domingo, 19 de janeiro de 2025
Plataformas são estruturas da extrema direita
![]() |
Charge: Aziz |
O modelo de negócios das redes sociais online é baseado na economia da atenção e na modulação dos comportamentos de seus usuários. Isso significa que essas redes organizam a coleta de dados de quem as utiliza para identificar os hábitos, gostos e interesses de cada pessoa. Tendo como base esses perfis, os algoritmos das redes sociais distribuem seus conteúdos e definem o que cada um vai ler e ver.
A renda das big techs vem da capacidade de distribuir mensagens publicitárias certeiras. Isso é possível porque com o perfil de cada usuário, essas empresas atraem a sua atenção conforme gatilhos, cores, imagens e palavras que as envolvem. Com base nessa economia da atenção, os sistemas algorítmicos das redes sociais vão modulando, orientando o comportamento das pessoas. É principalmente pelo controle da visualização de mensagens que a modulação é realizada. Por isso, o tempo todo os usuários das redes são colocadas em amostras acessadas por quem pagou pela distribuição dos conteúdos específicos para aqueles determinados perfis.
Que viva México!
![]() |
Foto: Divulgação |
A cena parece pertencer a outro tempo, mais feliz. Falando ontem (12/1) a uma multidão de dezenas de milhares, que lotou o gigantesco Zócalo da Cidade do México e as ruas adjacentes, a presidenta Claudia Sheinbaum lançou mais um elegante desafio a Donald Trump. Lembrou que os presidentes dos dois países colaboraram em muitos momentos: Abrahan Lincoln com Benito Juarez, contra a invasão francesa; Franklin Roosevelt com Lázaro Cárdenas, que nacionalizou o petróleo e concluiu a reforma agrária. Porém, frisou, diante das ameaças de Trump, de expulsar milhões de imigrantes mexicanos e impor tarifas proibitivas às exportações mexicanas: “Não vamos regressar ao modelo neoliberal. [Com os EUA], nos coordenamos, colaboramos, mas nunca nos submeteremos”. A multidão interrompeu-a em coro: “México! México! México!…”
O banquete que silenciou os valentes do Globo
![]() |
Foto: Divulgação |
Completou um mês agora, no dia 16, o banquete oferecido pelo empresário Luciano Hang, que se anuncia em vídeos como o Véio da Havan, a desembargadores do Tribunal de Justiça e a juízes de primeira instância de Santa Catarina.
Eram oito desembargadores e dois juízes, conforme reportagem de Vinicius Segalla no Diário do Centro do Mundo, que foi compartilhada depois pelos jornais.
Esperei até ontem para ver se o jornal O Globo, com seus mais de 300 jornalistas, daria uma linha sobre o caso. E se outros veículos das organizações Globo noticiariam o estranho jantar.
Não deram nada. Nunca. Todos os grandes jornais brasileiros, incluindo Folha e Estadão, e os jornais e sites independentes e de esquerda de todos os tamanhos deram a notícia. O Globo não deu nada.
A extrema direita já está em 2026
![]() |
Charge: Tomás/Cartoon Movement |
A fake news da taxação do Pix é somente o deflagrar da estratégia de disseminação do caos, infelizmente.
Não chega a ser uma enorme novidade, porque já vimos o que ocorreu, num movimento crescente de aperfeiçoamento, em 2018 e em 2022. A extrema direita tem, na desinformação, uma arma poderosíssima – o que também não é novidade.
Bom, vou parar então de requentar e trazer mais alguns elementos à recente questão da Instrução Normativa da Receita que foi transformada em “taxação do Pix” no imaginário geral na nação.
Após a decisão do governo de retirar a medida – acertada a meu ver, apesar dos custos políticos grandes –, vejo informações interessantes sobre a costura para essa campanha, cujo elemento mais expressivo foi o vídeo de Nikolas Ferreira criticando o Pix e lançando as costumeiras bombas de desinformação.
