segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Este é um país que vai pra trás

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Enquanto a Folha dá uma manchete bem de acordo com a série “Agora a coisa vai”que você já se acostumou a ler nos jornais depois do golpe que levou Michel Temer ao Planalto, destacando um crescimento pífio de 1,1% nas receitas públicas (verdade capenga, porque ancorada numa correção inflacionária menor e na adoção de impostos novos, como o PIS/Cofins dos combustíveis), a BBC chama a atenção sobre onde e com que vem sendo feita a “economia” que, ainda assim, nos deixa com um rombo de R$ 159 bi.

A Justiça Trabalhista dos Boers

Por Hamilton Pereira/Pedro Tierra, no site da Fundação Perseu Abramo:

Devemos todos render homenagens ao jurista Ives Gandra Martins Filho, presidente do Tribunal Superior do Trabalho, pela limpidez com que defendeu a Reforma Trabalhista que entra em vigor nesses primeiros dias de novembro, em entrevista a um diário paulista. Respondeu às questões levantadas com clareza de fazer inveja a seus pares que, ao longo de século 20, defenderam o regime do Apartheid, na África do Sul.

William Waack e o racismo como "deslize"

Por Ruben Berta, no site The Intercept-Brasil:

Num mundo cada vez mais radicalizado e polarizado das redes sociais, o excesso de opinião cansa. Concordo. Por isso, sempre penso duas vezes antes de entrar na melhor polêmica dos últimos tempos da última semana. Desta vez, achei que tinha algo importante a dizer. Resolvi arriscar.

Na última quarta (8), como todos já sabem, um vídeo com comentários RACISTAS (perdoem o clichê da caixa alta) do então apresentador do “Jornal da Globo”, William Waack, gravado no ano passado durante a cobertura da campanha eleitoral americana, foi publicado na internet. Ainda bem, as reações foram imediatamente negativas. E levaram a própria emissora a suspender o jornalista.

Em seguida, a polêmica chegou na página 2. Veio a turma do “deixa disso”:




Haraquiri tucano e os reflexos na sucessão

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Até aqui, o que enxergávamos na disputa presidencial era Lula na liderança, apesar do empenho em sua inabilitação, Bolsonaro em segundo lugar e um candidato tucano que dificilmente não seria Geraldo Alckmin, tentando viabilizar-se como alternativa de centro à polarização direita X esquerda. Com o agravamento da crise interna do PSDB, dificilmente o partido marchará unido em torno de um candidato e é de sua provável cisão, depois do confronto interno de dezembro, que pode surgir um quarto nome, reunindo forças do centro-conservador e, por inverossímil que pareça, contando com o apoio do governo.

Serra está com febre amarela?

O perigo é contaminar os que se aproximam dele
(Créditos: Bruno Rocha/Folha de S. Paulo)
Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

A donataria hereditária de São Paulo, controlada desde Martim Afonso de Souza pelos tucanos, sofre, no momento, de uma epidemia de febra amarela.

Mortos se multiplicam e parques florestais são trancados.

Nesse mesmo ambiente tropicalmente infestado, realizou-se uma convenção de tucanos para promover "unidade e união"- eles são um prodíjio.

domingo, 12 de novembro de 2017

Tucanos gritam “fora, Aécio”. Hilário!

Por Altamiro Borges

A crise no PSDB é tão violenta que tem produzido cenas hilárias. Neste domingo (12), durante a convenção estadual da sigla golpista em São Paulo, um dos coros mais repetidos pelos tucanos foi “fora, Aécio”. Nem os apelos pela unidade partidária, proferidos pelo picolé de chuchu Geraldo Alckmin e por outros caciques da legenda, conseguiram conter a bronca dos filiados paulistas contra o cambaleante senador mineiro Aécio Neves, que na semana passada patrocinou mais um golpe – o que já virou sua especialidade – contra o próprio presidente do PSDB, Tasso Jereissati. O convescote apenas confirmou que a briga no ninho é sangrenta e não será facilmente estancada, como registrou a própria Folha tucana:

‘IstoÉ’ deve morrer. Pelo bem do jornalismo

Por Altamiro Borges

A revista IstoÉ – também conhecida nos meios jornalísticos como “QuantoÉ” devido às práticas mercenárias dos seus donos – perdeu qualquer compostura e agora decidiu incitar abertamente o crime. Na cavalgada golpista pelo impeachment de Dilma Rousseff, ela foi uma das mais histéricas com suas capas terroristas e suas “reporcagens” babando ódio. Após o assalto ao poder pela quadrilha de Michel Temer, ela virou um veículo chapa-branca, bajulando o usurpador – o que lhe rendeu um aumento de mais de 1.300% nas verbas publicitárias. Concretizado o golpe dos corruptos, ela hoje concentra a sua artilharia contra o ex-presidente Lula, temendo o seu retorno ao governo e o fim das maracutaias que tentam salvar a falida e decrépita revista da extinção.

