segunda-feira, 19 de junho de 2017

A crise política e a ascensão autoritária

Por Luis Fernando Vitagliano, no site Brasil Debate:

Para aqueles que supõem que a crise política está próxima do seu fim, a resposta positiva é improvável. Pelo contrário, a crise política pode se agravar. Essa verdade desnuda demonstra que uma possível eleição de um aventureiro qualquer pode nos tirar da crise para algo pior. Porque saídas mágicas para a crise política como o afastamento de Dilma não nos livrou de nenhum dos problemas da república e nos acrescentou vários, agravando, ampliando e perpetuando o caos.

A saída da crise política não pode ser posta, principalmente pelo campo progressista, para além da política. Será uma saída política e pela política. Mas, para isso é preciso entender as origens e as causas desta encalacrada situação que começa em 2013.

A UNE e os jovens dão exemplo a ser seguido

Por Haroldo Lima

Marianna Dias, a recém-eleita presidenta da União Nacional dos Estudantes, no seu 55º Congresso, é de Feira de Santana, a cidade baiana por onde começa o sertão nordestino, chamada de “Princesa do Sertão”, base política da esquerda em passado próximo, terra do deputado “autêntico” Francisco Pinto, baluarte na luta contra a ditadura no Brasil.

Carina Vitral, a presidenta que encerrou com luzes seu mandato vitorioso de presidenta da UNE, é de Santos, a cidade onde fica o famoso “porto vermelho de Santos”, assim descrito nos “Subterrâneos da Liberdade” por Jorge Amado, pelas lutas memoráveis lá travadas pelos portuários.

Essas duas jovens guerreiras seguem o caminho aberto em 1982 pela também baiana Clara Araújo, primeira mulher a presidir a UNE em toda sua história, caminho depois palmilhado por outras jovens, todas aguerridas, Gisela Mendonça (1986-1987), Patrícia de Angelis (1991-1992), Lúcia Stumpf (2007-2009) e Virgínia Barros, a Vic (2013 -2015).

São Paulo está um lixo

Por Gilberto Maringoni, em seu blog:

A frase não é minha, mas de João Doria Jr. Foi proferida em 4 de dezembro passado, mas poderia ser repetida hoje. À época representava um certo exagero, pelo menos no que é visível para a classe média. Para as periferias, o quadro era, como sempre, muito problemático.

Mas agora, o abandono do que se chama zeladoria pelo alcaide que estreou fantasiado de gari atingiu píncaros espantosos até nas regiões centrais.

Buracos em profusão nas ruas, mato crescendo em parques e praças, lâmpadas queimadas, semáforos inativos, lixo pelas ruas e muito mais derrubam ainda mais a imagem de quem ficará marcado como autor de um esboço de pogrom na Cracolândia.

'Época' tenta esconder Meirelles

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Nós sabemos que no mundo da justiça-espetáculo as versões costumam ser mais importantes do que os fatos. Lembrei dessa regra ao ler o depoimento de 12 paginas de Joesley Batista à revista Época, reproduzido com tambores e trombetas na noite de sábado no Jornal Nacional. Alguns fatos e versões se encontram, indiscutivelmente, fora do lugar, formando uma construção que gera resultados políticos óbvios. O maior exemplo envolve o papel do ministro da Fazenda Henrique Meirelles, personagem numero 2 do governo comandado pelo "chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil" nas palavras de Joesley.

Graças ao silêncio da Época, o cidadão brasileiro permanece sem saber o papel do ministro da Fazenda Henrique Meirelles nos negócios do grupo.

Judiciário define a agenda política

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

"A crise viajou", pilheriava Fernando Henrique Cardoso, então líder do governo no Senado, assim que o presidente José Sarney embarcava para mais uma missão no exterior.

Os dois eram do PMDB, e o país já vivia em crise naqueles primórdios da redemocratização, no primeiro governo civil pós-ditadura que o vice Sarney herdou do falecido Tancredo Neves.

Três décadas depois, agora patriarca do PSDB, sem saber se fica ou não na pinguela do PMDB, FHC já não deve estar com espírito para brincadeiras, mais preocupado com a sobrevivência do próprio partido.

