Por Victor Farinelli, no sítio Opera Mundi:
Este domingo não será um dia qualquer para o Chile. Depois de três anos de intensas manifestações e atividades dos movimentos sociais, o país vai às urnas, no segundo turno das eleições presidenciais, e terminará a jornada celebrando, pela segunda vez, a chegada de uma mulher ao Palácio de La Moneda.
Essa mulher pode ser a mesma que alcançou a presidência na primeira vez. A socialista Michelle Bachelet, que governou o país entre 2006 e 2010, é apontada pelas pesquisas como a mais provável vencedora e defende uma candidatura cuja plataforma prevê reformas estruturais no país.
A outra concorrente, a governista Evelyn Matthei, foi ministra do Trabalho do atual presidente chileno, Sebastián Piñera, e busca defender o legado que está sendo deixado por sua administração.
Apesar dos índices favoráveis de desemprego, inflação e crescimento econômico – mesmo após uma leve desaceleração no último semestre –, Piñera tem sofrido com baixa popularidade durante quase todo o seu mandato, o que também prejudica o desempenho da candidata que defende a sua gestão.
Movimento estudantil
Liderado por Camila Vallejo (recentemente eleita a deputada mais votada do país, pelo Partido Comunista), o movimento estudantil chileno realizou quinze marchas entre maio e novembro de 2011, algumas delas contando com mais de 300 mil pessoas em Santiago e 500 mil em todo o país.
Ao reivindicar gratuidade nas escolas e universidades públicas (que no Chile cobram mensalidades e são administradas por grupos privados), os estudantes questionaram um pilar do modelo educacional do país desde sua implantação, durante a ditadura de Pinochet. A resistência do governo de Piñera em atender essa demanda resultou numa batalha ideológica que se manteve durante esses dois anos, até formar parte do debate eleitoral.
Batalha ideológica que não apareceu em algumas das eleições vividas no Chile após o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), mas que se tornou visível neste segundo turno, no qual se enfrentam duas candidaturas ideologicamente opostas.
Por um lado, Evelyn Matthei representa a postura adotada pelo governo desde as primeiras marchas, de ignorar as demandas dos movimentos sociais. Por outro, Bachelet oferece um pacote de reformas estruturais, apesar de ter sido das figuras mais criticadas durante as marchas – pelo fato de, em seu primeiro mandato, não ter feito muito em favor das reformas que hoje são a base de seu programa.
Direitos sociais
Nos anos seguintes, já com outros líderes, os estudantes mantiveram as mobilizações e acompanharam o surgimento de outros movimentos sociais, em favor de autonomia política para as províncias, pelo direito à saúde também gratuita e por uma assembleia constituinte.
A soma de todos esses movimentos e a pauta que eles impuseram marcaram o tom das candidaturas destas eleições presidenciais. No primeiro turno, por exemplo, sete entre os nove presidenciáveis chilenos disseram estar a favor de reformas no sistema educacional e na constituição do país.
Este domingo não será um dia qualquer para o Chile. Depois de três anos de intensas manifestações e atividades dos movimentos sociais, o país vai às urnas, no segundo turno das eleições presidenciais, e terminará a jornada celebrando, pela segunda vez, a chegada de uma mulher ao Palácio de La Moneda.
Essa mulher pode ser a mesma que alcançou a presidência na primeira vez. A socialista Michelle Bachelet, que governou o país entre 2006 e 2010, é apontada pelas pesquisas como a mais provável vencedora e defende uma candidatura cuja plataforma prevê reformas estruturais no país.
A outra concorrente, a governista Evelyn Matthei, foi ministra do Trabalho do atual presidente chileno, Sebastián Piñera, e busca defender o legado que está sendo deixado por sua administração.
Apesar dos índices favoráveis de desemprego, inflação e crescimento econômico – mesmo após uma leve desaceleração no último semestre –, Piñera tem sofrido com baixa popularidade durante quase todo o seu mandato, o que também prejudica o desempenho da candidata que defende a sua gestão.
Movimento estudantil
Liderado por Camila Vallejo (recentemente eleita a deputada mais votada do país, pelo Partido Comunista), o movimento estudantil chileno realizou quinze marchas entre maio e novembro de 2011, algumas delas contando com mais de 300 mil pessoas em Santiago e 500 mil em todo o país.
Ao reivindicar gratuidade nas escolas e universidades públicas (que no Chile cobram mensalidades e são administradas por grupos privados), os estudantes questionaram um pilar do modelo educacional do país desde sua implantação, durante a ditadura de Pinochet. A resistência do governo de Piñera em atender essa demanda resultou numa batalha ideológica que se manteve durante esses dois anos, até formar parte do debate eleitoral.
Batalha ideológica que não apareceu em algumas das eleições vividas no Chile após o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), mas que se tornou visível neste segundo turno, no qual se enfrentam duas candidaturas ideologicamente opostas.
Por um lado, Evelyn Matthei representa a postura adotada pelo governo desde as primeiras marchas, de ignorar as demandas dos movimentos sociais. Por outro, Bachelet oferece um pacote de reformas estruturais, apesar de ter sido das figuras mais criticadas durante as marchas – pelo fato de, em seu primeiro mandato, não ter feito muito em favor das reformas que hoje são a base de seu programa.
Direitos sociais
Nos anos seguintes, já com outros líderes, os estudantes mantiveram as mobilizações e acompanharam o surgimento de outros movimentos sociais, em favor de autonomia política para as províncias, pelo direito à saúde também gratuita e por uma assembleia constituinte.
A soma de todos esses movimentos e a pauta que eles impuseram marcaram o tom das candidaturas destas eleições presidenciais. No primeiro turno, por exemplo, sete entre os nove presidenciáveis chilenos disseram estar a favor de reformas no sistema educacional e na constituição do país.
0 comentários:
Postar um comentário