Os três governos anões da América do Sul

Por Túlio Ribeiro, no blog Cafezinho:

Infelizmente começou depois de 200 anos um passo decisivo para os Estados Unidos oficializar o seu objetivo de poder sobre Amazônia. Desde 1817 os americanos do norte acham legítimo dominar a grande floresta do sul.

Entre 6 e 13 de novembro, 1533 militares brasileiros, 150 colombianos ,120 peruanos e 30 estadunidenses realizam exercícios militares na Amazônia. A proporção está certa, afinal o comando (mesmo não oficialmente), não necessita ser majoritário em numerário em relação aos comandados. O Brasil convida um ambicioso pretendente para visitar suas reservas de recursos naturais e uma biodiversidade estratégica para o planeta.

Os muito ricos sonegam sem culpa

Por Nick Hopkins, no site Outras Palavras:

A maioria das pessoas não compreende as complexidades do sistema de aplicações offshore. Elas não têm necessidade – porque não têm dinheiro suficiente para considerar os esquemas e arranjos que são oferecidos nos paraísos fiscais. O mundo “ordinário” e o mundo “offshore” vêm coexistindo há décadas, separados pelo sigilo que se mantém como uma das mais importantes atrações do setor. Esse sigilo – e fiscalização frouxa – lhe tem servido muito bem.

Temer, Maia e a ‘pauta bomba’

Por Hylda Cavalcanti, na Rede Brasil Atual:

Em um movimento ainda pouco compreendido pela maior parte das bancadas partidárias do governo e da oposição, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente da República, Michel Temer tentam uma reaproximação. Nos últimos dias, têm afirmado publicamente que há apoio mútuo, embora vez por outra um dos dois escorregue em alguma declaração desastrosa.

Segundo um senador muito ligado ao Palácio do Planalto, na última terça-feira (7), após reunião de Temer com líderes, o presidente e Maia tiveram uma conversa a portas fechadas. Horas depois, o deputado afirmou que sua missão, daqui por diante, será atuar institucionalmente no cargo que exerce e também, como integrante da base aliada, ajudar o governo na votação de matérias que o Planalto considera importantes.

Reforma trabalhista precariza, mutila e mata

Por Adilson Araújo, no site da CTB:

A aprovação da Reforma Trabalhista em 13 de julho de 2017, que entrará em vigor no dia 11 de novembro, pode inaugurar uma nova fase na história das relações de trabalho no país.

Com a modificação de mais de 100 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), muitos direitos deixam de existir condenando a classe trabalhadora à condições precárias e de risco.

Essa proposta brutal, que tem como líder Michel Temer, tem como objetivo retirar direitos sociais consagrados. Não é por outra razão que o golpe de Estado de 2016, um golpe do capital contra o trabalho cujo principal objetivo é a restauração do neoliberalismo no Brasil, fez da classe trabalhadora e dos sindicatos seus principais alvos e vítimas.

Caso William Waack fez bem ao Brasil

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A semana passada terminou com um saldo altamente positivo para a democracia, para os direitos humanos, para a luta pela igualdade de oportunidades e de direitos, para a luta eterna das mentes e almas sadias contra o preconceito e o ódio espalhados pelo país por um movimento obscurantista que tem colecionado vitórias nos últimos dois anos e pouco.

Não se engane, caro leitor: a defesa furiosa e furibunda que expoentes da mídia de direita fizeram de William Waack após as redes terem obrigado a Globo a defenestrá-lo, é sintomática e indicativa da derrota que a mente sombria do ex-âncora da Globo impôs a esse movimento obscurantista mais do que a si mesmo.

Do socialismo real ao capitalismo selvagem

Fascismo – o pior inimigo das mulheres
Nina Vatolina, 1941
Por Roberto Amaral, em seu blog:

Escrevo como beneficiário da Revolução de 1917, que desde o primeiro momento extrapolou os largos limites territoriais e políticos herdados do império czarista – dois séculos de domínio mongol, quatro de absolutismo monárquico – fundado na repressão a mais brutal, na ausência de direitos dos trabalhadores, fâmulos e párias a serviço de uma estrutura social fundada em modos de exploração humana similares ao escravagismo que compreendiam, inclusive, o castigo físico.

