segunda-feira, 12 de junho de 2017

A lógica dual de Gilmar Mendes

Por Jeferson Miola

Apesar de paradoxal na percepção do leigo, operadores do direito consideram juridicamente ajustada a decisão do TSE de não cassar a chapa Dilma/Temer.

O grande responsável pela estupefação e anarquia jurídica reinante atende pelo nome de Gilmar Mendes, o tucano do PSDB do Mato Grosso [Estado onde, segundo seu ex-colega Joaquim Barbosa, ele tem capangas] que atua como juiz no TSE e no STF.

A questão, em si, não é o julgamento atual, mas a abertura da AIME [Ação de Impugnação de Mandato Eletivo] no imediato pós-eleitoral de 2014 e os acidentes processuais derivados da interveniência dolosa de Gilmar Mendes.

Eleição direta não é opção. É necessidade

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Não devemos nos iludir sobre o colapso brasileiro. Chegamos aquele ponto em que todos estão insatisfeitos e nenhum dos lados tem legitimidade para assegurar seu ponto de vista. O fracasso dos parlamentares e do presidente em exercício dispensa comentários.

O fiasco do Judiciário, escondido por ações da Justiça-Espetáculo, foi escancarado no julgamento do TSE. A rejeição da maioria dos brasileiros, que sentiu-se traída resultado, é um sintoma.

O problema também é grave do outro lado.

Tucanos seguem no harakiri com Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A direita brasileira está batendo cabeça.

O “Partido da Mídia”, sua força dominante desde o final da década passada, quer a queda de Temer. Ou melhor, seu polo dominante, a Globo, o quer, embora a Folha e o Estadão ainda estejam renitente.

Já o Partido dos Justiceiros empurra cada vez com mais força pela derrocada do governo.

E sabe que, para ter chance de provocar uma debandada que faça Michel Temer não conseguir os 172 votos que lhe permitam barrar a ação que pode torná-lo réu por corrupção passiva, obstrução da Justiça e formação de organização criminosa, é tirar o PSDB do Governo.

Gilmar Mendes: Juiz parcial não pode julgar

A frente ampla pelas Diretas-Já

Foto: Eduardo Nascimento/Jornalistas Livres
Por Roberto Amaral, em seu blog:

O processo político de nossos dias deve ser festejado pelo seu caráter mais significativo, que é a retomada das ruas pelas massas organizadas, indicando uma salutar decisão de participar da reconstrução republicana. Esse processo supera o voluntarismo das “jornadas de junho” de 2013, marco da mudança qualitativa da recente participação popular na vida política, e denuncia a falência da democracia representativa, esta que ainda praticamos, abrindo espaço para novas formas de democracia participativa, já previstas no pacto de que resultou a Constituição de 1988.

Evitando de novo o espontaneísmo e o engodo, com os pés na realidade e sem ilusões relativas ao quadro de desafios, devemos destacar a unidade dos movimentos popular e sindical, de que decorrem seguidas ações de massa reunindo trabalhadores, estudantes, camponeses e intelectuais, como as recentes mobilizações em Brasília, no Rio de Janeiro (Copacabana) e em São Paulo (ato de artistas e intelectuais no Largo da Batata).

Absolvição no TSE prolonga agonia de Temer

Arte: Mídia Ninja
Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                      

A decisão apertada do TSE, embora correta do ponto de vista jurídico, só foi possível graças à nomeação de dois juízes por Temer nos últimos meses e, sobretudo, devido à atuação de seu principal cabo eleitoral nos tribunais, o ministro Gilmar Mendes.

O mínimo de paz para governar, o que no caso de Temer significa acelerar o roubo de direitos do povo através de seus projetos regressivos, é simplesmente uma meta inatingível à essa altura do jogo. Só o medo de descer a rampa do Planalto direto para cadeia pode explicar a cegueira política que o acometeu.

Do contrário, já teria enxergado fatos que desfilam diante de si :

Um projeto da esquerda para superar a crise

Por Rose Silva, no site da Fundação Perseu Abramo:

O que fazer: socialismo ou barbárie? foi o tema debatido no encerramento do 3º Salão do Livro Político, realizado de 5 a 8 de junho, no Tucarena, em São Paulo. A Fundação Perseu Abramo (FPA) participou do evento e distribuiu 350 exemplares de suas publicações, além transmitir ao vivo a abertura, com a palestra da ex-presidenta Dilma Rousseff, e entrevistar dezenas de personalidades que passaram pelo local ao longo da semana.

A última mesa, na noite de quinta-feira, teve como debatedores o economista e presidente da FPA, Marcio Pochmann, o presidente da Fundação Lauro Campos, do PSol, Juliano Medeiros, o presidente da Fundação Maurício Grabois, do PCdoB, Renato Rebelo, e o líder do PDT, possível candidato à presidência da República, Ciro Gomes.

