sexta-feira, 8 de julho de 2011

A máfia midiática e os militontos

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A grande imprensa brasileira lembra a máfia italiana. Comandada com mão de ferro pelas famílias Marinho, Frias, Civita e Mesquita, presta serviços a gangsters travestidos de políticos que se abrigam sob uma sigla partidária, o PSDB, e seus aliados DEM e PPS.



Lendo ou assistindo os veículos de comunicação que essas “famiglias” controlam, a impressão que se tem é a de que, para acabar com a corrupção no Brasil, basta colocar o Partido dos Trabalhadores na ilegalidade, pois só ele e aliados são alvo de denúncias.

Dia após dia, essas organizações criminosas financiadas com o dinheiro dos contribuintes paulistas, mais do que de quaisquer outros, só se ocupam de alguma denúncia se ela envolver o PT ou algum de seus aliados na base de apoio do governo federal.

Devido a essa situação esdrúxula, quem não quer que o governo do país ou de qualquer nível da administração pública faça o que bem entender sem questionamento só pode votar em um partido, no PT, pois é o único que a imprensa fiscaliza.

Se você vota no PT, é porque sabe que ele estará sempre sob rédea curta, seja no Executivo, seja no Legislativo. Aqui em São Paulo, por exemplo, só dois governos foram fiscalizados de verdade, o de Marta Suplicy e o de Luiza Erundina.

Governos municipais e estaduais só são fiscalizados pela imprensa quando são do PT ou de seus aliados, em São Paulo.

Se dermos uma olhada no que acontece em Estados como São Paulo ou Minas Gerais, perceberemos o que aconteceria se o PSDB tivesse recuperado o poder central no ano passado. Nesses Estados, a corrupção corre solta e a imprensa se nega a noticiar.

Estive em Belo Horizonte recentemente, em encontro com outros blogueiros locais, e fiquei espantado com o pavor que as pessoas dedicam ao coronel mineiro, Aécio Neves, que, com o apoio do imprensa local, promove toda sorte de abusos, roubalheiras e intimidações.

Em São Paulo, a situação não é tão escandalosa. Aqui, o PSDB pode apenas roubar à vontade sem ser incomodado pela imprensa. Não há intimidação física dos adversários, como em Minas, onde há relatos de violência contra quem conteste a família Neves.

Obras como o Rodoanel ou de desassoreamento do rio Tietê, por exemplo, transtornam a vida do paulista devido à exorbitância da corrupção que encerram. O complexo viário já é chamado abertamente de “roubanel” e o desvio de recursos para desassorear o rio, matou dezenas.

Onde está a imprensa? Não diz um A. Nada, absolutamente nada. Às vezes, sai uma notinha escondida num pé de página, uma vez só, no máximo duas, sem aquele martelar incessante que a máfia midiática faz quando o caso envolve o PT ou seus aliados.

Mais de uma centena de CPIs hiberna na Assembléia Legislativa paulista. Deputados de oposição aos governos Alckmin, Serra e agora Alckmin de novo sempre dizem que as investigações só seriam abertas com pressão da imprensa.

A cada vez que explode um novo escândalo contra um governo do PT, sobretudo contra o governo federal, e vejo esses militontos que se dizem de esquerda, mas que não passam de massa de manobra da direita, fazerem o jogo da máfia midiática, sinto engulhos.

Enquanto escândalos reais e inventados contra o PT ocupam cem por cento do grande noticiário, em regiões como São Paulo ou Minas Gerais os governos locais fazem o que bem entendem sem qualquer questionamento. E cadê os militontos? Ajudando a direita, claro.

Alguém acredita que esses critérios sobre evolução patrimonial poupariam o secretariado desses governos estaduais mafiosos? Se houvesse interesse igual da imprensa sobre o governo paulista, por exemplo, não sobraria um.

Na antiga Daslu, organização criminosa que se dedicava a contrabando de artigos de luxo na capital paulista antes de ser desbaratada pela Polícia Federal, a filha do então governador Geraldo Alckmin fez uma carreira meteórica. Em meses, passou de vendedora a “diretora”.

A imprensa local jamais disse nada, pois estava ocupada acusando os filhos de Lula.

A perda de importância de São Paulo, com queda na renda média e na participação do Estado no PIB, deve-se à corrupção exacerbada que flagela o povo paulista, que, alegre e tranqüilo, fica bradando contra o governo federal enquanto é roubado pelo estadual.

Tenho lá minhas críticas a fazer ao governo federal. Nesse caso do Ministério dos Transportes, é evidente que havia negociatas. Todavia, não me ocupo disso porque estaria fazendo o jogo dos que denunciam alguns crimes e ocultam outros.

Enquanto as denúncias na grande imprensa tiverem foco partidário, execrando os corruptos adversários e protegendo os amigos, esta página se dedicará exclusivamente a denunciar essa situação. Um país sério não pode ter licença para roubar.

PS: apropriei-me da expressão “militontos”, criação da amiga, blogueira e historiadora Conceição Oliveira.

4 comentários:

Luiz Carlos disse...

Miro, parabéns!

Grande artigo.

Infelizmente dentro da velha esquerda ainda existem um monte de ratos (um monte já se debandou com as invencionisses da máfia midiática de direita)que fazem o jogo sujo da direita perversa.

Dia desse o JN reportou a roubalheira de Taubaté, por quase três cinco minutos, sem citar o nome e o partido do prefeito, para em seguida falar que um prefeito do PT (saiu da boca da Fátiga Benladen) do nordeste estava foragida da polícia por suspeita de corrupção.

Essa midia emporcalha nossa nação. Marco regulatório, já!

Branqueamento Dentário disse...

É parecido com o meu tio Libório Francelino.

Unknown disse...

Gostaria de lembrar do caso da Verônica Serra e a DECIDIR.COM, cujo capital social da empresa (aberta em Fevereiro de 2000 com um capital de R$ 100,00) aumentou mais de 50.0000% em dois meses, passando para R$ 5.000.000,00. O filho do Ministro bateu um RECORD de enriquecimento em dois anos(sua empresa, a FORMA CONSTRUÇÕES abriu com um capital de R$ 60.000,00 e após dois anos já tinha um patrimônio de R$ 50.000.000,00, um crescimento de 86.500%). Comparando um enriquecimento com outro em uma regra de três simples, chegamos a míseros 600.000% a favor da filha do José Serra. Não podemos esquecer também da quebra do sigilo bancário(CCF) de 60 milhões de brasileiros realizadas pela DECIDIR.COM, em Janeiro de 2001(durante o Governo FHC/SERRA). Já que a mídia está falando tanto do enriquecimento rápido e do filho do ex Ministro dos Transportes(coisa que também condeno). Isso também deveria vir novamente à tona e ser minuciosamente investigado. Ou já caiu no esquecimento? Melhor ainda. Acho que TODOS, digo TODOS os detentores de Cargos Públicos em todos os níveis, e em todos os Poderes deveriam ter suas vidas e a de familiares diretos e indiretos constantemente devassadas e monitoradas afim de buscar indícios de enriquecimento i(L)ícitos.

Anônimo disse...

Você está enganado, diz-se rouboanel e não roubanel.