A máquina de demolir da TV Globo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Michel Temer, ao contrário de Lula, não tem gordura para queimar em matéria política.

Pode ter, sim, em maioria parlamentar, ainda por algum tempo, ainda que cada vez mais cara.

Hoje, o Poder360 registra que a máquina de demolição da Globo dedicou cerca de 25 minutos (24min43s, exatamente) do Jornal Nacional ao caso JBS, três quarto deles à entrevista do butcher de Temer (mais chique, pela celebridade, que chama-lo açougueiro), e o restante para a bravata presidencial em processá-lo, depois de muitos gaguejos e mentidos e desmentidos sobre aviões, além de nenhuma explicação sobre malas e mochilas.

O desafio é avançar na mudança estrutural

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Do ponto de vista histórico, os principais períodos de mudanças estruturais na sociedade brasileira não resultaram de rupturas decorrentes do progresso técnico. O contrário, todavia, do que se pode constatar em outras sociedades como a inglesa, a estadunidense e a alemã, se tomadas como exemplos.

Desde a segunda metade do século 18, com o salto proporcionado pela primeira Revolução Industrial e Tecnológica, produtora da mecanização assentada na indústria têxtil – com a introdução do tear mecânico –, além da ferroviária e naval – com o motor a vapor –, o Reino Unido se transformou profundamente. O progresso tecnológico trouxe para a sociedade de lá repercussões internas e externas, o que permitiu, por exemplo, levá-la a ocupar inédita posição de hegemonia no sistema capitalista em formação mundial.

O PSDB e sua decomposição moral

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Todo organismo político, seja ele um líder, um partido, um movimento ou um Estado tem (ou deveria ter) um fundamento moral, definido pelos seus princípios, e um fundamento ético, definido pelos seus objetivos e finalidades. A corrupção, no sentido amplo do termo, tem se revelado, ao longo dos temos, o mal mortal dos organismos políticos, incluindo os líderes. Ela costuma decompor a substância do organismo nas suas dimensões morais, éticas, políticas e programáticas, transmutando-o daquilo que ele é a aquilo que ele não é.

A História e a Filosofia Política mostram que a corrupção leva os corpos políticos e os líderes a um declínio inexorável, por mais generalizadamente corrupto que seja um sistema e por mais que ele tenha uma vida prolongada no tempo. De modo geral, nos momentos de erosão e de ocaso, o que se manifesta são agudas crises de legitimidade do Estado, do partido ou do líder. Claro que existem possibilidades e mecanismos de regeneração de corpos degenerados, mas esta tarefa sempre é difícil e demanda esforços hercúleos e pouco suscetíveis de serem assumidos pelos entes corrompidos.


Os amigos que protegem FHC na Globo

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Um leitor me manda um email. “Lembrei de você”, disse ele.

O que o fez lembrar de mim foi um trecho que a Folha deu sobre o novo livro de FHC.

“Sujei as mãos para ler”, disse ele.

Ele me poupou tempo: me mandou o que o incomodara.

Era uma frase de FHC segundo a qual ele é muito amigo de Merval e de Ali Kamel.

Não apenas amigo. Bastante amigo, sublinhou FHC.

Prazer com a crise vem de longe

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

O Brasil parece naufragar nas águas revoltas de um oceano mal-humorado. Esse cenário ambientado sob uma tempestade violenta é mesmo muito dramático, mas a verdade é que tal fenômeno tem muito pouco ou quase nada de natural em sua manifestação.

A crise econômica é evidente. As consequências sociais de sua propagação são impressionantes. O desemprego atinge níveis recordes, com a taxa de desocupação atingindo mais de 13,7% da população economicamente ativa. São mais de 14 milhões de trabalhadores que perderam seus postos no mercado formal de trabalho, com os inescapáveis reflexos sobre o nível de renda e bem-estar de suas respectivas famílias.

TV paga sofre nova queda. É a crise!

