlos Mello, no Observatório da Imprensa:
Em meio à agenda de questões que pautam o país, uma não sai ou não deveria sair de nossas discussões: qual o poder de uma denúncia feita pela imprensa brasileira? Por favor, peço que não se espantem e reflitam comigo durante este curto espaço-tempo que temos.
Primeiramente, pretendo apresentar algumas hipóteses de como as denúncias se formam, depois vou aproveitar para fazer algumas provocações sobre o comportamento d@s brasileir@s frente aos escândalos políticos e ao final vou insurgir problematizando o papel da blogosfera progressista na sociedade brasileira.
Num primeiro olhar, minha análise concerne ao sentido de relacionar denúncias a mitos. Digo isso porque tanto as denúncias como os mitos surgem sempre em períodos de crises, em tom de grande descoberta. Assim, não passa pela cabeça de ninguém negar, ou ao menos pensar, o que, aparentemente, se apresenta como óbvio. Ora, as concepções de uma denúncia e de um mito são claramente expressas nas suas “evidências” e a sua natureza é deliberada na argumentação do provável, do que não tem razão em não ser. Dessa forma, na maioria das denúncias, a qualificação dos denunciantes acaba ficando em segundo plano e, em alguns casos, nem é levada em conta.
Escândalos políticos
Com efeito, no Brasil, uma denúncia divulgada por uma grande empresa de comunicação (por exemplo, jornais e revistas de grande circulação) pode, por muito tempo, figurar como verdade nos mais diversos e diferentes órgãos de imprensa. Para os partidários de tal denúncia, parece natural presumir que ela seja verdade. Semelhante lógica de pensamento é retratada por Cármides na comédia de Plauto, onde ele diz: “Se a moça te agrada, o dote que ela traz deve agradar-te também.” Ou seja, se a denúncia “te agrada”, as consequências dela devem te agradar também. Daí resulta o método de contentamento com as opiniões dos comentaristas e comunicadores que, atualmente, estão de plantão nas portas das rádios e televisões dos grandes grupos de comunicação exercendo o papel de legitimadores do “óbvio”, ou seja, do que não pode ser negado, do “só não vê quem não quer”, algo assim.
Nos últimos anos, assistimos a uma enxurrada de denúncias propagadas pela imprensa brasileira, geralmente relacionadas a questões políticas e, especialmente, aos políticos. Evidentemente, não podemos nos fixar apenas na análise, nas causas e nas consequências dessas denúncias. Nossa intenção é pensar o comportamento d@s brasileir@s frente a essas denúncias, chamadas ocasionalmente de escândalos políticos.
Não é de hoje que ouvimos falar de escândalos políticos e por isso não entraremos no mérito do seu significado. No entanto, sugerimos o livro O Escândalo Político, de John Thompson, de 2002, como uma boa opção para quem desejar se aprofundar nesse conceito. Porém, não podemos deixar de lado a tese do livro de Thompson, que sugere estarmos vivendo num contexto onde os escândalos são uma “característica endêmica da cultura política” (p. 151). Nesse sentido, pode-se dizer que os escândalos políticos não são situações ocasionais que ocorrem isoladamente.
A coerência das denúncias
Segundo Thompson, “o escândalo se tornou um risco inerente à profissão dos que transitam pelo espaço público” (p. 151) e, a despeito de sua ocorrência, há uma tendência ao comportamento ambivalente por parte da população. Por um lado, “muitas pessoas podem achar que os escândalos trazem uma contribuição legitima, embora às vezes sensacionalista, à vida política” (p. 152), mas por outro, “muitas pessoas podem estar cansadas de escândalos e desacreditarem da intenção da mídia” (p. 152). Esse “cansaço” é chamado por Thompson de “exaustão de escândalo”.
Nesse sentido, acreditamos que a população brasileira também está sofrendo desse fenômeno mundial – exaustão de escândalo – citado por Thompson. A banalização, a quantidade de escândalos e a forma como eles são propagados pela imprensa brasileira pode estar causando nas pessoas uma dificuldade de discernir o que deve ser levado em conta e o que é especulação.
É importante destacar que os grandes grupos de comunicação utilizam duas estratégias principais para propagar os escândalos: a repetição e a especulação. A primeira porque, de tanto repetir um mesmo fato, ele acaba ganhando mais força e, em tese, maior credibilidade. No entanto, é através da especulação que os escândalos ganham vida. A especulação funciona como uma conversa que, a cada momento, a cada dia, ganha novas valorações e interpretações por parte dos comunicadores e comentaristas. Para que o leitor não se perca, pense nos capítulos de uma novela e, por favor, compare se não há uma semelhança na forma como a imprensa conduz os escândalos políticos. Na prática, o que ocorre é uma “costura” lógica entre as informações propagadas e as interpretações e valorações daqueles que as emitem.
Assim, o que o leitor/ouvinte/telespectador/internauta debate é, certamente, a imagem dos fatos pela ótica daquele que a emite. No entanto, a própria imagem de escândalo político está sendo questionada, tanto na sua prática quanto conceitualmente. Toda uma variedade de práticas, dentre elas o acesso às diversas e diferentes tecnologias, tem posto em questão a unidade, a naturalidade e a coerência das denúncias divulgadas pela imprensa.
Democratização da comunicação
De qualquer modo, antes de seguirmos adiante não podemos deixar de destacar que os escândalos políticos deram origem a um fenômeno chamado jornalismo especulativo. Nesse caso, segundo Vera Chaia, os jornalistas se consideram “guardiões do interesse público” e atuam no sentido de revelar os segredos dos poderes. Também não se pode deixar de considerar que existe um interesse comercial na divulgação dos escândalos, já que esse fenômeno “vende”.
As novas tecnologias perturbam a naturalidade das denúncias divulgadas pela imprensa e suas fronteiras em relação ao que é eficazmente reproduzido ao longo de muito tempo. Se antes uma notícia publicada pela imprensa demorava muito tempo para ser desmentida – e, muitas vezes, nem era –, atualmente, muito por causa dos blogueiros, há uma transformação no exercício do poder político na democracia brasileira. Ou seja, a blogosfera está transformando a forma pela qual o brasileiro está tendo acesso às informações e discussões que pautam o seu cotidiano. Nesse sentido, é possível acreditar que estamos no caminho de uma verdadeira democracia, em que todos tenham voz.
Não entraremos no mérito da discussão se a blogosfera é progressista ou não, como já foi feito em outros artigos. Nosso interesse é considerar o papel transformador dos blogueiros. Estes, através da organização de encontros regionais, estão discutindo e consolidando o seu papel na democracia brasileira. Assim, acreditamos que a luta pela democratização da comunicação, contra qualquer tipo de censura e por políticas públicas de incentivo à pluralidade e à diversidade informativas, é a grande marca dos blogueiros brasileiros.
Na prática, ainda é cedo para enfatizarmos essa mudança, porém salta à vista que há uma articulação para que a democratização da comunicação se torne uma realidade. No entanto, para que ela aconteça é preciso prudência e firmeza para seguir adiante.
***
2º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas
Abaixo está a programação do encontro, que ocorrerá nos dias 17, 18 e 19 de junho em Brasília.
Programação
Dia 17 de junho, sexta-feira
17 horas - Início do credenciamento
19 horas - Palestra do ministro Paulo Bernardo sobre os desafios da comunicação no governo Dilma Rousseff;
21 horas - Festa de confraternização
Dia 18 de junho, sábado
9 horas - A luta por um novo marco regulatório da comunicação
- Deputada Luiza Erundina – coordenadora da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão;
- Jurista Fábio Konder Comparato – autor da Ação de Omissão (ADO) do Congresso Nacional na regulamentação da comunicação;
- Professor Venício Lima – autor do livro recém-lançado Regulação das comunicações
14 horas - Oficinas autogestionadas e simultâneas
1 - Os partidos e a luta pela democratização da comunicação
- José Dirceu (PT), João Arruda (PMDB), Brizola Neto (PDT), Renato Rabelo (PCdoB), Randolfe Rodrigues (PSOL) – Mediação: José Augusto Valente;
2 - O sindicalismo na era da internet
- Artur Henrique (CUT), Luis Carlos Mota (FS), Nivaldo Santana (CTB), Ricardo Patah (UGT), Ubiraci Dantas (CGTB) e Toninho (Diap) – Mediação: Rita Casaro;
3 - A política da internet, tecnologias e a neutralidade na rede
- Sérgio Amadeu, Marcelo Branco, Ricardo Poppi, José Carlos Caribé, Tatiane Pires – mediação: Diego Casaes;
4 - “Arte, humor, militância e compromisso: agora por nós mesmos. Compartilhando experiências”
- Mediação: Sérgio Teles e Paula Marcondes;
5 - Reforma agrária e as perspectivas na comunicação.
