terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Mandela e Lula falam com Gramsci

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

A busca de analogias históricas, para cortejar a coerência no presente, sempre me seduziu. A história nem sempre se repete e – quando se repete – nem sempre o faz como farsa. Ou mesmo como tragédia. Pode se dizer que – dentro de um mesmo ciclo da história- esta repetição pode ser provável. Quando os acontecimentos marcam o “fim de uma época”, porém, as formas de sociabilidade se revolucionam, face as mudanças tecnológicas profundas, na produção, nas comunicações e nos grandes movimentos globais do capital, mudando os padrões da política e das lutas em seu entorno. É a época em que a história quase respira, ilusoriamente, livre do passado.

Se votar como Gilmar, Gilmar absolve Lula

Por Antonio Barbosa Filho

Às vésperas de deixar a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Gilmar Mendes concedeu várias entrevistas àquela que a advogada Rosângela Moro chama de “imprensa amiga”, nas quais foi indagado sobre a eventual inelegibilidade do ex-presidente Lula em 2018, devido a estar incurso na Lei da Ficha Limpa (lei complementar 135, de 04/06/2010). Em todas as ocasiões, o notório magistrado afirmou que devido à condenação do líder nas pesquisas em segunda instância, ou seja, por um órgão colegiado (a turma do Tribunal Regional Federal-4, de Porto Alegre), tal candidatura torna-se impossível, e a Justiça Eleitoral acatará pedido de impugnação, se houver.

Mídia se vacina contra podres da Lava-Jato

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Reproduzo abaixo uma reportagem da Época apenas por curiosidade, além da tradicional ajuda às historiadoras do futuro. A Época pertence a Globo, e a mídia, nos últimos dias, resolveu mostrar ao judiciário quem manda: ela, a mídia corporativa, representante do capital financeiro internacional. Juízes são apenas seus capitães do mato.

De qualquer forma, a reportagem está errada. O TRF4 não foi “mais severo” com Lula. Foi mais criminoso, isso sim. O que o TRF4 fez com Lula foi um crime gravíssimo, que deveria ser punido com demissão sumária e abertura de processo criminal contra cada um dos desembargadores.

Que sejamos mais baderneiros

Do blog Raiva Sacra
Por Ana Julia Ribeiro, no jornal Brasil de Fato:

Sempre que realizamos algum protesto de expressão popular sobre qualquer reivindicação que seja (saúde, educação, direitos trabalhistas, etc) a primeira crítica que escutamos da mídia conservadora ou quando lemos alguns comentários nas redes sociais é de que tudo não passa de obra de um bando de baderneiros.

No entanto, todas as nossas manifestações dos últimos anos são reivindicações de princípios e direitos já garantidos na constituição brasileira. A baderna da juventude que ocupa escolas e universidades, muito além de lutar por uma educação pública de qualidade (Art. 6º da Constituição), também promove a autonomia e a participação social e politica dos jovens, previstos tanto no Estatuto da Criança e do Adolescente quanto no Estatuto da Juventude.

O Globo parece o programa do Ratinho

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A capa de O Globo de hoje é uma vergonha jornalística.

Os mercados mundiais sofrem um imenso abalo e os índices de volatilidade dos capitais disparam.

Todos os repórteres políticos avaliam como desesperadora a situação do Governo para aprovar a reforma previdenciária.

Mas aí a manchete vai para um dos centos de “estudos” sobre o déficit da Previdência, o de um certo economista André Gamerman, da ARX Investimentos.


Ainda dá tempo para inventar um candidato?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“A pátria precisa tanto de líderes como de instituições. E principalmente de um eleitorado que leve ao poder quem tenha visão de país e de mundo”.

A descoberta acima foi feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em seu artigo dominical publicado no Globo e no Estadão.

Até aí estamos de acordo, mas a pergunta que a maioria do eleitorado está se fazendo é: quem?

A apenas 250 dias de irmos às urnas, pela primeira vez desde a redemocratização estamos no breu absoluto, com o cenário eleitoral ainda absolutamente indefinido.

A farra da Lava Jato com auxílio-moradia

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O Diário do Centro do Mundo trouxe a público informações sobre mais uma “estrela” da Lava Jato que se farta com penduricalhos que elevam os salários nababescos que as “virgens imaculadas” da Operação desfrutam, como o famigerado “auxílio-moradia” para gente que, via de regra, tem vários imóveis e não precisa de ajuda alguma para morar.