Trump toma posse com ameaças externas
![]() |
Charge: Kuper |
A posse de Donald Trump na Presidência dos Estados Unidos é aguardada com apreensão. Ele terá a mesma missão dos demais presidentes que ocuparam a Casa Branca nas duas últimas décadas, democratas ou republicanos, que tentaram reverter o declínio relativo da hegemonia do imperialismo estadunidense no sistema de poder mundial, enfrentando a sua contraface, o protagonismo e a relevância crescentes da República Popular da China.
Não se deve esperar, todavia, uma espécie de mais do mesmo do primeiro mandato de Trump, por uma série de motivos. O principal é o cálculo de setores do Estado, dos monopólios financeiros e econômicos, do setor de tecnologia e inovação e da poderosa máquina de guerra de que pode estar se aproximando o ponto em que a reversibilidade do declínio dos Estados Unidos se tornará cada vez mais difícil.
Trump não é um "tigre de papel"
![]() |
Charge: Cláudio Cadei/Cartooon Movement |
Como de costume, os intelectuais e políticos latino-americanos não levam com a devida seriedade as ameaças fascistas e imperialistas, tal qual 1933 e o "Apaziguamento". A maioria sorri com condescendência para as ameaças proferidas por Trump e profetiza, como foi no caso de outros líderes perigosos, que o "poder vai moderar seus ímpetos". Não levam a sério que estamos perante ameaças reais de uso da força contra cinco países americanos: Panamá, México, Canadá, Venezuela e o território da Groenlândia e, ainda, de extorsão econômica contra outro, o Brasil. Como respondemos a isso? Como se fossem bravatas ou factóides.
sábado, 18 de janeiro de 2025
sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Não se combate fake news sem confronto
Por Bepe Damasco, em seu blog:
Ainda estava com a entrevista do professor e especialista em comunicação Wilson Ferreira bem viva na cabeça quando estourou a crise das fake news sobre o Pix. Ouvido por Luis Nassif, na TV GGN, Ferreira propôs a criação, no âmbito do governo, de um grupo interdisciplinar de inteligência, voltado para a guerra semiótica.
O professor acerta o alvo ao explicar que há uma enorme confusão no governo Lula e nos setores progressistas da sociedade em geral entre publicidade e informação. Uma coisa é comunicar fatos e realizações do governo, o que é, por óbvio, muito importante. Outra, bem diferente, escreve Nassif no Jornal GGN, é entender as nuances da guerra de informações praticada especialmente pela direita, valendo-se do que Ferreira chama de "bombas de semiótica", que são maneiras de abordar fatos para que eles se tornem o centro da narrativa.
Ainda estava com a entrevista do professor e especialista em comunicação Wilson Ferreira bem viva na cabeça quando estourou a crise das fake news sobre o Pix. Ouvido por Luis Nassif, na TV GGN, Ferreira propôs a criação, no âmbito do governo, de um grupo interdisciplinar de inteligência, voltado para a guerra semiótica.
O professor acerta o alvo ao explicar que há uma enorme confusão no governo Lula e nos setores progressistas da sociedade em geral entre publicidade e informação. Uma coisa é comunicar fatos e realizações do governo, o que é, por óbvio, muito importante. Outra, bem diferente, escreve Nassif no Jornal GGN, é entender as nuances da guerra de informações praticada especialmente pela direita, valendo-se do que Ferreira chama de "bombas de semiótica", que são maneiras de abordar fatos para que eles se tornem o centro da narrativa.
O novo ano e o horizonte desafiador
![]() |
Charge: Genildo |
Os sonhos e as esperanças se desmancham no ar quando estamos apenas vencendo os primeiros 30 dias de 2025, promessa de projeção do ano que passou. Se parco é o inventário do que temos por comemorar, extensa é a pauta do que devemos temer, habitantes de nação dependente, de uma dependência geopolítica e ideológica inserida na periferia do capitalismo. Somos uma província no Sul Global para onde foram designados os subdesenvolvidos de ontem, após a repaginação do mundo determinada pelo fim da Guerra Fria, proclamando a vitória da globalização e dos EUA.
Assinar:
Postagens (Atom)