- Gilmar Mauro, Rodrigo Vianna, Letícia Silva, Sergio Sauer – Mediação: Igor Felippe;
6 - Mulheres na blogosfera
- Luka da Rosa, Amanda Vieira, Mayara Melo – Mediação: Niara de Oliveira;
7 - Perseguição e censura contra a blogosfera
- Paulo Henrique Amorim, Esmael Morais e Lino Bocchini – Mediação: Altamiro Borges.
8 - A militância digital e as redes sociais
- Eduardo Guimarães, Luis Carlos Azenha, Conceição Oliveira (Maria Frô) – Mediação: Conceição Lemes
9 - Lan houses e a internet na periferia
- Mediação: Mario Brandão.
10 - A economia da outra comunicação: os caminhos e desafios da sustentabilidade da blogosfera
- Ladislau Dowbor, Marcio Pochmann, Clayton Mello – Mediação: Renato Rovai
• Oficina sobre ferramentas do blog – Mesa: Marcos Lemos;
Dia 19 de junho, domingo
9 horas - Reuniões em grupo: troca de experiência, balanço e desafios da blogosfera progressista;
14 horas - Plenária final: aprovação da carta dos blogueiros e constituição da nova comissão nacional organizadora
***
Referências
CHAIA, VERA e TEIXEIRA, MARCO ANTONIO. Democracia e escândalos políticos.São Paulo Perspec. [online]. 2001, vol.15 n.4, pp.62-75. ISSN 0102-8839. doi: 10.1590/S0102-88392001000400008.
***
* Psicólogo social, Porto Alegre.
Em meio à agenda de questões que pautam o país, uma não sai ou não deveria sair de nossas discussões: qual o poder de uma denúncia feita pela imprensa brasileira? Por favor, peço que não se espantem e reflitam comigo durante este curto espaço-tempo que temos.
Primeiramente, pretendo apresentar algumas hipóteses de como as denúncias se formam, depois vou aproveitar para fazer algumas provocações sobre o comportamento d@s brasileir@s frente aos escândalos políticos e ao final vou insurgir problematizando o papel da blogosfera progressista na sociedade brasileira.
Num primeiro olhar, minha análise concerne ao sentido de relacionar denúncias a mitos. Digo isso porque tanto as denúncias como os mitos surgem sempre em períodos de crises, em tom de grande descoberta. Assim, não passa pela cabeça de ninguém negar, ou ao menos pensar, o que, aparentemente, se apresenta como óbvio. Ora, as concepções de uma denúncia e de um mito são claramente expressas nas suas “evidências” e a sua natureza é deliberada na argumentação do provável, do que não tem razão em não ser. Dessa forma, na maioria das denúncias, a qualificação dos denunciantes acaba ficando em segundo plano e, em alguns casos, nem é levada em conta.
Escândalos políticos
Com efeito, no Brasil, uma denúncia divulgada por uma grande empresa de comunicação (por exemplo, jornais e revistas de grande circulação) pode, por muito tempo, figurar como verdade nos mais diversos e diferentes órgãos de imprensa. Para os partidários de tal denúncia, parece natural presumir que ela seja verdade. Semelhante lógica de pensamento é retratada por Cármides na comédia de Plauto, onde ele diz: “Se a moça te agrada, o dote que ela traz deve agradar-te também.” Ou seja, se a denúncia “te agrada”, as consequências dela devem te agradar também. Daí resulta o método de contentamento com as opiniões dos comentaristas e comunicadores que, atualmente, estão de plantão nas portas das rádios e televisões dos grandes grupos de comunicação exercendo o papel de legitimadores do “óbvio”, ou seja, do que não pode ser negado, do “só não vê quem não quer”, algo assim.
Nos últimos anos, assistimos a uma enxurrada de denúncias propagadas pela imprensa brasileira, geralmente relacionadas a questões políticas e, especialmente, aos políticos. Evidentemente, não podemos nos fixar apenas na análise, nas causas e nas consequências dessas denúncias. Nossa intenção é pensar o comportamento d@s brasileir@s frente a essas denúncias, chamadas ocasionalmente de escândalos políticos.
Não é de hoje que ouvimos falar de escândalos políticos e por isso não entraremos no mérito do seu significado. No entanto, sugerimos o livro O Escândalo Político, de John Thompson, de 2002, como uma boa opção para quem desejar se aprofundar nesse conceito. Porém, não podemos deixar de lado a tese do livro de Thompson, que sugere estarmos vivendo num contexto onde os escândalos são uma “característica endêmica da cultura política” (p. 151). Nesse sentido, pode-se dizer que os escândalos políticos não são situações ocasionais que ocorrem isoladamente.
A coerência das denúncias
Segundo Thompson, “o escândalo se tornou um risco inerente à profissão dos que transitam pelo espaço público” (p. 151) e, a despeito de sua ocorrência, há uma tendência ao comportamento ambivalente por parte da população. Por um lado, “muitas pessoas podem achar que os escândalos trazem uma contribuição legitima, embora às vezes sensacionalista, à vida política” (p. 152), mas por outro, “muitas pessoas podem estar cansadas de escândalos e desacreditarem da intenção da mídia” (p. 152). Esse “cansaço” é chamado por Thompson de “exaustão de escândalo”.
Nesse sentido, acreditamos que a população brasileira também está sofrendo desse fenômeno mundial – exaustão de escândalo – citado por Thompson. A banalização, a quantidade de escândalos e a forma como eles são propagados pela imprensa brasileira pode estar causando nas pessoas uma dificuldade de discernir o que deve ser levado em conta e o que é especulação.
É importante destacar que os grandes grupos de comunicação utilizam duas estratégias principais para propagar os escândalos: a repetição e a especulação. A primeira porque, de tanto repetir um mesmo fato, ele acaba ganhando mais força e, em tese, maior credibilidade. No entanto, é através da especulação que os escândalos ganham vida. A especulação funciona como uma conversa que, a cada momento, a cada dia, ganha novas valorações e interpretações por parte dos comunicadores e comentaristas. Para que o leitor não se perca, pense nos capítulos de uma novela e, por favor, compare se não há uma semelhança na forma como a imprensa conduz os escândalos políticos. Na prática, o que ocorre é uma “costura” lógica entre as informações propagadas e as interpretações e valorações daqueles que as emitem.
Assim, o que o leitor/ouvinte/telespectador/internauta debate é, certamente, a imagem dos fatos pela ótica daquele que a emite. No entanto, a própria imagem de escândalo político está sendo questionada, tanto na sua prática quanto conceitualmente. Toda uma variedade de práticas, dentre elas o acesso às diversas e diferentes tecnologias, tem posto em questão a unidade, a naturalidade e a coerência das denúncias divulgadas pela imprensa.
Democratização da comunicação
De qualquer modo, antes de seguirmos adiante não podemos deixar de destacar que os escândalos políticos deram origem a um fenômeno chamado jornalismo especulativo. Nesse caso, segundo Vera Chaia, os jornalistas se consideram “guardiões do interesse público” e atuam no sentido de revelar os segredos dos poderes. Também não se pode deixar de considerar que existe um interesse comercial na divulgação dos escândalos, já que esse fenômeno “vende”.
As novas tecnologias perturbam a naturalidade das denúncias divulgadas pela imprensa e suas fronteiras em relação ao que é eficazmente reproduzido ao longo de muito tempo. Se antes uma notícia publicada pela imprensa demorava muito tempo para ser desmentida – e, muitas vezes, nem era –, atualmente, muito por causa dos blogueiros, há uma transformação no exercício do poder político na democracia brasileira. Ou seja, a blogosfera está transformando a forma pela qual o brasileiro está tendo acesso às informações e discussões que pautam o seu cotidiano. Nesse sentido, é possível acreditar que estamos no caminho de uma verdadeira democracia, em que todos tenham voz.
Não entraremos no mérito da discussão se a blogosfera é progressista ou não, como já foi feito em outros artigos. Nosso interesse é considerar o papel transformador dos blogueiros. Estes, através da organização de encontros regionais, estão discutindo e consolidando o seu papel na democracia brasileira. Assim, acreditamos que a luta pela democratização da comunicação, contra qualquer tipo de censura e por políticas públicas de incentivo à pluralidade e à diversidade informativas, é a grande marca dos blogueiros brasileiros.
