domingo, 24 de setembro de 2017

A direita mostra os dentes. Como (re)agir?

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

O fantasma da intervenção militar esvoaçou sobre o Brasil esta semana. O general Martins Mourão, da ativa, prometeu na sexta-feira passada “derrubar este troço todo”, se o Congresso e o Judiciário não retirarem de cena “esses elementos envolvidos em todos os ilícitos”. Seus superiores – o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas e o ministro da Defesa, Raul Jungmann – recusaram-se a puni-lo. Em São Paulo, a Rota, tropa mais brutal da PM, fez exercícios de repressão política, simulando uso de munição real, em plena Avenida Paulista. Uma nova sondagem pré-eleições presidenciais mostrou Jair Bolsonaro consolidado em segundo lugar, abaixo apenas de Lula e à frente de todos os conservadores tradicionais. Como tem sido comum há meses, muitos, entre a esquerda, reforçaram sua convicção fatalista de que “o pior está por vir” e de que “não haverá 2018”.

sábado, 23 de setembro de 2017

Temer libera R$ 1,02 bilhão em emendas

Por Altamiro Borges

Com as divisões e as defecções na sua base parlamentar fisiológica, o usurpador Michel Temer decidiu abrir mais uma vez os cofres públicos para comprar os deputados venais. Segundo informa Josias de Souza, em matéria postada neste sábado (23), agora o rombo – ou roubo – será de R$ 1,02 bilhão. E o covil golpista ainda tem a caradura de bravatear sobre o ajuste fiscal e de pedir mais sacrifícios à sociedade, como na “reforma” previdenciária que liquida a aposentadoria dos trabalhadores. Até os “coxinhas” mais tapados, que ajudaram a alçar ao poder esta quadrilha, já devem estar arrependidos. Diante do atual assalto à grana dos impostos, as tais pedaladas fiscais, que serviram de pretexto para o impeachment de Dilma Rousseff, são fichinhas.

Contra toda e qualquer 'intervenção militar'

Por Haroldo Lima, no Blog do Renato:

“Intervenção militar” foi o tema trazido ao noticiário nacional nos últimos dias por um intelectual progressista, que admitiu esse procedimento como meio para vencer a crise, e por um general que disse estar em estudo uma tal “intervenção”.

Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira foi o intelectual brasileiro que levantou essa questão em primeiro lugar, nos últimos dias. É um autor de pensamento marxista, respeitável pela extensa obra produzida e pela militância de esquerda que tem. Em 2015, a pedido da Real Academia Sueca, a União Brasileira de Escritores o indicou para o Nobel de Literatura de 2015.

A sombra do bigode de Hitler

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

O Brasil caminha para o fascismo. Até pouco tempo atrás, o conservadorismo, a direita e os reacionários se movimentavam na arena política, mas valia uma certa segurança em relação à maturidade da democracia. Tudo parecia conduzir para um confronto a ser vivido publicamente no debate de ideias e nas disputas políticas, institucionais e no coração da sociedade. Hoje, desfeito o cenário otimista, não faltam nem mesmo as figuras patéticas da ultradireita, cujos nomes não merecem sequer ser citados.

Barroso quer ser o Chacrinha constitucional?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O ministro Luiz Roberto Barroso levará à votação do Supremo Tribunal Federal mais uma jabuticaba, anuncia o Estadão.

Embora não o expresse, ainda, abertamente, Barroso vai tentar fazer passar um dispositivo fantástico para aventureiros e oportunistas de todo tipo, abolindo a exigência de filiação partidária para candidaturas.

Ou seja, o sujeito será seu próprio partido e, claro, teremos os partidos de um homem (ou mulher) só, que deverá satisfações apenas – e se tanto – ao espelho.

Base encolhe e Temer vira refém de Maia

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Após a decisão do Supremo Tribunal Federal, que na quinta-feira (21), por 10 a 1, decidiu enviar à Câmara dos Deputados a nova denúncia do agora ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Michel Temer, a principal questão desse final de 2017 é se o plenário da Câmara vai autorizar a abertura do processo contra o presidente. Temer corre riscos de cair? Sua base se mantém estável, aumentou ou diminuiu?

Há hoje em Brasília duas correntes sobre o destino da segunda denúncia de Janot na Câmara. Segundo o cientista político Ricardo Caldas, professor da Universidade de Brasília (UnB), a corrente majoritária acredita que a votação será mais fácil para Temer do que a anterior. Em 2 de agosto, os deputados rejeitaram a denúncia por 263 votos a 227. Para essa corrente, os questionamentos sobre a credibilidade das deleções envolvendo a JBS tornaram a denúncia mais frágil.

