quinta-feira, 7 de abril de 2016

A desordem do discurso midiático

Por Eduardo Silveira de Menezes, no site Sul-21:

Para ficar “bem informado” sobre a crise política, no Brasil, não se pode titubear. As notícias são atualizadas minuto a minuto. No Facebook, curtidas – e suas variáveis –, comentários e compartilhamentos acirram o debate pautado pelos meios de comunicação. A rede social de Mark Zuckerberg transformou-se no principal espaço de reverberação da agenda midiática brasileira. Nesse ambiente narcísico e de autoafirmação, as barras de rolagem passeiam de cima para baixo como se estivessem à procura de defeitos aparentes no dizer do “outro”.

Começou o jogo e será apertado

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O jogo para afastar Dilma Rousseff foi meticulosamente armado mas nem tudo está saindo como planejado. Havia um toque de farsa na sessão de ontem em que o relator da comissão do impeachment, Jovair Arantes, leu seu parecer favorável à autorização da abertura do processo por “indícios de atentado contra a Constituição”. Era o já sabido, o já visto antes de ter acontecido. Entretanto, o placar está indefinido. Há algumas semanas era dada como certa uma acachapante derrota do governo. Ela pode acontecer na comissão, é provável que aconteça mas já no plenário a correlação de forças será outra, e vai se tornando favorável ao governo.

Cunha, Janaína, Jovair, MBL e pilantragem

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Talvez seja difícil encontrar na história do Brasil uma oposição tão dedicada a se desqualificar e tão bem sucedida nessa missão.

A essa altura, o sujeito que tem relativo bom senso e que está no seu amplo direito de não gostar do governo deve estar olhando para a matilha e pensando “onde fui me meter?”

Alguns desses homens e mulheres se manifestaram na faculdade de Direito do Largo de São Francisco na noite em que a advogada Janaína Paschoal deu seu show.

Numa mistura de possessão demoníaca, fanatismo político, oportunismo e falta de noção do ridículo, Janaína constrangeu alguns dos presentes a ponto de eles irem embora.

Direita agora ataca ministros do Supremo

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Por certo já está se formando no Supremo Tribunal Federal entendimento de vários de seus membros no sentido de que essa Corte entrou na mira do consórcio fascista que reúne a mídia – Rede Globo à frente – e setores do Ministério Público, da Polícia Federal e do Judiciário – incluído, aí, o próprio STF.

Nas últimas semanas, dois ministros do STF sofreram forte bombardeio da mídia e dos grupos obscuros que promovem manifestações de rua exigindo dos Poderes Constituídos a defenestração do governo Dilma Rousseff e o encarceramento do ex-presidente Lula, tudo isso a qualquer preço e sob qualquer motivo.

Conheça 55 ameaças aos seus direitos

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O Brasil passa por um período sombrio, com um governo e uma oposição ruins e, provavelmente, o pior Congresso Nacional de todos os tempos. Neste momento, enquanto você toma seu café, o parlamento está aprovando leis que retiram, à luz do dia, direitos de trabalhadores, mulheres, populações tradicionais, minorias.

Tenho dito que se a Câmara dos Deputados, que tem à frente Eduardo Cunha, se esforçar, pode nos levar de volta ao Brasil Colônia em quatro anos. Quiçá revogando, por fim, o voto feminino, a República e a Lei Áurea.

Deputados cobram o STF sobre Cunha

Da Rede Brasil Atual:

Às vésperas da votação do impeachment pela Câmara dos Deputados, que provavelmente será na segunda quinzena de abril, deputados federais voltam a dirigir um apelo ao Supremo Tribunal Federal para que afaste Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Casa. Em discurso na tribuna no início da tarde de hoje (6), o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) pediu à Suprema Corte que tome alguma medida.

“Eduardo Cunha é réu. Eu sei que o Supremo tem a agenda dele, mas não dá pra entender por que ele ainda não julgou isso. Amanhã, a presidente Dilma vai para a Argentina, o vice Michel Temer vai para o Chile, e Eduardo Cunha não pode assumir, porque ele é réu. A Constituição diz que réu não pode assumir”, disse Costa.