Na prática, ainda é cedo para enfatizarmos essa mudança, porém salta à vista que há uma articulação para que a democratização da comunicação se torne uma realidade. No entanto, para que ela aconteça é preciso prudência e firmeza para seguir adiante.
***
2º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas
Abaixo está a programação do encontro, que ocorrerá nos dias 17, 18 e 19 de junho em Brasília.
Programação
Dia 17 de junho, sexta-feira
17 horas - Início do credenciamento
19 horas - Palestra do ministro Paulo Bernardo sobre os desafios da comunicação no governo Dilma Rousseff;
21 horas - Festa de confraternização
Dia 18 de junho, sábado
9 horas - A luta por um novo marco regulatório da comunicação
- Deputada Luiza Erundina – coordenadora da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão;
- Jurista Fábio Konder Comparato – autor da Ação de Omissão (ADO) do Congresso Nacional na regulamentação da comunicação;
- Professor Venício Lima – autor do livro recém-lançado Regulação das comunicações
14 horas - Oficinas autogestionadas e simultâneas
1 - Os partidos e a luta pela democratização da comunicação
- José Dirceu (PT), João Arruda (PMDB), Brizola Neto (PDT), Renato Rabelo (PCdoB), Randolfe Rodrigues (PSOL) – Mediação: José Augusto Valente;
2 - O sindicalismo na era da internet
- Artur Henrique (CUT), Luis Carlos Mota (FS), Nivaldo Santana (CTB), Ricardo Patah (UGT), Ubiraci Dantas (CGTB) e Toninho (Diap) – Mediação: Rita Casaro;
3 - A política da internet, tecnologias e a neutralidade na rede
- Sérgio Amadeu, Marcelo Branco, Ricardo Poppi, José Carlos Caribé, Tatiane Pires – mediação: Diego Casaes;
4 - “Arte, humor, militância e compromisso: agora por nós mesmos. Compartilhando experiências”
- Mediação: Sérgio Teles e Paula Marcondes;
5 - Reforma agrária e as perspectivas na comunicação.
- Gilmar Mauro, Rodrigo Vianna, Letícia Silva, Sergio Sauer – Mediação: Igor Felippe;
6 - Mulheres na blogosfera
- Luka da Rosa, Amanda Vieira, Mayara Melo – Mediação: Niara de Oliveira;
7 - Perseguição e censura contra a blogosfera
- Paulo Henrique Amorim, Esmael Morais e Lino Bocchini – Mediação: Altamiro Borges.
8 - A militância digital e as redes sociais
- Eduardo Guimarães, Luis Carlos Azenha, Conceição Oliveira (Maria Frô) – Mediação: Conceição Lemes
9 - Lan houses e a internet na periferia
- Mediação: Mario Brandão.
10 - A economia da outra comunicação: os caminhos e desafios da sustentabilidade da blogosfera
- Ladislau Dowbor, Marcio Pochmann, Clayton Mello – Mediação: Renato Rovai
• Oficina sobre ferramentas do blog – Mesa: Marcos Lemos;
Dia 19 de junho, domingo
9 horas - Reuniões em grupo: troca de experiência, balanço e desafios da blogosfera progressista;
14 horas - Plenária final: aprovação da carta dos blogueiros e constituição da nova comissão nacional organizadora
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Referências
CHAIA, VERA e TEIXEIRA, MARCO ANTONIO. Democracia e escândalos políticos.São Paulo Perspec. [online]. 2001, vol.15 n.4, pp.62-75. ISSN 0102-8839. doi: 10.1590/S0102-88392001000400008.
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* Psicólogo social, Porto Alegre.
As críticas do ex-presidente da Telebrás
Por Jacson Segundo, no Observatório do Direito à Comunicação:
Em 26 de agosto de 2010, a Telebrás divulgou uma lista com as cem primeiras cidades que seriam incluídas no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). A promessa era já naquele ano começar a cumprir a meta de atender a 1.163 municípios até o fim de 2011. Não deu certo. Só depois de quase 10 meses, em 8 de junho, é que a empresa foi assinar um contrato com o primeiro provedor a ingressar no PNBL, em Santo Antônio do Descoberto (GO). Com um enxugamento de recursos e um cronograma super atrasado, a Telebrás hoje não é bem aquela que se desenhou como a principal novidade do programa governamental de massificação da internet.
Nesse ritmo, é bem provável que o governo não cumpra sua meta, que é conectar 4.283 municípios de todas as regiões, elevando o número de domicílios com banda larga de 12 milhões (2009) para 40 milhões em 2014. O ex-presidente da Telebrás, Rogério Santanna, demitido em 31 de maio deste ano, já havia dito que o contingenciamento de recursos inviabilizaria o atendimento das cidades previstas para 2011. Ele trabalhava com um número de 800 municípios, mas agora, é ainda mais pessimista. Embora ainda não possa revelar um dado mais concreto, sua previsão é de uma diminuição ainda mais drástica. “ (O governo) não vai conseguir atender as metas se não houver recomposição do orçamento”, afirmou ele, em entrevista a este Observatório.
Recompor o orçamento não parece estar nos planos do governo, e essa tem sido a justificativa usada pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, para aumentar cada vez mais a participação do setor privado no PNBL. Nas contas do ministro é preciso R$ 7 bilhões para cumprir a meta do Plano, mas a presidente Dilma Rousseff só autorizou a liberação de R$ 1 bilhão por ano. É essa diferença que Paulo Bernardo está negociando com as empresas privadas.
O último movimento do Ministério das Comunicações (Minicom) é preencher essa lacuna com parcerias público-privadas, criando cotas da rede para empresas. Segundo Paulo Bernardo, um banco privado já demonstrou interesse. Na lógica de Paulo Bernardo, o fundamental é cumprir as metas. “Não importa a cor do gato, contanto que ele cace o rato”, já manifestou ele.
Mas não era esse o plano de Rogério Santanna. Para ele, o governo erra ao fazer esse tipo de negociação neste momento. Sua opção, se fosse mantido no comando da Telebrás, seria fortalecê-la (com recursos e profissionais) e expandir sua rede primeiro. “Uma coisa é negociar tendo rede outra é sem ter nada. O montante faltante não precisaria ser negociado agora. Isso não foi discutido comigo. Ele (Paulo Bernardo) apenas chamou meu diretor (Caio Bonilha, atual presidente da Telebrás) e conversou com ele sobre isso”, relatou Santanna, claramente aborrecido. Na sua visão, daqui a uns anos a empresa começaria a ter lucros, o que mudaria o cenário. Talvez tenha sido este o motivo central de sua substituição.
Recursos
Nas contas de Rogério Santanna são necessários R$ 5,7 bilhões para o cumprimento das metas do PNBL e não R$ 7 bilhões. Mesmo assim, será preciso uma virada financeira considerável neste momento se o Ministério quiser realmente gastar os R$ 4 bilhões prometidos por Dilma (isso se a verba de 2011 for recomposta) para usar os mais de 30 mil quilômetros de fibras pertencentes a seus parceiros, como Petrobras, Eletrobrás, Furnas e Chesf. Até agora, a realidade tem sido outra, de contingenciamento.
Inicialmente, a Telebrás deveria ter recebido até 2011 R$ 1 bilhão. O aporte inicial de R$ 600 milhões se transformou em R$ 316 milhões. Este ano, a empresa esperava receber R$ 400 milhões, mas foi contemplada com apenas R$ 226 milhões. E ainda assim, com contingenciamento, chegaram aos cofres da empresa apenas R$ 50 milhões. Os contratos já acordados pela Telebrás para a implementação da rede nacional (backbone) e o acesso até a sede dos municípios contemplados pelo PNBL (backhaul) somam R$ 207,4 milhões.
Mas porque tantos cortes? “É uma boa pergunta. Talvez o Paulo Bernardo saiba”, critica Rogério Santanna. Embora compreenda que tal política foi adotada por todo o governo, Santanna defende que a Telebrás foi prejudicada. “O corte deste ano foi de 75% na Telebrás enquanto em todo o Minicom foi de 50%”, comparou.
Divergências
Oficialmente o ministro Paulo Bernardo disse que a troca na presidência da Telebrás foi para melhorar as relações institucionais com a empresa. Um modo diplomático de dizer que não havia mais entendimento entre os dois. A entrada de Caio Bonilha, que era diretor comercial da empresa, é um sinal de que o ministro não via em Santanna um bom administrador. E fazia tempo.