Apesar do cerco, Lula lidera para 2018

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

No mesmo dia em que Lula foi novamente denunciado na Justiça e se tornou réu pela sétima vez, agora em inquérito da Operação Zelotes, nova pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em parceria com o instituto MDA, mostra que o ex-presidente continua liderando com folga a corrida para as eleições de 2018.

Lula não só venceria em todos os cenários possíveis de primeiro e segundo turno, como cresceu quase quatro pontos na pesquisa de intenção de voto espontânea, passando de 16,6%, em fevereiro, para 20,2% agora.

Gramsci: hegemonia e luta de classes

Por Cezar Xavier, no site da Fundação Maurício Grabois:

No debate ocorrido em São Paulo, nesta quinta-feira (21), o estudioso de Antonio Gramsci, o filósofo italiano Gianni Fresu, mostrou como o pensamento daquele teórico, morto a exatos 80 anos, é a continuidade e avanço de temas importantes para Lênin, assim como permitem a compreensão da estratégia para o processo revolucionário, ainda que tantos esforços tenham sido feitos por setores à direita e à esquerda, para tornar o autor um mero reformista social-democrata.

Se não cair, Temer será a Geni da eleição

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

São crescentes os sinais de que a campanha presidencial de 2018 terá fortes semelhanças com a de 1989, a primeira após o fim da ditadura. Uma delas será a presença de um presidente altamente impopular e rejeitado, contra o qual todos os candidatos vão atirar impiedosamente. A Geni da música de Chico Buarque. Assim foi com o então presidente José Sarney em 1989. Fernando Collor, que bateu mais, levou. Mas Temer, que não pode ir às ruas e nem mesmo aparecer nas redes sociais, pode cair antes, com a aprovação da segunda denúncia contra ele pela Câmara.

A sinistra autora da ação da "cura gay"

Por Ruben Berta e George Marques, no site The Intercept-Brasil:

Autora de uma ação na Justiça Federal do Distrito Federal, cuja liminar concedida na última sexta (15) permite que psicólogos possam fazer terapias de “reversão sexual”, a chamada “cura gay”, a psicóloga Rozangela Alves Justino possui desde junho de 2016 um cargo no gabinete do deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) na Câmara. O parlamentar, que está em seu primeiro mandato no Congresso, é apadrinhado pelo líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, pastor Silas Malafaia.

Rozangela ocupa um cargo de natureza especial, que dispensa concurso público para efetivação. Com uma remuneração de R$ 3.346,34 em agosto, a psicóloga é vinculada à Liderança do Democratas na Câmara e está lotada no gabinete de Sóstenes. Na Casa, ela já foi vista este ano participando de um culto evangélico.

Globo se investe do papel de polícia e juiz

Do site da Dilma:

A propósito do editorial “Papel de Dilma ganha espaço na corrupção”, publicado pelo jornal “O Globo” neste sábado, 23 de setembro, a Assessoria de Imprensa da presidenta eleita Dilma Rousseff responde:

1. O Grupo Globo vem se investindo de forma ilegítima – e por razões inconfessáveis – em poder judiciário. Tenta de qualquer jeito manchar a honra da presidenta eleita Dilma Rousseff. Para isso, vem assumindo um papel pretensioso para o qual não tem investidura nem legal nem ética.

Caos na Rocinha e o sumiço de Bolsonaro

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Jair Bolsonaro foi o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro em 2014, com mais de 464 mil votos.

Em seu sétimo mandato, Bolsonaro está na Câmara há 26 anos. Quando chegou a Brasília, no início da década de 1990, atendia os interesses dos militares.

Mais recentemente, passou a incluir qualquer coisa em sua agenda, desde que renda assunto nas redes sociais entre seus seguidores de extrema direita.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Picareta da Riachuelo devia ser preso!

Por Altamiro Borges

Com apoio dos fascistas mirins do Movimento Brasil Livre, o picareta Flávio Rocha, dono da Riachuelo, lançou nesta semana a sua candidatura a vice numa provável chapa de João Doria para as eleições presidenciais de 2018. Como ativo participante do golpe dos corruptos, que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer, ele parece excitado com a recente onda conservadora no país. Mas o ricaço – assim como o “prefake” e o MBL – pode se dar mal. O seu telhado de vidro é enorme. Nesta semana, o empresário voltou ao noticiário em função de uma antiga pendenga com o Ministério Público do Trabalho. Acusado de explorar trabalho escravo, ele atacou os procuradores do Rio Grande do Norte, onde estão instaladas as confecções que terceirizam a produção para a sua rede de lojas. A sua agressividade pode lhe render um processo e até uma ordem de prisão.