Espionagem no STF e política dos gangsters

Por Bajonas Teixeira, no blog Cafezinho:

O que no dia a dia do golpe se aprende é que um golpe é formado por muitos golpes. Tanto é assim, que os que derrubaram Dilma seguiram logo na mesma trajetória ladeira a baixo: Eduardo Cunha foi preso, e permanece trancado deste então, Aécio Neves, foi reduzido a um fantasma obscuro do submundo, e Temer é hoje mais um invasor que um legítimo ocupante do palácio do Jaburu. Contudo, diferente dos outros dois, Temer teve tempo de refletir e aprender com os fatos. E concluiu que está num tudo ou nada: ou nós ou eles. E aí começa a atuar o gangster político.

O sindicalismo para além das “reformas”

Por Marcos Verlaine, no site do Diap:

O movimento sindical está em evidência, talvez como nunca estivesse nos últimos 20 ou 30 anos. Atacado pelos três poderes precisa construir sua própria agenda.

É fato que a chamada reforma trabalhista-sindical (PLC 38/17 - PL 6.787/16), em debate no Congresso Nacional, cuja proposta - aprovada pela Câmara e em vias de ser chancelada pelo Senado - criará mais adversidades para o movimento sindical, precisa ser confrontada à altura pelos trabalhadores e suas organizações políticas e sociais.

O objetivo das profundas mudanças introduzidas no texto pela Câmara - para além do aumento da exploração da mão de obra e da maximização do lucro - é tornar o movimento sindical irrelevante, incapaz de agir e reagir à ampliação dos desequilíbrios que a “reforma” vai produzir nas relações de trabalho.

Temer ultrapassa as raias do ridículo

Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

Realmente o presidente golpista Michel Temer está totalmente perdido e não passa de um político fantasma. A última que confirma essa afirmação é a nota oficial em que voltou atrás do que tinha negado a agora já admite ter utilizado, junto com a esposa recatada do lar, de uma aeronave particular de propriedade de Joesley Batista. Mas Temer complementa cinicamente afirmando que “não sabia a quem pertencia a aeronave" e que "não fez pagamento pelo serviço" de transporte do amigo que seis anos depois veio a receber na calada da noite no Palácio Jaburu.

O golpista Temer acha que está em condições de continuar no governo federal. Tem um comportamento repulsivo como Presidente e pensa que engana a opinião pública, falando qualquer coisa, como fez agora.

domingo, 11 de junho de 2017

Faustão se esqueceu da conta paga a Temer

Por Altamiro Borges

Serviçal amestrado da TV Globo, Fausto Silva faz de tudo para justificar seu alto salário. Quando a famiglia Marinho estava em campanha pela derrubada da presidenta Dilma Rousseff, ele utilizou a concessão pública de tevê para convocar os “midiotas” a participarem das marchas golpistas. Agora, quando o império global decide descartar Michel Temer, temendo que o seu desgaste prejudique a implantação das medidas amargas contra os trabalhadores, ele volta a expressar a sua “indignação”. No programa “Domingão do Faustão” deste domingo (11), ele atacou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que absolveu a chapa vencedora das eleições presidenciais de 2014 e garantiu a manutenção no poder do usurpador Michel Temer.

Gilmar Mendes e o crime de responsabilidade

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Gilmar Mendes adora um holofote e por isso é há tempos uma figura conhecida dos brasileiros. Sua fama atingiu o clímax com o voto que salvou da guilhotina no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o presidente Michel Temer, com quem se reúne em jatinhos da FAB e no escurinho do Palácio do Jaburu. Nos próximos dias, o juiz continuará na berlinda. Agora, é a cabeça dele que estará em jogo.

Um grupo de juristas levará ao Senado um pedido de impeachment de Mendes, mais um, aliás, na quarta-feira 14. O embaraço do togado mais poderoso de Brasília terá outros dois ingredientes: uma notícia crime a ser apresentada à Procuradoria Geral da República (PGR) e uma representação disciplinar no Supremo Tribunal Federal (STF), onde Mendes também dá expediente.

Ações na Cracolândia como cortina de fumaça

Ação da polícia na Cracolândia, 11/6/17.
Foto: Odair Paulo Tognon/Jornalistas Livres
Por João Sette Whitaker, no blog Viomundo:

Terminada a operação de higiene social na Cracolândia, com todo o autoritarismo e a violência que caracterizam o Prefeito e o Governador de São Paulo, percebe-se que há algo mais em jogo do que “apenas” uma operação midiática para supostamente acabar com o fluxo de drogas que ocorria naquela área.

O fim do Programa De Braços Abertos, sabe-se, não foi para dar lugar a uma alternativa de política pública.