Em entrevista ao Valor Econômico, em 25 de abril, o ministro deu a seguinte declaração sobre um bloqueio que a empresa teve em seu orçamento: “o Tesouro não vai liberar dinheiro se não há nada projetado”. O recado era para Santanna. Da mesma forma, Paulo Bernardo atribuiu ao ex-presidente da Telebrás a demora para assinar o contrato com a Petrobras e a Eletrobras, para uso de suas fibras. “Não tinha prioridade dentro dessas empresas. Não foi um problema da Telebrás”, defende-se Santanna.
Mas alguns fatos demonstram que a demissão não aconteceu apenas por problemas administrativos. Toda vez que tem oportunidade, o ministro Paulo Bernardo reforça que o papel da Telebrás não é competir com as teles. Para Santanna, a rede pública devia privilegiar locais não atendidos, mas não se restringir a eles. “Periferia das grandes cidades não são atendidas e tem mercado”, pontou ele, frisando que o problema central a ser atacado pelo PNBL é a falta de concorrência: “Embratel/Net, Telefônica, Oi, CTBC e GVT controlam 95% do mercado de prestação de serviços de banda larga no país porque detém as redes de transporte da informação”.
PGMU
Depois da aprovação do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) III, em 2 de junho pelo Conselho da Anatel, o PNBL tornou-se ainda mais central para o governo. No começo da gestão Dilma, ainda havia uma vontade de que as teles fossem obrigadas a expandir suas redes por meio do plano de universalização, mas as empresas foram contra e no fim das contas levaram – ou negociaram – a batalha. Basicamente o PGMU III cria um programa especial de telefone fixo mais barato para pessoas do Bolsa Família (Aice) e reorganiza a distribuição de orelhões no país.
Em contrapartida, o governo pediu que as operadoras fizessem ofertas para baratear e melhorar o serviço onde ele já existe. As teles têm feito propostas tacanhas. De antemão, já manifestaram a possibilidade de oferecer a banda larga no preço que o PNBL estipula (1megabite por R$ 35) apenas em locais menos populosos, de baixo Índice de Desenvolvimento Humano e ainda assim fazendo a venda casada com outros serviços. Especula-se que essa negociação foi responsável pela queda de Nelson Fugimoto da Secretaria de Telecomunicações do Minicom.
O ex-presidente da Telebrás acredita que acordo do PGMU III foi ruim. “Deviam (as empresas) ampliar o backhaul. Há uma clara aproximação do governo com as teles. O PGMU é um dos elementos”, sentencia Santanna, que também foi secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento do governo Lula.
Demissão
Rogério Santanna não esconde a insatisfação com a forma como foi conduzida sua substituição. Segundo ele, nada havia sido conversado antes – e também não foi até agora - e diz que foi informado por jornais. “Foi um procedimento deselegante no mínimo”, diz. Ele afirma também que até hoje não sabe ao certo o motivo de sua saída. “Não houve debate sobre o que era divergente. O ministério nunca se reuniu comigo presente”, reclama.
Na sua versão, ele estaria contrariando o interesses de algumas operadoras. Ele vai cumprir quatro meses de quarentena e depois diz que estará aberto a propostas de trabalho. As substituições de Santanna e de Fugimoto são um indicativo de que mais mudanças de rumo no projeto do governo para massificar a internet devem estar a caminho.
Em 26 de agosto de 2010, a Telebrás divulgou uma lista com as cem primeiras cidades que seriam incluídas no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). A promessa era já naquele ano começar a cumprir a meta de atender a 1.163 municípios até o fim de 2011. Não deu certo. Só depois de quase 10 meses, em 8 de junho, é que a empresa foi assinar um contrato com o primeiro provedor a ingressar no PNBL, em Santo Antônio do Descoberto (GO). Com um enxugamento de recursos e um cronograma super atrasado, a Telebrás hoje não é bem aquela que se desenhou como a principal novidade do programa governamental de massificação da internet.
Nesse ritmo, é bem provável que o governo não cumpra sua meta, que é conectar 4.283 municípios de todas as regiões, elevando o número de domicílios com banda larga de 12 milhões (2009) para 40 milhões em 2014. O ex-presidente da Telebrás, Rogério Santanna, demitido em 31 de maio deste ano, já havia dito que o contingenciamento de recursos inviabilizaria o atendimento das cidades previstas para 2011. Ele trabalhava com um número de 800 municípios, mas agora, é ainda mais pessimista. Embora ainda não possa revelar um dado mais concreto, sua previsão é de uma diminuição ainda mais drástica. “ (O governo) não vai conseguir atender as metas se não houver recomposição do orçamento”, afirmou ele, em entrevista a este Observatório.
Recompor o orçamento não parece estar nos planos do governo, e essa tem sido a justificativa usada pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, para aumentar cada vez mais a participação do setor privado no PNBL. Nas contas do ministro é preciso R$ 7 bilhões para cumprir a meta do Plano, mas a presidente Dilma Rousseff só autorizou a liberação de R$ 1 bilhão por ano. É essa diferença que Paulo Bernardo está negociando com as empresas privadas.
O último movimento do Ministério das Comunicações (Minicom) é preencher essa lacuna com parcerias público-privadas, criando cotas da rede para empresas. Segundo Paulo Bernardo, um banco privado já demonstrou interesse. Na lógica de Paulo Bernardo, o fundamental é cumprir as metas. “Não importa a cor do gato, contanto que ele cace o rato”, já manifestou ele.
Mas não era esse o plano de Rogério Santanna. Para ele, o governo erra ao fazer esse tipo de negociação neste momento. Sua opção, se fosse mantido no comando da Telebrás, seria fortalecê-la (com recursos e profissionais) e expandir sua rede primeiro. “Uma coisa é negociar tendo rede outra é sem ter nada. O montante faltante não precisaria ser negociado agora. Isso não foi discutido comigo. Ele (Paulo Bernardo) apenas chamou meu diretor (Caio Bonilha, atual presidente da Telebrás) e conversou com ele sobre isso”, relatou Santanna, claramente aborrecido. Na sua visão, daqui a uns anos a empresa começaria a ter lucros, o que mudaria o cenário. Talvez tenha sido este o motivo central de sua substituição.
Recursos
Nas contas de Rogério Santanna são necessários R$ 5,7 bilhões para o cumprimento das metas do PNBL e não R$ 7 bilhões. Mesmo assim, será preciso uma virada financeira considerável neste momento se o Ministério quiser realmente gastar os R$ 4 bilhões prometidos por Dilma (isso se a verba de 2011 for recomposta) para usar os mais de 30 mil quilômetros de fibras pertencentes a seus parceiros, como Petrobras, Eletrobrás, Furnas e Chesf. Até agora, a realidade tem sido outra, de contingenciamento.
Inicialmente, a Telebrás deveria ter recebido até 2011 R$ 1 bilhão. O aporte inicial de R$ 600 milhões se transformou em R$ 316 milhões. Este ano, a empresa esperava receber R$ 400 milhões, mas foi contemplada com apenas R$ 226 milhões. E ainda assim, com contingenciamento, chegaram aos cofres da empresa apenas R$ 50 milhões. Os contratos já acordados pela Telebrás para a implementação da rede nacional (backbone) e o acesso até a sede dos municípios contemplados pelo PNBL (backhaul) somam R$ 207,4 milhões.
Mas porque tantos cortes? “É uma boa pergunta. Talvez o Paulo Bernardo saiba”, critica Rogério Santanna. Embora compreenda que tal política foi adotada por todo o governo, Santanna defende que a Telebrás foi prejudicada. “O corte deste ano foi de 75% na Telebrás enquanto em todo o Minicom foi de 50%”, comparou.
Divergências
Oficialmente o ministro Paulo Bernardo disse que a troca na presidência da Telebrás foi para melhorar as relações institucionais com a empresa. Um modo diplomático de dizer que não havia mais entendimento entre os dois. A entrada de Caio Bonilha, que era diretor comercial da empresa, é um sinal de que o ministro não via em Santanna um bom administrador. E fazia tempo.
Em entrevista ao Valor Econômico, em 25 de abril, o ministro deu a seguinte declaração sobre um bloqueio que a empresa teve em seu orçamento: “o Tesouro não vai liberar dinheiro se não há nada projetado”. O recado era para Santanna. Da mesma forma, Paulo Bernardo atribuiu ao ex-presidente da Telebrás a demora para assinar o contrato com a Petrobras e a Eletrobras, para uso de suas fibras. “Não tinha prioridade dentro dessas empresas. Não foi um problema da Telebrás”, defende-se Santanna.
