Com o clamor das ruas ainda ecoando pelos corredores dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, pedindo a valorização da ética e da moralidade como pilares de uma nova era para a política e para a administração pública do país, observamos uma espécie de euforia midiática pela prisão de grandes figurões do cenário nacional.
O curioso é que foi justamente a mídia a principal responsável pela criação de vários dos mitos hoje encarcerados. Eike Batista por exemplo. Endeusado pela imprensa como exemplo de empreendedor bem sucedido, a criadora desse estereótipo age agora como carrasco impiedoso. Ou não é isso que ocorre na massificação das imagens de políticos e empresários indiciados pela Lava Jato e humilhantemente expostos em roupas de presidiário, com a cabeça raspada e habitando celas fétidas?