Por Altamiro Borges

Bem que a mídia chapa-branca, nutrida com milhões em publicidade do covil golpista de Michel Temer, tentou criar um clima de otimismo na sociedade sobre os rumos da economia. Apesar das péssimas notícias – com recordes de desemprego, queda do salário, falência de empresas, etc. –, os ex-urubólogos da mídia passaram a repetir o mantra “mas vai melhorar”. O tempo passou e a realidade desnudou mais esta farsa da imprensa manipuladora. Agora não dá mais para esconder o desastre causado pela quadrilha que assaltou o poder – com a inestimável ajuda da mídia golpista. Os efeitos são devastadores até para as próprias empresas de comunicação. No mês retrasado, por exemplo, a TV paga perdeu 171 mil assinantes e agora afunda na crise.

domingo, 18 de junho de 2017

Aécio Neves chora diante do risco da prisão

Por Altamiro Borges

Está marcada para a próxima terça-feira (20) a análise do pedido de prisão do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os advogados de defesa do grão-tucano até tentaram duas manobras para evitar a desgraça. Eles pediram para adiar o julgamento e para remeter o caso ao plenário do Supremo Tribunal Federal, mas foram derrotados. O ministro Marco Aurélio Mello manteve a data e reafirmou que a histórica decisão caberá à Primeira Turma do STF, formada pelo próprio e pelos ministros Luiz Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barros e Alexandre de Moraes. A mídia venal, que fez campanha para o presidenciável do PSDB em 2014 e sempre o blindou, agora insinua que a sua prisão é quase certa.

Moro já devolveu os tabletes dos netos de Lula?

Por Altamiro Borges

O “juizeco” Sergio Moro, chefão da midiática Operação Lava-Jato, já não está mais com esta bola toda. Nas últimas semanas, ele passou a ser duramente questionado por integrantes do Supremo Tribunal Federal – principalmente pelo ministro Gilmar Mendes, líder da bancada tucana no STF – e até por falsos moralistas da mídia udenista, que antes o bajulavam. Bem divertido acompanhar as postagens de Reinaldo Azevedo, o pitbull da Veja, que tem mordido os calcanhares do “juiz provinciano”. Sergio Moro é acusado de abuso de autoridade, de desprezo às leis e de exibicionismo, entre outras críticas. Além dos comentários ácidos, ele tem sofrido alguns reveses pontuais que fragilizam ainda mais a sua imagem de “justiceiro implacável”.

Temer sabota o seguro-desemprego

Por Altamiro Borges

Não é para menos que Michel Temer é odiado pelos brasileiros, como apontam todas as pesquisas de opinião. Para cumprir o plano destrutivo da cloaca empresarial, que financiou o “golpe dos corruptos”, o usurpador esbanja crueldade contra os mais necessitados. Nesta sexta-feira (16), a Folha revelou que o covil golpista reduziu o seguro-desemprego para os trabalhadores exatamente no período de explosão das demissões no país. O número de beneficiados hoje é menor do que em 2014, quando teve início a atual crise econômica. Conforme aponta o jornal, “desde o começo da crise, foram fechadas 3 milhões de vagas com carteira assinada, segundo o Ministério do Trabalho, mas o número de segurados caiu em 1,3 milhão”.

Doria e o sucateamento da Cultura

Por Luiza Romão, no site da Fundação Perseu Abramo:

Articule bem as próximas sílabas e deixe ecoar no espaço a seguinte frase: “Vou quebrar sua cara”. Escute a sonoridade de cada consoante, perceba a tônica e a contundência do verbo, reflita sobre o enunciado. De quem seria essa voz? Feito isso, tente imaginar em que contexto tal ameaça foi proferida. Seria uma cena de bang-bang? Uma frenética briga entre torcidas organizadas? Ou ainda o teaser do primeiro filme de Tarantino? Sem sombra de dúvidas, a fala evoca um contexto de tensão e violência bem distantes da dita e esperada civilidade.

Bom, frustrando a expectativa de grandes epopeias, devo admitir que tal pensamento não partiu da boca de Al Pacino, tão pouco de Don Corleone, mas sim do atual secretário de Cultura da cidade de São Paulo, André Sturm. A ocasião? Uma reunião com os agentes culturais de Ermelino Matarazzo.

