Por Guilherme Boulos, na revista CartaCapital:
O substitutivo da reforma trabalhista foi apresentado pelo deputado Rogério Marinho, do PSDB. O que era ruim, na versão inicial, ficou ainda pior. O projeto executa o desmonte de direitos conquistados ao longo de quase cem anos pelos trabalhadores brasileiros.
Tamanha é a desfaçatez, que o deputado tucano apresentou seu relatório no dia seguinte à divulgação das delações da Odebrecht, onde aparece como beneficiário de repasses ilegais. Isso revela a arriscada estratégia de “fuga para a frente” adotada pela Câmara, declarada sem pudores pelo próprio Rodrigo Maia. A ordem é apressar as pautas antipopulares para mostrar à elite econômica que, mesmo desmoralizado, o Congresso lhes é funcional e, portanto, deve ser preservado.