Nem o prefeito nem ninguém de seu governo está preocupado com o destino dos dependentes químicos que ali se encontravam.

Gramsci e a Revolução Russa

Por Alvaro Bianchi e Daniela Mussi, no site da Fundação Maurício Grabois:

Oitenta anos atrás, em 27 de abril de 1937, Antonio Gramsci morreu depois de passar sua última década numa prisão fascista. Reconhecido postumamente por seu trabalho teórico em seus cadernos do cárcere, as contribuições políticas de Gramsci começaram durante a Guerra Mundial, quando ele era um jovem estudante de linguística na Universidade de Turim. Mas mesmo naquela época, seus artigos na imprensa socialista desafiavam não apenas a guerra, mas a cultura italiana liberal, nacionalista e católica.

Mídia alternativa escancarou o golpe

Foto: Christian Braga
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O golpe não foi contra um partido ou uma presidenta, mas sim contra todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, defende Laura Capriglione, em debate realizado neste sábado (10), durante o 3º Encontro de Blogueir@s e Ativistas Digitais de São Paulo. A jornalista, integrante dos Jornalistas Livres, contou com a companhia do blogueiro Eduardo Guimarães.

O julgamento de Gilmar Mendes

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Quando se sai dos holofotes da mídia e do fragor da batalha política, há relativo consenso entre juristas – mesmo os ditos progressistas – que a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foi tecnicamente correta. Aliás, o erro foi prolongar a denúncia por tanto tempo, visando pegar Dilma Rousseff.

O artífice desse jogo desmoralizante foi, como sempre, o Ministro Gilmar Mendes, que inaugurou o terceiro turno, mal terminadas as eleições de 2014. Tornou-se relator da denúncia do candidato derrotado Aécio Neves, em uma manobra denunciada à época pelo GGN, expondo os modos viciados de sorteios dos tribunais.

Direita já tem discurso para defender Temer

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Seria cômico não fosse trágico ver os porta-vozes da direita brasileira num malabarismo verbal tentar explicar a crise política e, de alguma forma, justificar a permanência de Michel Temer e seus homens no comando do País.

A foto dos meninos do MBL com Gilmar Mendes é a imagem da contradição.

Mas seu significado não é diferente das palavras que Joice Hasselmann diz num vídeo postado depois do resultado do julgamento do TSE.

Ele diz coisas como: “enfim, temos presidente” e tenta explicar que o resultado do TSE impede o golpe da volta do “Lulaladrão” – um golpe estranho, já que só haveria um jeito do ex-presidente voltar ao poder: pelas urnas.

Podemos ser felizes num mundo infeliz?

Por Leonardo Boff, na revista Caros Amigos:

Há um dado permanente e inegável: todos querem ser felizes. Não há métodos e artimanhas que não foram sugeridos para chegar ao reino da felicidade. A força do capitalismo reside na cultura que produziu, fundada na exaltação da acumulação privada de bens materiais e na indução ao consumo ilimitado, além da aquisição de um razoável status e certo reconhecimento social. O que mais ela faz é prometer felicidade plena. Entretanto é só promessa e falaciosa. Por mais que utilize todos os mecanismos do marketing, pinte com as cores mais atraentes a realidade e organize todo tipo de entretenimento, não consegue fazer as pessoas felizes. Ao contrário, as torna cada vez mais erráticas, frustradas e vazias, pois suas premissas são falsas ou enganosas como logo iremos mostrar a seguir.

Mídia quer saída da crise ao seu modo

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil:

A Globo interrompe sua programação, pouco antes do Jornal Nacional, para dar uma notícia extraordinária. Gravação mostrava relações promíscuas entre Michel Temer e o dono da empresa JBS. A partir dai o conglomerado de mídia líder do movimento golpista que derrubou a presidenta Dilma Rousseff e apoiadora fiel do governo ilegítimo passou a atacá-lo duramente. Outras empresas de comunicação não adotaram a mesma linha, caso dos jornais Folha de S.Paulo, o Estado de S. Paulo e da Rede Bandeirantes. Ao contrário, seguiram apoiando o governo ilegítimo.

JBS patrocinou o impeachment de Dilma?

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

O julgamento da chapa Dilma/Temer no TSE talvez represente o auge da esquizofrenia da qual padece a política brasileira. A ação foi movida por Aécio Neves para, segundo o próprio, apenas “encher o saco do PT”. As acusações que fundamentaram o processo do tucano são exatamente as mesmas pelas quais sua chapa é acusada: abuso de poder político e econômico, recebimento de propina e beneficiamento do esquema de corrupção na Petrobras. Hoje no governo, Aécio e sua turma torcem para perder a ação que moveram. Portanto, o mais importante processo da história da Justiça Eleitoral nada mais é do que uma retumbante farsa.