terça-feira, 10 de outubro de 2017

O que há por trás da reforma trabalhista

Um tributo ao jornalista Neiva Moreira

José Guimarães Neiva Moreira
Por Henrique Matthiesen

Em tempos de manipulação irresponsável, de um jornalismo tortuoso que em conluio com os interesses mais impudicos à república, resgato a figura singular de José Guimarães Neiva Moreira.

Neiva compreendia perfeitamente que sua função não era apenas informar, mas se utilizar dos jornais, revistas, TVs e rádios para transformar, para dar voz aos despossuídos de informação e direitos, e fazer desses meios de comunicação, notícia que gere ação, e consequentemente mudanças.

Outra premissa essencial do jornalista é de contextualizar os acontecimentos e provocar a sua reflexão, suas implicações, e ser um agente crítico.

Globo, Lava-Jato e a elite do atraso

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

O professor e sociólogo Jessé Souza não esconde que o seu objetivo é ambicioso: reescrever a história da formação da sociedade brasileira, confrontando pensadores como Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda. A premissa de A Elite do Atraso – Da Escravidão à Lava Jato (Casa da Palavra/Leya), que teve lançamento ontem (9) à noite em São Paulo, é de que os chamados donos do poder perpetuaram um modelo baseado na servidão, simbolizada pela "ralé" dos dias atuais. "É uma elite que entrega o país, sempre entregou, sempre produziu golpes de Estado", afirmou o autor, ao lado do jornalista Paulo Henrique Amorim, durante conversa aberta ao público, presente em número bem maior que os 168 lugares do auditório.

Os nordestinos e o preconceito de cada dia

Por Cezar Britto, no blog Socialista Morena:

“Não nasci nordestino por obra do acaso. Escolheram-me porque saberiam previamente do gosto do meu gostar. E acertaram em cheio!”

Certa vez, ao terminar uma palestra na XVIII Conferência Nacional da Advocacia, na baiana Salvador, fui procurado por um entusiasmado advogado catarinense. Queria me cumprimentar pelo conteúdo e pela forma com que eu expusera sobre o delicado tema das opções econômicas ou sociais na efetivação da Constituição. Olhando-me com a admiração refletida no forte aperto de mão, soltou sua elogiosa pérola:

– Parabéns, Britto, o senhor mudou a minha opinião sobre os nordestinos. É que eu não sabia que havia pessoas inteligentes no Nordeste. Vou contar ao pessoal sobre o senhor e eles também irão mudar de opinião.

Base de Alcântara e o beijo do Judas

Por Fernando Rosa, em seu blog:

Nos próximos dias, Temer deverá entregar as chaves da base espacial de Alcântara, no Maranhão, para os patrocinadores do golpe de Estado no país. O acordo envolvendo a base, dizem, já está acertado com os Estados Unidos, nas condições deles, consolidando um vergonhoso gesto de traição aos interesses nacionais. Nos anos noventa, com Fernando Henrique Cardoso, um acordo barrado no Congresso Nacional chegava ao extremo de impedir o acesso de brasileiros às dependências da base.

A nova mina de ódios do fascismo nativo

Por Bajonas Teixeira, no blog Cafezinho:

A histeria contra a arte e os artistas, promovida por políticos de direita, tem um motivo simples: explorar uma nova mina de ódios. A classe média anti-Lula andava desmotivada. O governo Temer foi para ela uma cilada: salários congelados, reformas aterrorizantes, e oito aumentos da gasolina. A derrocada de Aécio a intimidou mais ainda. Nas ruas, ela deixou de atacar figuras ligadas ao PT. Os xingamentos de “petralha” e “esquerdopata” arrefeceram nas redes. Enfim, a velha fonte de ódios secou. Por isso, a associação de arte e pedofilia foi um achado. Com ela, emergiu da lama um límpido cristal de pura estupidez. A direita volta a urrar, xingar e ameaçar com torturas. E tudo em nome da moral e da família.

