Para um governo que abriga toda sorte de desqualificados e corruptos, receber conselhos de um pulha do calibre de Alexandre Frota é algo visto com naturalidade.
Pudera. Na República que os golpistas tomaram de assalto, o ministro da Educação é Mendonça Filho, um obscuro deputado do DEM, conhecido como "Mendoncinha", um sujeito que entende tanto de educação quanto eu de fissura nuclear.
Mas a "consultoria" de Frota não desperta nenhuma indignação na mídia, nem mesmo a mais reles crítica. Tamanho achincalhe à coisa pública passa batido. Tudo bem, eles se merecem.
Afinal, compartilham do mesmo padrão moral, da mesma estupidez, do mesmo desapreço pela causa democrática.
Nem o mais arguto e lúcido dos analistas políticos seria capaz de prever que em apenas duas semanas a quadrilha que invadiu o Planalto e Esplanada dos Ministérios chafurdaria tão fundo na lama.
E agora batedores de panela? Foi para isso que vocês se vestiram do amarelo corrupto da CBF e foram às ruas exigir o "o fim da corrupção"?
É impossível que, embora não confessem, vocês não estejam se sentindo verdadeiros idiotas, manipulados facilmente pelo golpismo infame da Globo, Veja e congêneres.
Pois é bom que vocês saibam que carregarão em suas consciências até o fim de seus dias o peso de permitir que a República fosse entregue a um bando sem qualquer compromisso republicano.
O projeto anunciado por Temer e seus ministros (processados pela Justiça ou ignorantes de carteirinha em relação aos assuntos de suas pastas ) foi derrotado quatro vezes consecutivas pelo povo brasileiro nas urnas.
Por isso, é um golpe dentro do golpe o corte nos programas sociais, o desmonte do governo, a entrega do pré-sal, a venda de "tudo que for possível", a volta da política externa de espinha curvada aos EUA e à Europa, o ataque à previdência e ao salário mínimo, a tunga nas verbas da saúde, da educação e do Fundo Soberano, além do rombo orçamentário recorde, para sobrar dinheiro para satisfazer a ganância do mercado financeiro.
Esse governo já mostrou ser capaz de tudo para cortar direitos sociais, trabalhistas e previdenciários. Mas não é capaz de se legitimar perante à população brasileira e aos governos, personalidades e imprensa de outros países.
A divulgação das fitas que desnudam a canalhice dos articuladores do golpe fez com que a mídia internacional, que já vinha batendo duro nos golpistas, subisse o tom : "o poder no Brasil foi tomado por gangsters." Bingo.
Tão rápidos no gatilho para divulgarem pesquisas quando a conjuntura é desfavorável a Lula, Dilma e ao PT, o silêncio dos institutos de pesquisas é eloquente.
É evidente que qualquer pesquisa feita hoje com um mínimo de seriedade mostrará um forte rejeição ao golpe e ao vampiro que invadiu o gabinete presidencial.
Em matéria assinada pelo competente jornalista Maurício Dias, em CartaCapital desta semana, o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, fala do consistente processo de recuperação de popularidade por parte de Dilma Rousseff.
A presidenta legítima do Brasil passou de índice de confiança de 18% em abril para 33% em maio, enquanto a desconfiança em Dilma tem forte queda, segunda pesquisa feito pelo instituto este mês.
O problema é que essa pesquisa não foi divulgada. O motivo é do conhecimento geral. É público e notório a que interesses servem Ibope e Datafolha. Na certa, esse levantamento ao qual se refere Montenegro aponta uma rejeição extraordinária a Temer e ao golpe.
Mas, a pergunta que não quer calar é: por quanto tempo conseguirão esconder essa realidade?
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