sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Afinal, o que quer a imprensa?

Por Mair Pena Neto, no sítio Direto da Redação:

A maioria dos grandes meios de comunicação da América Latina está em conflito aberto com os presidentes eleitos de muitos países, trazendo à tona o debate sobre deveres, limites e responsabilidades da informação. Em nome de uma suposta liberdade de imprensa, os meios rejeitam qualquer tipo de regulamentação, sempre acusada de censura, e afirmam que já existem os canais de controle da sociedade sobre possíveis erros ou excessos cometidos pelos jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão.

Jovens jornalistas: criados com os lobos

Por Luis Nassif, em seu blog:

Tinha menos de dois anos de formado o jovem repórter que tentou invadir o apartamento de José Dirceu no Hotel Nahoum. Pelo que soube em Brasília, voltou para a casa da mãe.

Não sei a idade do repórter da Folha que iludiu a confiança do tio, no caso Battisti. Mas foi exposto de forma fatal pelo próprio tio, em um artigo demolidor. E inspirou um artigo da ombudsman do jornal, no qual afirmava que era ingenuidade confiar em jornalistas. Tornou-se exemplo de como não se deve confiar em jornalistas. Dificilmente conseguirá fontes dispostas a lhe passar informações relevantes.

Execução só é crime para os “outros”?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Nas últimas 24 horas, foram excutadas três pessoas, por sentença judicial.

Uma no Irã: um jovem de 17 anos condenado por homicídio. Outra na China: um paquistanês condenado por tráfico de drogas.

Ambos os países merecem, por conta destas execuções, condenações internacionais por atentarem contra os direitos humanos.

A terceira pessoa foi executada nos Estados Unidos.

Mudanças na TV Globo são para valer?

Por Marco Aurélio Mello, no blog DoLaDoDeLá:

Tenho dito que existe um movimento interno no jornalismo da TV Globo para resgatar sua credibilidade. Primeiro, porque sem que as pessoas confiem no noticiário o negócio deixa de prosperar. Segundo, porque a derrota na campanha eleitoral de 2010 teve um gosto amargo para a emissora do Jardim Botânico. A "bolinha de papel" foi o ápice de um processo de radicalização interna (que começou em 2003), e que virou um dos casos mais escandalosos da história da televisão brasileira, caso que só encontra paralelo com a tentativa de fraude nas eleições ao governo do Rio, em 1982, e com a manipulação do debate na Campanha Eleitoral de 1989. Portanto, é natural que alguma intervenção fosse feita.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A neblina é densa no horizonte de Serra

Por Maria Inês Nassif, no sítio Carta Maior:

Candidato derrotado do PSDB à Presidência da República no ano passado, José Serra hoje é um tucano sem poleiro. Desgastado internamente por decisões de campanha e pela segunda derrota para o PT na disputa presidencial, fracassou ao tentar retomar áreas de influência no PSDB nacional. Os cardeais do partido - Serra excluído do concílio - preferiram manter no comando nacional o inexpressivo Sérgio Guerra a arriscar abrir espaço de poder para o ex-governador, um político que levou ao limite, nas eleições passadas, sua vocação desagregadora.

O ex-governador não tem mais espaço nacional no PSDB. E o seu "Plano B", o PSD do prefeito Gilberto Kassab, alçou voos próprios que não credenciam seu criador a ir além da capital paulista no apoio a Serra. Integrantes do novo partido consideram que o prefeito pode cumprir seus compromissos passados com o ex-governador se ele decidir disputar as eleições para prefeito. Para aí. A vocação governista com que nasce o PSD não aconselhariam a apoiar Serra contra o governador Geraldo Alckmin, numa disputa pelo governo do Estado, ou ir na direção contrária a da presidenta Dilma Rousseff, na disputa pela reeleição.

No PSDB paulista, Serra perdeu terreno na capital, onde tinha mais influência que Alckmin, e não expandiu seus domínios para o interior, reduto alckmista. A avaliação no núcleo tucano paulistano é que o PSDB não pode recusar a Serra a legenda para a prefeitura, se ele quiser, mas nem o partido gostaria que isso acontecesse, dado o alto grau de rejeição ao seu nome acusado por pesquisa do instituto DataFolha há duas semanas, nem o próprio ex-governador parece disposto a correr o risco de uma derrota municipal num momento em que está particularmente fraco. Isso inviabilizaria por completo qualquer tentativa futura de retomar uma carreira política nacional.

A estratégia de fazer o PSDB paulistano engolir um dos poucos serristas que restaram, o senador Aloysio Nunes, como candidato à prefeitura, caiu pela total falta de interesse do próprio senador. O espaço está aberto para a disputa entre dois nomes da órbita de influência de Alckmin, seus secretários José Anibal e Bruno Covas, na disputa pela legenda do partido à prefeitura.

Os destinos de Serra e do PSD dificilmente se encontrarão no âmbito nacional porque, afirma um dos seus articuladores, "o partido nasce com uma grande vocação governista". Em São Paulo, para cumprir a sua vocação, tem que ser Dilma Rousseff - não existe possibilidade de acordo com o governador tucano, com quem Kassab disputou a prefeitura, com o apoio de Serra, em 2008. O único caminho para acordo seriam ambos se unirem em torno de uma candidatura Serra, o que é altamente improvável. Sem essa alternativa, o PSD deve caminhar em faixa própria lançando um candidato.

