sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Fecomércio e os jornalistas da Globo

Do blog Viomundo:

O presidente da Fecomércio do Rio de Janeiro, Orlando Diniz, foi preso pela Operação Jabuti, da Polícia Federal.

Ele teria desviado dinheiro da entidade - inclusive, suspeita-se, com o pagamento de R$ 20 milhões ao escritório da advogada Adriana Ancelmo, a mulher de Sérgio Cabral.

O escritório Teixeira, Martins & Advogados, que defende o ex-presidente Lula, também foi contratado, mas repudiou o vazamento feito pelo MPF e lançou nota (leia ao pé do post), alegando que todos os serviços foram prestados.

Em sua gestão, Orlando Diniz torrou quase R$ 3 milhões com jornalistas da Globo por palestras e participação em eventos - R$ 375 mil com o colunista Merval Pereira –, conforme denúncia do Intercept.

Efeitos nefastos de uma candidatura Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Temer é candidato e nem desmente isso. Através do porta-voz negou apenas que a intervenção no Rio tenha sido feita para cacifá-lo, não que pretenda concorrer. Se for candidato, Temer levará uma sova, e isso também é pacífico. A não ser que nos próximos meses consiga operar milagres que transformem o vampirão em santo. Nem por isso, devem ser subestimados os efeitos nefastos de uma eventual candidatura Temer, que podem ser resumidos num muito provável fortalecimento do campo golpista-conservador.

Intervenção no RJ: democracia em risco

Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:

Eu era guri lá em Joaçaba (SC) no golpe de 1964, que instalou 20 anos de ditadura, e tenho vivas na memória as imagens e os fatos. Primeiro, os tanques nas ruas, algo desproporcional a uma cidade que tinha um simples Tiro de Guerra. Depois, pessoas conhecidas, queridas, começaram a desaparecer e muitas delas nunca mais voltaram.

As justificativas eram difusas, emergenciais, de manutenção de uma ordem pública indefinida, de combate a um suposto terrorismo, de medida temporária e coisa e tal. As pessoas ficaram amedrontadas, desconfiando de tudo, só saindo de suas casas por necessidade.

Paraísos fiscais: os motéis do capital

Por Reginaldo de Moraes, no site Carta Maior:

Nos últimos anos tenho me dedicado ao estudo da educação superior americana. Em tempos mais recentes, minha atenção se concentra nos desafios de formação de força de trabalho diante de mudanças aceleradas nos processos produtivos, na organização das empresas e na estrutura ocupacional. Contudo, como em toda pesquisa, temas colaterais surgem inesperadamente. Um deles, no meu caso, foi a emergência dos tais paraísos fiscais, um dispositivo cada vez mais frequentemente utilizado pelas grandes corporações e, também, pelas grandes fortunas pessoais.

Austeridade, violência e intervenção militar

Por Gustavo Noronha, no site Brasil Debate:

“As pragas que assolam o Rio: Febre Amarela, Temer, Pezão e Crivella”. (Faixa exibida em carro alegórico da Estação Primeira de Mangueira no Desfile das Campeãs do carnaval do Rio de Janeiro de 2018).

O Rio de Janeiro é uma prisão. Os abastados se prendem por opção. A ralé se vira e é presa sem opção. A violência faz parte do cotidiano das pessoas que vivem por estas terras, parte da famosa malandragem carioca é uma autodefesa desse estado permanente de caos.


Golpe armou uma bomba social

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Antes de começar a escrever este post passei horas nas redes sociais escrevendo comentários sobre a “revolução francesa” brasileira, que já começou.

Apesar de a intervenção federal determinada por Michel Temer no Rio ter sido preponderantemente gerada por seus interesses políticos, não se pode negar que a criminalidade disparou naquele Estado após contrair degenerescência econômica aguda.

Enquanto escrevo isto, o ministro da Justiça está na imprensa pedindo “cuidado” aos Estados vizinhos do Rio (SP, MG e ES), porque a bandidagem iria fugir do Rio para outros Estados, segundo ele.

EUA lançam conto de fadas 'humanitário'

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Duvido que qualquer observador honesto da política venezuelana tenha ficado surpreso com o anúncio de que a oposição não irá apresentar candidato para as eleições presidenciais de 22 de abril.