O jornalista Joaquim de Carvalho, do DCM, relata que, “além de Sergio Moro e Marcelo Bretas, outra estrela da Lava Jato também recebe auxílio-moradia. É o procurador da república Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa em Curitiba”.

Aécio busca reabilitação para disputar Senado

Por Nivaldo Souza, na revista CartaCapital:

Herdeiro político do avô Tancredo Neves e acostumado a ser o centro das atenções no poder mineiro nos últimos anos, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) saiu de cena após vir à tona uma conversa com o dono da JBS Joesley Batista.

O diálogo derruiu a imagem do tucano e está obrigando o senador, afastado em setembro pelo Supremo Tribunal Federal e reconduzido ao cargo por colegas parlamentares, a reconstruir a imagem arranhada para tentar a reeleição ao Senado.

O Judiciário e os dias piores que virão

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A velha direita pelos seus jornalões, e esses pelos seus editoriais e colunistas, revela-se, assim de repente, assustada com sinais de desobediência civil que seus sismógrafos estariam captando nas hostes da oposição e com o que identificam como ‘ameaças à ordem jurídica’. Em ambos os casos trata-se de puro cinismo, pois nossa gárrula imprensa está comprometida até o gogó com todas as violências à ordem constitucional impostas pelos golpes militares e os golpes de Estado não militares (todos de direita), dos quais foi parte decisiva e beneficiária, como demonstra a história do maior conglomerado de comunicação do país.

'The Post', o jornalismo e a Guerra do Vietnã

Por Pedro Oliveira, no site Vermelho:

Escrevo este artigo pelo caminho inverso do que o título sugere. Vamos primeiramente ao Sudeste Asiático, visitar o Museu dos Vestígios da Guerra, em Ho Chi Minh City, no Vietnã. Depois entro em um breve debate sobre o jornalismo praticado nos Estados Unidos em função da publicação do que ficou conhecido como os “Pentagon Papers” (ou os “Papéis do Pentágono”).

Por fim, procuro opinar sobre como o movimento contra a Guerra e pela Paz contribuiu para a retirada americana do Vietnã e nesse contexto qual o papel do jornal americano Washington Post, questões que podemos ver retratadas no filme dirigido por Steven Spielberg, que está em cartaz atualmente no Brasil, “The Post”.

O golpe e o aprofundamento da injustiça

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Instalado desde 2016, o programa denominado Ponte para o Futuro pelo governo Temer não produziu fracasso maior, não fossem medidas de natureza bastarda do keynesianismo, contraditoriamente adotadas ad hoc pela equipe econômica neoliberal – aquela dos sonhos do mercado. A mensagem original era a do ajuste fiscal e do resgate da credibilidade para fazer com que a economia voltasse a crescer pela retomada dos investimentos privados.

Mas o que se viu foi um rotundo fracasso. Em meio ao prolongamento da recessão, o ajuste fiscal produziu mais desajuste nas contas públicas, sufocando os governos federal, estaduais e municipais e degenerando ainda mais as condições de vida da população. Os péssimos indicadores de avaliação do governo Temer apenas confirmam a realidade nacional.

Mulher de Moro embrulha a mídia amiga

O desabafo de Rosângela Moro contra a imprensa
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A mulher de Sergio Moro criticou a imprensa em sua conta no Instagram .

Rosângela postou a foto de um cacho de bananas em cima de uma edição da Folha.

A legenda: “Imprensa… para o bem e para o mal. Separam o joio do trigo e publicam o joio.”

Rosângela está brava com a revelação de que o marido recebe auxílio moradia apesar de viver a três quilômetros do lugar onde trabalha na Justiça Federal do Paraná.

Uma nuvem de suspeição recobre a Lava Jato

Por Jeferson Miola, em seu blog:

É bombástica a denúncia de Marcelo Odebrecht na FSP de 4/2/2018. Ele declarou que “seu cunhado e vice-presidente jurídico do Grupo, Maurício Ferro, ajudou a acabar com o departamento de propinas da empresa”.

A revelação do Marcelo adiciona ingredientes explosivos à nebulosa informação prestada com exclusividade pelo procurador Carlos Fernando dos Santos Lima ao jornal O Globo de 29/1/2018 – “Chaves para abrir segredos da Odebrecht estão perdidas”.