No resto do país, o partido já exerce sua vocação governista de maneira plena. Nos redutos dos governadores de partidos da base de apoio de Dilma, o PSD, na grande maioria, conseguiu unir, de forma conveniente, dois governismos, o estadual e o federal. O governador Jaques Wagner (PT) ajudou a formação do partido na Bahia; Marcelo Déda (PT), em Sergipe; Eduardo Campos (PSB), em Pernambuco e Cid Gomes (PSB) no Ceará. No Rio, o partido foi montado com a ajuda de um governador e um prefeito governistas no plano federal, Sérgio Cabral (PMDB) e Eduardo Paes (PMDB). No Maranhão, foi constituído na órbita de influência da governadora Roseana Sarney (PMDB). No Piauí, está ligado ao governador Wilson Martins (PSB); na Paraíba, ao governador Ricardo Coutinho (PSB).

No Rio Grande do Norte, que tem a única governadora do DEM, Rosalba Ciarlini, e no Pará, com o tucano Simão Jatene, ambos de oposição ao governo federal, o PSD nasce apoiando o governo do Estado e o governo federal, ao mesmo tempo. Em Santa Catarina, o próprio governador, Raimundo Colombo, aderiu ao novo partido. Segundo um dos organizadores da nova legenda, o PSD apenas sera oposição estadual, de fato, no Acre e no Amapá.

Os interesses nacionais do PSD, portanto, não credenciam Kassab a se comprometer com Serra além das fronteiras da capital paulista. Os interesses nacionais do PSDB não convergem para Serra. Este é o horizonte do adversário de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais do ano passado.

UBS e a máfia rentista da Europa

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o maior banco da Suíça, o UBS, anunciou um rombo de US$ 2 bilhões – cerca de R$ 3,5 bilhões. De imediato, o funcionário Kweku Adoboli, lotado no escritório de Londres, foi preso, acusado de ter feito operações financeiras fraudulentas. O banco tenta limpar a sua imagem. Joga toda a culpa no detido e garante que os seus clientes não sofrerão qualquer prejuízo.

Mas a sujeira é visível. Evidencia o caos em que se transformou o sistema financeiro mundial, totalmente desregulamentado pelos sucessivos governos neoliberais, e responsável pelo brutal agravamento da crise capitalista. Adoboli trabalhava com as complexas operações de derivativos – uma malandragem dos banqueiros e rentistas para especular com papéis futuros.

O oportunismo de Yoani Sánchez

Por Iroel Sánchez, no blog La Pupila Insomne:

A multipremiada blogueira Yoani Sánchez acrescentou novas pérolas ao ciberbestiário, conforme o apresentado em sua antológica entrevista ao historiador francês Salim Lamrani [*].

Em diálogo com o jornal porto-riquenho El Nuevo Dia, a senhora Sánchez investe contra o povo cubano, a quem atribui o comportamento daqueles que, como ela, só pensam com o bolso:

Pós-graduandos fazem tuitaço

Por Luana Bonone, diretora de comunicação da ANPG, no sítio da entidade:

A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) organiza uma semana concentrada de campanha pela valorização das bolsas de pesquisa que teve início na segunda (19) e vai até essa sexta-feira (23). O foco é o reajuste das bolsas de mestrado e doutorado, que estão com os valores congelados há mais de 3 anos, embora as pautas por financiamento para educação e ciência e tecnologia também façam parte do debate. Além de ações nas universidades, a entidade promove uma diversificada campanha virtual, com Twittaço da hashtag #reajustedebolsasja marcado para esta quinta-feira (22).

Esclarecimento dos blogueiros de MG

Enviada por Michael Rosa:

Em face da exploração política de um lamentável fato que ocorreu com um dos participantes do Encontros dos Blogueiros Progressistas, a Comissão de organização do BlogProgMG ("Bloguemus") esclarece:

A) O ativista de redes sociais, de nome Nartagman, participou, como indivíduo, dos debates do encontro estadual mineiro de blogueiros progressistas. Evento que teve mais de 150 inscritos.

Paulo Freire e as verdades escondidas

Por Venício A. de Lima, no Observatório da Imprensa:

Trinta anos após sua primeira edição, o que justificaria a republicação de Comunicação e Cultura: as idéias de Paulo Freire, um livro que explora o pensamento e a prática do educador brasileiro no período anterior à dissolução do chamado socialismo real; anterior às eleições que levaram ao poder vários governos populares na América Latina, na contramão da nossa tradição histórica; anterior à revolução digital que dá origem às imensas transformações tecnológicas nas comunicações? O que a prática e a reflexão posteriores de Freire – produtivo até sua morte em 1997 – acrescentaram sobre comunicação e cultura? O que pensam os pesquisadores, sobretudo os brasileiros, a respeito da contribuição de Freire para os estudos de comunicação?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dilma na ONU: sem complexo de vira-lata

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Na abertura da Assembléia Geral da ONU, ao falar para o mundo, Dilma destacou a condição feminina e a especificidade do Brasil no mundo. Emocionou-me a menção que a presidenta fez à lingua portuguesa. Lembrei-me de certo presidente (brasileiro, até prova em contrário) que foi à França e preferiu falar em Francês (!) na Assembléia Nacional daquele país. Era o presidente que certa elite brasileira considerava ”cosmopolita”. Um cosmopolita que preferia falar em francês. Terminou o discurso dizendo “Vive la France!!”. Patético.