Essa decisão é apenas a sequência lógica do abandono das negociações com o governo Maduro, em 7 de fevereiro, 24 horas antes da data marcada para a assinatura do texto de um acordo já negociado e acertado em suas linhas gerais. Condenada por José Luiz Zapatero, presidente da Espanha entre 2004-2011, um dos fiadores do acordo entre governo e oposição, a ruptura apenas dramatizou uma decisão previsível.

IPEA confirma: golpe foi bom para os ricos

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

Os mais ricos ficaram ainda mais ricos desde que puxaram o tapete de Dilma Rousseff. Até aí nada demais pois a intenção era essa mesmo.

Mas um levantamento recente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) confirma o que para muitos poderia tratar-se de mera impressão. Para a entidade, a renda dos super-ricos cresceu mais de 2% no período entre 2014 e 2016 enquanto o restante da população teve uma redução de 3,3%. Ou seja, ficaram 5 pontos mais distantes um do outro.

Michel Temer e o pacto com os bicheiros

Lava-Jato inicia 2018 atacando Tacla Durán

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A Lava Jato é previsível. Ela inicia o ano de 2018 com ataques diretos ao advogado Rodrigo Tacla Durán, que ofereceu documentos abundantes provando as falcatruas da operação.

De quebra, a Lava Jato inicia uma nova etapa. Depois de afastar as grandes construtoras do mercado, abrindo espaço para grupos estrangeiros ocuparem espaço no país, a operação deve começar a “limpar o terreno” das construtoras médias e pequenas.

O modus operandi é sempre o mesmo: muitas prisões temporárias, sempre visando obter delações que sigam uma narrativa já pré-determinada por procuradores e Sergio Moro.

Vaticano: perto da China, longe dos EUA

Por Mauro Lopes, em seu blog:

A normalização das relações entre a Igreja Católica e a China, esperada para as próximas semanas é resultado de um dos mais notáveis feitos de Francisco: a mudança radical operada na geopolítica do Vaticano. Este giro talvez possa explicar a oposição crescente ao Papa de forças poderosas, pois na esfera da geografia política está a balança do poder global.

É uma virada espetacular. Foram 70 anos de conflito que estão para ser deixados para trás. O sinal definitivo de que as negociações estão maduras para um desenlace veio em 30 de janeiro, quando o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, declarou numa entrevista ao Vatican Insider: “A esperança é poder chegar um dia, quando seja a vontade do Senhor, em que não se fale mais de bispos ‘legítimos’ e ‘ilegítimos’, ‘clandestinos’ e ‘oficiais’ na Igreja chinesa, mas num encontro como irmãos”.

O advogado dos tucanos é a gaveta da PGR

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:


Reportagem de Rubem Valente e Reynaldo Turollo Jr, hoje, na Folha, mostra que o “Dr. Gaveta” continua sendo o maior – e melhor – advogado dos tucanos envolvidos em desvios de dinheiro em obras públicas.

Fica-se sabendo, por ela que a história dos R$ 113 milhões encontrados pelo Ministério Público da Suíça em contas em que Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, suposto operador de propinas nas obras do Rodoanel, dormitou nas gavetas da Procuradoria Geral da Republica desde agosto do ano passado sem que nenhuma providência – inclusive a remessa á Polícia Federal para investigação – desde aquela data.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Pacote de Temer reduz soberania do país

Por Leonardo Fernandes, no jornal Brasil de Fato:

Depois do fracasso da reforma da Previdência e do anúncio da intervenção federal e militar no Rio de Janeiro, o governo anunciou no dia 19 de fevereiro um pacote de medidas econômicas, chamado de 'pauta prioritária', que deve ser levado ao Congresso Nacional nos próximos meses. 

O anúncio foi feito pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto. Uma vez que o decreto de intervenção impede fazer emendas à Constituição, como é o caso da reforma da Previdência, o governo decidiu desengavetar medidas já antes anunciadas e igualmente impopulares, mas que dependem somente da maioria simples do Congresso para sua aprovação, já que se tratam de projetos de lei (PL).

