quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Mais longa e maior greve dos bancários

Por Altamiro Borges

Os bancários de todo o país ingressam nesta quarta-feira (2) no 14º dia da sua greve nacional. Segundo balanço da Confederação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf), a paralisação já é a maior e a mais longa da história recente da categoria. Neste início de semana, a adesão à greve cresceu com o fechamento de 11.822 agências e centros administrativos em vários estados. Apesar disto, os bancos ainda se recusam a voltar à mesa de negociações, o que demonstra a sua intransigência e o desrespeito com os clientes. 

Para Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do comando nacional dos bancários, "esta já é a maior greve da categoria dos últimos 20 anos. Não apenas a paralisação cresce a cada dia em todos os estados, como os bancários estão indo às ruas em manifestações e passeatas junto com outras categorias de trabalhadores, como ocorre esta semana com os petroleiros. A mobilização serve para demonstrar a indignação dos bancários com os bancos, que têm no Brasil os maiores lucros e a mais alta rentabilidade do sistema financeiro mundial, pagam salários milionários a seus executivos e desrespeitam os trabalhadores que produzem esses resultados".

A greve nacional dos bancários foi deflagrada em 19 de setembro. Ela foi uma resposta à arrogância dos banqueiros, que em cinco rodadas de negociações propuseram apenas a reposição da inflação e recusaram as demais reivindicações da categoria. No primeiro dia de paralisação foram fechadas 6.145 agências e departamentos nos 26 estados e no Distrito Federal. Após quase duas semanas, a greve cresceu 79,2%. "O recado dos trabalhadores é claro. A greve continuará crescendo enquanto não houver aumento real, valorização dos pisos, melhoria da PLR, proteção do emprego, melhores condições de trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades", conclui Carlos Cordeiro.

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2 comentários:

Unknown disse...

Existem doenças sociais iguais a certas doenças comuns aos seres humanos. Parece tudo bem com a vida que flui em plena normalidade, quando se descobre uma doença em avançado estágio e a vida numa fase terminal.
O grande mal social associado ao trabalho está na sua própria divisão social, que dia a dia se fragmenta mais sem preocupação aparente da própria sociedade se a situação se agrava para o conjunto da classe empregada, (a terceirização no congresso ilustra). Se uma classe, um grupo, um indivíduo auferir algum ganho, parece ser o que mais importa. O efeito Orlof, aquele do que amanhã eu serei um desempregado, um excluídos como você, parece ser meu velho conhecido, mas vou me preocupar com ele quem sabe, só amanhã.
O golpe de 64 iniciou o desmonte de um espírito em construção social que nasceu com a CLT, em bem de toda sociedade, trabalhadora, empregada ou não. Seqüestraram a dignidade de uma classe política, que seqüestrou a estabilidade, o direito do empregado a participar do capital da empresa, para que o estado criar o FGTS, com um discurso demagógico, mas que na realidade financiou e financia as grandes construtoras e rendas estratosféricas. Como foi anunciado agora pela Presidenta Dilma: o FGTS financiará 750 mil; isto é para empresa, rendão; nunca para salário.
A terceirização avança sobremaneira na classe trabalhadora dos bancários, transformou a caixa do supermercado, e de outras lojas em ‘bancários terceiros’, desclassificados e desassistidos, em troca de que? O efeito Orlof, quantas agencias fecharam depois disto? Quantos empregos deixaram de existir depois disto?
Temos que nos preocupar com o futuro, além das reposições tão necessária para se manter um diálogo sincero, garantir avanços sociais, nossos herdeiros vão querer discutir sustentabilidade.

Unknown disse...

A maior greve da história da categoria, no Brasil, ocorreu em 2004:

"Iniciada no dia 15 de setembro, a greve nacional dos bancários foi suspensa no dia 14 de outubro. Foram 30 dias de paralisação — o maior período de mobilização já realizado pela categoria — e envolveu mais de 200 mil funcionários de bancos públicos e privados do país.

Até então, a maior greve dos bancários havia ocorrido em 1946, com 19 dias de duração. A última greve geral dos bancários havia sido realizada em 1991. Também foi a maior paralisação em nível nacional. O movimento de 2004, que começou por São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Florianópolis se estendeu para outras localidades até atingir 24 das 27 capitais brasileiras, além de várias cidades do interior. Segundo estimativa da própria Fenaban, 1.400 pontos de atendimento dos bancos privados foram afetados pela paralisação."*

um abraço,
Samuel.

*fonte:
As lições da combativa greve dos bancários - "A Nova Democracia", Ano III, nº 22, dezembro de 2004