Palestina agradece o apoio brasileiro

Por Viviane Vaz, de Ramallah, na CartaCapital:

Milhares de palestinos aproveitaram nesta quarta-feira o dia de folga estabelecido pela Autoridade Palestina para participar das demonstrações de apoio à iniciativa do presidente Mahmud Abbas em buscar um assento na ONU – seja de membro permanente ou observador.

O acordo da Al Jazeera com Washington

Por Heloisa Villela, de Washington, no blog Viomundo:

A notícia é estarrecedora. Mas não foi manchete na imprensa mundial. O diretor geral da rede Al Jazeera, Wadah Khanfar, entregou o cargo ontem sem explicar porque e sem dizer o que fará daqui prá frente. Khanfar é palestino, foi correspondente da Al Jazeera no Iraque, entre outros lugares, e dirigia o jornalismo da empresa há oito anos. É apontado como grande responsável pelo crescimento da tevê que hoje é a mais assistida no mundo árabe e mereceu elogios até da secretária de Estado, Hillary Clinton, o que por si só já seria motivo para deixar qualquer cético de orelha em pé.

A CUT no Encontro Mundial de Blogueiros

Por Rosane Bertotti, no sítio da CUT:

Carregando o simbolismo da tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, que impulsiona o sentimento da integração latino-americana, a cidade paranaense de Foz do Iguaçu sediará entre os dias 27 e 29 de outubro o 1º Encontro Mundial de Blogueiros com o tema “O papel das novas mídias na construção da democracia”.

Michael Moore critica mídia dos EUA

Do sítio Vermelho:

O cineasta estadunidense Michael Moore esteve na última segunda-feira (19) no programa de televisão The Rachel Maddow Show para discutir a cobertura dos meios de comunicação sobre a festa do Tea Party, que teve uma cobertura superdimensionada, diferentemente dos protestos dos movimentos de esquerda no país.

Repórter da Veja admite o crime

Por José Dirceu, em seu blog:

Foi concluída a investigação policial sobre a tentativa de invasão da suíte que ocupo no Nahoum Hotel, em Brasília, ao final de agosto, pelo repórter Gustavo Ribeiro, da revista Veja. E os fatos falam por si. Na apuração realizada na 5ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal, fica claro que o jornalista de fato tentou violar o meu apartamento.

O jornalista admitiu que tentou entrar em um ambiente privado. A investigação – que colheu vários depoimentos e também se apoiou em imagens do circuito interno do hotel -- será encaminhada para o Juizado Especial Criminal de Brasília.

Caco Barcelos e a mutilação da Globo

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Não poderia deixar de abordar um belo momento do jornalismo brasileiro, a prova definitiva de que não se pode discriminar profissionais que, até por falta de opção, trabalham para o oligopólio pretensamente imperial e antidemocrático que domina a comunicação no Brasil.

Na terça-feira (20), por volta das 19 horas, foi ao ar o programa da emissora a cabo Globo News, o “Em Pauta”, apresentado pelo jornalista Sergio Aguiar, que entrevistou o jornalista Caco Barcelos e teve a participação virtual da jornalista Eliane Cantanhêde.

Atenção às manobras da direita

Editorial do jornal Brasil de Fato:

Esse não é um assunto novo. Mas entendemos ser sempre importante analisar. Trata-se dos passos e lutas dos setores e forças inimigas do povo. É um princípio da luta da classe trabalhadora conhecer a nós mesmos, ter projeto, planos de ações, políticas de alianças etc. Porém, é igualmente importante compreender quem são os inimigos do povo, como se organizam e o grau de coesão deles. Nesse sentido, abordaremos alguns dos pontos sobre os nossos inimigos.

O dia em que a Palestina derrotou os EUA

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Por Katarina Peixoto, no sítio Carta Maior:

Entre a presença de Dilma Rousseff na abertura da 66ª Assembleia Geral da ONU e a ausência de Barack Obama, explícita no discurso do presidente dos EUA, abriu-se um flanco. Faltou Obama no discurso de um presidente enfraquecido e na defensiva, refém de interlocutores ausentes (Bin Laden e o Hamas). E Dilma Rousseff esteve lá, inteira, com a sua história, os seus compromissos e uma agenda clara.

Discurso de Dilma Rousseff na ONU



Senhor presidente da Assembleia Geral, Nassir Abdulaziz Al-Nasser,

Senhor secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon,

Senhoras e senhores chefes de Estado e de Governo,

Senhoras e senhores,

Pela primeira vez, na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o Debate Geral. É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna que tem o compromisso de ser a mais representativa do mundo.