Ativistas detonam a "Lei do Facebook"

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

Madrugada de quinta-feira, 5 de outubro. O plenário da Câmara dos Deputados aprova, em meio à reforma política, a censura à internet durante o período eleitoral, violando o Marco Civil e incentivando denúncias vazias.

À tarde, o Senado ratifica o texto da Câmara, inclusive a obrigatoriedade de provedores removerem conteúdo sem ordem judicial, em até 24 horas, quando candidatos ou partidos reclamarem de críticas, mesmo improcedentes.

A insensatez foi tão grande que juntou, numa mesma trincheira, o impensável: de movimentos sociais e de direitos humanos a setores econômicos com os mais variados interesses.

A conta do golpe é no lombo dos pobres

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Do insuspeitíssimo Valor, sobre como os pobres estão pagando a conta da crise e dos “cortes”:

Antes usado como vitrine em campanhas eleitorais, programas sociais como Luz para Todos, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Minha Casa, Minha Vida estão praticamente desaparecendo em meio à restrição fiscal. Diante do sucessivo aumento das despesas obrigatórias, puxado pela Previdência Social, há cada vez menos espaço no orçamento para essas ações.


Merval Pereira e a grana do Senac-RJ

Por George Marques e Ruben Berta, no site The Intercept-Brasil:

De um lado, uma crise que já culminou com a demissão de pelo menos mil funcionários entre janeiro de 2016 e maio deste ano, mas vem sendo praticamente ignorada na grande imprensa brasileira. De outro, gastos milionários em publicidade e em palestras, com destaque para jornalistas e colunistas ligados ao maior conglomerado de comunicação do país, o Grupo Globo. Este é o contraditório retrato do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio de Janeiro (Senac-RJ), entidade cujo foco principal deveriam ser ações de educação profissional.

Veto de Temer favorece candidatos ricos

Ilustração: Bruno Aziz
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Se o Congresso atual não fosse composto por uma maioria conservadora, alinhada com os grandes interesses econômicos, não teria havido golpe e Temer não estaria sentado na cadeira de presidente, fazendo e desfazendo contra os interesses da maioria da população, que responde com rejeição de 95%. A troca do financiamento empresarial pelo financiamento público das campanhas, agora aprovada, poderia ter sido uma chance de mudança na extração social e econômica dos congressistas, favorecendo os candidatos populares na competição com os abastados.

Bolsonaro e os neonazistas de Minas Gerais

Bolsonaro e Marco Antônio Santos, neonazista
assumido, ex-candidato a vereador
Por Eduardo Reina, no blog Diário do Centro do Mundo:

O Ministério Público Federal de Minas Gerais recebeu, no fim de julho, material que foi apreendido junto aos homens condenados pelo Tribunal Regional Federal por crime de apologia ao nazismo e corrupção de menor.

Dentro desse material está uma carta enviada pelo deputado federal Jair Bolsonaro a um dos condenados.

O MPF deverá analisar pen drives contendo imagens e filmes de apologia ao nazismo, registros em redes sociais, livros, fichas de inscrição ao movimento Pátria Livre, de cunho fascista, e principalmente a carta de Bolsonaro.

Doria e MBL postos a nu

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Até os “coxinhas” abandonam o prefake Doria

Por Altamiro Borges

Na eleição de outubro passado, o ricaço João Doria obteve votações avassaladoras nos chamados “bairros nobres” da capital paulista. Com seu ódio doentio ao PT e às forças de esquerda, sempre nutrido pela mídia falsamente moralista, os “coxinhas” depositaram toda a sua confiança no velhaco que se apresentava como “o novo”. Passados pouco mais de nove meses, agora eles começam a perceber que ajudaram a gestar um farsante. A pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (8) sinaliza que até a “zelite” babaca de São Paulo já percebeu que o “prefake” é um oportunista, sem qualquer compromisso com a cidade.

O golpe chegou à Embrapa

Por Ana Guerra, no site Brasil Debate:

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), um dos maiores patrimônios públicos do Brasil e reconhecida internacionalmente por sua excelência em ciência e tecnologia, está sob riscos após o golpe contra a democracia ocorrido em 2016.