Além de assinalar que “O desmantelamento do departamento de propina pode, em tese, ser interpretado como um ato de obstrução de Justiça”, a reportagem da FSP traz revelações de altíssima relevância, que merecem ser apuradas com o maior rigor e com a mais absoluta transparência.

Ainda há juízes no Brasil

Por Henrique Matthiesen

O sorumbático momento em que vive o Brasil, de imposição golpista da classe dominante que contemporaneamente veste toga, nos remete à histórica e emblemática frase proferida em 1745, na Prússia.

Trata-se de um moleiro que tinha o seu moinho nas cercanias do palácio do Rei Frederico 2º, déspota ilustrado, amigo dos intelectuais. Um dos bajuladores do soberano tentou removê-lo dali, porque julgava que aquilo conspurcava a paisagem. E ele então, teria proferido a célebre frase: “Ainda há juízes em Berlim”. Para o moleiro, a justiça, aquela com a qual contava, não haveria de distingui-lo do rei.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Não dê auxílio-moradia a um juiz!

Sobre a lógica do discurso de ódio

Por Márcia Tiburi, no site Mídia Ninja:

Depois do evento em que me recusei a participar de um programa de rádio no qual, sem me avisar, convidaram um conhecido defensor do vazio do pensamento para falar, grupos de extrema direita têm se esforçado para atacar a minha imagem, recortando e editando entrevistas, vídeos e textos que circulam na internet. Não me espanta esse tipo de produção, que não é nenhuma novidade para ninguém. Todo cidadão que se expõe ou é exposto na internet, nas mídias, está sujeito a isso. Qualquer um que se expresse está sujeito a causar reações. Reações de ódio são, aliás, comuns diante da incapacidade de compreender a diferença ou da impotência frente a discursos e práticas que rompam a uniformidade gerada por manifestações rasas e pensamentos estereotipados. Em contextos democráticos essas reações significam algo diferente do que querem dizer em contextos autoritários, como é o que estamos vivendo nesse momento. Não entendemos o que é dito sem prestar atenção nos contextos e interesses com que são ditos.

Cristiane Brasil e a auto-afirmação hipócrita

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Por todos os ângulos que se procure, Cristiane Brasil é a outsider do Sistema. Ignorante, deslumbrada, sem noção, frequentadora de sites de namoro, nos quais esconde a idade, filha de um dos vilões preferenciais da República. É até possível que tenha alguma qualidade, mas tão escondida debaixo de toneladas de vulgaridade, que ninguém até hoje identificou. E, depois do vídeo com os marombados depilados, tornou-se única, mesmo naquele zoológico chamado de Câmara Federal.

Por isso mesmo é o personagem preferencial da hipocrisia fascista.

Cala a boca já morreu, Cármen Lúcia?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Para quem falou a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, em seu discurso na abertura do ano judiciário, quando afirmou que desacatar a Justiça é inadmissível? Parece óbvio que foi para todos aqueles que discordam da condenação do ex-presidente Lula pelo TRF-4, sem apresentação de prova e com aumento de pena, e especialmente para aqueles que se insurgem contra a eventual prisão do ex-presidente, advertindo que haveria reação popular. É grande, porém, a distância entre a livre manifestação de discordância com uma decisão judicial e o desacato à Justiça.

Eleições e Fake News: um tortuoso caminho

Por Rafael A. F. Zanatta, no site Outras Palavras:

O assunto do momento é fake news. Em um cenário onde quase dois terços dos países latino-americanos passarão por eleições presidenciais, a questão que aflige a todos é saber que tipo de impacto as redes sociais e a internet trarão para o instrumento central da democracia, o voto. Afinal, qual será o grau de manipulação das emoções e das opiniões políticas por fatos inexistentes e polêmicas alarmistas? Que tipo de influência externa, por meio de táticas de psicometria e desinformação criados por profissionais contratados para esse fim, ocorrerá em países como Brasil? Que papéis as grandes plataformas que dominam a camada de aplicações de internet — Google (dona do YouTube), Facebook (dona do WhatsApp), Twitter e outras — deveriam assumir para verificar aquilo que é publicado e se o conteúdo é “confiável”?

Idiotas louvam torturadores no Carnaval