Mas alguns fatos demonstram que a demissão não aconteceu apenas por problemas administrativos. Toda vez que tem oportunidade, o ministro Paulo Bernardo reforça que o papel da Telebrás não é competir com as teles. Para Santanna, a rede pública devia privilegiar locais não atendidos, mas não se restringir a eles. “Periferia das grandes cidades não são atendidas e tem mercado”, pontou ele, frisando que o problema central a ser atacado pelo PNBL é a falta de concorrência: “Embratel/Net, Telefônica, Oi, CTBC e GVT controlam 95% do mercado de prestação de serviços de banda larga no país porque detém as redes de transporte da informação”.
PGMU
Depois da aprovação do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) III, em 2 de junho pelo Conselho da Anatel, o PNBL tornou-se ainda mais central para o governo. No começo da gestão Dilma, ainda havia uma vontade de que as teles fossem obrigadas a expandir suas redes por meio do plano de universalização, mas as empresas foram contra e no fim das contas levaram – ou negociaram – a batalha. Basicamente o PGMU III cria um programa especial de telefone fixo mais barato para pessoas do Bolsa Família (Aice) e reorganiza a distribuição de orelhões no país.
Em contrapartida, o governo pediu que as operadoras fizessem ofertas para baratear e melhorar o serviço onde ele já existe. As teles têm feito propostas tacanhas. De antemão, já manifestaram a possibilidade de oferecer a banda larga no preço que o PNBL estipula (1megabite por R$ 35) apenas em locais menos populosos, de baixo Índice de Desenvolvimento Humano e ainda assim fazendo a venda casada com outros serviços. Especula-se que essa negociação foi responsável pela queda de Nelson Fugimoto da Secretaria de Telecomunicações do Minicom.
O ex-presidente da Telebrás acredita que acordo do PGMU III foi ruim. “Deviam (as empresas) ampliar o backhaul. Há uma clara aproximação do governo com as teles. O PGMU é um dos elementos”, sentencia Santanna, que também foi secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento do governo Lula.
Demissão
Rogério Santanna não esconde a insatisfação com a forma como foi conduzida sua substituição. Segundo ele, nada havia sido conversado antes – e também não foi até agora - e diz que foi informado por jornais. “Foi um procedimento deselegante no mínimo”, diz. Ele afirma também que até hoje não sabe ao certo o motivo de sua saída. “Não houve debate sobre o que era divergente. O ministério nunca se reuniu comigo presente”, reclama.
Na sua versão, ele estaria contrariando o interesses de algumas operadoras. Ele vai cumprir quatro meses de quarentena e depois diz que estará aberto a propostas de trabalho. As substituições de Santanna e de Fugimoto são um indicativo de que mais mudanças de rumo no projeto do governo para massificar a internet devem estar a caminho.
Blogueiros debatem a reforma agrária
Do blog da Reforma Agrária:
A Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária terá um espaço para debate no 2º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas, na oficina “Reforma agrária, desafios e perspectivas na comunicação”, no sábado (18/6), às 14h.
O encontro acontece no Centro de Convenção da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), na SGAS 902, Bloco C. Entrada pela W5 Sul.
Participam da oficina o integrante da direção nacional do MST, Gilmar Mauro; o jornalista e blogueiro Rodrigo Vianna, o pesquisador e professor do programa de mestrado profissionalizante em Desenvolvimento e Políticas Públicas (Ipea/Fiocruz), Guilherme Delgado, e a gerente de normatização da Anvisa, Letícia Silva, com mediação de Igor Felippe Santos, do setor de comunicação do MST e da Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária.
O 2º Encontro Nacional dos Progressistas (BlogProg) acontece entre 17 e 19 de junho, em Brasília. A expectativa de organização é reunir 500 comunicadores de todo o país.
A reforma agrária um tema marginal na velha mídia. Só ganha espaço quando os movimentos de trabalhadores sem-terra fazem lutas ou quando se coloca em marchas campanhas de criminalização das lutas sociais. Os assentamentos da reforma agrária são invisíveis. Foram assentadas 1 milhão de famílias no Brasil, de acordo com dados do Incra. Apenas 150 mil delas estão na pobreza, especialmente nos projetos mais recentes.
A vida da maior parte das famílias nos assentamentos melhorou. E muito. Os assentados que conquistaram a terra continuam na luta e conquistam também o direito à educação, trabalho e moradia digna. Esses trabalhadores ainda passam por dificuldades que todos os brasileiros e brasileiras enfrentam, mas conseguiram avançar. E precisam avançar mais. E cobram medidas do Estado para fortalecer a pequena agricultura e os assentamentos.
As cobranças vão desde a construção de escolas nos assentamentos, postos de saúde para a atenção básica, crédito para a construção de casas, investimento na produção até o desenvolvimento de novas tecnologias, de políticas de formação técnica em agroecologia e a implementação de um programa de agroindústria.
Por outro lado, o modelo do agronegócio também avança, com uma ofensiva sobre o território brasileiro, os recursos públicos e as leis que impedem a sua expansão. A violência contra os trabalhadores rurais em luta, a utilização do trabalho escravo e os números de aumento do desmatamento são temas comuns no noticiário. A utilização excessiva de agrotóxicos, que faz o Brasil o maior consumidor do mundo desse tipo de substâncias, tem gerado impactos negativos, ganhando espaço e importância na sociedade.
A disputa entre o modelo de produção do agronegócio e o modelo da pequena agricultura e da Reforma Agrária abre uma perspectiva de debates sobre o futuro da nossa agricultura e do desenvolvimento do país. Envolve diversas áreas do conhecimento, como o papel do Estado e as políticas públicas, saúde, educação, matriz de produção e tecnologia, comunicação e o papel da velha mídia.
A mesa “Reforma agrária, desafios e perspectivas na comunicação” pretende apresentar elementos para a expansão e aprofundamento dessa discussão na blogosfera.
A construção da Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária e a criação do blog www.reformaagraria.blog.br representaram um passo importante para a discussão da agricultura na blogosfera. Essa articulação avançou no contexto de uma grande ofensiva contra os movimentos sociais do campo, em especial o MST, dos ruralistas, o agronegócio e os setores conservadores, com ataques da velha mídia e a criação de uma CPMI no Congresso Nacional.
Um conjunto de comunicadores, jornalistas e blogueiros, tanto “autônomos” como ligados às lutas do movimento sindical, à defesa dos direitos humanos e à democratização da comunicação, além dos movimentos do campo, lançou essa rede para denunciar a criminalização dos trabalhadores rurais sem-terra, defender a Reforma Agrária como estratégia de desenvolvimento e dar relevo aos aos problemas sociais gerados com a expansão do agronegócio.
A partir de agora, a rede precisa dar um salto à frente para romper o cerco da velha mídia para mostrar a Reforma Agrária e a pequena agricultura dão certo e são fundamentais para o desenvolvimento do meio rural, com a melhora das condições de vida dos trabalhadores rurais, a garantia dos direitos previstos na Constituição e a produção de alimentos para o povo brasileiro.
A Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária terá um espaço para debate no 2º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas, na oficina “Reforma agrária, desafios e perspectivas na comunicação”, no sábado (18/6), às 14h.
O encontro acontece no Centro de Convenção da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), na SGAS 902, Bloco C. Entrada pela W5 Sul.
Participam da oficina o integrante da direção nacional do MST, Gilmar Mauro; o jornalista e blogueiro Rodrigo Vianna, o pesquisador e professor do programa de mestrado profissionalizante em Desenvolvimento e Políticas Públicas (Ipea/Fiocruz), Guilherme Delgado, e a gerente de normatização da Anvisa, Letícia Silva, com mediação de Igor Felippe Santos, do setor de comunicação do MST e da Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária.
O 2º Encontro Nacional dos Progressistas (BlogProg) acontece entre 17 e 19 de junho, em Brasília. A expectativa de organização é reunir 500 comunicadores de todo o país.
A reforma agrária um tema marginal na velha mídia. Só ganha espaço quando os movimentos de trabalhadores sem-terra fazem lutas ou quando se coloca em marchas campanhas de criminalização das lutas sociais. Os assentamentos da reforma agrária são invisíveis. Foram assentadas 1 milhão de famílias no Brasil, de acordo com dados do Incra. Apenas 150 mil delas estão na pobreza, especialmente nos projetos mais recentes.
