quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Dilma é Lula: cadê o Lula?

Reproduzo artigo de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:

É hora de jogar as “qualis” fora. As “qualis” são o subproduto da marquetagem. São as pesquisas “qualitativas”. Com base nelas, a campanha de Dilma, na reta final do primeiro turno, achou que estava tudo “tranquilo” e que a eleição estava decidida.

Na internet e nas ruas, duas semanas antes, quem tem faro já percebia que a boataria religiosa e a campanha de calúnias estava a mil.

Ok. Veio o segundo turno. Um amigo me diz que o PT achou melhor deixar Lula de fora da campanha, porque as “qualis” mostram que é preciso reforçar a imagem da Dilma. Ela precisa ganhar luz própria.

Sabe o que eu acho? Joguem as qualis fora e chamem o Lula.

Sejamos objetivos: a Dilma não vai reforçar imagem nenhuma em duas semanas. A Dilma tem uma história respeitável, e pode ser boa administradora. Mas a Dilma, como candidata, só existe por causa do Lula.

Foi Lula quem levou Dilma dos 4% e do quase anonimato, para os 55% que ela chegou a ter em agosto. Agora, os gênios da marquetagem acham que é preciso “guardar o Lula”.

Lula será usado na hora certa, dizem alguns. A hora certa era na volta do segundo turno, quando Dilma sofreu o maior ataque conservador da história brasileira recente. Lula era (e é) o escudo que pode impedir essa campanha caluniosa e nefasta de fazer mais estragos.

Agora, nem é a hora de discutir a opção preferencial pelo marketing e por um tipo de política (adotada por parte do lulismo) que nega a política.

Agora é hora de dizer: tragam o Lula. Lula é a vitória. Guardar o Lula no Palácio é o que Serra quer.

Sobre os números das últimas pesquisas, é preciso dizer o seguinte: podemos desconfar das pesquisas, mas é preciso não brigar com os fatos. Com alguma forçadinha pra um lado ou outro, elas mostram – sim – algumas tendências inequívocas:

- Serra cresceu bastante do primeiro para o segundo turno; teve 33 milhões de votos no dia 3, e agora parece ter conquistado mais 12 milhões (dos 20 milhões de votos) que Marina recebeu no primeiro turno;

- Dilma cresceu pouco; teve 47 milhões de votos dia 3, e parece ter conquisado entre 4 e 5 milhões, no máximo (aí incluídos os poucos eleitores de Marina mais à esquerda, e parte do eleitorado de Plinio).

Dilma teve 47% dos válidos dia 3. E agora tem algo entre 52% e 54%.

Serra teve 33% dos válidos. E agora tem algo entre 44% e 47%.

É muito provável que a quinzena final da eleição traga Dilma e Serra em empate técnico. Para a petista, o que é mais grave não são os números, mas a tendência: Serra está em alta, e ela está praticamente parada.

Isso significa que Dilma caminha inexoravelmente para a derrota? Não.

Lembro da campanha de 89. Collor chegou ao segundo turno com o dobro de votos que Lula. Só que Lula chegou em alta – como Serra agora. Lula foi o beneficiário de uma onda que uniu Brizola, Covas, Miguel Arraes e Luiz Carlos Prestes numa grande frente de centro-esquerda. Lula foi subindo, como foguete. Collor, impávido, não reagia.

Dez dias antes da eleição, uma pesquisa chegou a apontar vantagem no limite da margem de erro: Collor 48% e Lula 44% (algo assim, não tenho os números exatos agora). Aí, Collor reagiu. Levou à TV a bomba atômica: um depoimento nojento de uma ex-namorada de Lula (mãe da filha dele), dizendo que Lula era a favor do aborto. A bomba atômica freou o crescimento de Lula – que parecia caminhar para a vitória certa (apesar de ainda estar atrás nas pesquisas).

Pois bem. Dilma não deve usar os métodos nojentos que Serra utiliza. Mas Dilma tem a bomba.

A bomba é Lula. Serra não segura o confronto com Lula.

Ah, mas o confronto é com a Dilma – ela é que precisa segurar a peteca. Não. Esse é o jogo que Serra quer.

Lula precisa ir pra TV e dizer a verdade: “votar no Serra é jogar fora os avanços dos últimos anos; o PSDB governa para os ricos; vocês querem isso?”

Lula tem mais força do que bispos católicos, Globo, Veja e as difamações. Dilma não segura sozinha. Não há vergonha nenhuma em assumir isso: Dilma é Lula. Lula é Dilma.

O resto é marquetagem.

É hora de jogar a marquetagem fora.

.

5 comentários:

Rubem Tiné disse...

C O N C O R D O !!!! LULA JÁ !!!!!

Paulo Morani disse...

E na minha opinião nas inserções, no meio da novela. Mostrar que Serra vai abandonar os pobres e CHAMÁ-LOS A VOTAR para defender as conquistas, que irão para o RALO. Há um risco de abstenção involuntária (feriado imprensado)É isso mesmo, A BOMBA É LULA!

cicero disse...

EU JA FALEI VARIAS VEZES KADER LULA NÃO AGUENTO MAIS VER ESSE MARQUETEIRO REMAR REMAR SÓ COM DILMA QUERO LULA NO INICIO E FIM DO HORARIO ELEITORAL ELES NÃO TÊM LULA DILMA TÊM E NÃO ESTA USANDO CHEGAR DE VER SERRA MALAFAIA INDIO E CABADA DE PADRE PEDOFILO FALAR MERDA ENVIAR PANFLETO.

QUERO VER LULA NO INICIO E FIM DO HORARIO ELEITORAL....

ernesto silva disse...

Concordo plenamente com o rodrigo. Ta na hora de jogar a batata quente na mão do povo e ninguém melhor que o LULA para fazer isso lavando as mãos como pilatos fez no julgamento de Cristo.Se O serra ganhar com a sujeira dele e o povo acreditando nele.O Lula depois pode dizer pro povo que elegeu o serra pra não chorar pelo leite derramado,mas por eles próprios e pelos próprios filhos...

alex disse...

Miro .. acho que é isso que Ele irá fazer. Mas não pode ser agora, neste momento. Ou eles terão tempo para desmanchar.

Nos próximos dias é bater pesado com Paulo Preto, Alstom, Verônica Quebra Sigilo, Verônica Sócia da Irmão do Dantas, Verônica Que tem Empresa em Miami, Privatização da Petrobras ... (cx alta de propósito ..rs)

Lula agora a Santa Aliança desmonta
Tem sentido?
abs