Por Rosana Pinheiro-Machado, na revista CartaCapital:
Eu tinha oito anos de idade quando algumas crianças apontaram para mim e gritaram “demônio, filha de comunista”.
Eu fui crescendo, a democratização foi se consolidando e as acusações pararam de acontecer. Tornei-me adolescente com o fim da União Soviética e a queda do Muro de Berlim. Todo mundo queria fazer fila para comer no McDonalds recém-inaugurado.
Conforme os ares da ditadura iam ficando para trás, meu pai comunista se transformava mais em folclore do que uma ameaça. Eu me tornei adulta acreditando que eu podia ser bizarra de esquerda, mas ainda sim eu desfrutaria de uma liberdade que meus pais e meus tios nunca desfrutaram.
Eu tinha oito anos de idade quando algumas crianças apontaram para mim e gritaram “demônio, filha de comunista”.
Eu fui crescendo, a democratização foi se consolidando e as acusações pararam de acontecer. Tornei-me adolescente com o fim da União Soviética e a queda do Muro de Berlim. Todo mundo queria fazer fila para comer no McDonalds recém-inaugurado.
Conforme os ares da ditadura iam ficando para trás, meu pai comunista se transformava mais em folclore do que uma ameaça. Eu me tornei adulta acreditando que eu podia ser bizarra de esquerda, mas ainda sim eu desfrutaria de uma liberdade que meus pais e meus tios nunca desfrutaram.