Empresa idônea em um país com quadro social, político e institucional permanentemente corroído pela corrupção, a instituição agoniza com a burocratização excessiva da atividade científica. Cada vez mais, seus pesquisadores doutores são obrigados a assumir responsabilidades não científicas na gestão de projetos, como o uso obrigatório de inúmeros sistemas eletrônicos inoperantes e não integrados, que os fazem gastar mais tempo em atividades “meio” pouco relevantes, em vez de se concentrarem em atividades “fins” para a construção de conhecimento que envolva pesquisa, desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia em benefício da sociedade brasileira.

FMI: emprego precário prejudica salário

Por Marcelo P.F. Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

A estratégia neoliberal de flexibilização das leis trabalhistas como alternativa para a ampliação do volume de empregos vai produzindo seus frutos indigestos, mesmo entre as economias ditas avançadas. Segundo o insuspeito relatório anual do FMI – World Economic Outlook 2017 – apesar dos indicadores de desemprego terem registrado uma tendência de queda nos últimos anos, esse processo se deu em prejuízo da qualidade dos postos de trabalho, isto é, a partir da expansão do número de trabalhadores subocupados – em especial daqueles que estão involuntariamente ocupados em um emprego de tempo parcial ou por prazo determinado.

Facebook e a campanha eleitoral na internet

Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:

A reforma política aprovada pelo Senado nesta semana e que vai à sanção presidencial alterou a forma como as campanhas eleitorais podem utilizar a internet. Para o cientista político e defensor do software livre Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), as mudanças podem ser qualificadas como uma “aberração”

A primeira polêmica se dá em torno do direito de candidatos pedirem diretamente às plataformas digitais a retirada de conteúdo político publicado por perfis sem identificação durante a campanha. Para isso, eles não precisarão de mais de autorização judicial.

Protesto faz Dove remover campanha racista

Da revista Fórum:

Uma mulher negra se torna branca depois de usar a loção Dove, como se pode ver na sequência de imagens da campanha lançada pela marca e que causou revolta entre internautas, fazendo a Dove a retirar o post e pedir desculpas no seu perfil oficial.

A “esquerda” fashion punitiva

Por Patrick Mariano, no site Justificando:

O Congresso Nacional produz curiosos e tristes personagens quando em jogo o direito e o populismo penal. Não vai muito longe, o punitivismo era patrocinado por políticos do campo da direita que ganhavam notoriedade por defender posições radicais e intolerantes quanto a pena e o desmedido uso do direito penal. Destacavam-se nomes como o dos senadores Demóstenes Torres e Pedro Taques, ambos do ministério público e, na Câmara, Ônix Lorenzoni.

A samambaia que se tornou presidenciável

Por Luís Nassif, no Jornal GGN:

Há uma busca do candidato de um centro democrático, seja lá o que se entenda por isso.

Teoricamente, seria uma área de convivência entre liberais e sociais-democratas, que visasse preservar o país da radicalização que se anuncia e, especialmente, de um maluco de ultradireita.

O posto de candidato do centro democrático está vago.

São curiosos, aliás, os movimentos oportunistas que se formam em tempos de desconserto geral. Qualquer um se julga com oportunidade, do economista liberal aos velhos nacionalistas, passando por antigas apresentadoras de TV, apresentadores atuais. Teve 15 minutos de fama? Já pode se candidatar a presidenciável. Nem a Loto desperta tantas fantasias.

Um sistema tributário em favor do povo

Editorial do site Vermelho:

A diretora da Oxfam Brasil, Katia Maia, que divulgou no final de setembro um estarrecedor estudo sobre a desigualdade de renda no país, põe o dedo na ferida desta grave situação quando denuncia o injusto sistema tributário que favorece os muito ricos e é um dos principais fatores da concentração de renda. Em 2016, apesar da gravíssima situação fiscal que levou ao rombo gigantesco de 154,2 bilhões de reais, o governo abriu mão de 271 bilhões de reais em renúncias fiscais, que favoreceram os muito ricos. E não faz a cobrança, de maneira eficiente, de quase R$ 300 bilhões todo ano.