Esquerda dá um passo rumo à unidade

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Em meio a tantas vicissitudes, desencontros, expressões de desânimo e confusão política e ideológica próprios de um momento de defensiva das forças democráticas e populares, um fato alvissareiro: o lançamento de um programa político, com projeção tática e estratégica, pelos partidos PCdoB, PT, PSOL e PDT.

Depois de quase um ano de consultas e atividades conjuntas as fundações de estudos políticos e teóricos desses partidos apresentaram à nação aquilo que seus dirigentes consideraram um primeiro esboço rumo a uma formulação programática abrangente contendo as ideias-força de um projeto nacional de mudanças estruturais políticas, econômicas, sociais e culturais. Um programa que vai além da conjuntura eleitoral e estabelece os lineamentos gerais de uma luta de longo fôlego com caráter patriótico, democrático, popular e anti-imperialista. Um conjunto de bandeiras de luta que constituem o ponto de partida de uma acumulação na perspectiva de rupturas e transformações políticas e sociais profundas.

Intervenção e eleição: combinação perigosa

A pirotecnia da intervenção de Temer

Por Margarida Salomão, no site Mídia Ninja:

Essa conexão já foi feita por muitos: a ligação entre as manifestações críticas no Carnaval e o anúncio de Temer, no sábado de cinzas, desencadeando situação inédita na vigência da Constituição de 88. A relação é, entretanto, grávida de tantas possibilidades que ela merece ser retomada nesse pequeno texto.

Em primeiro lugar, o Carnaval de 18 vai ser conhecido como o Carnaval da Tuiuti. Claro que manifestações políticas contra o governo recorreram por todo o Brasil e, inclusive, na própria Sapucaí. Fora Temer virou o grito deste Carnaval. Mas foi o brilhantismo do desfile da Tuiuti que representou de modo mais contundente o recado do morro: a narrativa do golpe de 16 veio articulada com a injustiça originária da escravidão mal abolida, persistente e agravada pela agenda atual das anti-reformas.

A propaganda da "reforma" da Previdência

Paulo Guedes, o banqueiro do metralha

Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:

O economista Paulo Guedes, um dos fundadores do banco BTG Pactual, do qual se desligou há algum tempo, parece se preparar física e moralmente para participar de uma maratona, ou seja, as eleições de outubro deste ano. Será um embate decisivo marcado pelo golpe que derrubou, em 2016, a presidenta Dilma Rousseff, eleita em 2014.

Recentemente, Guedes, figura conhecida no mundo econômico e empresarial, passou a caminhar pelas manhãs, quase diariamente, no calçadão entre o Leblon e Ipanema, na Zona Sul carioca. Muitas vezes enfrenta o sol escaldante do verão na marcha de insensatez rumo ao pleito.

A luta para democratizar a comunicação

Por Rui Falcão, no site da Fundação Perseu Abramo:

“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”- Joseph Pulitzer, 1847–1911.

“A grande imprensa é o aparelho privado de hegemonia do capital”- Gramsci

Atuar para democratizar a comunicação do País é um elemento estratégico para a defesa da própria democracia. Como se sabe, o monopólio dos meios de comunicação (vedado pela Constituição Federal) viola a liberdade de expressão e nega à maioria do povo o acesso à informação e ao conhecimento. Além disso, eles vêm cada vez mais servindo aos interesses políticos e econômicos do grande capital, assumindo o papel de partido político dos conservadores e da direita. Seu papel no golpe contra Dilma foi fundamental.

Caixa luta e resiste, como faz há 157 anos

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Embora a resistência de funcionários da Caixa tenha sido capaz de entrar em 2018 com duas vitórias acumuladas contra esforço permanente de Temer-Meirelles pelo enfraquecimento da instituição, a luta continua.

Neste ano eleitoral, as dezenas de entidades que organizam a campanha "Defenda a Caixa você também" irão se mobilizar junto a eleitores e candidatos. Estão sendo preparadas inserções em rádios e vídeos de personalidades em defesa do papel histórico da instituição. Os candidatos em todos os níveis - presidente da República e governador, senadores e deputados - serão convidados a assinar uma carta compromisso em defesa da Caixa.