Do blog da Reforma Agrária:
A Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária terá um espaço para debate no 2º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas, na oficina “Reforma agrária, desafios e perspectivas na comunicação”, no sábado (18/6), às 14h.
O encontro acontece no Centro de Convenção da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), na SGAS 902, Bloco C. Entrada pela W5 Sul.
Participam da oficina o integrante da direção nacional do MST, Gilmar Mauro; o jornalista e blogueiro Rodrigo Vianna, o pesquisador e professor do programa de mestrado profissionalizante em Desenvolvimento e Políticas Públicas (Ipea/Fiocruz), Guilherme Delgado, e a gerente de normatização da Anvisa, Letícia Silva, com mediação de Igor Felippe Santos, do setor de comunicação do MST e da Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária.
O 2º Encontro Nacional dos Progressistas (BlogProg) acontece entre 17 e 19 de junho, em Brasília. A expectativa de organização é reunir 500 comunicadores de todo o país.
A reforma agrária um tema marginal na velha mídia. Só ganha espaço quando os movimentos de trabalhadores sem-terra fazem lutas ou quando se coloca em marchas campanhas de criminalização das lutas sociais. Os assentamentos da reforma agrária são invisíveis. Foram assentadas 1 milhão de famílias no Brasil, de acordo com dados do Incra. Apenas 150 mil delas estão na pobreza, especialmente nos projetos mais recentes.
A vida da maior parte das famílias nos assentamentos melhorou. E muito. Os assentados que conquistaram a terra continuam na luta e conquistam também o direito à educação, trabalho e moradia digna. Esses trabalhadores ainda passam por dificuldades que todos os brasileiros e brasileiras enfrentam, mas conseguiram avançar. E precisam avançar mais. E cobram medidas do Estado para fortalecer a pequena agricultura e os assentamentos.
As cobranças vão desde a construção de escolas nos assentamentos, postos de saúde para a atenção básica, crédito para a construção de casas, investimento na produção até o desenvolvimento de novas tecnologias, de políticas de formação técnica em agroecologia e a implementação de um programa de agroindústria.
Por outro lado, o modelo do agronegócio também avança, com uma ofensiva sobre o território brasileiro, os recursos públicos e as leis que impedem a sua expansão. A violência contra os trabalhadores rurais em luta, a utilização do trabalho escravo e os números de aumento do desmatamento são temas comuns no noticiário. A utilização excessiva de agrotóxicos, que faz o Brasil o maior consumidor do mundo desse tipo de substâncias, tem gerado impactos negativos, ganhando espaço e importância na sociedade.
A disputa entre o modelo de produção do agronegócio e o modelo da pequena agricultura e da Reforma Agrária abre uma perspectiva de debates sobre o futuro da nossa agricultura e do desenvolvimento do país. Envolve diversas áreas do conhecimento, como o papel do Estado e as políticas públicas, saúde, educação, matriz de produção e tecnologia, comunicação e o papel da velha mídia.
A mesa “Reforma agrária, desafios e perspectivas na comunicação” pretende apresentar elementos para a expansão e aprofundamento dessa discussão na blogosfera.
A construção da Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária e a criação do blog www.reformaagraria.blog.br representaram um passo importante para a discussão da agricultura na blogosfera. Essa articulação avançou no contexto de uma grande ofensiva contra os movimentos sociais do campo, em especial o MST, dos ruralistas, o agronegócio e os setores conservadores, com ataques da velha mídia e a criação de uma CPMI no Congresso Nacional.
Um conjunto de comunicadores, jornalistas e blogueiros, tanto “autônomos” como ligados às lutas do movimento sindical, à defesa dos direitos humanos e à democratização da comunicação, além dos movimentos do campo, lançou essa rede para denunciar a criminalização dos trabalhadores rurais sem-terra, defender a Reforma Agrária como estratégia de desenvolvimento e dar relevo aos aos problemas sociais gerados com a expansão do agronegócio.
A partir de agora, a rede precisa dar um salto à frente para romper o cerco da velha mídia para mostrar a Reforma Agrária e a pequena agricultura dão certo e são fundamentais para o desenvolvimento do meio rural, com a melhora das condições de vida dos trabalhadores rurais, a garantia dos direitos previstos na Constituição e a produção de alimentos para o povo brasileiro.
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