Os estranhos negócios do “prefake” Doria

Por Altamiro Borges

O “prefake” paulistano João Doria adora rosnar xingamentos contra os seus adversários: “ladrão”, “bandido”, “safado”, “vagabundo”. Ele também gosta de vender a imagem de paladino da ética. Conhecendo um pouco da sua história, o ricaço mimado – também apelidado de João Dólar – devia tomar mais cuidado com a língua ferina. A exemplo de outros falsos moralistas, ele pode rapidamente ser desmoralizado e nem poderá ficar histérico com quem o xingar de "ladrão", "bandido", "safado" e "vagabundo". Nesta semana, por exemplo, a Folha publicou uma longa reportagem sobre as estranhas relações estabelecidas entre a prefeitura de São Paulo, o sinistro Lide (Grupo de Líderes Empresariais) e poderosas empresas. Vale conferir alguns trechos:

Da ditadura civil rumo à militar?

Por Leonardo Boff, em seu blog:

O que vivemos atualmente no Brasil não pode sequer ser chamado de democracia de baixíssima intensidade. Se tomarmos como referência mínima de uma democracia sua relação para com o povo, o portador originário do poder, então ela se nega a si mesma e se mostra como farsa.

Para as decisões que afetam profundamente o povo, não se discutiu com a sociedade civil, sequer se ouviram movimentos sociais e os corpos de saber especializado: o salário mínimo, a legislação trabalhista, a previdência social, as novas regras para a saúde e a educação, as privatizações de bens públicos fundamentais como é, por exemplo, a Eletrobrás e campos importantes de petróleo do pré-sal, bem como as leis de definem a demarcação das terras indígenas e, o que é um verdadeiro atentado à soberania nacional, a permissão de venda de terras amazônicas a estrangeiros e a entrega de vasta região da Amazônia para a exploração de variados minérios a empresas estrangeiras.

Temer e o passado tenebroso da privatização

Por Railídia Carvalho, no site Vermelho:

A Eletrobras registrou lucro de R$ 3 bilhões em 2016 mesmo diante de um quadro de recessão no Brasil. Estimativas para 2017 apontam que o número deve se repetir. Os dados foram informados por Eduardo Annunciato, o Chicão, presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, durante conversa com jornalistas da imprensa alternativa e sindical nesta quarta-feira (20) no Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé.

“A receita líquida do ano passado foi de R$ 60 bilhões mesmo com toda a crise. E o governo quer vender a Eletrobras por R$ 20 bilhões?”, questionou. Os ativos da Eletrobras são estimados em R$ 370 bilhões no mercado.

As cem vidas de Lula

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Se dependesse dos adversários, Lula estaria morto. Se possível, teria morrido várias vezes. Tantas quantas as “balas de prata”, os “golpes fatais” e as “bombas atômicas” que acharam que o atingiram.

Semana passada, com as delações de Antonio Palocci, reencenaram o espetáculo da morte de Lula. O script foi rigorosamente cumprido: primeiro, o anúncio de “grandes revelações”; segundo, um interrogatório encenado; depois, a divulgação espalhafatosa, acompanhada da promessa de que o delator ainda tinha “muito a dizer”. No outro dia, o coro dos comentaristas, repetindo que, dessa, Lula não escapava.

Desconectados de todo o mundo, uní-vos!

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Com a metade do mundo desconectada e com a diminuição no ritmo de crescimento de novas conexões, vai se criando um novo exército de excluídos, os excluídos digitais. A exclusão digital aprofunda as desigualdades entre indivíduos, famílias, regiões e países, determinando novos padrões de miséria e impondo novos desafios para a luta pelo fim da opressão capitalista.

E esta avaliação não é minha, é do secretário-geral da UIT, Houlin Zhao, por ocasião do lançamento do mais recente relatório da organização sobre a situação da Banda Larga no mundo, o State of Broadband 2017, da Comissão de Banda Larga da UIT. Zhao destacou que “os países ‘de ponta’ digitais estão avançando ainda mais, enquanto os países em desenvolvimento estão, em geral, sendo deixados para trás”.

Só Gilmar Mendes vota a favor de Temer

Do blog Socialista Morena:

10 a 1. Este foi o resultado, após dois dias de julgamento pelo STF (Supremo Tribunal Federal), da segunda denúncia feita pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer. Pela decisão, a denúncia seguirá para análise da Câmara dos Deputados. O único dos ministros do Supremo que acatou o argumento dos defensores de Temer foi Gilmar Mendes, para quem a denúncia deveria ser devolvida à PGR.

A péssima semana de João Doria

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

O fato mais comentado acerca da última pesquisa sobre as eleições de 2018 foi, naturalmente, a liderança de Lula – chamado, pateticamente, de “o mesmo candidato” em uma chamada da Veja – em todos os cenários, nos dois turnos, contra quaisquer adversários.

A consolidação de Bolsonaro na segunda colocação, com praticamente 20% das intenções de voto, também mereceu destaque.

Os índices de João Doria causaram pouca repercussão, certamente porque ficaram muito aquém do que os entusiastas da candidatura do PrefeiTop gostariam.