Marco Aurélio Mello versus Gilmar Mendes

Por Maria Inês Nassif, no site Carta Maior:

O ministro Marco Aurélio Mello não merece o reconhecimento apenas por suas manifestações equilibradas numa conjuntura política facilmente sujeita à combustão, mas porque se dispôs a dar a cara a bater para libertar o Supremo Tribunal Federal (STF) das armadilhas que são colocadas diuturnamente ao Judiciário pelo ministro Gilmar Mendes, pela oposição e pela mídia.

O STF, desde o escândalo do chamado mensalão, por ação ou omissão de seus integrantes, tem sido um importante instrumento a serviço de forças políticas de moralidade e intenções democráticas duvidosas.

Sob comando de Cunha, impeachment avança

Por Christiane Peres, no site Vermelho:

Em mais uma sessão conturbada, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) apresentou parecer favorável ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, nesta quarta-feira (6), na comissão especial que analisa o tema. A votação, no entanto, foi adiada por pedido conjunto de vistas e deve acontecer na próxima segunda-feira (11).

Membro da comissão especial, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirma que o documento é uma sequência de inconstitucionalidades e que não pode ir a voto do jeito que está. Segundo a parlamentar, o texto apresentado pode, inclusive, ser judicializado.

É golpe, sim!

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

É golpe, é golpe sim. Verdade factual, diria Hannah Arendt, a verdade única, inegável. A despeito das afirmações em contrário de pançudos alquimistas do engano, envoltos em prosopopeia. E dos editorialões dos jornalões e programões, e das colunas e reportagens dos sabujos midiáticos, de lida tão árdua com o vernáculo, mas de fantasia acesa.

E dos rentistas que se dizem empresários de um país que exporta commodities, de juizecos provincianos e advogados mafiosos que em cada lei enxergam a oportunidade de burlá-la. E de agentes ditos da ordem empenhados em semear a desordem e de funcionários do Estado dispostos a financiar no exterior campanhas a favor do golpe, como Furnas a patrocinar tertúlias lisboetas de Gilmar Mendes e José Serra.

Relatório pró-impeachment é carta marcada


Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os leitores deste blog devem ter reparado que aqui não se dá muita atenção ao relatório e à própria votação da Comissão Especial do Impeachment formada na Câmara dos Deputados.

Por uma simples razão: é um jogo de cartas marcadas conduzido por Eduardo Cunha, o único caso no mundo em que um bandido-réu no Supremo Tribunal Federal conduz um processo de destituição de uma Presidenta eleita,

Uma vergonha que ficará marcada para sempre na história do Brasil, seja qual for o desfecho deste processo.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Golpistas se lambuzam com lei Rouanet

Por Renato Rovai, em seu blog:

Nos últimos dias vários artistas contrários ao impeachment como Wagner Moura e Chico Buarque foram atacados na rede e em veículos de comunicação por terem usado ou tentado usar o instrumento da Lei Rouanet para realizar seus projetos.

O mais grave é que o ataque, em alguns casos, foi patrocinado por gente que usa a lei de forma abusiva.

A saída para o impasse político

Por Renato Rabelo, em seu blog:

A frenética marcha golpista acometeu o país de grave instabilidade política, prejudicando a normalidade econômica, compelindo um processo fraudulento de impedimento da presidenta Dilma Rousseff. O desejo dos golpistas resulta em simplesmente rasgar a Constituição da República, contando com todas as suas vertentes à direita, por meio de um impeachment exclusivamente político, para dar vazão aos seus interesses mais profundos, que se concretizam na destituição da presidenta da República. Esse é o novo formato de golpe dos nossos dias.

Mancha Verde e Gaviões da Fiel: uma cilada?

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

É uma rixa antiga a que envolve as duas maiores torcidas organizadas de São Paulo, a Gaviões da Fiel e a Mancha Verde.

Uma sequência de emboscadas, mortes e retaliações que vem de longe, espanta as pessoas e tira a credibilidade das duas associações.

Mas, no início desta semana, ainda que elas nem soubessem disso, concordaram.

Depois dos confrontos de domingo entre torcedores dos dois clubes, a Mancha Verde divulgou um documento demonstrando que as autoridades de São Paulo sabiam exatamente onde estariam e como se deslocariam os integrantes da organizada até o estádio do Pacaembu, para a partida contra o Corinthians.