A vida da maior parte das famílias nos assentamentos melhorou. E muito. Os assentados que conquistaram a terra continuam na luta e conquistam também o direito à educação, trabalho e moradia digna. Esses trabalhadores ainda passam por dificuldades que todos os brasileiros e brasileiras enfrentam, mas conseguiram avançar. E precisam avançar mais. E cobram medidas do Estado para fortalecer a pequena agricultura e os assentamentos.
As cobranças vão desde a construção de escolas nos assentamentos, postos de saúde para a atenção básica, crédito para a construção de casas, investimento na produção até o desenvolvimento de novas tecnologias, de políticas de formação técnica em agroecologia e a implementação de um programa de agroindústria.
Por outro lado, o modelo do agronegócio também avança, com uma ofensiva sobre o território brasileiro, os recursos públicos e as leis que impedem a sua expansão. A violência contra os trabalhadores rurais em luta, a utilização do trabalho escravo e os números de aumento do desmatamento são temas comuns no noticiário. A utilização excessiva de agrotóxicos, que faz o Brasil o maior consumidor do mundo desse tipo de substâncias, tem gerado impactos negativos, ganhando espaço e importância na sociedade.
A disputa entre o modelo de produção do agronegócio e o modelo da pequena agricultura e da Reforma Agrária abre uma perspectiva de debates sobre o futuro da nossa agricultura e do desenvolvimento do país. Envolve diversas áreas do conhecimento, como o papel do Estado e as políticas públicas, saúde, educação, matriz de produção e tecnologia, comunicação e o papel da velha mídia.
A mesa “Reforma agrária, desafios e perspectivas na comunicação” pretende apresentar elementos para a expansão e aprofundamento dessa discussão na blogosfera.
A construção da Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária e a criação do blog www.reformaagraria.blog.br representaram um passo importante para a discussão da agricultura na blogosfera. Essa articulação avançou no contexto de uma grande ofensiva contra os movimentos sociais do campo, em especial o MST, dos ruralistas, o agronegócio e os setores conservadores, com ataques da velha mídia e a criação de uma CPMI no Congresso Nacional.
Um conjunto de comunicadores, jornalistas e blogueiros, tanto “autônomos” como ligados às lutas do movimento sindical, à defesa dos direitos humanos e à democratização da comunicação, além dos movimentos do campo, lançou essa rede para denunciar a criminalização dos trabalhadores rurais sem-terra, defender a Reforma Agrária como estratégia de desenvolvimento e dar relevo aos aos problemas sociais gerados com a expansão do agronegócio.
A partir de agora, a rede precisa dar um salto à frente para romper o cerco da velha mídia para mostrar a Reforma Agrária e a pequena agricultura dão certo e são fundamentais para o desenvolvimento do meio rural, com a melhora das condições de vida dos trabalhadores rurais, a garantia dos direitos previstos na Constituição e a produção de alimentos para o povo brasileiro.
A publicidade e transparência seletiva
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:
Esse escrevinhador teve acesso, ontem, ao mandado de segurança da “Folha” contra Helena Chagas, a responsável pela SECOM (Secretaria de Comunicação do governo federal). O jornal paulista queria detalhes sobre as verbas de publicidade do governo. A SECOM mandou as explicações, mas sem os detalhes requeridos pelo jornal. A “Folha”, então, entrou com o mandado de segurança, em nome da “transparência”. Louvável a preocupação do jornal.
Quem há de ser contra a “transparência”?
O que esse escrevinhador não entende é por que a “Folha” só se preocupa com transparência federal. Transparência estadual, nem pensar.
Caminhemos, então, para a transparência geral e irrestrita. O contribuinte de São Paulo, por exemplo, merece saber quanto o governo paulista gasta (ou gastou) com assinaturas da “Folha” e do “Estadão”. O contribuinte paulista merece saber porque o Estado contratou os serviços da editora Abril para fornecimento da revista “Nova Escola” – sem licitação. O caso foi denunciado pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), como se pode ler aqui.
Esse escrevinhador não estranharia se, em breve, outros meios de comunicação entrarem com ação semelhante cobrando explicações sobre os gastos do governo paulista (incluindo a Sabesp, estatal de águas que anuncia até em Pernambuco) ou do governo mineiro (que teria anunciado de forma generosa numa das rádios que – hoje se sabe – pertence a Aécio Neves). E fariam isso inspirados no louvável ato da “Folha” (que, certamente, não usou o mandado de segurança para pressionar a SECOM, nem para obter mais anúncios do governo federal).
Em nome da transparência no uso de recursos públicos – e mesmo na área privada – seria útil consultar o Ministério Público, o CADE e a CVM, para questionar:
- órgãos de comunicação impressos usam o IVC (que mede a circulação) para montar suas tabelas de anúncios; o IVC é confiável? quem controla o IVC?
- empresas privadas (com ação em Bolsa), que anunciam em jornais e revistas com base em tabelas baseadas no IVC, estão gastando o dinheiro dos acionistas de forma justa?
- o bônus de veiculação (BV) que certas empresas de comunicação pagam às agências de publicidade (quanto mais dinheiro a agência concentra num determinado meio, mais ela recebe de volta, na forma de BV) não atenta contra as regras de concorrência e de livre mercado?
Ou seja: é o meio de comunicação que remunera a agência! O BV não é um “escândalo” estatal. É um escândalo do mundo privado da publicidade.
São questionamentos pertinentes: em nome da transparência!
Sem falar num fato absurdo, que ainda hoje garante polpudos recursos aos jornais: a lei obriga empresas de capital aberto a publicar balanços em jornais “de grande circulação”. Pra que? O acionista já recebe relatórios por e-mail, tem acesso ao site da empresa. Alguém acredita que o acionista vai folhear a “Folha”, o “Estadão” ou “Valor” para saber detalhes do balanço de uma empresa em que investe?
A obrigatoriedade de balanço em jornal é uma forma de transferir recurso do acionista de grandes empresas para as famílias que controlam os jornais. É outro escândalo do mundo privado da publicidade. Um escândalo que mexe com bolso de cada um que tem dinheiro investido em ações.
No mandado de segurança, a “Folha” fala em “injustificável opacidade” de informações. Belíssima expressão! Quem assina a ação é a causídica Taís Gasparian – a mesma que, durante a campanha de 2010, em nome do mesmo jornal, lutou desesperadamente para obter o processo de Dilma no STM. A “Folha” queria saber o que Dilma dissera, sob tortura. Imaginem o uso que isso teria. Faz sentido, afinal a “Folha” é um jornal que abre espaço para o torturador Ustra.
Um jornal, certamente, transparente, em sua história e em suas intenções.
Desde logo, esse blogueiro soma-se à “Folha” na busca de ”transparência” no mundo da publicidade. Transparência ampla, geral e irrestrita, incluindo BV, balanços de empresas, IVC e – claro – os gastos de publicidade de governos estaduais ricos – como os de Minas e São Paulo.
Viva a transparência total! Abaixo a transparência seletiva!
Esse escrevinhador teve acesso, ontem, ao mandado de segurança da “Folha” contra Helena Chagas, a responsável pela SECOM (Secretaria de Comunicação do governo federal). O jornal paulista queria detalhes sobre as verbas de publicidade do governo. A SECOM mandou as explicações, mas sem os detalhes requeridos pelo jornal. A “Folha”, então, entrou com o mandado de segurança, em nome da “transparência”. Louvável a preocupação do jornal.
Quem há de ser contra a “transparência”?
O que esse escrevinhador não entende é por que a “Folha” só se preocupa com transparência federal. Transparência estadual, nem pensar.
Caminhemos, então, para a transparência geral e irrestrita. O contribuinte de São Paulo, por exemplo, merece saber quanto o governo paulista gasta (ou gastou) com assinaturas da “Folha” e do “Estadão”. O contribuinte paulista merece saber porque o Estado contratou os serviços da editora Abril para fornecimento da revista “Nova Escola” – sem licitação. O caso foi denunciado pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), como se pode ler aqui.
Esse escrevinhador não estranharia se, em breve, outros meios de comunicação entrarem com ação semelhante cobrando explicações sobre os gastos do governo paulista (incluindo a Sabesp, estatal de águas que anuncia até em Pernambuco) ou do governo mineiro (que teria anunciado de forma generosa numa das rádios que – hoje se sabe – pertence a Aécio Neves). E fariam isso inspirados no louvável ato da “Folha” (que, certamente, não usou o mandado de segurança para pressionar a SECOM, nem para obter mais anúncios do governo federal).
Em nome da transparência no uso de recursos públicos – e mesmo na área privada – seria útil consultar o Ministério Público, o CADE e a CVM, para questionar:
- órgãos de comunicação impressos usam o IVC (que mede a circulação) para montar suas tabelas de anúncios; o IVC é confiável? quem controla o IVC?
