sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Metrô: o estelionato eleitoral de Serra

Por Altamiro Borges

Passados mais de três meses das eleições presidenciais, o tucano José Serra parece que ainda não assimilou a fragorosa derrota. É um notívago amargurado. Na primeira entrevista que concedeu ao jornal O Globo, um típico ombro amigo, ele não poupou críticas ao governo Dilma Rousseff – que nem bem começou. Num dos trechos mais rancorosos, quando comentou os cortes no orçamento – tão comuns nas gestões tucanas –, Serra afirmou na maior caradura que a presidenta comete “estelionato eleitoral”.

De estelionato, Serra entende bem. É só lembrar a sua campanha eleitoral errática e oportunista. Diante dos altos índices de popularidade do ex-presidente, o tucano começou prometendo ser um “continuador de Lula”. Como o truque não colou, logo voltou à carga com o seu discurso oposicionista hidrófobo. Vítima da ditadura, o tucano chegou a usar argumentos dos golpistas contra o governo Lula – segundo ele, “uma república sindicalista”, “amiga do ditador Fidel Castro”, “aliada do populista Hugo Chávez”.

Jogou sua história no lixo

Como as baixarias também não colaram – dizem que Lula parece teflon –, Serra tentou a jogada da “comparação de biografias”. Com o amparo da mídia - vale lembrar a ficha policial falsa na capa da Folha –, espalhou que Dilma era “terrorista”, “abortista”, contra a religião e outras besteiras reacionárias. O ex-líder estudantil terminou a campanha como um fascistinha grotesco, aliado dos fanáticos da TFP, do Opus Dei e dos generais de pijama. Jogou seu passado no lixo, num grave estelionato político.

Na baboseira da “comparação de biografias”, Serra se apresentou como um “gestor moderno” e fez uma tonelada de promessas. Quanto ao tal “administrador eficiente”, basta olhar o caos no estado mais rico da federação – inundações, surto de dengue, caos nos transportes, decadência na educação, entre outras chagas. Mas o estelionato maior ficou por conta das suas promessas. Serra inaugurou até maquete de uma ponte entre Santos e Guarujá – que o governador tucano Geraldo Alckmin já jogou no lixo.

As mentiras sobre o Metrô

Uma das suas maiores mentiras foi sobre a expansão do Metrô. Agora os jornalões, que foram cúmplices do estelionato eleitoral, começam a revelar a real situação do transporte em São Paulo. A FSP (Folha Serra Presidente) noticiou hoje que a badalada obra da Linha 6 do Metrô, que ligará a estação São Joaquim, no centro da capital, ao bairro da Brasilândia, só deve começar em 2013 e que levará, no mínimo, quatro anos para ficar pronta – a princípio, será entregue em 2017.

Serra prometeu na propaganda eleitoral de rádio e televisão que o trecho seria entregue “antes de 2014”. Deveria ser processado por publicidade enganosa, por estelionato eleitoral. Em mais uma bicada sangrenta entre os tucanos, Alckmin deixou implícito que a promessa de Serra não era “realista” – em outras palavras, era mentirosa. “Ou seja, a ligação de 15 km da Brasilândia a São Joaquim estará disponível apenas no penúltimo ano de mandato do próximo governador”, alfineta a serrista Folha.

2 comentários:

Noir disse...

Por favor Miro.
O Serra não tem biografia nenhuma.
Como presidente da UNE, era apenas um agitador barato tentando se dar bem.
Diga-me quem naqueles anos de ultra direita, conseguiria entrar nos Estados Unidos e viver lá, tendo sido presidente da UNE e passado pelo Chile de Allende?
Por porte de maconha expulsaram o John Lennon, mas o Serra conseguiu viver lá, ora conte outra.

Rogerio disse...

Agora imagine-se que Alckmin tivesse perdido a eleição e entrasse outro partido. Teria que fazer os mesmos cortes e revelar a farsa.
Os tucanos estariam rolando e pisoteando em cima, dizendo no mínimo que era incompetência.
DANE-SE Alckmin, segura a trolha que o Zé Pedágio deixou!