A conexão internacional do golpe

Por Umberto Martins, no site da CTB:

A denúncia e o repúdio ao golpe em curso no Brasil ganharam um espaço destacado no 7º Encontro Sindical Nossa América (Esna), realizado nos dias 1 e 2 de abril em Montevidéu. O evento reuniu mais de 200 lideranças de 19 países americanos, além de convidados do Japão e Reino Unido, para debater a conjuntura e unificar a classe trabalhadora do continente na luta em defesa da integração, da soberania, da democracia e da valorização do trabalho.

O papel da mídia na crise política atual

Lula pede punição de Sergio Moro

Do site do Instituto Lula:

Há um fato incontroverso na “Operação Lava Jato”: o juiz Sérgio Moro, a pedido da Força Tarefa do MPF/PR, autorizou a interceptação do telefone celular de um dos advogados constituídos pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, ainda, autorizou a interceptação do ramal-tronco do escritório de advocacia, com o monitoramento de 25 advogados também constituídos pelo ex-Presidente.

A interceptação telefônica de advogados constituídos por pessoa que sofre persecução penal por parte do Estado, é um dos mais graves atentados ao Estado Democrático de Direito. A sua ocorrência torna o procedimento ilegítimo e o macula de forma definitiva. Há, nessa situação, clara violação à garantia constitucional da ampla defesa e, ainda, da inviolabilidade das comunicações telefônicas entre cliente e advogado, assegurada por lei.

Gilmar Mendes dá habeas corpus para Cunha

Por Altamiro Borges

O ministro Gilmar Mendes é famoso por sua militância tucana e pelos habeas corpus que já concedeu em sua vergonhosa história no Supremo Tribunal Federal (STF). Foi ele quem garantiu liberdade para o agiota Daniel Dantas e para o médico estuprador Roger Abdelmassih. Pelo jeito, ele agora agiliza o seu voto de impunidade para o correntista suíço Eduardo Cunha. O jornal Valor desta quarta-feira (6) antecipou a sua decisão. "O presidente da Câmara dos Deputados poderá assumir a Presidência da República mesmo sendo réu no STF, segundo o ministro Gilmar Mendes".

Janaína jura: "Nem possuída nem bêbada"



Por Altamiro Borges

Os golpistas mirins e velhacos não dão sorte na escolha dos seus heróis. No terreno da política, eles saíram às ruas com cartazes "Somos todos Cunha" até que vieram à tona as contas secretas na Suíça. No campo jurídico, eles apostaram as fichas no ex-ministro Joaquim Barbosa, o "Batman", que acaba de perder a capa com a denúncia de sonegação fiscal na compra da sua mansão em Miami. Eles ainda vestiram a fantasia carnavalesca do "Japonês da Federal", que recentemente foi defenestrado do posto acusado de contrabando em Foz do Iguaçu. Já no meio "cultural", seus ícones são bizarros: o roqueiro decadente Lobão e o ator pornô Alexandre Frota. Haja azar! Agora, a "advogada do impeachment", Janaína Paschoal, deixa todos envergonhados com sua performance demoníaca num ato em São Paulo.

Novos discursos, o mesmo golpismo

Por André Pasti, no site do FNDC:

Na disputa de narrativas sobre a crise política, a última semana foi marcada por avanços contrários ao golpe. Diversas manifestações, falas de juristas, artistas e intelectuais, além de atos do próprio governo, conseguiram ampliar o alcance do discurso de que há um golpe em curso. O que caracteriza esse golpe é um impeachment sem crime de responsabilidade e uma atuação seletiva do judiciário, articulados pela grande mídia.

A terceira grande chance com Dilma

Por João Sicsú, na revista Fórum:

O leitor deve estar estranhando: terceira chance do quê? Vamos esclarecer. Lula entregou uma herança extraordinária a Dilma em 2010. A herança foi desperdiçada. Botaram a culpa no quadro internacional e na queda do preço das commodities. Com enormes dificuldades, Dilma foi levada à vitória novamente em 2014. O ano de 2015 também foi trágico. Muitos responsabilizaram o ministro da Fazenda Joaquim Levy.