- empresas privadas (com ação em Bolsa), que anunciam em jornais e revistas com base em tabelas baseadas no IVC, estão gastando o dinheiro dos acionistas de forma justa?
- o bônus de veiculação (BV) que certas empresas de comunicação pagam às agências de publicidade (quanto mais dinheiro a agência concentra num determinado meio, mais ela recebe de volta, na forma de BV) não atenta contra as regras de concorrência e de livre mercado?
Ou seja: é o meio de comunicação que remunera a agência! O BV não é um “escândalo” estatal. É um escândalo do mundo privado da publicidade.
São questionamentos pertinentes: em nome da transparência!
Sem falar num fato absurdo, que ainda hoje garante polpudos recursos aos jornais: a lei obriga empresas de capital aberto a publicar balanços em jornais “de grande circulação”. Pra que? O acionista já recebe relatórios por e-mail, tem acesso ao site da empresa. Alguém acredita que o acionista vai folhear a “Folha”, o “Estadão” ou “Valor” para saber detalhes do balanço de uma empresa em que investe?
A obrigatoriedade de balanço em jornal é uma forma de transferir recurso do acionista de grandes empresas para as famílias que controlam os jornais. É outro escândalo do mundo privado da publicidade. Um escândalo que mexe com bolso de cada um que tem dinheiro investido em ações.
No mandado de segurança, a “Folha” fala em “injustificável opacidade” de informações. Belíssima expressão! Quem assina a ação é a causídica Taís Gasparian – a mesma que, durante a campanha de 2010, em nome do mesmo jornal, lutou desesperadamente para obter o processo de Dilma no STM. A “Folha” queria saber o que Dilma dissera, sob tortura. Imaginem o uso que isso teria. Faz sentido, afinal a “Folha” é um jornal que abre espaço para o torturador Ustra.
Um jornal, certamente, transparente, em sua história e em suas intenções.
Desde logo, esse blogueiro soma-se à “Folha” na busca de ”transparência” no mundo da publicidade. Transparência ampla, geral e irrestrita, incluindo BV, balanços de empresas, IVC e – claro – os gastos de publicidade de governos estaduais ricos – como os de Minas e São Paulo.
Viva a transparência total! Abaixo a transparência seletiva!
Os cartéis midiáticos e a democracia
Por Antônio Mello, em seu blog:
Esta é a principal luta que estamos travando. E a principal luta que temos que travar. Porque só há uma maneira de combater o império, combatendo seu braço comunicacional, a mídia corporativa.
Não há lugar no mundo capitalista em que os veículos de comunicação estejam a favor da comunicação livre. Eles manipulam, ocultam, distorcem, difamam, e ainda se dizem defensores da liberdade de informação, quando tudo o que fazem é desinformar, alienar, golpear os governos que não rezam de acordo com suas cartilhas.
Podem escolher o país. As oligarquias midiáticas, pautadas pelo império estadunidense, defendem sempre as mesmas causas, em qualquer lugar do planeta.
Escrevi aqui uma vez uma metáfora que continuo achando válida. O que é o sequestro de uma ou várias pessoas comparado ao sequestro da realidade de todo um país?
Quem acompanha o Brasil pelos jornalões, pelas emissoras de TV – em especial pela Rede Globo – tem sua realidade sequestrada. Sem um mínimo de senso crítico, essa pessoa acredita que está diante da verdade, que o que lhe afirmam Veja, Folha, Estadão, O Globo, a Rede Globo, é um retrato fiel da realidade.
Aí se desenvolve a síndrome de Estocolmo, quando a vítima se identifica e/ou tenta conquistar seu sequestrador (e basta ler os comentários nos pitblogs para entender o que digo).
Por mais que se tente mostrar a essas pessoas que a realidade lhes foi sequestrada, elas resistem, defendem seus pitblogueiros e seus veículos do coração. Isso acontece mesmo que a realidade os desminta, como nos casos do trágico acidente de Congonhas, do caos aéreo patrocinado e agora da falsa epidemia de febre amarela, que provocou uma absurda correria da população aos postos de vacinação para se prevenir de uma epidemia que só existia na mídia.
A cegueira é tão grande, que levou a enfermeira Marizete Borges de Abreu, de 43 anos, a se vacinar duas vezes contra a febre amarela, ainda que ela não fosse viajar para uma das áreas de risco, ainda que ela tivesse restrições físicas (lúpus - caso em que a vacina não deve ser tomada), ainda que ela soubesse (como enfermeira) que não se deve tomar mais de uma dose da vacina por vez (outra dose só em dez anos).
Com sua realidade sequestrada pela mídia, Marizete vacinou-se duas vezes num prazo de uma semana e veio a falecer, vítima de falência múltipla dos órgãos.
Por isso, quando se fala de sequestro, deve-se salientar que ambas as formas de sequestro são condenáveis, mas a população desinformada pela mídia corporativa só toma conhecimento de uma, enquanto é manipulada pela outra.
O Eduardo Guimarães em seu Cidadania tem reforçado a importância dessa luta. E embora não concorde com ele que essa mídia seja o mal (ela é o braço comunicacional dele) endosso a ênfase de que a luta que nós, blogueiros, agentes de comunicação temos que travar é contra essa mídia venal, que tenta impor sua pauta ao governo democraticamente eleito, o que temos que denunciar e combater. Jamais apoiar.
Em 22 de junho de 2007, há quase quatro anos, escrevi aqui:
As Organizações Globo têm um peso descomunal no Brasil. Esse peso descomunal deve ser discutido no Congresso. É necessário que se criem mecanismos regulatórios para garantir a liberdade de expressão. E a liberdade só pode existir se for plural, se não houver uma instância - como as Organizações Globo - com o poder de influenciar mais de 70% da população. Mecanismos que proibissem – como acontece em outros países, inclusive os EUA - a concentração de veículos de comunicação nas mãos de um só grupo, numa mesma cidade ou estado. Aqui no Rio, por exemplo, as Organizações Globo têm a TV Globo (RGTV), os jornais mais vendidos - O Globo e Extra -, estações de rádio - Globo, CBN... - além da revista Época, do portal de notícias etc., etc.
Comenta-se que o diretor de Jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, estaria estendendo seus tentáculos aos outros braços das Organizações. Mas o foco em Ali Kamel é uma bobagem. Ele é apenas um empregado. O foco é o grupo. Até quando se vai permitir a concentração de poder que as Organizações Globo têm no país? Isso não faz bem para a informação livre, muito menos para a democracia. Ao contrário: não permite uma e ameaça a outra.
A implantação urgentíssima do PNBL e a consequente Ley de Medios são lutas que podem impedir que o país retroceda e acabe, por blablablás lacerdistas, nas mãos de quem vai entregar a Petrobras e nossas riquezas, na próxima oportunidade.
Taí um bom tema para o II Encontro de Blogueiros que vai acontecer neste próximo final de semana em Brasília.
Esta é a principal luta que estamos travando. E a principal luta que temos que travar. Porque só há uma maneira de combater o império, combatendo seu braço comunicacional, a mídia corporativa.
Não há lugar no mundo capitalista em que os veículos de comunicação estejam a favor da comunicação livre. Eles manipulam, ocultam, distorcem, difamam, e ainda se dizem defensores da liberdade de informação, quando tudo o que fazem é desinformar, alienar, golpear os governos que não rezam de acordo com suas cartilhas.
Podem escolher o país. As oligarquias midiáticas, pautadas pelo império estadunidense, defendem sempre as mesmas causas, em qualquer lugar do planeta.
Escrevi aqui uma vez uma metáfora que continuo achando válida. O que é o sequestro de uma ou várias pessoas comparado ao sequestro da realidade de todo um país?
Quem acompanha o Brasil pelos jornalões, pelas emissoras de TV – em especial pela Rede Globo – tem sua realidade sequestrada. Sem um mínimo de senso crítico, essa pessoa acredita que está diante da verdade, que o que lhe afirmam Veja, Folha, Estadão, O Globo, a Rede Globo, é um retrato fiel da realidade.
Aí se desenvolve a síndrome de Estocolmo, quando a vítima se identifica e/ou tenta conquistar seu sequestrador (e basta ler os comentários nos pitblogs para entender o que digo).
