sexta-feira, 4 de abril de 2014

Petrobras e a seletividade da Globo

Do site MudaMais:

O equilíbrio é um princípio importante para o bom jornalismo. Especialmente quando está baseado em critérios objetivos e pode, de alguma forma, ser verificado. Junto à busca pela verdade e à pluralidade de opiniões, ele forja os princípios da atividade jornalística moderna.

Se você tem a impressão de que este equilíbrio é muitas vezes colocado de lado na cobertura dos casos mais rumorosos da política nacional, você está certo. O Muda Mais fez os cálculos do noticiário do Jornal Nacional sobre as denúncias de formação de cartel e pagamento de propinas no Metrô de São Paulo e os comparou com a cobertura da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobrás. Resultado: a média de exposição diária do caso Petrobras é nada menos do que 13 vezes maior do que o caso Alstom/Metrô de SP.

Entre 7 de novembro de 2013 e 25 de março último, ou seja, em 130 edições do JN, as denúncias e investigações sobre corrupção no Metrô de SP ocuparam cerca de 77 minutos do telejornal. Foram divulgadas 23 matérias. A mais longa teve 8 minutos e 15 segundos. Cinco delas duraram menos de 1 minuto. Em todas, o assunto era bem ponderado. Todos os acusados tinham direito de resposta para rebater as acusações. E todos, claro, refutaram. As expressões usadas nos textos das reportagem também são bem suaves. Para o Jornal Nacional, não há quadrilha, mas um “suposto cartel”. E não há acusados, mas suspeitos.

Em comparação, desde que o caso Petrobras/Pasadena eclodiu, há 11 dias, o Jornal Nacional dedicou a ele 64,5 minutos de cobertura. Foram 10 matérias, três delas com pelo menos 10 minutos cada. Nenhuma com menos de 3 minutos. E em todas não há suspeitos, mas acusados. E não há supostas questões contratuais no processo de aquisição da refinaria, mas irregularidades na compra da refinaria.

Vale a pena destrinchar os dados relativos às exposições dos dois casos no telejornal - que vai ao ar de segunda a sábado. Desde que surgiram as primeiras denúncias do caso do Metrô de São Paulo, os telespectadores ouviram "boa noite" da bancada do JN cerca de 130 vezes. Durante cinco meses completos, o tema foi abordado em 23 edições. Por outro lado, em apenas 11 dias - ou seja, 10 edições, excluindo-se o domingo - o caso Petrobras foi abordado em todas as oportunidades, ininterruptamente.

Portanto, se dividirmos o tempo total de exposição de cada um dos temas pelo número de edições que foram ao ar do telejornal desde a primeira aparição deles no noticiário, teremos algo curioso. Para o Metrô de São Paulo, nas 130 edições, houve 77 minutos de cobertura, ou seja, uma média de exposição diária de 35 segundos. Já o caso Petrobras chegou ao horário nobre da TV Globo por 64,5 minutos nas 10 edições, o equivalente a uma média de 6 minutos e 30 segundos de exposição diária. Os cálculos apontam para uma cobertura, proporcionalmente, 13 vezes maior do caso Petrobras em comparação ao do Metrô.

É compreensível que, em 130 edições, a temática acabe por se diluir e, portanto, apareça menos frequentemente ao longo do tempo. Chama a atenção, no entanto, que em apenas 10 edições, o caso Petrobras já tenha um tempo de exposição tão próximo ao caso do Metrô.

O tratamento desproporcional dado pelo Jornal Nacional a temas ligados ao PSDB e ao PT, ou, se você preferir, ao governo federal e ao governo do estado de São Paulo, não é propriamente uma novidade. Mas é sempre bom ir para a prancheta e colocar os pingos nos is. Se "ouvir os dois lados" é um princípio do bom jornalismo, que nome se dá quando eles são tratados com dois pesos e duas medidas?

2 comentários:

Unknown disse...

Petrobrás: verdades e mentiras.
A Petrobrás é oitava maior empresa de capital aberto do mundo. Qual o foro indicado para os acionistas resolverem qualquer pendência societária? Evidente que é a assembleia de acionistas. A composição do capital acionário de qualquer empresa é um dado tratado com muita discrição: dificilmente é divulgado de forma clara. Há informações na rede segundo as quais o capital da Petrobrás é majoritariamente privado (67,8%), sendo que a maioria (39,8%) desses investidores é estrangeira. Claro que não se trata de um bando de bocós: sabem muito bem defender seus interesses e não precisam da ajuda de personagens como Aécio Neves e Agripino Maia, nem de CPI. Se não forem atendidos em seus pleitos podem recorrer ao Judiciário. Fazem parte do conselho de administração da Petrobrás: Mauro da Cunha, presidente da Amec (Associação de Investidores no Mercado de Capitais); José Monforte, graduado em economia pela Universidade Católica de Santos, com passagens pela Merrill Lynch e Citibank.
http://dinheiro.br.msn.com/mercado/em-meio-a-esc%C3%A2ndalo-pol%C3%ADtico-petrobras-elege-conselheiros-confira-quem-s%C3%A3o

MARCO disse...

Outras coisas ocorrem diariamente uma é o 13 não há noticia de tragedia que não apareça o 13 sempre dão um jeitinho de encaixar um 13 e se não tiver nada inventão já vi policia descobrir barris com pinos plasticos enterrados em tambores e alegarem que dentro tinha 13 mil pinos já vi caminhão capotar sobre carro e derrubar treze toneladas sobre a família e ate pessoas testemunharem afogamento em represa a testemunha claro estava a treze metros na margem eu to paranoico to vendo 13 em tudo é a impressão que fica ai vou assistir o jornal e pronto la vem o 13 na noticia haja paranoia. E quem é quem na noticia, de novo é outra paranoia é quando politico do PT é pego em ação policial o jornalista vai logo dizendo o fulano do PT que pode estar com os fulanos também do PT serão defendidos pelos advogados do PT segundo membros da direção do PT, já nos casos que não tem gente do PT você fica perguntando quem são esses que a policia prendeu mas não dizem acaba a noticia e você fica sem saber, bem é fácil saber uma coisa não era do PT não sou ingênuo sei da manipulação só estou desabafando para evitar ficar paranoico com essa mídia manipuladora dos infernos.