Joesley é uma peça no tabuleiro anti-Lula

Por Renato Rovai, em seu blog:

A entrevista de Joesley para a revista Época é de uma desfaçatez poucas vezes vista no jornalismo. Porque, em primeiro lugar, não é jornalismo.

É um acordo de empresas e empresários.

A JBS e a Globo construíram um pacto de que é preciso derrubar Temer para que ambas se salvem.

Este blogueiro já havia denunciado isso quando a delação de Joesley vazou pela coluna de Lauro Jardim. Uma fonte do blogue relatou que a informação chegou ao colunista por cima. E por isso, mesmo sem ter tido acesso ao áudio, Jardim topou registrar que Temer teria dado aval ao empresário-bandido de Goiás para que comprasse o silêncio de Cunha.

FHC deveria pedir desculpas a Dilma

Por Tadeu Porto, no blog Cafezinho:

O ex-presidente Fernando Henrique, depois de incentivar e patrocinar o golpe parlamentar de 2016, agora defende que Temer tenha a grandeza de convocar eleições gerais, ou seja, que seja antecipado o pleito de 2018 para a data mais próxima possível.

É um pouco óbvio demais que FHC quer, simplesmente, tentar apagar a palavra golpista que ele mesmo tatuou na testa (em caixa alta), tentando salvar o pouco de reputação que ele tinha por ter roubado a paternidade do plano real do ex-presidente Itamar Franco.

Mas além disso – essa tentativa vã da liderança tucana querer de alguma forma se livrar da imagem de golpista – a fala de Cardoso tem um detalhe no mínimo curioso, quiçá poético: o gesto de grandeza que ele falou esperar do presidente usurpador Michel Temer é facilmente encontrado na presidenta deposta Dilma Rousseff.

'Época' depõe Temer e elege FHC

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

A entrevista de Joesley Batista à revista da Globo Overseas Investment BV, a Época - ler "The end..." - faz parte da trama para acelerar a eleição indireta, na qual a Globo tentará eleger um funcionário da sua irrestrita confiança: FHC Brasif, que já disse que tem orgulho da Globo e do Brasil, nessa ordem, ou um do tal neolibelismo.

(Aparentemente, o Meireles, o vendedor de seguros, segundo o Delfim, está fora do jogo, tal seu vínculo ao banco Original, do grupo do Joesley, e que ninguém sabe direito de que vive...)

Essa é a primeira consequência da deposição do Temer numa revista da Globo.

Temer usou a Abin contra Edson Fachin?

Charge: Ramses Morales Izquierdo/Cartoon Movement
Da revista CartaCapital:

Michel Temer negou em nota e vídeo ter mandado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) espionar o juiz Edson Fachin, condutor da investigação criminal contra o peemedebista no Supremo Tribunal Federal. A presidente do STF, Cármem Lúcia, deu-se por satisfeita após a fúria inicial. “Não há o que questionar quanto à palavra do presidente”, disse. Será que não foi crédula demais, quem sabe por nutrir, como diz gente perto dela, certa simpatia por Temer?

Há motivos para suspeitar que pode ser verdadeira a informação dada pela revista Veja. Um deputado fiel a Temer fez comentários incríveis no Congresso logo após a notícia. O general ao qual a Abin está subordinada é do núcleo duro do governo. O presidente adotou uma postura de “guerra total” contra seus algozes no escândalo JBS-Friboi. A palavra do peemedebista anda com déficit de credibilidade.

Projeto Brasil Nação é lançado na UNE

Foto: Henrique Silveira
Por Natália Pesciotta, no site da UNE:

Em um auditório lotado, Ciro Gomes abriu sua fala neste Congresso da UNE com um chamado: “Não vejo como o Brasil pode encontrar seus caminhos fora da rua. E a juventude tem papel indispensável para esquentar as ruas”. Dito isso, o ex-governador do Ceará se concentrou no projeto Brasil Nação que apresentava aos estudantes presentes nesta sexta (16) ao lado dos outros idealizadores, o economista Bresser Pereira e a jornalista Eleonora de Lucena. O projeto pretende oferecer alternativa ao modelo econômico liberal vigente.