"Minha Casa Minha Vida" está na UTI

Por José Eduardo Bernardes, no jornal Brasil de Fato:

A União Nacional por Moradia Popular (UNMP) organizou, nesta quarta-feira (8), uma série de atos em diversas cidades do país para exigir do governo golpista de Michel Temer (PMDB) o cumprimento dos contratos dos programas Minha Casa Minha Vida Entidades e Rural.

"O Minha Casa Minha Vida está na UTI, essa é a verdade", diz Marcos da Silva, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) de Recife, e que integra a luta da UNMP.

O pânico petista na internet

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Há alguns dias manchetes do Estadão e do Globo davam conta de que o PT negocia aliança com o PMDB em seis estados. Bastou para que uma onda de pânico por parte da militância petista invadisse as redes sociais. De minha parte, uma surpresa : não podia imaginar que esses jornalões, porta-vozes da burguesia mesquinha, golpista e escravocrata, merecessem tamanho crédito de petistas.

E pior: muitos na certa não se deram sequer ao trabalho de ler o conteúdo dessas notícias. Se o fizessem, teriam mais chances de escapar da armadilha dos veículos das famílias Marinho e Mesquita. Afora uma vaga alusão a uma entrevista do ex-prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, as matérias se escudam numa velha picaretagem na mídia monopolista brasileira, o off.

Um Engov para enfrentar o ministro do TST

Por Clemente Ganz Lúcio, no site do Diap:

Neste final de semana, 11, entra em vigor a Lei 13.467/2017, que promove a maior mudança no sistema de relações de trabalho e na legislação trabalhista brasileira. As novas regras alteram o jogo social no mundo da produção econômica, no setor privado e público, no emprego, nos salários, nos direitos trabalhistas e sociais. As transformações dependerão da maneira como atuará o movimento sindical e de quais serão as reações dos trabalhadores, daquilo que farão os empregadores e os gestores públicos, da atuação da Justiça e demais órgãos do Estado e das iniciativas dos demais agentes que intervêm no sistema. Nem sempre a concepção e a visão de mundo que instruem essas mudanças ficam claras.

Sheherazade é Waack amanhã

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Rachel Sheherazade é um entulho autoritário. Como era William Waack.

Essa é a explicação para sua defesa aloprada, postada na madrugada de sexta (10), do apresentador da Globo.

Eles são monstros criados durante o processo de impeachment.

Foram úteis naquele momento, abrindo a tampa do esgoto para o fascismo, porta-vozes do antipetismo mais tosco, com uma agenda baseada em semear o ódio.

sábado, 11 de novembro de 2017

Caso Waack: A mídia devia pedir demissão

Por Marcelo Zero

O caso do jornalista William Waack desperta paixões. Muitos exigem sua imediata demissão; outros acham que ele tornou-se vítima de uma campanha inquisitorial exagerada. Defendem o “instruído jornalista” e o “combatente” do conservadorismo tupiniquim.

O problema principal nessa polêmica, como soe acontecer no Brasil de hoje, é a “fulanização” de um debate que deveria ser muito mais amplo. Substitui-se a análise de um tema relevante e complexo pelo ódio ou afeto a indivíduos específicos.

PSDB: colado, mas rachado

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

O PMDB e outros partidos aliados da base governista ameaçam chutar o traseiro do PSDB a qualquer momento e expulsar os tucanos ainda empoleirados no governo de Michel Temer, enfraquecido pelo fantasma da corrupção e, principalmente, pela baixa popularidade de 3%, medida por pesquisa.

A dúvida tem marcado ao longo do tempo, como se sabe no mundo político e se percebe na inquietação do eleitor tucano, o estandarte característico do PSDB, que pode ser interpretado assim: na dúvida fique no muro.

A reforma trabalhista contra os pobres

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Entrou em vigor hoje – e sem nenhum vigor, aliás – a reforma trabalhista para os mais pobres.

Sem nenhum vigor porque adotar as novas regras, com o grau de insegurança jurídica que há em sua aplicação, é uma aventura para irresponsáveis, que podem estar se sujeitando a prejuízos e aborrecimentos imensos.

E para os pobres porque, qualquer um sabe, há décadas a transformação de trabalhadores mais qualificados ou graduados em “pessoas jurídicas” vem transformando a “pejotização”, como é chamada, numa rotina em qualquer situação em que ela seja possível.