Por mais que se tente mostrar a essas pessoas que a realidade lhes foi sequestrada, elas resistem, defendem seus pitblogueiros e seus veículos do coração. Isso acontece mesmo que a realidade os desminta, como nos casos do trágico acidente de Congonhas, do caos aéreo patrocinado e agora da falsa epidemia de febre amarela, que provocou uma absurda correria da população aos postos de vacinação para se prevenir de uma epidemia que só existia na mídia.
A cegueira é tão grande, que levou a enfermeira Marizete Borges de Abreu, de 43 anos, a se vacinar duas vezes contra a febre amarela, ainda que ela não fosse viajar para uma das áreas de risco, ainda que ela tivesse restrições físicas (lúpus - caso em que a vacina não deve ser tomada), ainda que ela soubesse (como enfermeira) que não se deve tomar mais de uma dose da vacina por vez (outra dose só em dez anos).
Com sua realidade sequestrada pela mídia, Marizete vacinou-se duas vezes num prazo de uma semana e veio a falecer, vítima de falência múltipla dos órgãos.
Por isso, quando se fala de sequestro, deve-se salientar que ambas as formas de sequestro são condenáveis, mas a população desinformada pela mídia corporativa só toma conhecimento de uma, enquanto é manipulada pela outra.
O Eduardo Guimarães em seu Cidadania tem reforçado a importância dessa luta. E embora não concorde com ele que essa mídia seja o mal (ela é o braço comunicacional dele) endosso a ênfase de que a luta que nós, blogueiros, agentes de comunicação temos que travar é contra essa mídia venal, que tenta impor sua pauta ao governo democraticamente eleito, o que temos que denunciar e combater. Jamais apoiar.
Em 22 de junho de 2007, há quase quatro anos, escrevi aqui:
As Organizações Globo têm um peso descomunal no Brasil. Esse peso descomunal deve ser discutido no Congresso. É necessário que se criem mecanismos regulatórios para garantir a liberdade de expressão. E a liberdade só pode existir se for plural, se não houver uma instância - como as Organizações Globo - com o poder de influenciar mais de 70% da população. Mecanismos que proibissem – como acontece em outros países, inclusive os EUA - a concentração de veículos de comunicação nas mãos de um só grupo, numa mesma cidade ou estado. Aqui no Rio, por exemplo, as Organizações Globo têm a TV Globo (RGTV), os jornais mais vendidos - O Globo e Extra -, estações de rádio - Globo, CBN... - além da revista Época, do portal de notícias etc., etc.
Comenta-se que o diretor de Jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, estaria estendendo seus tentáculos aos outros braços das Organizações. Mas o foco em Ali Kamel é uma bobagem. Ele é apenas um empregado. O foco é o grupo. Até quando se vai permitir a concentração de poder que as Organizações Globo têm no país? Isso não faz bem para a informação livre, muito menos para a democracia. Ao contrário: não permite uma e ameaça a outra.
A implantação urgentíssima do PNBL e a consequente Ley de Medios são lutas que podem impedir que o país retroceda e acabe, por blablablás lacerdistas, nas mãos de quem vai entregar a Petrobras e nossas riquezas, na próxima oportunidade.
Taí um bom tema para o II Encontro de Blogueiros que vai acontecer neste próximo final de semana em Brasília.
Chomsky e o ataque à força de trabalho
Por Noam Chomsky, no sítio português O Diário:
Na maior parte do mundo, o dia 1 de Maio é um dia feriado dos trabalhadores internacionais, ligado à amarga luta dos trabalhadores americanos do séc. XIX pela jornada de trabalho de oito horas. O 1º de Maio passado leva-nos a uma sombria reflexão.
Na maior parte do mundo, o dia 1 de Maio é um dia feriado dos trabalhadores internacionais, ligado à amarga luta dos trabalhadores americanos do séc. XIX pela jornada de trabalho de oito horas. O 1º de Maio passado leva-nos a uma sombria reflexão.
O PNBL em momento crítico
Editorial da campanha “Banda Larga é um direito seu!”:
Nas últimas semanas, sucederam-se vários fatos com impacto direto no Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). Quem não acompanha de perto o setor teve dificuldades de entender os sinais dados pelo Ministério das Comunicações. Mesmo para quem acompanha não ficou tudo esclarecido, mas alguns sinais são bem evidentes. E bem preocupantes.
Nas últimas semanas, sucederam-se vários fatos com impacto direto no Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). Quem não acompanha de perto o setor teve dificuldades de entender os sinais dados pelo Ministério das Comunicações. Mesmo para quem acompanha não ficou tudo esclarecido, mas alguns sinais são bem evidentes. E bem preocupantes.
Mídia na pauta da igreja e da ONU
Por Venício A. de Lima, no Observatório da Imprensa:
A Igreja Católica comemorou no domingo, 5 de junho, o 45º Dia Mundial das Comunicações (DMC). A celebração foi criada pelo Concílio Vaticano II e o 1º DMC aconteceu em 1967. O tema escolhido para 2011 foi “A era digital”.
A Igreja Católica comemorou no domingo, 5 de junho, o 45º Dia Mundial das Comunicações (DMC). A celebração foi criada pelo Concílio Vaticano II e o 1º DMC aconteceu em 1967. O tema escolhido para 2011 foi “A era digital”.
24 mil escolas foram fechadas no campo
Do sítio do MST:
A atual conjuntura da luta pela reforma agrária passa pela necessidade da defesa da educação pública brasileira. Dessa forma, este debate emerge dos desafios que temos em relação ao acesso e à organização da educação nos acampamentos e assentamentos das áreas de reforma agrária, agricultura familiar e camponesa, neste momento de disputa de projeto de sociedade.
A atual conjuntura da luta pela reforma agrária passa pela necessidade da defesa da educação pública brasileira. Dessa forma, este debate emerge dos desafios que temos em relação ao acesso e à organização da educação nos acampamentos e assentamentos das áreas de reforma agrária, agricultura familiar e camponesa, neste momento de disputa de projeto de sociedade.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
O suplício dos cortadores de cana
Por Eduardo Sales de Lima, no jornal Brasil de Fato:
A mecanização da colheita da cana-de-açúcar tem levado uma parcela significativa de ex-cortadores de cana-de-açúcar a perderem seus empregos. Desde 2007, foram fechados no estado de São Paulo, cerca de 40 mil postos de trabalho no corte da cana, segundo o professor do departamento de Economia Rural da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), José Giacomo Baccarin.
A mecanização da colheita da cana-de-açúcar tem levado uma parcela significativa de ex-cortadores de cana-de-açúcar a perderem seus empregos. Desde 2007, foram fechados no estado de São Paulo, cerca de 40 mil postos de trabalho no corte da cana, segundo o professor do departamento de Economia Rural da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), José Giacomo Baccarin.
A soberania, o STF e o caso Battisti
Por Mauro Santayana, em seu blog:
A decisão do STF, ao não permitir a intromissão do governo italiano em assuntos internos brasileiros, transcende a personalidade de Césare Battisti. Ainda que ele fosse o monstro que seus inimigos dizem ser, ainda que seus crimes fossem – como afirma o governo italiano – de reles latrocínio, a decisão de negar sua extradição é de estrita soberania brasileira. O Tratado de Extradição, com todo o respeito pelo advogado Nabor Bulhões, que representa a Itália, e é um dos mais respeitados profissionais de nosso País, prevê, claramente, que cabe à parte requerida considerar se os crimes cometidos são, ou não, políticos.
A decisão do STF, ao não permitir a intromissão do governo italiano em assuntos internos brasileiros, transcende a personalidade de Césare Battisti. Ainda que ele fosse o monstro que seus inimigos dizem ser, ainda que seus crimes fossem – como afirma o governo italiano – de reles latrocínio, a decisão de negar sua extradição é de estrita soberania brasileira. O Tratado de Extradição, com todo o respeito pelo advogado Nabor Bulhões, que representa a Itália, e é um dos mais respeitados profissionais de nosso País, prevê, claramente, que cabe à parte requerida considerar se os crimes cometidos são, ou não, políticos.
Videogames e a indústria da diversão
Por Sérgio Domingues, no blog Mídia Vigiada:
A indústria de games vem tornando-se mais poderosa que a do cinema. Os jogos violentos são sua principal atração. Mas é perigoso fazer uma ligação direta entre o aumento de sua influência e o crescimento da violência social. É preciso combater a indústria da diversão sem desrespeitar a inteligência de seu público.
A indústria de games vem tornando-se mais poderosa que a do cinema. Os jogos violentos são sua principal atração. Mas é perigoso fazer uma ligação direta entre o aumento de sua influência e o crescimento da violência social. É preciso combater a indústria da diversão sem desrespeitar a inteligência de seu público.
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