terça-feira, 4 de junho de 2013

PIB: mesmo devagar, o Brasil cresce

Editorial do sítio Vermelho:

A disputa entre os pessimistas do crescimento e a realidade econômica do Brasil deu novos passos nos últimos dias. No embalo do aumento na taxa Selic de 7,5% para 8% ao ano, decretada pelo Copom (Conselho de Política Monetária) há uma semana, os pessimistas (os porta vozes da especulação financeira, melhor dizendo) assanharam-se. A noticia na Folha de S. Paulo variou entre a avaliação “comedida” de um comentarista, que viu a economia brasileira como um copo meio cheio, meio vazio (FSP, 03.06.2013), e a ideia de que "todo dia é dia de má notícia", lançada por outra colunista (04.06.2013). É difícil saber em que mundo vivem!

As dificuldades da economia não são pequenas, ao contrário. Mas elas são agravadas pela disputa que opõe, no Brasil, os partidários do desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho, aos monetaristas da especulação financeira que clamam pela volta dos juros campeões do mundo que existiram nos tempos do predomínio neoliberal na economia.

Pelo noticiário econômico dos jornais brasileiros o país vive às vésperas de uma crise econômica que pavimentará o caminho de volta dos tucanos e dos neoliberais ao governo. Para manter a coerência com o cenário catastrófico que descrevem, nenhum deles noticiou alguns temas econômicos onde fica claro que a economia brasileira está longe da catástrofe que anunciam. Por exemplo, a Petrobras (que descrevem como à beira da crise) recentemente quebrou os recordes, para uma empresa de um país emergente, e captou 11 bilhões de dólares num lançamento de títulos no exterior (e foi comedida: os investidores estavam dispostos a investir quatro vezes mais: 45 bilhões). Outro fato que desmente o pessimismo da grande mídia conservadora foi o sucesso do leilão de áreas de petróleo fora do pré-sal; para este, foi marcado o leilão para outubro, que poderá trazer ao caixa do governo cerca de 10 bilhões de reais.

Face à divulgação nesta segunda-feira (3) do PIB de 0,6%, os bruxos do mercado financeiro voltaram a baixar sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2013. Falam, agora, em 2,77% (antes falavam em 2,93%). O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega fala em rever, para baixo, a estimativa de crescimento da economia para este ano, mas não citou o número, ao contrário do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para quem o aumento do PIB este ano pode ficar em torno de 3%.

A divulgação nesta terça-feira (4) do resultado do crescimento industrial foi um choque de realidade para os pessimistas. Eles admitiam que a indústria crescesse em um ritmo mais forte no segundo semestre, mas dentro de uma perspectiva de crescimento lento. Mas a indústria acelerou como mostram os dados divulgados hoje pelo IBGE. Em abril, cresceu 8,4% em relação ao mesmo período de 2012, e avançou 1,8% ante março de 2013. Foi a maior alta desde agosto de 2010 quando cresceu 8,6%. Isto é, a indústria - que tem sido o patinho feito do PIB - acumulou um avanço de 1,6% entre janeiro a abril, depois de uma queda de 1,1% entre setembro a dezembro de 2012. Nos últimos dozes meses, 23 das 27 atividades industriais pesquisadas mostraram crescimento, puxados pela indústria automobilística (23,9%), seguido pelo setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (18,9%) e máquinas e equipamentos (18,1%).

Os pessimistas também são desmentidos pelo desempenho do emprego no Brasil. Para eles um dos dados que indicam que a economia parte é justamente o bom desempenho no emprego, e defendem doses variadas de redução na oferta de trabalho, para desaquecer a economia e favorecer, claro, o pagamento de juros a seus patrões rentistas do mercado financeiro. Não é assim que a Organização Internacional do Trabalho vê o quadro. Ela aponta ao contrário, o Brasil como modelo para um mundo que vai levar até dez anos para retomar os níveis de emprego anteriores da crise iniciada em 2007, que só voltarão a ser alcançada, estima à organização, entre 2015 e 2017. E calcula que o número de desempregados chegará ao mundo (sobretudo nos países ricos) a 214 milhões em 2018.

Os efeitos de um mundo parado, numa economia tão internacionalizada como a brasileira, não podem ser subestimados. O que ocorre no mundo, afeta o Brasil em graus variáveis, claro. Sob o neoliberalismo de Fernando Henrique Cardoso, os efeitos da atual crise seriam catastróficos na economia brasileira; sob o desenvolvimentismo que se firmou com Lula e Dilma, o controle nacional sobre os efeitos danosos da crise mundial podem ficar controlados, e tem ficado. Apesar dos reparos que possam ser feitos à política econômica do governo (e não são poucos, haja vista a recente retomada do crescimento da taxa dos juros), a economia segue crescendo. Em ritmo lento, mas crescendo.

Contra o pessimismo da mídia conservadora e dos gurus neoliberais do mercado financeiro, o país não pode recuar ante a determinação do crescimento. E precisa encarar aquele pessimismo como aquilo que ele é: a defesa dos interesses da especulação financeira, contrária ao crescimento, à distribuição de renda e à valorização do trabalho.

1 comentários:

Anônimo disse...

Essa gente que torce contra o Brasil, são os mesmos que querem a volta do capitalismo selvagem, porque lucram com a miséria do povo brasileiro; parasitas, urubólogos que torcem o nariz diante do desenvolvimento e da boa fase que o País está vivendo exatamente porque o Povo acordou e se livrou dessa praga chamada neoliberalismo, eleição após eleição o Povo rejeita mais e mais essa horda. Vão ter que se conformar e engolir o choro.